CATEQUESE BÍBLICA
BÍBLIA: USE MAS NÃO ABUSE
Sua bíblia é um belo e fortíssimo livro. Já transformou a vida de muita gente.
Já fez muita gente santa. Já mostrou a milhões Deus e já levou a Deus milhões de fiéis. Como você provavelmente não sabe aramaico, hebraico, grego ou latim, depende de tradutores. Se não estudou exegese, depende dos pregadores.
Se o seu pregador for pessoa inteligente mas fechado e sectário, você vai ler a bíblia guiada pela cabeça dele. Se ele for pessoa serena, coração e mentes abertos, pessoa de diálogo, culto, sua bíblia será um livro santo útil para dialogar de irmão para irmão. Há quem use a bíblia com respeito, com diálogo, com humildade, como quem aprende e ouve os outros. Há quem a use como se fosse um porrete. Tudo é a seu favor e o que ele puder usar para diminuir ou agredir outras religiões, ele decora e aproveita. Usa-a com maldade no coração, pensando em encher as suas Igrejas. Você, escolha! Vai usar as passagens que lhe interessa usar a favor da sua Igreja e contra a dos outros, ou vai saber pensar e interpretar diferente sem se achar melhor, mais santo e mais eleito que os outros? Ficou mais humilde ao ler a sua bíblia, ou agora, se acha o certo, o santo, a santa convertida, o máximo dos máximos? É um excelente livro, mas nem sempre é bem lido e bem usado. Nas mãos de alguns pregadores obcecados e instáveis parece um porrete. Que não seja o seu caso!
Pe. ZEZINHO
SOBRE OS INSTRUMENTOS DE DEUS
Por --
Tradução: Carlos Martins Nabeto
Fonte: Site Catholic Doctrinal Concordance
• A Graça
• A graça de Deus é inexaustível: Rm 5,17, 2Cor 4,15; 9,8; Ef 1,7; 2,7; 1Tm 1,14.
• Demanda um efeito: 1Cor 15,10; 2Cor 11,23; Ef 2,10; Fl 2,12-13.
• É concedida através de Cristo: Jo 1,17; Rm 1,5; Gl 1,6; Ef 2,7; 1Tm 1,14; 2Tm 1,9.
• É concedida por Deus ao humilde: Pv 3,34; Tg 4,6; 1Pd 5,5.
• É desejada com a paz nas saudações: Rm 1,7; 1Cor 1,3; 2Cor 1,2; Gl 1,3; Ef 1,2; Fl 1,2; Cl 1,2; 1Ts 1,1; 2Ts 1,2; Fm 3,1; 1Tm 1,2; 2Tm 1,2; Tt 1,4; Hb 13,25.
• É mais abundante que o pecado: Rm 5,15.20; 6,1; 2Cor 12,9.
• É oferta gratuita de Deus: Sl 84,11; Zc 12,10; Jo 1,16; 3,27; Rm 3,24; 4,2-5.16; 5,15-17; 9,14-18; 11,6; 1Cor 4,7; 1Pd 5,10.
• Jesus é graça de Deus: Mt 21,37; Jo 3,16-17; Rm 3,24; 2Cor 8,9; Gl 4,4; Tt 2,11; Hb 2,11.
• Maria é cheia de graça: Lc 1,28.42.
• Necessária para difundir a fé: At 18,27; Rm 1,5.
• Nos prepara para a vida eterna: Rm 5,2; 6,23; Tt 1,2; 1Pd 1,13.
• Nos torna fortes na fé: At 4,22; 6,8; 14,3; 20,32; Rm 1,11; 16,25; 1`Cor 1,7-8; 2Ts 2,16-17; 3,3.
• O trono da graça: Ef 3,12; Hb 4,16.
• Pode ser perdida: Hb 12,15; Jd 1,4.
• Por ela, crescemos no conhecimento de Cristo: 2Pd 3,18.
• A Igreja
• Chamada "Igreja de Deus": 1Tm 3,15.
• Comprada pelo sangue de Cristo: At 20,28; Ef 5,25; Hb 9,12.
• Cristo amou a Igreja: Ef 5,25-26.
• Cristo é a cabeça da Igreja: Ef 1,22; 5,23; Cl 1,18.
• Cristo é a pedra angular: Sl 118,22; Mt 21,42; Mc 12,10; Lc 20,17; At 4,11; Ef 2,20; 1Pd 2,4.7.
• Cristo protege a Igeja: Mt 16,18; 20,20.
• Doutrina, comunidade e rito sagrado (pão): At 2,42.
• É a coluna e fundamento da verdade: 1Tm 3,15.
• É infalível: Mt 16,18; 28,20; Mc 16,16; Lc 10,16; 1Tm 3,15.
• É o Corpo de Cristo: Rm 12,4; 1Cor 12,12; Ef 1,22-23; 5,22; Cl 1,18.
• É perpétua: Mt 16,18; 28,20.
• É visível: Mt 5,14; Mc 4,30-32; Ef 2,19-22.
• Edificada sobre os Apóstolos: 1Cor 3,10; Ef 2,20; Ap 21,14.
• Expansão no mundo: At 2,41; 2,47; 5,14; 6,7; 11,24.
• Fundada por Cristo: Mt 16,18; 28,19; Mc 16,15; 1Cor 3,11; Ef 2,20; 1Pd 2,4-6.
• Presbíteros são ordenados, cuidam do rebanho e administram os sacramentos: At 15,6.23; 1Tm 4,14; 5,22; 1Tm 5,17; Tg 5,13-15; Rm 15,16.
• Prevista no AT: Tb 13,11-18; Is 2,2-3; Br 5,3; Os 2,14-24; Mq 4,1-3.
• Seus membros são chamados à santidade: 1Cor 1,2; Cl 3,12.
• Sucessão apostólica: At 1,15-26; 2Tm 2,2; Tt 1,5.
• Tem autoridade: Mt 16,18-19; 18,18; Jo 20,23.
• Tem bons e maus membros: Mt 13,41-48; 22,10.
• A Comunhão dos Santos
• Intercessão dos Santos: Tb 12,12; 2Mc 15,14; Ap 5,8; 8,4.
• Milagres operados por intermédio de relíquias: At 5,15; 19,11-12.
• Orar uns pelos outros: Jr 15,1; At 12,5; Rm 15,30; 2Cor 13,7; Ef 6,18; Cl 4,3; 1Ts 5,25; 2Ts 3,1; Hb 13,18; Tg 5,16.
• Os Santos estão nos céus: 1Ts 3,13; Hb 11,40; 12,23; 1Pd 3,19; Ap 6,9.
• Somos rodeados pelos Santos: Hb 12,1.
• Todos são chamados a serem santos: Ef 1,4-6.12.14.
• Unidade de todos os cristãos: Jo 15,5; Rm 12,4; 1Cor 6,12-20; 10,17; 12,4-27; Ef 2,19; 5,30; Cl 1,18.24; 2,19; 3,15.
• O Batismo
• A preparação do batismo de João: Mc 1,4.8; At 1,5; 11,16; 19,4.
• Abrange todo gênero humano: Mt 28,19; Mc 16,15-16; Lc 24,47; At 2,38.
• Administrado em nome da Santíssima Trindade: Mt 28,19.
• Administrado em nome de Jesus: At 2,38; 8,16; 10,48; 19,5; Ap 14,1; 22,4.
• Batizado em Cristo: 1Cor 12,13; Gl 3,27.
• Batizado na morte de Cristo: Rm 6,3.
• Batizado para uma nova vida: Rm 6,4; Tt 3,5.
• Com água e o Espírito Santo: Jo 3,5; Ef 5,26; Tt 3,5.
• É administrado pelos discípulos de Cristo: Jo 4,2.
• É necessário: Mc 16,16; Jo 3,5.
• É nossa garantia de ressurreição: Rm 6,3-5; 1Cor 15,29.
• É para nossa justificação: 1Cor 6,11.
• É para nossa redenção: 1Jo 5,6.
• É para nossa santificação: 1Cor 6,11; Ef 5,26.
• É um presente gratuito de Deus: Tt 3,5.
• Há um só batismo: Ef 4,5.
• Perdoa o pecado: At 2,38; 22,16; 1Pd 3,21.
• Prefigurado no AT: Ez 36,25; 1Pd 3,20-21.
• Confirmação
• É conferido pela imposição das mãos: At 8,17; 19,6.
• É distinto do Batismo: At 8,15.
• Envolve o Espírito Santo: Jo 14,17; At 2,4; 10,44.
• Foi prometido por Cristo: Jo 14,16.26; 15,26.
• Recebido antes do Batismo: At 10,44.
• Recebido após o Batismo: At 2,38; 8,14-17; 19,5-6.
• Reconciliação (Confissão e Penitência)
• A Penitência reconcilia o pecador com a comunidade de crentes: 2Cor 2,5-8.
• A Reconciliação foi instituída por Cristo: Jo 20,22-23.
• A Reconciliação provém de Cristo Rm 5,11; Cl 1,20; Hb 1,3.
• Cristo tem o poder de perdoar os pecados: Mt 9,6; Mc 2,10; Lc 5,24; Cl 3,13.
• Deus perdoa os pecados: Mc 2,7; Lc 5,21.
• Há graus de pecado (mortal e venial): 1Jo 5,16.
• Liga/desliga no céu e na terra: Mt 18,18.
• Ministério da Reconciliação: 2Cor 5,18.
• O perdão é dado através de Cristo: 2Cor 2,10.
• O poder de perdoar é delegado por Cristo: Jo 20,23; 2Cor 5,18.
• Perdão dos pecados, unção dos enfermos e confissão: Tg 5,14-16.
• Reconcilia com Cristo: 2Cor 5,18.
• "Se vocês perdoarem os pecados... serão perdoados": Jo 20,22-23.
• A Eucaristia
• Apenas as espécies do pão e do vinho podem ser consagradas: Lc 24,30; Jo 6,51.57-58; At 20,7; 1Cor 10,17; 11,27.
• Chamada "a Ceia do Senhor": 1Cor 11,20.
• Chamada "ágape" (=festa do amor): Jd 1,12.
• Chamada "Fração do Pão": At 2,42.
• Comemoração do Calvário: Mt 26,28; Lc 22,19-20; 1Cor 10,16; 11,25-26.
• Cristo está realmente presente nela: Mt 26,26; Lc 22,19-20; Jo 6,35.41.51-58; 1Cor 11,27-29.
• Discurso sobre a Eucaristia: Jo 6,32-58.
• Fonte de vida divina: Jo 6,27.33.50-51.58; 1Cor 11,30.
• Instituída por Cristo: Mt 26,26-29; Mc 14,22; Lc 22,15-20; 1Cor 11,23-25.
• "Isto É o meu Corpo... Isto É o meu Sangue": Mt 26,26-27; Mc 14,22.24; Lc 22,19-20; 1Cor 10,24-25.
• Jesus é o Pão da Vida: Jo 6,35.41.48.51.
• Nos une a Cristo: At 2,42; Rm 12,5; 1Cor 10,17.
• Prometida por Cristo: Jo 6,27-59.
• Sérias consequências de pecar contra a eucaristia: 1Cor 11,26-30.
• Unção dos Enfermos
• Administrado em nome do Senhor: Tg 5,14.
• Recebido com oração de fé: Tg 5,15.
• Restaura a saúde do doente: Mc 6,13; Tg 5,15.
• Também perdoa os pecados: Tg 5,15.
• Uso de óleo: Mc 6,13; Tg 5,14.
• Sagradas Ordens
• Consagração dos Apóstolos: Jo 20,22.
• Deveres e funções dos sacerdotes no AT: Dt 33,7-11.
• Funções dos sacerdotes: Ml 1,11; Mt 28,19; Jo 20,23; 1Cor 11,24; Tg 5,14.
• É o chamado dos Apóstolos: Mt 10,1; 16,16-19; Lc 6,13; 22,32; Jo 21,15-17.
• Graus de autoridade: 1Cor 12,28; Ef 4,11; 1Ts 5,12; Tg 3,1.
• Melquisedec se aproximava de Cristo: Sl 110,4; Hb 5,6.10; 6,20.
• O sacerdócio de Cristo foi perfeito: Hb 3,1-4; 7,27; 8,4-6; 9,12-14.25; 10,5.
• O sacerdócio de Melquisedec foi superior ao de Aarão: Hb 7,1-17; 8,1-13.
• Orar para despertar vocações sacerdotais: Mt 9,37-38; Lc 10,2.
• Os Apóstolos são enviados: Mt 28,19; Mc 16,15; Lc 24,47; Jo 20,21.
• Sacerdócio dos fiéis: Ef 2,19-20; 1Pd 2,5.9.
• Sacerdócio no NT: Rm 15,16.
• Transmissão do sacerdócio: 1Tm 4,14; 5,22; 2Tm 1,6; Tt 1,5.
• Matrimônio
• A continência é aconselhada para curtos períodos: 1Cor 7,1-5.
• A morte dissolve o matrimônio: Rm 7,2; 1Cor 7,39.
• A união é sagrada: 1Cor 7,13-14; Ef 5,25-26.
• Duas pessoas em uma só carne: Gn 2,23-24; Mt 19,3-6; Ef 5,31.
• É para a procriação de filhos: Gn 1,28.
• O casamento é como Cristo e sua Igreja: Ef 5,21-23.
• O celibato é superior: Mt 19,12; 1Cor 7,8.25.38.
• O divórcio não é permitido: Mt 5,32; 19,9; Mc 10,2-12; Lc 16,18; 1Cor 7,10.
• Ordenado por Deus: Gn 1,28; 2,18; Tb 8,5-7; Mt 19,6.
• Os filhos são a bênção de Deus: Gn 24,60; 30,1-3; Sl 127,3: 1Sm 1,6; Lc 1,25.
• Respeito mútuo: 1Cor 7,4; Ef 5,21-25.33; Cl 3,18-19.
• A Bíblia
• Bênção por crer na Palavra de Deus: Lc 11,28; Ap 22,7.
• É aprendida desde a infância: Dt 6,7; 11,19; 31,12-13; 2Tm 3,15.
• É chamada espada de dois gumes: Sl 149,6; Hb 4,12; Ap 1,16.
• É chamada "Palavra de Deus": 1Ts 2,13; Hb 4,12.
• É inspirada por Deus: At 1,16; Rm 1,2; 2Tm 3,16; 1Pd 1,10; 2Pd 1,21.
• Não está sujeita a particular interpretação: 2Pd 1,20-21.
• Necessita de um intérprete: At 8,30-31; 2Pd 3,16.
• Propósito e usos das Escrituras: Rm 15,4; 16,26; 1Cor 10,11; 2Tm 3,15-17.
• Tem coisas difíceis de se compreender: 2Pd 3,16.
• Os Apóstolos
• A Igreja foi erguida sobre os Apóstolos: Mt 16,18; Ef 2,20; Ap 21,14.
• A primazia foi dada a Pedro: Mt 16,18; Lc 22,31-32; Jo 1,42; 21,15-17.
• Chamados por Cristo: Mt 10,2-4; Mc 3,13-19; Lc 6,12-16; At 1,13.
• Funções dos Apóstolos: At 2,42; 4,35; 6,2; 15,6; 1Cor 3,9; 4,1; 11,23; 15,1; 2Cor 5,20; 6,1.
• O Espírito Santo pousou sobre os Apóstolos: At 1,8; 2,3-4.
• Paulo apóstolo dos gentios: At 9,15; 22,15; Rm 11,13; Gl 2,8; 1Tm 2,7.
• Paulo foi chamado a ser Apóstolo: At 9,15; Rm 1,1; 1Cor 9,1; 15,8-10; 2Cor 5,20; Gl 1,15.17.
• São aqueles que foram enviados: Mt 28,19; Mc 6,7; 16,15; Lc 24,47; Jc 4,38; 17,18; 20,21.
• São testemunhas de Cristo: Lc 24,48; Jo 15,27; At 1,8; 21-28; 2,32; 3,15; 4,33; 5,32; 10,39; 13,31; 22,15.
• Também julgarão o mundo: Mt 19,28; Lc 22,30; 1Cor 6,2; Ap 20,4.
SOBRE OS DONS DE DEUS
Por --
Tradução: Carlos Martins Nabeto
Fonte: Site Catholic Doctrinal Concordance
• Fé
• A caridade é superior à fé: 1Cor 13,13.
• A fé é confirmada com o batismo: At 2,41; 8,12-13; 10,44-48; 16,14-15.31-33; 18,8; 19,2-5; 1Cor 1,14-17; Hb 10,22.
• A fé é confirmada com o batismo e nos tornamos filhos de Deus: Jo 1,12; Gl 3,26; 4,5-7.
• A fé é exigida por Cristo: Mt 9,28; Mc 4,40; Lc 8,25; Jo 6,35; 8,24; 9,35.
• A fé é garantia das coisas esperadas: Rm 1,16; 4,20; 2Cor 4,13; Hb 11,1.
• A fé pede obediência: At 6,7; Rm 1,5; 6,16-17; 15,18; 16,19.26; 2Cor 10,6; 2Ts 1,8; Hb 5,9; 11,8; 1Pd 1,22.
• A fé vem pela pregação: At 4,1-4; 8,5-6.31.; 17,11; Rm 10,14-17; 2Cor 1,19; Cl 1,23; 1Tm 3,16; Hb 4,2-3.
• Alguns heróis da fé: Eclo 44,1-15.21; Hb 11,1-40.
• Deus é fiel e verdadeiro: Sl 89,33-37; Rm 3,3-4; 1Cor 1,9; 1Ts 5,24; 2Ts 3,3; 2Tm 2,13; Hb 10,23; 11,11; Ap 19,11.
• Fé e boas obras são mutuamente complementares: Gl 5,6; 1Ts 1,3; 2Ts 1,1; Tg 2,17.20.26.
• O justo vive pela fé: Hab 2,4; Rm 1,17; 3,21-22.26; Gl 3,11; Hb 2,4; 10,38.
• Os cristãos são chamados "crentes" (=homens de fé): At 5,14; 9,42; 14,1; 15,7; Rm 4,24; 1Cor 1,21; 1Tm 4,12.
• Sem fé não podemos agradar a Deus: Rm 2,7-8; Hb 11,6.
• Tem poder para cumprir as promessas: Jr 32,17; Mt 19,26; Lc 1,37; 18,27; Rm 4,21; Hb 6,17; 11,19.
• Vida para todos que crêem com fé: Rm 6,8; 10,10; 2Cor 4,13-14; Ef 1,19; Cl 2,12; 1Ts 4,14; 2Tm 1,10; 1Pd 1,5.
• Esperança
• A esperança conduz à santidade: 1Jo 3,3.
• A esperança vem de Deus: Rm 15,13; 2Ts 2,16.
• A esperança vem do Espírito Santo: At 1,8; 2,33; Rm 5,5; Gl 5,5.
• Abraão é modelo de esperança: Rm 4,18.
• Cristo é a nossa esperança de glória: Rm 5,1-2; Ef 2,13-17; Cl 1,27; Tt 3,7; 1Pd 1,3.
• Deus clamou pela fé de Israel: Sl 130,7; 131,3; Jr 14,8; 17,13; 50,7; At 28,20.
• Devemos esperar com paciência: Rm 8,25; 12,12; 15,4; 1Ts 1,3.
• Devemos perseverar na esperança: Hb 3,6; 6,11.
• Israel procurou uma esperança futura: Is 61,1-11; Jr 29,11; 31,17; Os 2,21-23.
• Não há esperança para os incrédulos: 1Cor 15,14.19; Ef 2,12; 1Ts 4,13.
• Os cristãos esperam em Deus: 1Tm 5,5; 6,17; 1Pd 1,21; 3,5.
• Os cristãos esperam em Cristo: Gl 5,4-5; Cl 1,5; 1Ts 1,3; 1Tm 1,1; Tt 2,13; Hb 6,18-20.
• Os cristãos esperam pela ressurreição: At 2,26; 23,6; 24,15; 26,6; Rm 8,23-24; Hb 11,1.
• Os cristãos são salvos pela esperança: Rm 8,24; 1Ts 5,8.
• Somos chamados para a esperança: Rm 5,2; Ef 1,18; 4,4; Cl 1,23; Hb 3,1.
• Caridade (Amor)
• Amar Jesus é seguir sua palavra: Dt 11,1; Jo 14,15.21.23; 1Jo 2,5; 3,24; 5,3.
• Cristo se ofereceu à morte por amor a nós: Jo 15,13; 2Cor 5,14; Gl 2,20; Ef 5,2.25.
• Deus é Amor: 1Jo 4,8.16.
• Deus nos amou primeiro: Ef 5,2; 1Jo 3,16; 4,9-10.19.
• Devemos amar a Deus de todo o coração: Dt 6,5; Mt 22,37; Mc 12,30.33; Lc 10,27; 1Jo 5,2.
• Devemos amar uns aos outros: Lv 19,18.34; Dt 10,19; Mt 19,19.22-39; Mc 12,31.33; Lc 10,27; Jo 13,34-35; At 4,32; Rm 13,9; Gl 5,14; Tg 2,8; 1Jo 4,20-21.
• Devemos amar também aos inimigos: Jó 31,29-30; Mt 5,43-47; Lc 6,27-36; 10,29-37; Rm 12,14-21.
• O amor de Deus é incomparável: Mt 6,24; Lc 16,13; 1Jo 2,15.
• O amor perfeito não sente receio: Rm 8,15; 2Tm 1,7; 1Jo 2,28; 4,18.
• O amor é a maior virtude: Rm 13,8-10; 1Cor 13,13; Gl 5,6.
• O amor se manifesta na caridade: Dt 15,7.11; Mt 25,34-45; Mc 12,41-44; Lc 21,1-4; 1Cor 13,3; 2Cor 8,1-8; 9,7; Tg 2,16; 1Jo 3,17-18.
• O Espírito Santo é canal de amor: Rm 5,5; 8,16; 15,30; Gl 4,6.
• O marido e a mulher devem se amar: Ef 5,25; Cl 3,19; 1Pd 3,7.
• Por ter nos amado tanto, Deus enviou seu Filho: Zc 12,10; Mt 21,37; Jo 3,16; Rm 8,32; 1Jo 4,9-10.14.
• Sem o amor, nenhuma virtude ou dom tem valor: 1Cor 13,1-10; Gl 5,6.
• A Oração
• A oração é a glorificação de Deus: 1Cr 29,13; 2Cr 20,21-22; Sl 21,13; 22,23; 89,5; 113,1; 148; 149; 150; Lc 19,37; Ap 19,5.
• A oração desenvolve a vida espiritual: Ef 3,14-19; Fl 1,9-11.
• A oração deve ser feita com fé: Lc 11,9; 18,1-8; Jo 14,13; 15,7.
• A oração deve ser feita com fé no nome de Jesus: Jo 14,13; 15,7; At 3,16; 1Jo 3,22; 5,14.
• A oração deve ser feita com perseverança: Mt 15,22-28; Lc 11,5-8; 18,1-8; Rm 12,12; Ef 6,18; Cl 4,2.
• A oração pode ser oferecida por um ministro especial: At 13,3; 14,23.
• A oração pode ser rezada de joelhos: 2Cr 6,13; Sl 95,6; Dn 6,10; Lc 22,41; At 9,40; 20,36.
• A oração pode ser rezada de pé: 1Cr 23,30; Ne 9,5; Mc 11,25; Lc 18,11.
• A oração pode ser rezada em comunidade: Sl 42,4; 122,1; Mt 18,19; Lc 24,53; At 1,14; 3,1; 4,24; 6,4; 20,36; 1Tm 2,8.
• A oração pode ser rezada em particular: 2Rs 4,33; Tb 3,11; Is 26,20; Dn 6,11; Mt 6,6; At 9,11.40; 10,9.
• Agradecimento a Deus: Ne 12,8; 46; Tb 13,1ss; Jd 16,1ss; Sl 35,18; 109,30; Eclo 51,1ss; 2Cor 4,15; Fl 4,4-6; Ap 7,12.
• O Pai-Nosso (Oração do Senhor): Mt 6,9; Lc 11,2.
• O templo é chamado "casa de oração": Is 56,7; Mt 21,13; Mc 11,17.
• Oração pelos mortos: 2Mc 12,42-45.
• Oração pelos outros: At 12,5; Rm 15,30; 2Cor 1,11; Ef 6,18; Cl 4,3; 1Ts 5,25; 2Ts 3,1; 1Tm 2,1; Hb 13,18.
• Pedido a Deus: Ex 32,11-13; 33,17; 34,9; Js 7,6; Mt 7,7-11; Mc 11,24.
SOBRE AS CRIATURAS DE DEUS
Por --
Tradução: Carlos Martins Nabeto
Fonte: Site Catholic Doctrinal Concordance
• Os Anjos
• Acompanharão Cristo no seu retorno (Parusia): Mt 16,27; 25,31; Mc 8,38; 1Ts 4,16.
• Anjos da guarda: Tb 12,12; Mt 18,10; At 12,11.15.
• Deus se manifestou como Anjo do Senhor: Gn 16,7.13; 18,1-33; 21,17-18; 22,11; 31,11-13; Ex 3,2; Jz 2,1; 6,11-24; 13,21-22.
• Foram criados por Deus: Ne 9,6; Jo 1,3; Rm 11,36; Cl 1,16; 1Cor 8,6.
• O homem é pouca coisa inferior aos anjos: Gn 1,26.28; 3,5; Sl 8,5-6; Sb 2,23; Eclo 17,1-14.
• Preanunciarão o retorno de Cristo: Mt 24,31; Mc 13,27; 1Cor 15,52.
• São chamados "Filhos de Deus": Dt 32,8; Jó 1,6; 2,1; 38,7; Sl 29,1; 82,1; 89,6.
• São chamados "Santos de Deus": Jó 5,1; 15,15; Sl 89,7; Dn 4,13; 8,13.
• São espíritos confortadores: Sl 91,11; Dn 7,10; Mt 4,11; Mc 1,13; Lc 22,43; Hb 1,14.
• São mensageiros de Deus: Gn 24,7; Nm 20,16; 1Cr 21,15; 2Cr 32,21; Dn 3,28; 6,22; Lc 1,19.26; At 12,11.
• São servos de Deus: Jó 4,18; Sl 103,20.
• Três deles têm seus nomes expressamente citados: Rafael - Tb 3,16-17; 5,4; 12,11-15; Gabriel - Dn 8,16; 9,21; Lc 1,19.26; e Miguel - Dn 10,13.21; 12,1; Jd 1,9; Ap 12,7.
• Satanás e os Demônios
• Alguns podem ser exorcizados por oração e jejum: Mt 17,21; Mc 9,20.
• Costumam a tentar os homens: Gn 3; 1Rs 22,19-23; Jó 1,6-8; Sb 2,24; Zc 3,1-2.
• É chamado de "Senhor deste mundo": Jo 12,31; 14;30; 16,11; 2Cor 4,4; Ef 2,2; 6,12; 1Jo 5,19.
• Os demônios são anjos caídos: Is 14,12; Lc 10,18; Jd 1,6; Ap 12,7-9.
• Podem aparecer como anjos de luz: 2Cor 11,14; Ap 2,2; 16,14.
• Podem se apossar de nossos corpos: Mt 8,28; 9,32; 12,43-45; 15,22; Mc 5,1-13; 9,14; Lc 4,33; 8,2; 11,24-26; At 8,7.
• Podem ser exorcizados pelos poder de Deus: Mt 8,29; 9,33; 10,1; Mc 1,25-26; 6,7.13; 9,38; 16,17; Lc 8,2; 9,1; 9,49; At 5,16; 10,38; Tg 2,19.
• Ronda como um leão: Sl 22,13; 1Pd 5,8.
• Será solto da prisão: Ap 20,7.
• Seus poderes foram quebrados pelo sacrifício de Cristo: Mt 12,28; Lc 8,31; 10,17; Jo 3,35; 12,31; Ef 6,11; Cl 1,13; 1Jo 3,8; Ap 12,11.
• Sofrerão tormentos eternos: Mt 25,41; Ap 14,10-11; 19,20; 20,10.
• Têm liberdade para tentar os homens: 1Rs 22,22; Jó 1,12; Mt 4,1; Mc 1,13; Lc 4,2; Jo 13,2; At 5,3; 1Cor 7,5; 2Cor 2,11.
• Temem o Evangelho: Mt 8,29; Tg 2,19.
• Tentam nos afastar de Deus: Ef 4,27-6,11; 1Tm 5,15; Tg 4,7.
• O Homem
• Está inclinado à tentação: Rm 7,15-23; 1Cor 7,5; Ef 6,11; 1Ts 3,5; 2Tm 3,12; Tg 4,2; 1Pd 2,11; 5,8.
• Está sujeito à morte: 2Sm 14,14; Jó 14,5; Sb 2,24; Eclo 25,24; Rm 5,12-14; 6,23; 1Cor 15,21-22; Hb 9,27.
• Foi castigado por ter pecado:Gen 3; Sb 2,24; Eclo 25,24; Ez 28,12-17; Rm 5,12; 1Cor 15,21; 1Tm 2,14.
• Foi criado homem e mulher: Gn 1,27; Mt 19,4; Mc 10,6; 1Cor 11,8.
• Foi criado por Deus: Gn 1,26-27; 2,7; Jó 33,4; Sl 8,5; Ecl 12,7; Sb 2,23; 10,1; Eclo 17,1; 2Mc 7,28; Mt 19,4; Mc 10,6.
• Já foi exaltado anteriormente: Gn 1,26; 2,8.
• Ofendeu a Deus pelo pecado: 2Sm 12,13; Sl 32,5; Is 1,2; Jr 2,29; Os 7,13; Rm 1,18-32; 6,1; Gl 5,17; Ef 4,30; 5,3; Cl 3,5.
• Será julgado pelos seus méritos: At 17,31; Rm 2,6.11; 14,10; 2Cor 5,10; 11,15; Cl 3,25; Hb 11,6; 1Pd 1,17; Ap 20,13.
• Tem a promessa da ressurreição: Jo 6,54; 2Cor 4,13-14; Fl 3,11; 1Ts 4,14; 2Tm 2,1.
• Tem o paraíso como recompensa por sua justiça: Mt 5,12; Cl 1,5; Hb 10,34.
• Teve sua dignidade resgatada por Cristo: Rm 5,8; 8,9-11; Ef 2,6; Cl 2,12; 3,1.
• A Alma e sua Imortalidade
• A salvação: Tg 1,21; 5,20; 1Pd 1,9.
• A tentação durante a vida sujeita a alma: 1Pd 2,11; 2Pd 2,14.
• As almas dos justos herdam os céus: Sb 3,1; Ap 6,9; 8,3; 20,4.
• Confiada aos cuidados de Deus após a morte: Sl 31,5; At 7,59; 1Pd 4,19.
• É distinta do corpo material: Mt 10,28; At 2,27; 1Ts 5,23; Hb 4,12.
• Foi criada à imagem de Deus: Gn 1,26-27; 1Cor 11,7; Cl 3,10.
• Foi criada por Deus: Gn 2,7; Ecl 12,7; Is 57,16; Zc 12,1.
• Nada compensa a perda da alma: Mt 16,26; Mc 8,36.
• Se separa do corpo na hora da morte: Gn 35,18; Ecl 12,7; Lc 12,20.
• Sobrevive à morte do corpo: Gn 35,18; 1Sm 28,19; 1Rs 17,22; Mt 10,28; Lc 8,55.
• Maria Santíssima
• Anunciação: Lc 1,28.
• Bendita entre as mulheres: Lc 1,42-48.
• Cheia de Graça: Lc 1,28.48.
• Concebida sem pecado: Gn 3,15; Lc 1,28.
• Devotava-se à oração: At 1,14.
• Foi nos dada como mãe: Jo 19,25-27.
• Guardava as palavras de Jesus: Lc 2,19.
• Mãe de Deus: Is 9,6; Mt 1,23; Lc 1,32.35.43; 2,11; Gl 4,4.
• Meditava sobre as palavras de Jesus: Lc 2,51.
• Permaneceu sempre virgem: (tipificado em) Ez 44,2; Lc 1,34.
• Possibilidade da assunção aos céus, como Enoque e Elias: Gn 5,24; Hb 11,5; 2Rs 2,1-13.
• Prevista no AT: Is 7,14; Mq 5,2-3.
• Responsável pelo 1º milagre de Jesus: Jo 2,1-12.
• Sofreu muita tristeza: Lm 1,12; Lc 2,34-35.48; Jo 19,25.
• Virgem: Is 7,14; Mt 1,18-25; Lc 1,27.34.
• Filhos
• A falta de filhos é considerada uma reprovação: Gn 16,4; 30,1; 1Sm 1,6.11; Is 4,1; Lc 1,25.
• As crianças são abençoadas por Jesus: Mt 19,13; Mc 10,13.16; Lc 18.15.
• Devem honrar os seus pais: Ex 20,12; Lv 19,3; Dt 5,16; Eclo 3,1-16; Mt 15,4; Mc 7,10; 10,19; Lc 18,20; Ef 6,2-3.
• Devem ser disciplinados: Dt 8,5; Pv 3,12; 13,24; 22,15; 23,13-14; 29,15.17; Sb 11,9-10; Eclo 30,1-3; Ef 6,4.
• Jesus era obediente aos seus pais: Lc 2,51.
• Não devem ser escandalizadas: Mt 18,6; Mc 9,42; Lc 17,2.
• Os cristãos devem ser inocentes como as crianças: Sl 131,1-2; Mt 18,3; Mc 10,15; Lc 18,17; 1Jo 2,1.12; 4,4.5-21. / Mas adultos em seus pensamentos: 1Cor 3,1-3; 13,11; Hb 5,11-14; 1Pd 2,2.
• Receber bem a uma criança é receber bem o próprio Jesus: Mt 18,5.10; Mc 9,37; Lc 9,48.
• São uma bênção de Deus: Sl 115,14; 127,3-5; 128,3-6; 144,17; Pv 17,6.
• O Pecado
• A blasfêmia contra o Espírito Santo (atribuir a obra de Deus ao diabo) é um pecado imperdoável: Mt 12,31-32; Lc 12,10.
• Alguns pecados nos exclui do reino de Deus: 1Cor 6,9-10; Gl 5,19-21; Ef 5,3-5; Cl 3,5-10; Hb 13,4-5; Ap 21,8-9.27.
• Apenas Deus pode perdoar o pecado: Mc 2,7; Lc 5,21.
• Cristo perdoa os pecados: Mt 9,2-6; Mc 2.10; Lc 5,24; 7,48; Jo 5,14.
• Deus deseja a conversão do pecador: Is 49,14-16; Jr 3,12; 31,20; Ez 18,23; 33,11; Lc 15,20-24.32; 18,13; 19,10; Jo 8,11; Rm 11,32; 2Pd 3,9.
• É delegado o poder de perdoar aos Apóstolos: jo 20,23; 2Cor 5,18.
• É causa da morte: Gn 3,17-19; Sb 1,12; 2,24; Eclo 25,24; Rm 5,12; 6,11; 1Cor 15,21.
• É prejudicial para obtermos a glória de Deus: Rm 3,23; (Cf.) Rm 5,2.
• É uma rebelião contra Deus: Nm 15,30; Dt 32,5; 2Sm 12,9; Jó 35,6; Is 1,2; 48,8; Br 4,8.
• Pode ser mortal ou venial (grau): 1Jo 5,16-17.
• Nos afasta de Deus: Rm 1,18-32; Ef 4,18; Cl 1,21; 1Pd 1,18.
• Provém do diabo: Jo 8,44; At 13,10; 1Jo 3,8-10.
• Torna-nos escravos: Jo 8,34; Rm 6,16-19; 2Pd 2,19.
SOBRE DEUS
Por --
Tradução: Carlos Martins Nabeto
Fonte: Site Catholic Doctrinal Concordance
• A Natureza de Deus
• É Amor: 1Jo 4,8.
• É Espírito: Jo 4,24.
• É fonte de vida e santidade: Rm 6,23; Gl 6,8; Ef 1,4-5; 1Ts 4,3; 2Ts 2,13-17.
• É ilimitado: 1Rs 8,27; Jr 23,24; At 7,48-49.
• É misericordioso: Ex 34,6; 2Cr 30,9; Sl 25,6; 51;1; Is 63,7; Lc 6,36; Rm 11,32; Ef 2,4; Tg 5,11.
• É o Criador: Gn 1,1; Jó 26,13; Sl 33,6; 148,5; Pv 8,22-31; Eclo 24,8; 2Mc 7,28; Jo 1,3; Cl 1,16; Hb 11,3.
• É o Juiz do universo: 1Sm 2,10; 1Cr 16,33; Ez 18,30; Mt 16,27; At 17,31; Rm 2,16; 2Tm 4,1; 1Pd 4,5.
• É o único Deus: Dt 32,39; Is 43,10; 44,6-8; Os 13,4; Ml 2,10; 1Cor 8,6; Ef 4,6.
• É onipotente: Gn 17,1; 28,3; 35,11; 43,14; Ex 6,3; Ap 1,8; 4,8; 11,17; 16,14; 21,22.
• É onipresente: Sl 139,7; Sb 1,7; Eclo 16,17-18; Jr 23,24; Am 9,2-3; Ef 1,23.
• É todo-poderoso: Gn 39,24; Sl 24,8; 50,1; Is 10,21; Jr 32,18; 2Mc 11,13.
• A Santíssima Trindade
• Batismo ministrado em nome da Trindade: Mt 28.19.
• Bênção dada em nome da Trindade: 2Cor 13,14.
• Manifestação da Trindade no NT: Mt 3,16-17; Lc 1,35; 3,21-22.
• Pluralidade de Pessoas mencionada no NT: Jo 14,15.26; 15,26; At 1,6-8; Rm 8,9; 1Cor 6,10-11; Ef 4,4-6; 1Pd 1,2; 1Jo 5,6-7; Jd 20,21.
• Prefiguração da pluralidade de Pessoas no AT: Gn 1,26; 3,22; 11,7; 18,1-5.9-10.16.
• Jesus Cristo
• É a glória de Deus: 1Cor 2,8; Hb 1,3; Tg 2,1; Ap 21,23.
• É chamado "o alfa e o ômega": Ap 1,8; 21,6; (Cf.) Ap 22,13-16.
• É chamado "o primeiro e o último": Is 41,4; 44,6; (Cf.) Ap 1,17; 2,8.
• É eterno: Mq 5,2; Jo 1,1; Cl 1,17; Hb 1,10.
• É imutável: Ml 3,6; (Cf.) Hb 1,12; 13,8.
• É o Filho de Deus: Mt 16,16; 26,63-64; 1Jo 4,15.
• É o Messias (Cristo [gr.]): Is 7,14; 9,6; Jr 23,5; 30,9; Ez 34,23; Mq 5,2; Zc 9,9; (Cf.) Jo 1,41; 4,25-26.
• É o poder e a sabedoria de Deus: 1Cor 1,24.
• É o Rei dos reis: Ap 1,5; (Cf.) Ap 17,14; 1Tm 1,17; (Cf.) Ap 15,3.
• É o Senhor de todos: At 10,36; Rm 10,12.
• É onisciente: Sl 139; (Cf.) Lc 6,8; Jo 6,64; 13,11; 16,13; 21,17.
• É verdadeiro Deus: Jo 1,1; 5,18; 8,58; 20,28; Fl 2,6; Cl 1,15-19; 2,9; Tt 2,13.
• É verdadeiro Homem (provado por seu sofrimento): Mt 26,38; 27,50; Mc 15,37; Lc 23,46; Jo 1,14; 19,30; At 2,22; 3,22; Fl 2,7; 1Tm 2,5; Hb 2,17; 1Jo 1,2.
• Provém do Pai: Jo 1,14; 3,16.18; 1Jo 4,9.
• A Morte de Cristo
• Morreu para a nossa Salvação: Is 53,4-10; Mt 20,28; Lc 24,46; Jo 12,24; Rm 5; Ef 5,2; 1Pd 1,18; 2,24; 1Jo 2,2; 1Ts 5,10.
• Prevista no AT: Sl 22,69; Sb 2,10-20; Is 1,5-6.53; Jr 11,19; Lm 1,12; Zc 1,12-13; (Cf.) Lc 24,46.
• A Ressurreição de Cristo
• É a certeza da nossa própria ressurreição: Rm 6,5; 1Cor 15,49; 2Cor 4,14; Fl 3,21.
• Garantia da nossa Fé: 1Cor 15,17.
• Prevista no AT: Sl 16,10; (Cf.) At 13,35.
• Prevista por Jesus: Mt 17,23; 20,19; Mc 9,9; 14,28; Lc 9,22; 18,33; Jo 2,19; 10,18.
• Provada pelas manifestações aos seus discípulos: Mt 28,9; Mc 16,9; Lc 24,13-35; Jo 20,26; 21,1; At 1,3; 1Cor 15,6.
• Significa nosso novo nascimento: Rm 6,4; Cl 2,12; 1Pd 1,3.
• Outros Dados sobre Jesus
• Jesus ascendeu aos céus: Mc 16,19; Lc 24,50; Jo 20,17; At 1,3-9; Ef 4,10; 1Tm 3,16; 1Pd 3,22.
• Jesus completará a salvação dos justos: Rm 2,7; 1Cor 1,8; Fl 3,21; Hb 9,28; 1Pd 1,5.
• Jesus foi exaltado na glória: Jo 12,16; At 2,32-33; 4,10-11; 7,55; Rm 8,34; Ef 1,20; Fl 2,9; Cl 3,1.
• Jesus julgará os vivos e os mortos: At 10,42; Rm 2,16; 2Tm 4,1; 1Pd 4,5.
• Jesus retornará na glória: Dn 7,13; Mt 24,30; 25,31; 26,64; 1Ts 4,16; Ap 1,7.
• Jesus retornará como Juiz: Jo 5,22; At 10,42; 17,31; 2Tm 4,1;1 Pd 4,5; Ap 20,12-13.
• Ninguém sabe o dia e a hora em que Jesus retornará: Mt 24,44; 25,13; Mc 13,35; Lc 12,40-46; 1Ts 5,2; 2Pd 3,10; Ap 3,3; 16,15.
• Nós devemos ficar atentos para o seu retorno: Rm 8,23; 1Cor 1,7; Fl 3,20; Cl 3,1-4; 1Tm 1,1; Hb 10,37; 2Pd 3,12.
• O Espírito Santo
• Concede vários dons: Is 11,1-3; 61,1-2; Lc 4,18-19.
• É chamado Espírito da Verdade: Jo 15,26; 1Jo 5,7.
• É chamado Paráclito, Consolador ou Conselheiro: Jo 14,16.26; 15,26; 16,7.
• É dado durante o Batismo: Mt 3,11-16; Lc 3,16; Jo 1,33; At 1,5; 2,38; 11,16.
• É dado durante o Crisma (separado do batismo): At 1,8; 8,15; 10,44; 19,6.
• É dado pelo Pai: Lc 11,13; Jo 3,34; 15,26; 1Ts 4,8; 1Jo 3,24.
• É o Mestre e o Revelador da Verdade: Jo 14,26; 16;13; At 5,32; 9,31; 1Cor 2,10; Ef 3,5.
• É transmitido pela imposição das mãos: At 8,17; 9,17; 13,2-4; 19,6.
• Inspira os homens: At 4,8; 6,10; 7,55.
• Inspirou as Sagradas Escrituras: At 3,21; 2Tm 3,16; Pd 1,21.
• Habita em nós: Jo 14,17; At 2,33; Rm 5,5; 1Cor 3,16; 6,19; Gl 3,14; Ef 1,13; 2Tm 1,14.
• Procede do Pai e do Filho: Jo 15,26; 16,7; 16,13.
SOBRE AS ÚLTIMAS COISAS
Por --
Tradução: Carlos Martins Nabeto
Fonte: Site Catholic Doctrinal Concordance
• Morte
• A morte deve ser temida: 2Rs 20,2; Is 38,2; Mc 14,33; Lc 22,44; Jo 11,33.38; 12,27; 13,21; Hb 5,7.
• A morte é o destino comum do homem: 2Sm 12,23; 14,14; 1Rs 2,2; Sl 49,8-9; Ecl 3.
• A morte encerra a nossa existência mortal: Jó 7,8-9.21; 14,10; Sl 39,13; 88,5; 102,23-24; Ecl 3,19-22; 6,1-12; Lc 12,20.
• A morte física é conseqüência do pecado: Gn 3; Sb 1,13; 2,24; Eclo 25-24; Rm 5,12; 1Cor 15,22.
• A morte traz sofrimento: Gn 23,2; 50,1; 2Sm 19,1; 2Rs 13,14; Lc 7,12,13; Jo 11,19.35.
• Cristo venceu a morte: At 13,34; Rm 6,9; 1Cor 15,25-27; 2Tm 1,10; Hb 2,14; Ap 1,18.
• Todos aqueles que morrem em Cristo viverão com Ele: Rm 6,5.8; 8,17; 2Tm 2,11.
• Purgatório
• A oração pode ajudar: 2Mc 12,45.
• A purificação é necessária para adentrar ao céu: Hb 12,14; Ap 21,27.
• Agonia temporária: 1Cor 3,15; Mt 5,25-26.
• Cristo pregou para seres espirituais: 1Pd 3,19.
• É um estado intermediário de purificação: Mt 5,26; Lc 12,58-59.
• É uma realidade entre o céu e a terra: Mt 18,23-25; Lc 23,42; 2Cor 5,10; Fl 2,10; Ap 5,2-3.23.
• Graus de expiação dos pecados: Lc 12,47-48.
• Não será perdoado nem aqui nem no mundo vindouro: Mt 12,32.
• Nada de impuro pode entrar no céu: Ap 21,27.
• Sacrifício para os mortos: 2Mc 12,43-46.
• Salvação, mas como pelo fogo: 1Cor 3,15.
• Sofrimento extra: 2Sm 12,14; Cl 1,24.
• Inferno (Geena)
• Chamado de abismo: Jó 26,5-6; Sl 88,6; 2Pd 2,4.
• Chamado de prisão: Jó 38,17; Is 24,22.
• Exclusão da presença de Deus: Mt 5,20; 7,21-23; Lc 13,24-25; 1Cor 6,9-11; Gl 5,21; 2Ts 1,9.
• Lugar de fogo: Mt 5,22; 18,9; 25,41; Mc 9,43; Lc 3,17; Tg 3,6; Jd 1,7; Ap 19,20; 20,10; 21,8.
• Lugar de miséria e tormento: Dn 12,2; Mt 8,11-12; 13,42; 22,13; Lc 13,24-28; Rm 2,8; Ap 14,9-11; 19,20.
• Lugar de trevas e silêncio: Sl 88,6; 115,17; Mt 8,12; 22,13; 25,30; 2Pd 2,17; Jd 1,13.
• Neste lugar não há chance para arrependimento: Hb 12,17.
• O inferno é o salário do pecado: Is 3,11; Rm 2,6; 6,21-23; 1Cor 6,9-10; Gl 6,7; Tg 1,15; Ap 21,8.
• Preparado para o diabo e seus anjos: Mt 25,41; Ap 14,9-11.
• Punição para a rejeição voluntária da graça de Deus: Jo 12,48; Rm 2,5; 2Ts 1,8; Hb 2,2-3; 6,4-6; 10,26-29.
• Céu
• Cristo nos levará ao céu: Mt 24,31; Jo 14,2-3; 1Ts 4,16-17; 2Ts 2,1.
• Devemos tentar ir para o céu: Cl 3,1; Hb 13,14.
• É o local de residência de Deus: Gn 19,24; Dt 10,14; 1Rs 22,19; Sl 11,4; Mt 5,16.45; 6,1.
• Graus de alegria no céu: Mt 20,21; Jo 14,1-3.
• Jesus ascendeu ao céu: Mc 16,19; Lc 24,50; Jo 20,17; At 1,3-9; Ef 4,10; 1Pd 3,22.
• Jesus desceu do céu: Jo 3,13.31; 6.38; 1Cor 15,47.
• Jesus voltará do céu: Mt 10,23; 16,27; 19;28; 35,31; At 1,11; 1Ts 4,13-18; 2Ts 1,7; 2Pd 1,16; Ap 1,7; 20,11; 22,20.
• Não é fácil entrar no céu: Pr 11,28; Mc 10,23-25; 1Cor 6,9; 1Pd 4,18.
• Nosso corpo deve primeiro ser transformado: 1Cor 15,50-51; 1Ts 4,13-17.
• O céu é o nosso lar: Mt 5,12; 2Cor 5,1-5; Fl 3,20; Cl 1,5; 1Pd 1,4.
• O céu é para todos os homens: 1Tm 2,4.
• São Paulo foi levado ao terceiro céu: 2Cor 12,2.
SOBRE ALGUMAS QUESTÕES APOLOGÉTICAS
Por --
Tradução: Carlos Martins Nabeto
Fonte: Site Catholic Doctrinal Concordance
• Sola Scriptura (Somente a Bíblia)
A idéia fundamental da reforma protestante é a de que apenas a Bíblia é a única regra de fé. Entretanto, a própria Bíblia não suporta essa crença...
• Jesus fala ou revela verdades que não se encontram na Escritura: Mt 2,23; At 20,35; Tg 4,5.
• Nem tudo está na Bíblia: Jo 21,25.
• O grande mandamento de Cristo é pregar e não escrever: Mt 28,19-20.
• Os cristãos primitivos seguiam a tradição apostólica: At 2,42.
• São Paulo reconhece autoridade à tradição oral: 1Ts 2,13; 2Ts 2,15; 2Tm 2,2; 1Cor 11,2.
• Sola Fide (Somente a Fé)
Martinho Lutero, querendo evitar a importância de se fazer boas obras, promoveu a idéia de que apenas a fé é responsável pela salvação. A Igreja, porém, sempre ensinou que a fé, a esperança e o amor (caridade) são necessários para a salvação. O único lugar em que a expressão "apenas a fé" aparece na Bíblia está em Tg 2,24, onde o autor declara que Abraão não foi salvo apenas por sua fé.
• As obras têm méritos: Fl 2,12; 2Cor 5,10; Rm 2,6; Mt 25,32-46; Gl 6,6-10.
• Devemos evitar o pecado: Hb 10,26.
• Devemos fazer o desejo de Deus: Lc 6,46; Mt 7,21; 19,16-21; 1Tm 5,8.
• Devemos guardar os mandamentos: 1Jo 2,3-4; 3,24; 5,3.
• Obtém o perdão dos pecados: Tg 5,20.
• Que proveito tem a fé sem as obras?: Tg 2,14-26.
• São Paulo se auto-disciplina para evitar perder a salvação: 1Cor 9,27.
• Livros Deuterocanônicos (chamados de "Apócrifos" pelos protestantes)
• Os deuterocanônicos foram usados no Novo Testamento: 2Mc 6,18-7,42 : Hb 11,35; Sb 3,5-6 : 1Pd 1,6-7; Sb 13,1-9 : Rm 1,18-32.
• A versão da Septuaginta (Antigo Testamento grego com os deuterocanônicos) é citada em partes onde difere da versão hebraica: Is 7,14 : Mt 1,23; Is 40,3 : Mt 3,3; Jl 2,30-31 : At 2,19-29; Sl 95,7-9 : Hb 3,7-9.
• Batismo de Crianças
• A Bíblia sugere o batismo de toda uma casa, o que inclui as crianças: At 2,38-39; 16,15.33; 1Cor 1,16.
• A circuncisão (normalmente feita em crianças) foi substituída pelo batismo: Cl 2,11-12.
• O batismo é necessário para a salvação: Jo 3,5.
• Papado/Infalibilidade
• A cátedra de Moisés como autoridade de ensino: Mt 23,2.
• A igreja edificada sobre os apóstolos e profetas: Ef 2,20.
• As chaves são símbolo de autoridade: Is 22,22; Ap 1,18.
• Pedro é sempre mencionado em primeiro, antes dos dos demais apóstolos: Mt 10,1-4; Mc 3,16-19; Lc 6,14-16; At 1,13; Lc 9,32.
• Pedro fala pelos apóstolos: Mt 18,21; Mc 8,29; Lc 12,41; Jo 6,69.
• Pedro foi o primeiro a pregar durante o Pentecostes: At 2,14-40.
• Pedro realizou a primeira cura: At 3,6-7.
• Pedro recebeu a revelação de que os gentios deveriam ser batizados: At 10,46-48.
• Simão é chamado de Cefas (aramaico: Kepha = Pedra): Jo 1,42.
• Vicário de Cristo: Lc 10,1-2.16; Jo 13,20; 2Cor 5,20; Gl 4,14; At 5,1-5.
• "Apascenta as minhas ovelhas": Jo 21,17.
• "Simão, confirma os teus irmãos": Lc 22,31-32.
• "Sobre esta Pedra edificarei a minha Igreja; [...] Te darei as chaves do céu; [...] Tudo que ligares e desligares: Mt 16,18-19.
• Irmãos de Jesus?
O Cristianismo tradicional afirma que Jesus é o único filho de Maria. As citações aos "irmãos do Senhor" se referem a outros membros da família e, em alguns casos, aos seus próprios discípulos.
• Maria, esposa de Cléofas e irmã da Virgem Maria (Jo 19,25) é a mãe de Tiago e José (Mc 15,47; Mt 27,56), que são chamados de "irmãos do Senhor" (Mc 6,3).
• Em At 1,12-15, vemos que os Apóstolos, Maria, algumas mulheres e os irmãos de Jesus totalizam aproximadamente 120 pessoas, o que é um número muito alto de irmãos.
• Gn 14,14: Lot, sobrinho de Abraão (cf. Gn 11,26-28), é chamado de irmão de Abraão.
• Gn 29,15: Labão, tio de Jacó, chama Jacó de seu irmão.
• Jo 19-26-27: Jesus entrega Maria aos cuidados de seu discípulo João e não a um de seus supostos irmãos.
• Os Santos
• A transfiguração - onde está descrita a morte de Moisés e Elias?: Mt 17; Mc 9.
• Corpo de Cristo: 1Cor 12,25-27; Rm 12,4-5.
• Deus não é o Deus dos mortos, mas dos vivos: Mc 12,26-27.
• Intercessão de Moisés e Samuel: Jr 15,1.
• O aviso é para não evocar os mortos, mas os santos podem ser invocados pois estão vivos para Deus: Dt 18,10.
• Oração intercessória: Ef 6,18; Rm 15,30; Cl 4,3; 1Ts 1,11.
• Os falecidos Onias e Jeremias intercedem pelos judeus: 2Mc 15,11-16.
• Os santos estão unidos com Deus: 1Cor 13,12; 1Jo 3,2.
• Os santos são reerguidos na ressurreição e circulam por Jerusalém: Mt 27,52; Ef 2,19.
• Veneração de anjos unidos com Deus: Js 5,14; Dn 8,17; Tb 12,16; Mt 18,10.
• As Imagens
• Deus ordena a confecção de imagens: Ex 25,18-22; Nm 21,8-9.
• Salomão constrói o Templo com estátuas e imagens: 1Rs 6,23-29.35; 7,29.
• Você já está salvo?
• 1Cor 10,12 - "Assim, pois, aquele que julga estar de pé, tome cuidado para não cair".
• Mt 19,16-17 - "Aí alguém se aproximou dele e disse: 'Mestre, que farei de bom para ter a vida eterna?' Respondeu [Jesus]: 'Por que me perguntas sobre o que é bom? O Bom é um só. Mas se queres entrar para a Vida, guarda os mandamentos'".
• Lc 10,25-28 - "E eis que um doutor da lei se levantou e disse para experimentá-lo: 'Mestre, que farei para herdar a vida eterna?' Ele disse: 'Que está escrito na Lei? Como lês?'. Ele então respondeu: 'Amarás o Senhor teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, com toda a tua força e de todo o teu entendimento; e a teu próximo como a ti mesmo'. Jesus disse: 'Respondeste corretamente; faze isso e viverás'".
• Jo 5,24 - "Em verdade, em verdade vos digo: quem escuta a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não vem a julgamento, mas passou da morte à vida".
• Jo 6,54 - "Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia".
• Mt 10,22 - "E sereis odiados por todos por causa do meu nome. Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo".
• Mc 16,16 - "Aquele que crer e for batizado será salvo; o que não crer será condenado".
• Jo 3,5 - "Respondeu-lhe Jesus: 'Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus".
PALAVRA DE DEUS = BÍBLIA + TRADIÇÃO + MAGISTÉRIO
Por Catholic Answers
Tradução: Carlos Martins Nabeto
Fonte: Livro "Pillar of Fire, Pillar of Truth" (2ª ed.)
Desde o princípio, Deus fala com sua Igreja através da Bíblia e da Sagrada Tradição. Para garantir que sejam compreendidas por nós, Deus guia a autoridade de ensino da Igreja - o Magistério - para que esta possa interpretar perfeitamente a Bíblia e a Sagrada Tradição. Eis a dádivá da infalibilidade!
Esses três elementos - a Bíblia, a Sagrada Tradição e o Magistério - são todos necessários para que haja a estabilidade da Igreja e para garantir a segurança da doutrina.
1. A Sagrada Tradição (Catec.Igr.Cat. 75-83)
A Sagrada Tradição não deve ser confundida com a simples tradição humana, geralmente chamada de costume ou disciplina. Algumas vezes Jesus condenou os costumes ou disciplinas, mas somente quando estes contradiziam os Mandamentos de Deus (cf. Mc 7,8). Jesus nunca condenou a Sagrada Tradição e nem todas as tradições humanas.
A Sagrada Tradição e a Bíblia não são diferentes, nem são revelações concorrentes. Na verdade, são dois modos de como a Igreja segue o Evangelho. Os ensinamentos apostólicos como a Santíssima Trindade, o batismo das crianças, a infalibilidade da Bíblia, o purgatório e a virgindade perpétua de Maria têm sido, de forma muito clara, demonstrada pela Sagrada Tradição, ainda que estejam implicitamente presentes (e não em contradição) na Bíblia. A própria Bíblia nos remete à Tradição, tanto na forma oral quanto escrita (cf. 2Ts 2,15; 1Cor 11,2).
Como dissemos, a Sagrada Tradição não deve ser confundida com os costumes e as disciplinas, como o rosário, o celibato sacerdotal e a proibição de comer carne nas sextas-feiras da Quaresma; tais costumes são bons e úteis, mas não doutrinas. A Sagrada Tradição preserva as doutrinas pregadas por Jesus primeiro aos seus Apóstolos e, mais tarde, repassadas aos sucessores dos Apóstolos, isto é, aos bispos.
2. As Sagradas Escrituras (Catec.Igr.Cat. 101-141)
As Sagradas Escrituras, que englobam o Antigo e o Novo Testamento, foram inspiradas por Deus (2Tm 3,16). Foi o Espírito Santo que guiou os autores bíblicos a escreverem aquilo que Ele desejava revelar. Já que Deus é o principal autor da Bíblia e Deus é Verdade (cf. Jo 14,6), não pode Ele ensinar algo errado e, assim, a Bíblia está isenta de qualquer erro, em tudo que ela defende como Verdade.
Alguns cristão dizem: "A Bíblia é tudo do que preciso", contudo, tal afirmativa não se encontra na própria Bíblia. Na verdade, a Bíblia ensina justamente o contrário, como lemos em 2Pd 1,20-21 e 2Pd 3,15-16). Além disso, a teoria de que "somente a Bíblia basta" nunca foi professada pela Igreja primitiva.
Trata-se, assim, de um conceito novo, surgido durante a Reforma Protestante do séc. XVI. Tal teoria é "tradição dos homens" que anula a Palavra de Deus, distorcendo a verdadeira regra bíblica e excluindo a autoridade da Igreja estabelecida por Jesus (cf. Mc 7,1-8).
Ainda que seja popular em muitas igrejas cristãs, a teoria de que "somente a Bíblia basta" simplesmente não funciona na prática. A experiência histórica desaprova essa idéia pois a cada ano vemos surgir mais e mais religiões, cada qual com uma interpretação bíblica diferente.
Existem hoje dezenas de milhares de denominações, cada qual afirmando que sua interpretação particular da Bíblia é a correta. As divisões que geram causam confusões indescritíveis entre milhões de cristãos sinceros, mas desorientados.
[Para se ter uma idéia,] basta abrir as páginas amarelas da lista telefônica para verificarmos quantas denominações diferentes estão catalogadas, cada uma dizendo que "somente a Bíblia basta", mas nenhuma concordando exatamente com a interpretação bíblica de todas as demais.
Porém, podemos ter a certeza de uma coisa: o Espírito Santo não pode ser o autor de toda essa confusão (cf. 1Cor 14,33). Deus não pode conduzir as pessoas através de crenças contraditórias já que a Verdade é uma só. Que conclusão podemos então tirar? De que a teoria que diz que "somente a Bíblia basta" [para o cristão] é falsa.
3. O Magistério (Catec.Igr.Cat. 85-87; 888-892)
Juntos, o papa e os bispos compõem a autoridade de ensino da Igreja, que é chamada de "Magistério" (do latim Magisterium que significa Mestre). O Magistério, guiado e protegido contra o erro pelo Espírito Santo, nos dá a certeza da doutrina. A Igreja defenda e proclama a mensagem da Bíblia fiel e precisamente. Trata-se de uma tarefa da Igreja, autorizada por Deus.
Devemos ter em mente que a Igreja nasceu antes da redação do Novo Testamento; e não o inverso! Os membros da Igreja, inspirados por Deus, escreveram os livros que formam o Novo Testamento da mesma maneira como os escritores do Antigo Testamento também eram divinamente inspirados; e é a Igreja que é guiada pelo Espírito Santo para guardar e interpretar toda a Bíblia, tanto o Novo quanto o Antigo Testamento.
Assim, torna-se absolutamente necessário um intérprete oficial quando precisamos compreender a Bíblia apropriadamente (ora, todos nós sabemos o que diz a Constituição Federal, porém, cabe ao Supremo Tribunal Federal interpretá-la realmente).
O Magistério é infalível quando ensina oficialmente já que Jesus prometeu enviar o Espírito Santo para guiar os Apóstolos e seus sucessores no conhecimento de toda a Verdade (cf. Jo 16,12-13).
AS ORIGENS
Por --
Fonte: Agnus Dei
1. DEUS CRIA O MUNDO A PARTIR DO NADA
No princípio, Deus criou o céu e a terra. A terra era ainda informe e vazia; estava coberta de águas e havia trevas por toda a parte.
Deus disse então: "Exista a luz" e a luz apareceu. Separou a luz das trevas e chamou à luz de "dia" e às trevas de "noite". Este foi o primeiro dia.
E Deus disse: "Faça-se um firmamento que separe as águas umas das outras" e assim se fez. Deus chamou ao firmamento de "céu". Foi o segundo dia.
E Deus disse: "Ajuntem-se as águas que estão debaixo do céu num só lugar e apareça o solo firme" e assim se fez. Deus chamou ao solo firme de "terra" e ao conjunto das águas de "mar". E Deus disse: "Que a terra produza ervas, plantas e árvores que dêem frutos, cada qual segundo sua espécie" e assim se fez. Foi o terceiro dia.
E Deus disse: "Haja corpos luminosos no firmamento" e assim se fez. Deus criou então dois grandes astros: o maior para presidir ao dia e o menor para presidir a noite. Criou também as estrelas. Foi o quarto dia.
E Deus disse: "Povoem-se as águas de seres vivos e voem aves sobre a terra, debaixo do firmamento do céu". Deus criou então os peixes nas águas e as aves nos ares. Abençoou-os e disse-lhes: "Crescei e multiplicai-vos". Foi o quinto dia.
E Deus disse: "Produza a terra seres vivos de toda a espécie: animais domésticos, répteis e feras" e assim se fez.
2. DEUS CRIA O HOMEM
Em seguida, Deus disse: "Façamos o homem à nossa imagem e semelhança; que ele domine os peixes do mar, as aves do céu, os animais e toda a terra. Deus formou então o corpo do homem com o barro da terra e comunicou-lhe um sopro de vida. Ao primeiro homem deu o nome de "Adão". Foi o sexto dia.
3. DEUS INSTITUI O SÁBADO
No sétimo dia Deus descansou. Abençoou este dia e o santificou.
[Deus também criou um mundo invisível, o dos espíritos inumeráveis chamados anjos. Eram bons e felizes, mas muitos deles pecaram por orgulho e foram precipitados no Inferno; são os espíritos maus ou demônios].
4. O HOMEM NO PARAÍSO
Deus plantara para o homem um jardim de delícias ou Paraíso, onde fez crescer árvores de todas as espécies, formosas à vista e carregadas de frutos deliciosos.No meio, erguia-se a árvore da ciência do bem e do mal.
Deus colocou o homem neste jardim para o cultivar e guardar. E disse: "Podes comer dos frutos de todas as árvores do jardim, exceto da árvore da ciência do bem e do mal. Se comeres do fruto dessa árvore, morrerás".
5. DEUS CRIA EVA
Em seguida Deus disse: "Não é bom que o homem esteja só. Façamos-lhe uma auxiliar semelhante a ele". Mandou então um sono profundo a Adão e, tirando uma das suas costelas, formou com ela uma mulher. Quando Adão acordou, Deus a apresentou. Assim que a viu, Adão exclamou: "Eis o osso dos meus ossos e a carne da minha carne". Adão chamou à mulher de "Eva", que significa mãe de todos os viventes.
6. EVA E ADÃO COMETEM O PECADO
O demônio invejava a felicidade dos homens. Para os enganar, disfarçou-se em forma de serpente e disse à mulher: "Por que Deus vos mandou que não comesseis dos frutos destas árvores?". A mulher respondeu: "Nós podemos comer do fruto de todas as árvores. Só nos é proibido o fruto da árvore que está no meio [do jardim]. O Senhor mandou que nem a tocássemos, senão poderíamos morrer". A serpente replicou: "Nada disso, vós não morrereis. Assim que comerdes deste fruto, ficareis com os olhos abertos e sereis como Deus, conhecendo o bem e o mal".
Então a mulher pensou que seria bom comer desse fruto, que tão formoso lhe parecia. Apanhou um e comeu e depois o deu a seu marido, que comeu também. Imediatamente se abriram os olhos de ambos e perceberam que estavam nús. Costuraram folhas de figueira e fizeram cintos para se cobrir. Mas sentindo que Deus se aproximava, esconderam-se debaixo das árvores do jardim.
7. ADÃO E EVA CONFESSAM A SUA FALTA
Deus chamou por Adão, dizendo: "Onde estás?". Adão respondeu: "Sentindo que vos aproximavas, tive medo porque estava nú e escondi-me".Disse-lhe Deus: "Como soubeste que estavas nú? Acaso comeste do fruto da árvore proibida?". Adão respondeu: "A mulher que me deste por companheira deu-me do fruto desta árvore e eu comi".Então o Senhor disse à mulher: "Por que fizeste isso?". Ela respondeu: "Foi a serpente que me enganou".
8. DEUS PROMETE O REDENTOR
Deus disse à serpente: "Já que fizeste isso, serás maldita entre todos os animais. Andarás rastejando sobre o teu peito e comerás terra todos os dias da tua vida. Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a sua raça e a tua; ela te pisará a cabeça e tu procurarás atingí-la no calcanhar".
9. DEUS CASTIGA O HOMEM PECADOR
À mulher [Deus] disse: "Terás grandes sofrimentos e muitos desgostos com teus filhos. Estarás sob o poder do marido e ele será o teu senhor".
A Adão disse: "A terra será maldita por tua causa. Por si só não produzirá além de espinhos e cardos. Comerás o pão com o suor do teu rosto até que voltes à terra de que foste tirado, porque tu és pó e ao pó irás retornar".
Depois Deus vestiu Adão e Eva com umas túnicas de peles e os expulsou do Paraíso. Pôs à entrada do Paraíso querubins armados com espada de fogo para guardar o caminho da árvore da vida.
OS FILHOS DOS PRIMEIROS HOMENS
Por --
Fonte: Agnus Dei
10. CAIM MATA SEU IRMÃO ABEL
Adão e Eva tiveram dois filhos: Caim e Abel. Abel era pastor de ovelhas e Caim lavrador. Aconteceu que ambos ofereceram sacrifícios ao Senhor. Caiu deu frutos das suas terras e Abel os melhores cordeiros do seu rebanho. O Senhor viu com prazer o sacrifício de Abel, mas não olhou para a oferenda de Caim. Este ficou muito irritado. O Senhor disse-lhe: "Por que estás irritado? Se praticares o bem serás recompensado, mas se fizeres o mal serás castigado. Domina as tuas paixões". Depois disto, Caim disse a seu irmão: "Saiamos". E, logo que estavam no campo, Caim lançou-se contra seu irmão Abel e o matou.
11. DEUS CASTIGA CAIM
Imediatamente o Senhor disse a Caim: "Onde está o teu irmão Abel?". Caim respondeu: "Não sei. Acaso sou o guarda de meu irmão?. Disse-lhe Deus: "O que fizeste? O sangue de teu irmão grita da terra por mim. Por isso serás maldito sobre a terra que bebeu o sangue de teu irmão".
Então Caim disse ao Senhor: "O meu pecado é tamanho que não mereço perdão. Esconder-me-ei do vosso olhar e quem me encontrar me matará". Disse-lhe o Senhor: "Não será assim". E marcou-o com um sinal para que ninguém ousasse matá-lo. Caim afastou-se e andou errante pelo oriente do Éden. Os seus descendentes foram os maus filhos dos homens.
12. SET SUBSTITUI ABEL
Adão e Eva tiveram outro filho, ao qual chamaram Set. Os descendentes de Set foram os piedosos filhos de Deus. Mas, pouco a pouco, aliaram-se com os maus filhos dos homens e adotaram os seus perversos costumes.
[Deus concedeu larga vida aos patriarcas: Adão viveu 930 anos; Set, 912; Matusalém, avô de Noé, 969; Henoc, pai de Matusalém, viveu com tanta piedade que o Senhor o levou deste mundo e ele não morreu].
A HISTÓRIA DE NOÉ E SEUS FILHOS
Por --
Fonte: Agnus Dei
13. DEUS ANUNCIA O DILÚVIO
Deus viu que os homens se pervertiam cada vez mais. Arrependeu-se de os ter criado e disse: "Exterminarei os homens da face da terra". Só um homem, chamado Noé, achou graça diante do Senhor porque era justo. Deus disse a Noé: Faze uma arca de madeira com 300 côvados de comprimento, 50 de largura e 30 de altura; reveste-a de betume por dentro e por fora. Mandarei o dilúvio sobre a terra; tudo o que nela vive perecerá. Mas farei uma aliança contigo. Entrarás na arca com teus filhos, tua mulher e as mulheres de teus filhos. Tomarás também animais de cada uma das espécies para que sobrevivam contigo e alimentos para o vosso sustento". E Noé fez tudo o que Deus lhe havia ordenado.
14. O DILÚVIO INUNDA A TERRA
Então Deus abriu todas as fontes do grande abismo e uma chuva torrencial caiu durante 40 dias e 40 noites. As águas aumentaram e passaram 15 côvados acima dos montes mais altos. A arca flutuava sobre as águas. Todos os homens e todos os animais morreram. Só sobreviveu Noé e os que estavam com ele na arca. As águas cobriram a terra durante 150 dias. Então Deus mandou um vento quente e as águas começaram a baixar. Por fim, a arca deteve-se sobre uma montanha da Armênia.
15. DEUS ESTABELECE UMA ALIANÇA COM NOÉ.
Noé saiu da arca com toda a sua família e os animais. Levantou um altar e ofereceu um sacrifício ao Senhor. O Senhor aceitou o seu sacrifício e disse: "Nunca mais um dilúvio devastará a terra". Em seguida, abençoou Noé e os seus filhos e disse-lhes: "Eis que vou fazer a minha aliança convosco e com a vossa posterioridade. O meu arco nas nuvens é o sinal da minha aliança convosco".
OS DESCENDENTES DE NOÉ
Por --
Fonte: Agnus Dei
16. CAM PECA CONTRA SEU PAI
Os filhos de Noé que saíram com ele da arca chamavam-se: Sem, Cam e Jafet. Cam era pai de Canaan. Deles descenderam todos os homens que depois povoaram a terra.
Noé, que era agricultor, começou a cultivar a vinha e fez vinho. Mas, como ainda não conhecia a sua força, foi surpreendido pela embriaguez e adormeceu nú na sua tenda. Cam, vendo o pai naquele estado, pôs-se a rir dele. Pelo contrário, Sem e Jafet entraram recuando na tenda para não verem o pai e o cobriram com o seu manto.
17. NOÉ JULGA OS FILHOS
Logo que Noé soube o que tinham feito seus filhos, disse: "Maldito seja Canaan! Ele será escravo dos escravos de seus irmãos!". Em seguida, abençoou Sem e Jafet, dizendo-lhes: "Bendito seja o Senhor, Deus de Sem, e Canaan seja seu escravo! Alargue-se Jafet e habite nas tendas de Sem e Canaan seja seu escravo!".
18. DEUS DISPERSA OS DESCENDENTES DE NOÉ
Os descendentes de Noé foram muito numerosos. Partindo do Oriente, estabeleceram-se na planície de Senaar. Ali, disseram uns para os outros: "Construamos uma cidade e ergamos uma torre que chegue até o céu". Até então, todos os homens falavam a mesma língua. Deus disse: "Vou confundir-lhes a linguagem, de forma que não se entendam uns com os outros".
Tiveram então de parar com os seus trabalhos. À cidade, chamou-se Babel, que quer dizer confusão, por lá ter sido confundida a linguagem dos homens.
Noé morreu com 950 anos de idade, 350 após o dilúvio.
[Pouco a pouco os homens esqueceram o Senhor e caíram na idolatria. Então Deus escolheu Abraão e a sua descendência, o povo de Israel, para guardar a verdadeira fé e a esperança na vinda do Redentor].
A HISTÓRIA DE ABRAÃO
Por --
Fonte: Agnus Dei
19. DEUS CHAMA ABRÃO
Taré, descendente de Sem, teve três filhos: Abrão, Nacor e Aran. Tendo partido de Ur, na Caldéia, com seu filho Abrão, seu neto Lot e Sarai, esposa de Abrão, foi viver em Haran, na Mesopotâmia.
Um dia, Deus disse a Abrão: "Sai da tua terra e da casa de teu pai e vai para a terra que eu te mostrar. Em ti serão benditas todas as nações da terra".
Abrão obedeceu. Foi com Sarai, sua mulher, e seu sobrinho Lot para a terra de Canaan. Aí lhe apareceu o Senhor e lhe disse: "Darei esta terra aos teus descendentes".
20. MELQUISEDEC ABENÇOA ABRÃO
Aconteceu que uns reis estrangeiros invadiram aquela terra, saquearam as cidades e levaram muitos cativos. Abrão reuniu 318 servos e, à frente deles, perseguiu os inimigos, venceu-os e retomou todo o saque. No regresso, passou pela cidade de Salém. Então Melquisedec, rei de Salém, trouxe pão e vinho para o sacrifício porque era sacerdote do Altíssimo. E abençoou Abrão, dizendo: "Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, Criador do céu e da terra!". Depois disto, Abrão deu-lhe o dízimo de todos os seus bens.
21. DEUS PROMETE DESCENDÊNCIA A ABRAÃO
Abrão não tinha filhos. Uma noite, Deus disse-lhe: "Levanta os olhos e conta, se podes, as estrelas do céu! A tua descendência será tão numerosa como elas". Abrão acreditou em Deus e Deus imputou à justiça a sua fé.
Aos 99 anos de idade, Abrão teve outra aparição em que o Senhor lhe disse: "Daqui em diante não te chamarás Abrão mas sim Abraão, porque te destinei oara pai de muitas gentes. Para o futuro, não chamarás a tua mulher de Sarai mas de Sara. Eu a abençoarei e ela terá um filho ao qual chamarás Isaac. Concluirei com ele uma aliança perpétua em favor da sua posterioridade".
22. DEUS EXPERIMENTA ABRAÃO
Deus cumpriu a sua promessa. Sara teve um filho na sua velhice e Abraão deu-lhe o nome de Isaac.
Sendo este já crescido, Deus experimentou Abraão e disse-lhe: "Toma Isaac, teu filho único a quem amas, para me ofereceres em sacrifício na montanha que eu te desginar".
Abraão levantou-se antes de amanhecer, preparou o jumentinho, cortou a lenha necessária para o sacrifício e pôs-se a caminho com Isaac e dois servos. Ao terceiro dia, avistou de longe a montanha do sacrifício. Disse então aos servos: "Esperai aqui com o jumento enquanto eu e meu filho vamos lá em cima adorar o Senhor". Pôs a lenha sobre os ombros de Isaac e ele mesmo levou o fogo e o cutelo.
Enquanto subiam, Isaac disse: "Meu pai!". Abraão perguntou: "O que queres, meu filho?". Isaac respondeu: "Levamos o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o sacrifício?". Abraão disse: "Deus tratará disso, meu filho".
Quando chegaram, Abraão levantou o altar, dispôs nele a lenha, amarrou o filho e o colocou em cima.
Em seguida, agarrou no cutelo para imolar a criança.
23. DEUS POUPA ISAAC
Então, do alto do céu, gritou o anjo do Senhor: "Abraão! Abraão! Não faças mal ao menino. Agora sei que temes a Deus pois não poupaste teu filho único para me obedeceres". Abraão levantou os olhos e viu um cordeiro preso num espinheiro. Foi buscá-lo e ofereceu-o em holocausto em lugar do filho. Então o anjo do Senhor disse pela segunda vez: "Já que para me obedeceres não poupaste o teu filho único, eu te abençoo. Dar-te-ei uma posterioridade tão numerosa como as estrelas do céu e a areia na praia marítima. Em um dos teus descendentes serão benditas todas as nações da terra".
[Abraão viveu até a idade de 175 anos. Seu filho sepultou-o em Mambré, junto de Sara, sua esposa].
Sete chaves para ler e conhecer a Bíblia
Por Jaime Francisco de Moura
Fonte: www.padrelucas.com.br/cursos.asp
Primeiro passo para conhecer a Bíblia é ler a própria Bíblia.
Você tem Sete Chaves que abrem o seu coração para ler a Bíblia de forma libertadora, agradável e correta. Estas chaves são fáceis de se encontrar, pois elas estão simbolizadas em seu próprio corpo.
Com as "Sete Chaves" você encontra a Palavra de Deus que está na Bíblia e na vida e entenderá melhor o sentido escondido atrás das palavras.
Veja só:
1) Pés: Bem plantados na realidade.
Para ler bem a Bíblia é preciso ler bem a vida, conhecer a realidade pessoal, familiar e comunitária do país e do mundo. É preciso conhecer também a realidade na qual viveu o Povo da Bíblia. A Bíblia não caiu do céu prontinha. Ela nasceu das lutas, das alegrias, da esperança e da fé de um povo (Ex 3,7).
2) Olhos: Bem abertos.
Um olho deve estar sobre o texto da Bíblia e o outro sobre o texto da vida. O que fala o texto da Bíblia? O que fala o texto da vida? A Palavra de Deus está na Bíblia e está na vida. Precisamos ter olhos para enxergá-la.
3) Ouvidos: Atentos, em alerta.
Um ouvido deve escutar o chamado de Deus e o outro escutar o seu irmão.
4) Coração: Livre para amar.
Ler a Bíblia com sentimento, com a emoção que o texto provoca. Só quem ama a Deus e ao próximo pode entender o que Deus fala na Bíblia e na vida. Coração pronto para viver em conversão.
5) Boca: Para anunciar e denunciar.
Aquilo que os olhos viram, os ouvidos ouviram e o coração sentiu a palavra de Deus e a vida.
6) Cabeça: Para pensar.
Usar a inteligência para meditar, estudar e buscar respostas para nossas dúvidas. Ler a Bíblia e ler também outros livros que nos expliquem a Bíblia.
7) Joelhos: Dobrados em oração.
Só com muita fé e oração dá para entender a Bíblia e a vida. Pedir o dom da sabedoria ao Espíri to Santo para entender a Bíblia.
Regras de ouro para ler a Bíblia
1) Leia-a todos os dias.
Quando tiver vontade e quando não tiver também. É como um remédio, com ou sem vontade tomamos porque é necessário.
2) Tenha uma hora marcada para a leitura.
Descobrir o melhor período do dia para você e fazer dele a sua hora com Deus.
3) Marque a duração da leitura.
O ideal é que seja de 30 a 40 minutos, no mínimo, por dia.
4) Escolha um bom lugar.
É bom que se leia no mesmo lugar todos os dias. Deve ser um lugar tranqüilo, silencioso que facilite a concentração e favoreça a criação de um clima de oração. Se, num determinado dia, não se puder fazer o trabalho na hora marcada e no lugar escolhido, não faz mal. Em qualquer lugar e em qualquer hora devemos ler. O importante é que se leia todos os dias.
5) Leia com lápis ou caneta na mão.
Sublinhe na sua Bíblia e anote no seu caderno as passagens mais importantes, tudo o que chamar a sua atenção, as coisas que Deus falou ao seu coração de modo especial. Isto facilita encontrar as passagens qua ndo precisar delas.
6) Faça tudo em espírito de oração.
Quando se lê a Bíblia faz-se um diálogo com Deus; você escuta, você se sensibiliza, você chora. É um encontro entre duas pessoas que se amam.
"Quando oramos falamos a Deus. Quando lemos as Sagradas Escrituras é Deus quem nos fala."
RELAÇÃO DOS MILAGRES DE JESUS
Por --
Fonte: Mundo Católico
1. A transformação da água em vinho nas bodas de Caná: Jo 2,1-11.
2. Jesus escapa de seus inimigos em Nazaré: Lc 4,28-30.
3. Cura do filho do Governador em Cafarnaum: Jo 4,46-54.
4. Cura de um possesso em Cafarnaum: Mc 1,23-28, Lc 4,33-37.
5. Cura da sogra de Pedro: Mt 8,14-15, Mc 1,29-31, Lc 4,38-39.
6. Milagres de Cafarnaum no sábado à noite: Mt 8,16-17, Mc 1,32-34, Lc 4,40-41.
7. A primeira pesca miraculosa: Lc 5,1-9.
8. Os vários milagres realizados na Galiléia: Mt 4,23-24, Mc 1,38-39.
9. Cura do leproso: Mt 8,1-4, Mc 1,39-44, Lc 5,12-14.
10. Cura de um homem paralítico: Mt 9,1-8, Mc 2,1-12, Lc 5,17-26.
11. A cura de um doente na piscina de Betesda: Jo 5,1-9.
12. Cura de um homem de mão seca: Mt 12,9-13, Mc 3,1-5, Lc 6,6-10.
13. Os milagres aos sábados, dias de descanso: Mt 12,14-16, Mc 3,6-12, Lc 6,17-19.
14. Cura do empregado do Centurião: Mt 8,5-8.13, Lc 7,1-10.
15. Ressurreição do filho da viúva de Naim: Lc 7,11-16.
16. Os milagres relatados a João Batista: Lc 7,19-22.
17. Cura de um possesso cego e mudo: Mt 12,22-24.
18. A primeira tempestade serenada (acalmada): Mt 8,23-27, Mc 4,35-40, Lc 8,22-25.
19. Os possessos e os porcos em Gerasa: Mt 8,28-33, Mc 5,1-15, Lc 8,26-35.
20. Cura da mulher com fluxo de sangue (hemorroíssa): Mt 9,2-22, Mc 5,25-34, Lc 8,43-48.
21. A ressurreição da filha de Jairo: Mt 9,18.19.23-26, Mc 5,21-24.35-43, Lc 8,40-42.49-56.
22. Os milagres em Nazaré: Mt 13,57-58, Mc 6,4-5.
23. Os milagres realizados na Sua terceira viagem pelas cidades e vilas da Galiléia: Mt 9,35.
24. Os milagres no deserto perto do lago de Genesaré: Mt 14,13-14, Lc 9,10-11, Jo 6,1-2.
25. A primeira multiplicação de pães e peixes: Mt 14,14-21, Mc 6,34-44, Lc 9,11-17, Jo 6,3-14.
26. A segunda tempestade acalmada: Mt 14,22-23, Mc 6,45-51, Jo 6,15-21.
27. Os milagres realizados nas terras de Genesaré: Mt 14,34-36, Mc 6,53-56.
28. Cura da filha da mulher de Caná: Mt 15,21-28, Mc 7,24-30.
29. A cura do surdo e mudo: Mc 7,31-37.
30. Os milagres realizados na montanha perto do mar de Tiberíades: Mt 15,29-31.
31. A segunda multiplicação de pães e peixes: Mt 15,32-38, Mc 8,1-9.
32. O cego de Betsaída: Mc 8,22-26.
33. A transfiguração de Cristo: Mt 17,1-9, Mc 9,1-8, Lc 9,28-36.
34. Cura do menino possuído pelo demônio: Mt 17,14-17, Mc 9,16-26, Lc 9,37-44.
35. O dinheiro encontrado na boca do peixe: Mt 17,23-26.
36. Cura do cego de nascença: Jo 9,1-7.
37. Os dois homens cegos: Mt 9,27-31.
38. Cura de um mudo possuído pelo demônio: Mt 9,32-34, Lc 11,14-15.
39. A mulher enferma, inválida: Lc 13,10-13.
40. Cura do homem que sofria de hidropisia: Lc 14,1-4.
41. A ressurreição de Lázaro: Jo 11,11-15.38-45.
42. Cura dos dez leprosos: Lc 17,11-19.
43. Os dois homens cegos de Jericó: Mt 20,29-34, Mc 10,46-52, Lc 18,35-43.
44. A figueira seca, amaldiçoada: Mt 21,17-20, Mc 11,12-14.20-21.
45. Os milagres realizados no templo: Mt 21,14-15.
46. O milagre na prisão de Cristo: Jo 18,3-6.
47. A cura da orelha de Malco: Lc 22,49-51.
48. Os milagres na hora da morte de Cristo: Mt 27,45.50-54, Mc 15,33-34.37-39, Lc 23,44-48.
49. A ressurreição de Cristo: Mt 28,1-10, Mc 16,1-9, Lc 24,1-8, Jo 20,1-17.
50. A segunda pesca milagrosa: Jo 21,1-6.10-11.
51. A ascensão de Cristo ao céu: Mc 16,19, Lc 24,50-51, At1,9-11.
• Milagre realizado em tempo desconhecido:
o A cura de Madalena e das mulheres santas (Lc 8, 1-2).
• Milagres não Registrados:
o "Muitos outros sinais Jesus também fez à vista de seus discípulos que não estão escritos neste livro. Mas estes são escritos para que vocês creiam que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus: e que assim crendo, possam ter vida em seu nome" (Jo 20, 30-31).
o "Mas há também muitas outras coisas que Jesus fez, que, se fossem escritas uma a uma, o próprio mundo, acredito, não seria capaz de conter os livros que deveriam ser escritos" (Jo 21,25).
A BÍBLIA É INFALÍVEL?
Por Carlos Martins Nabeto
Fonte: Agnus Dei
O conceito de inspiração implica na inerrância bíblica, em sua infalibilidade. No entanto, devemos compreender a extensão dessa infalibilidade...
Todas as coisas possuem limites: não é diferente para a Bíblia!
Não poucas vezes, nos defrontamos com pessoas que querem "provar" a todo custo que a Bíblia está cheia de erros científicos, não possui harmonia entre seus vários livros, cai diversas vezes em contradição e tem diversas passagens lendárias. E chegam a exemplificar:
• Ao abandonar seus pais, com quem Caim se casou, já que não havia mulheres filhas de Adão e Eva? (Gn 4,17);
• Quantos soldados havia em Israel e em Judá? 800 mil e 500 mil, respectivamente, segundo 2Sm 24 ou 1100 e 470 mil, respectivamente, segundo 1Cr 21?;
• Mateus atribui ao profeta Jeremias uma profecia de Zacarias (Mt 27,9);
• Judas se suicidou por enforcamento (Mt 27,5) ou por pular em um precipício (At 1,18)?
e os exemplos se multiplicam...
Tais argumentos fazem aparecer pessoas "iluminadas" que, crendo na total infalibilidade da Bíblia, encontram respostas inúteis, tais como defender que Judas se enforcou numa árvore próxima de um abismo, tendo caído neste assim que a corda se rompeu!!! Da mesma forma, Galileu Galilei quase foi queimado pela Inquisição por defender que a terra girava em torno do sol e não o contrário, como todos até então acreditavam; isso porque parecia contradizer a passagem de Js 10,12-13, que afirma que o sol parou por ordem de Josué.
Vemos, assim, que tais discussões são inúteis e extremadas! Tudo por causa do conceito de inerrância ou infalibilidade da Bíblia que não é visto de acordo com a verdade. E qual é a verdade? É que a Bíblia é um livro de fé e não um livro de ciências! É infalível para doutrinas da religião, mas não o é para a ciência.
Deus, quando inspirou os homens que escreveram a Bíblia, esmerou-se por se fazer entender pela humanidade e, para isso, comunicou as verdades da fé usando a linguagem simples da época, que ainda era muito pobre em conhecimentos científicos. Mas não poderia ser diferente! Se Jesus falasse de computadores, aviões e televisão em suas parábolas seria entendido por aquele povo? Haveria o Cristianismo hoje se seus apóstolos pregassem algo que não conhecessem???
Para nós que cremos em Deus, não interessa saber se a ordem da Criação está certa ou errada, se a princípio foi criado somente um casal de cada espécie ou não... para nós, o que nos interessa mesmo é saber - e ter a certeza - de que Deus criou tudo no universo: os astros, as estrelas, a terra, os animais e o gênero humano; interessa-nos saber que Deus nos ama, apesar de termos pecado contra Ele (pouco importando se foi porque comemos o fruto de uma árvore, mas porque de alguma forma o desobedecemos). Devemos saber que, por Seu Amor, Deus nos mandou seu Filho único, verdadeiro Deus feito homem, que nos libertou de uma vez por todas do pecado e nos alcançou a salvação... e por aí vai.
Concluímos afirmando que a Bíblia é, portanto, infalível nos assuntos de fé, como sempre foi e sempre será, não devendo invadir o campo da ciência, da mesma forma como esta também não deve se intrometer nos assuntos de fé, para os quais permanece incompetente.
A PIEDADE
Por côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho
Fonte: Lista "Tradição Católica"
Na Bíblia se encontram passagens significativas que revelam a importância do Dom da Piedade. O Eclesiástico ensina que o Onipotente "deu sabedoria aos que vivem piamente" e mostra como Josias se ilustrou, dado que "dirigiu o seu coração para o Senhor e nos dias dos pecadores fortificou a piedade".
O segundo livro dos Macabeus ressalta que Judas rezava pelos mortos "porque ele considerava que a quem tinha falecido na piedade, estava reservada uma grandíssima misericórdia". S. Pedro acentua que o cristão não se apega ao que é transitório, mas a ele convém "estar em santidade de vida e em piedade". São Paulo prioriza em suas epístolas o valor deste hábito sobrenatural, afirmando que "a piedade é útil para tudo". Eis por que ele admoesta a Tito que "neste mundo vivamos sóbria, justa e piamente". Afirma que "verdadeiramente a piedade é uma fonte de lucro (espiritual)". Aconselha a Timóteo: "exercita-te na piedade". Afirma que devemos suplicar a Deus "para que levemos uma vida sossegada e tranqüila, em toda a piedade e honestidade".
Trata-se, portanto, de uma atuação especial do Espírito Santo que leva ao aprimoramento da virtude da religião e transfigura inteiramente o comportamento cotidiano, deificando o agir humano. Faz amar a Deus com toda a disponibilidade, conduzindo a uma fidelidade total a Ele, numa imitação perfeita de Cristo, cuja piedade filial o fazia fiel e cumpridor da vontade do Pai. É por influição desta ação do Paráclito que se penetra nos segredos da presença oculta de Deus no íntimo do coração e na história dos homens, escrutando o reino do invisível.
O papel de Maria, a Mãe de Jesus, na economia salvífica é vivenciado em profundidade, pois a Co-redentora tem então seu múnus valorizado no processo existencial-redentor de cada instante. A Igreja que perpetua a obra soteriológica é acatada como Mãe e Mestra e significa a comunhão comunitária. As Sagradas Escrituras se tornam objeto de especial culto por serem a mensagem inefável da Sabedoria Eterna. A Liturgia é vislumbrada como memorial sagrado e evocação do eterno louvor da glória celestial. O Papa é venerado como o próprio Jesus Cristo por ser d'Ele o lugar-tenente, gozando de especial assistência celeste no governo eclesial. Os deveres religiosos aparecem não como imposições vindas de fora, que se devem cumprir sob pena de pecado mortal, "mas como exigências íntimas, imperativas que jorram da lógica da fé".
Nas autoridades, em cada pessoa, se passa a ver o próprio Verbo divino, pois se atuam estas palavras evangélicas por Ele proferidas: "O que fizestes ao menor de vossos semelhantes, foi a mim que o fizestes". É que pelo Dom da Piedade a alma se entrega a Deus e se dá aos demais sem reserva, com toda a generosidade, com toda a amplidão de um amor sobrenatural e divino".
Uma admirável santa que, no século treze, possuiu em grau elevado a Piedade foi Santa Isabel, filha de André, rei da Hungria. Após a morte de seu marido Ludovico, Landgrave da Turíngia, atingiu o ápice da perfeição no exercício contínuo deste dom. Conrado de Marburgo, seu diretor espiritual, deixou escrito o seguinte: "Tinha o costume de duas vezes ao dia, pela manhã e à tarde, visitar pessoalmente seus doentes, chegava mesmo a tratar com as próprias mãos os mais repelentes, a quem alimentando, a quem estendendo no leito, a quem levando nos ombros, fazia muitas outras obras de bondade. Em tudo isto seu marido, de feliz memória, não se mostrava contrariado. Contudo, após a morte deste tendendo para a máxima perfeição, rogou-me com lágrimas que lhe permitisse ir mendigar de porta em porta". Em seguida, assevera Conrado, apesar destas obras ativas, digo-o diante de Deus, raramente vi mulher mais contemplativa. Algumas pessoas e mesmo religiosos, na hora de sua oração particular, viram muitas vezes seu rosto brilhar maravilhosamente e como que raios de sol jorrarem de seus olhos". Estão, de fato, intimamente relacionados o culto a Deus e o serviço ao próximo. Aliás S. Francisco de Sales doutrina que "de diferentes modos, há de exercer a devoção, quer dizer, pelo nobre e pelo operário, pelo servo e pelo príncipe, pela viúva e pela donzela ou pela casada. E isto ainda não basta. A prática mesma da devoção tem de adaptar-se às forças, ocupações e profissões particulares de cada um". Acrescenta o douto epíscopo, exaltando a Piedade: "Por ela o cuidado contigo e com a família se faz muitíssimo mais sereno; o amor mútuo entre marido e esposa, mais sincero; o devido preito ao príncipe, mais fiel; e mais amenas e melhores todas as ocupações, sejam quais forem" Ninguém deve, realmente, ficar enclausurado dentro de si. A sociabilidade exige o intercâmbio de bens espirituais O Dom da Piedade solidifica a confiança filial em Deus e a fraternidade mais ampla, tornando viável o cumprimento fiel do primeiro preceito da lei, síntese de toda ética.
No contexto atual é exatamente destas qualidades que mais o epígono de Cristo necessita para mostrar a verdadeira face do Todo-poderoso, de sua Igreja, construindo uma sociedade irmanada que aborrece os litígios, abomina o egoísmo, favorecendo o humanismo e a justiça.
Como está definido o cânon bíblico?
Por Carlos Martins Nabeto
Fonte: Agnus Dei
A Bíblia é formada pelos seguintes livros:
• Antigo Testamento: Gênese, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio, Josué, Juízes, Rute, 1Samuel, 2Samuel, 1Reis, 2Reis, 1Crônicas, 2Crônicas, Esdras, Neemias, Tobias, Judite, Ester, 1Macabeus, 2Macabeus, Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes (ou Coélet), Cântico dos Cânticos, Sabedoria, Eclesiástico (ou Sirácida), Isaías, Jeremias, Lamentações, Baruc, Ezequiel, Daniel, Oséias, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias.
• Novo Testamento: Mateus, Marcos, Lucas, João, Atos dos Apóstolos, Romanos, 1Coríntios, 2Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1Tessalonicenses, 2Tessalonicenses, 1Timóteo, 2Timóteo, Tito, Filêmon, Hebreus, Tiago, 1Pedro, 2Pedro, 1João, 2João, 3João, Judas e Apocalipse.
Portanto, o Antigo Testamento é formado por 46 livros e o Novo Testamento reúne 27 livros.
A Bíblia foi escrita em três línguas diferentes: o hebraico, o aramaico e o grego (Koiné). Quase a totalidade do Antigo Testamento foi redigida em hebraico, embora existam algumas palavras, trechos ou livros em aramaico e grego. Quanto ao Novo Testamento, este foi completamente redigido em grego - a única exceção parece ser o livro de Mateus, originariamente escrito em aramaico, contudo esse original foi perdido de maneira que resta-nos hoje a versão em grego.
Quanto ao Antigo Testamento, a Bíblia protestante possui sete livros a menos que a Bíblia católica. Ocorre que a Igreja Católica, desde o início, utilizou a tradução grega da Bíblia chamada Septuaginta ou Versão dos Setenta (LXX). Essa tradução para o grego foi feita no séc. III aC, em Alexandria (Egito), por setenta e dois sábios em virtude da existência de uma grande comunidade judaica nessa cidade que já não mais compreendia a língua hebraica. Na época em que foi feita essa tradução, a lista (cânon) dos livros sagrados ainda não estava concluída, de forma que essa versão acabou abrigando outros livros, ficando mais extensa. Essa foi a Bíblia adotada pelos Apóstolos de Jesus em suas pregações e textos: das 350 citações que o Novo Testamento faz dos livros do Antigo Testamento, 300 concordam perfeitamente com a versão dos Setenta, inclusive quanto às diferenças com o hebraico.
Por volta do ano 100 dC, os judeus da Palestina se reuniram em um sínodo na cidade de Jâmnia e estabeleceram alguns critérios para formarem o seu cânon bíblico. Esses critérios eram os seguintes:
1. O livro não poderia ter sido escrito fora do território de Israel.
2. O livro não poderia conter passagens ou textos em aramaico ou grego, mas apenas em hebraico.
3. O livro não poderia ter sido redigido após a época de Esdras (458-428 aC).
4. O livro não poderia contradizer a Lei de Moisés (Pentateuco).
Assim, os livros escritos por aquela enorme comunidade judaica do Egito não foram reconhecidos pelo sínodo de Jâmnia, por causa de seus critérios ultranacionalistas. Também em virtude desses critérios, o livro de Ester - que em parte alguma cita o nome de Deus - foi reconhecido como inspirado mas somente a parte escrita em hebraico; os acréscimos gregos, que incluíam orações e demonstravam a real presença de Deus como condutor dos fatos narrados, foram completamente desprezados, deixando uma lacuna irreparável.
Os livros não reconhecidos pelo sínodo da Jâmnia e que aparecem na tradução dos Setenta são tecnicamente chamados de deuterocanônicos, em virtude de não terem sido unânimemente aceitos. São, portanto, deuterocanônicos no Antigo Testamento os seguintes livros: Tobias, Judite, Baruc, Eclesiástico, Sabedoria, 1Macabeus e 2Macabeus, além das seções gregas de Ester e Daniel.
Com a dúvida levantada pelo sínodo de Jâmnia, alguns cristãos passaram a questionar a inspiração divina dos livros deuterocanônicos. Os Concílios regionais de Hipona (393), Cartago III (397) e IV (419), e Trulos (692), bem como os Concílios Ecumênicos de Florença (1442), Trento (1546) e Vaticano I (1870), confirmaram a validade dos deuterocanônicos do Antigo Testamento, baseando-se na autoridade dos Apóstolos e da Sagrada Tradição.
Da mesma forma como existem livros deuterocanônicos no Antigo Testamento, também o Novo Testamento contém livros e extratos que causaram dúvidas até o séc. IV, quando a Igreja definiu, de uma vez por todas, o cânon do Novo Testamento. São deuterocanônicos no Novo Testamento os livros de Hebreus, Tiago, 2Pedro, Judas, 2João, 3João e Apocalipse, além de alguns trechos dos evangelhos de Marcos, Lucas e João.
Com o advento da Reforma Protestante, os evangélicos - a partir do séc. XVII1 - passaram a omitir os livros deuterocanônicos do Antigo Testamento. Alguns grupos mais radicais chegaram - sem sucesso - a tentar retirar também os livros deuterocanônicos do Novo Testamento. É de se observar, dessa forma, que caem em grande contradição por não aceitarem os deuterocanônicos do Antigo Testamento enquanto aceitam, incontestavelmente, os deuterocanônicos do Novo Testamento.
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1 O próprio Lutero (fundador da Reforma) traduziu e publicou, para a língua alemã, os livros deuterocanônicos do Antigo Testamento.
Cronologia da Era Apostólica e o Desenvolvimento do Cânon
Por Charles the Hammer
Tradução: Carlos Martins Nabeto
Fonte: Catholicapologetics.Net
Esta cronologia apresenta uma seqüência dos eventos bíblicos e extrabíblicos que refletiram sobre a formação do cânon da Bíblia, tanto do Antigo quanto do Novo Testamento. Afirma-se por aí que dois pesquisadores da Bíblia não conseguem concordar sobre uma cronologia apostólica... Com efeito, a cronologia que apresentamos aqui é aceitável para alguns, mas não pode ser considerada "universal". Serve apenas para fornecer pontos de referência para os eventos que se sucederam e suas conseqüências [sobre o cânon das Escrituras].
EVENTO DATA OBRA
Pregação de João Batista 27
Vinda do Espírito Santo sobre a Igreja 30
Estêvão é martirizado por lapidação 36/37
Conversão de Paulo e sua primeira viagem missionária 45/49
Concílio [Apostólico] de Jerusalém 50
Segunda viagem missionária de Paulo 50/52
51 1ª e 2ª Epístolas aos Tessalonicenses
Terceira viagem missionária de Paulo 53/58
54-57 Epístola aos Gálatas
57 1ª e 2ª Epístolas aos Coríntios
58 Epístola aos Romanos
Viagem [de Paulo] a Roma 59/60
1ª prisão de Paulo em Roma 61-63
Epístola a Filemon
Epístola aos Colossenses
Epístola aos Efésios
Epístola aos Filipenses
Epístola de Tiago
65 Evangelho de Marcos
1ª Epístola a Timóteo
Epístola a Tito
O apóstolo Tiago é martirizado. Paulo é levado para Roma 63/64
Pedro em Roma (Pedro é o primeiro Bispo de Roma) 64 1ª Epístola de Pedro
2ª prisão de Paulo e martírio 67 2ª Epístola a Timóteo
Morte de Pedro. Lino é Bispo de Roma Epístola aos Hebreus
Destruição de Jerusalém 68-70
70s Evangelho de Mateus
Evangelho de Lucas e Atos dos Apóstolos
Anacleto é Bispo de Roma 78
70s/90s Epístola de Judas
90s Evangelho de João
1ª, 2ª e 3ª Epístolas de João
Livro do Apocalipse
Clemente é Bispo de Roma 92-101 1ª Epístola de Clemente
Morte do [apóstolo] João em Éfeso 98
Sínodo dos rabinos/judeus em Jâmnia 99-100 Cânon palestinense em hebraico
1º Cânon Cristão do Antigo Testamento c. 100 Cânon alexandrino em grego
100-125 2ª Epístola de Pedro
Didaqué
Melitão, bispo de Sardes c. 170 Primeira tentativa cristã conhecida de relacionar o cânon do Antigo Testamento. Melitão lista os livros do AT segundo a ordem da Septuaginta, mas apresenta apenas os protocanônicos do AT, com exceção de Ester.
Ireneu, bispo de Lião 185 Apresenta um cânon do Novo Testamento (sem 3João, Tiago e 2Pedro)
c. 200 Fragmento de Muratori apresenta um cânon semelhante ao do [Concílio de] Trento
Eusébio, bispo de Cesaréia c. 325 Escreve a "História Eclesiástica"; refere-se a Tiago, Judas, 2Pedro e 2-3João como "controversos, ainda que aceitos pela maioria"
Concílio [Regional] de Laodicéia c. 360 Apresenta um cânon de livros semelhante ao de Trento
Papa Dâmaso 382 Decreto listando os livros canônicos, da mesma forma que em Trento
Concílio [Regional] de Roma 382 Aceitação do decreto de Dâmaso
Concílio [Regional] de Hipona (norte da África) 393 Aprovado um cânon do Antigo e do Novo Testamento (igual ao de Trento)
Concílio [Regional] de Cartago (norte da África) 397 Aprovado um cânon do Antigo e do Novo Testamento (igual ao de Trento)
Exupério, bispo de Toulouse 405 Escreve ao papa Inocêncio I pedindo uma lista dos livros canônicos. Papa Inocêncio oferece uma lista idêntica ao cânon de Trento
PASTOR E REBANHO
Por --
Fonte: Livro "Vocabulário de Teologia Bíblica", ed. Vozes
Profundamente radicada na experiência dos "arameus nômades" (Dt 26,5) que foram os patriarcas de Israel em meio a uma civilização pastoril (cf. Gn 4,2), a metáfora do pastor que conduz seu rebanho exprime admiravelmente dois aspectos - aparentemente contrários, e amiúde separados - da autoridade exercida sobre os homens. O pastor é ao mesmo tempo um chefe e um companheiro. É um homem forte, capaz de defender seu rebanho contra as feras (1Sm 17,34-37; cf. Mt 10,16; At 20,29); é também delicado com suas ovelhas, conhecendo seu estado (Pv 27,23), adaptando-se a sua situação (Gn 33,13s), levando-as em seus braços (Is 40,11), acariciando esta ou aquela "como sua filha" (2Sm 12,3). Sua autoridade é indiscutida, é baseada no devotamento e no amor. De resto, no antigo oriente (Babilônia, Assíria), os reis gostavam de se considerar como pastores aos quais a divindade havia confiado o serviço de reunir as ovelhas do rebanho e delas cuidar. Sobre ess! e pano de fundo a Bíblia pormenoriza as relações que unem Israel e Deus, através de Cristo e de seus delegados.
ANTIGO TESTAMENTO
1. Javé, chefe e pai do rebanho - Contrariamente ao que se poderia pensar, Javé não traz quase nunca o título de pastor: duas designações antigas (Gn 49,24; 48,15) e duas invocações do saltério (Sl 23,1; 80,2). O título parece reservado Àquele que deve vir. Por outro lado, se esse título não é alegoricamente transferido a Javé, pode-se descrever em uma verdadeira parábola do bom pastor as relações de Deus com seu povo. Por ocasião do Êxodo, "ele tangeu seu povo como ovelhas" (Sl 95,7), como "um rebanho no deserto" (Sl 78,52s). "Assim como um pastor que apascenta seu rebanho pega em seus braços os cordeiros, e os põe sobre seu peito, e leva ao descanso as ovelhas mães" (Is 40,11), assim Javé continua a "conduzir" seu povo (Sl 80,2). É verdade, Israel mais parece uma novilha renitente que um cordeiro numa campina (Os 4,16); terá que partir cativo (Jr 13,17). Então, de novo, Javé o "guiará par! a as águas borbulhantes" (Is 49,10), reunindo as ovelhas dispersas (cf. 56,8) "com um assovio" (Zc 10,8). Ele mostra a mesma solicitude para com cada fiel, que de nada sente falta e nada tem a temer sob o cajado de Deus (Sl 23,1-4). Enfim sua misericórdia se estende a toda carne (Eclo 18,13).
2. O rebanho e seus pastores - O Senhor confia a seus servos as ovelhas que ele mesmo apascenta (Sl 100,3; 79,13; 74,1; Mq 7,14): ele as guia "pela mão de Moisés" (Sl 77,21) e, para evitar que "a comunidade de Javé esteja sem pastor", designa Josué como chefe depois de Moisés (Nm 27,15-20); ele tira Davi de detrás do redil das ovelhas para fazê-lo apascentar seu povo (Sl 78,70ss; 25 7,8; cf. 5,2; 24,17).
Enquanto recebem o título de pastor os juízes (25 7,7), os chefes do povo (Jr 2,8) e os príncipes das nações (Jr 25,34ss; Na 3,18; Is 44,28), este, como no caso de Javé, não é expressamente dado aos reis de Israel; essa função, contudo, lhes é atribuída (1Rs 22,17; Jr 23,1-2; Ez 34,1-10). E' porque, com efeito, o título é reservado ao novo Davi, constituindo assim um elemento da esperança escatológica. Essa é a mensagem de Ezequiel, preparada pela de Jeremias: Javé retoma a direção de seu rebanho e irá confiá-la ao Messias.
Os pastores de Israel, com efeito, se mostraram infiéis à sua missão. Não buscaram Javé (Jr 10,21), revoltaram-se contra ele (2,8), não se ocupando do rebanho, mas apascentando-se a si próprios (Ez 34,3), deixando as ovelhas se tresmalharem e se dispersarem (Jr 23,ls; 50,6; Ez 34,1-10). "Todos esses pastores serão pasto do vento" (Jr 22,22). Segundo o augúrio do profeta (Mq 7,14s), Javé assumirá o rebanho (Jr 23,3), reuni-lo-á (Mq 4,6), reconduzi-lo-á (Jr 50,19), guardá-lo-á enfim (Jr 31,10; Ez 34,11-22). E então, tentará provê-lo de "pastores segundo o seu coração, que apascentarão com inteligência e sabedoria" (Jr 3,15; 23,4); enfim, segundo Ezequiel, não haverá mais senão um sá pastor, novo Davi, com Javé como Deus (Ez 34,23s): tal será "o rebanho que eu apascento" (34,31) e que se multiplicará (36,37s): sob esse único pastor, Judá e Israel, outrora inimigos, serão unificados (37,22.24; cf. Mq 2,12s).
Contudo, depois do exílio, os pastores da comunidade não correspondem à expectativa de Javé, e Zacarias retoma a polêmica contra eles, anunciando o destino do Pastor futuro. Javé irá visitar em sua ira esses maus pastores (Zc 10,3; 11,4-17) e brandir a espada (13,7); do Israel assim purificado sobreviverá um Resto (13,8s). O contexto da profecia convida a ver no pastor que é ferido (13,7) não o pastor insensato (11,l5ss) e sim o "transpassado" (12,10) cuja morte foi salutar (13,1-6). Esse pastor se identifica concretamente com o Servo que, como uma ovelha muda, deve justificar com seu sacrifício as ovelhas dispersas (Is 53,6s.11s).
NOVO TESTAMENTO
No tempo de Cristo, os pastores eram diversamente julgados. Em nome da *Lei, que mal podiam praticar, eles eram equiparados a ladrões e assassinos. Tinha-se contudo presente à memória a profecia do Pastor futuro. Jesus a realiza; parece até que ele quis pôr os pastores entre os "pequeninos" que, como os publicanos e as prostitutas, recebem de bom grado a Boa-Nova. Pode-se interpretar neste sentido a acolhida que os pastores de Belém prestaram a Jesus, nascido provavelmente em seu estábulo (Lc 2,8-20). Fiel à tradição bíblica, Jesus descreve a misericordiosa solicitude de Deus sob os traços do pastor que vai em busca da ovelha perdida (Lc 15,4-7). Mas é na sua pessoa que se reaIiza a expectativa do bom pastor, e é ele que delega a certos homens uma função pastoraI na Igreja.
1. Jesus, o bom pastor - Os Sinóticos apresentam numerosos elementos que prenunciam a alegoria joânica. O nascimento de Jesus em Belém cumpriu a profecia de Miquéias (Mt 2,6 = Mq 5,1); sua misericórdia revela nele o pastor que Moisés queria (Nr 27,17), pois ele vem em socorro das ovelhas sem pastor (Mt 9,36; Mc 6,34). Jesus se considera como enviado às ovelhas perdidas de Israel (Mt 15,24; 10,6; Lc 19,10). O "rebanhozinho" dos discípulos que ele congregou (Lc 12, 32) prefigura a comunidade escatológica à qual se promete o Reino dos santos (cf. Dn 7,27); ele será perseguido pelos lobos de fora (Mt 10,16; Rm 8,36) e pelos de dentro, disfarçados em ovelhas (Mt 7,15). Será disperso, mas segundo a profecia de Zacarias o pastor que tiver sido ferido as congregará na Galiléia das nações (Mt 26,31s; cf. Zc 13,7). Enfim, no ocaso do tempo, o Senhor das ovelhas separará no rebanho os bons e os maus (Mt 25,31s).
Outros escritores do NT apresentam nesse espírito "o Grande Pastor das ovelhas" (Hb 13,20), maior que Moisés, o "Chefe dos pastores" (1Pd 5,4), "o pastor e guarda" que reconduziu as almas desgarradas curando-as com suas próprias machucaduras (1Pd 24s). Enfim, no Apocalipse, que parece seguir uma tradição apócrifa sobre o Messias conquistador, o Cristo-Cordeiro se torna o Pastor que conduz às fontes da vida (Ap 7,17) e que fere os pagãos com um cetro de ferro (19,15; 12,5).
No IV evangelho, essas esparsas indicações formam um grandioso painel, que pinta a Igreja vivendo sob o cajado do único Pastor (Jo 10). Uma nuança, porém; trata-se não tanto do Rei, Senhor do rebanho, como do Filho de Deus a revelar aos seus o amor do Pai. O discurso de Jesus retoma os dados anteriores, aprofundando-os. Como em Ezequiel (Ez 34,17), trata-se dum juízo (Jo 9,39). Israel se parece com ovelhas oprimidas (Ez 34,3), entregues "aos ladrões, aos bandidos (Jo 10,1.10), dispersas (Ez 34,5s.12; Jo 10,12). Jesus, como Javé, as "faz sair" e as "conduz à boa pastagem" (Ez 34,l0-14; Jo 10,11.3.9.16); então elas conhecerão o Senhor (Ez 34,15.30; Jo 10,15) que as salvou (Ez 34,22; Jo 10,9). O "um só pastor" anunciado (Ez 34,23) "sou eu", diz Jesus (Jo 10,11).
Jesus pormenoriza mais. Ele é o mediador único, a porta de acesso às ovelhas (10,7) e de saída para as pastagens (10,9s). Só ele delega o poder pastoral (cf. 21,l5ss); só ele dá a vida na plena liberdade de sair e entrar (cf. Nm 27,17). Uma nova existência se funda no conhecimento mútuo do pastor e das ovelhas (10,3s.14s), amor recíproco baseado no amor que une o Pai e o Filho (14,20; 15,10; 17,8s.18-23). Enfim, Jesus é o pastor perfeito porque dá sua vida pelas ovelhas (10,15.17s); ele não é só "ferido" (Mt 26,31; Zc 13,7), ele dá sua vida por si mesmo (Jo 10,18); as ovelhas dispersadas que ele reúne vêm tanto do redil de Israel como das nações (10,16; 11,52). Enfim o rebanho único assim congregado está unido para sempre, pois é o amor do Pai todo-poderoso que o mantém e lhe garante a vida eterna (10,27-30).
2. A Igreja e seus pastores - Segundo João, o discurso do Bom Pastor inaugurava a Igreja: Jesus acolhe o cego de nascença curado, expulso da sinagoga pelos maus chefes de Israel. Pedro, depois da Ressurreição, recebe a missão de apascentar a Igreja toda (21,16). Outros "pastores" (Ef 4,11) são encarregados de velar pelas Igrejas: os "anciãos" e os "epíscopos" (1Pd 5,1ss; At 20,28). A exemplo do Senhor, devem eles buscar a ovelha tresmalhada (Mt 18,12ss), vigiar contra os lobos vorazes que não pouparão o rebanho, esses falsos doutores que arrastam à heresia (At 20,28ss). A simples designação de "pastor" deve evocar as qualidades dos pegureiros e o comportamento de Javé no AT; o NT lembra alguns de seus aspectos: é preciso apascentar a Igreja de Deus com entusiasmo de coração, de maneira desinteressada (cf. Ez 34,2s), tornando-se modelos do rebanho; então "sereis recompensados pelo Chefe dos pastores" (1Pd 5,3s).
INTRODUÇÃO À BÍBLIA
Por ----
"INTRODUÇÃO À BÍBLIA"
a) A SINGULARIDADE DA BÍBLIA
1. - A BÍBLIA É ÚNICA
A Bíblia Sagrada, por tudo o que encerra, pela maneira como foi escrita, e da forma como tem sido preservada por tantos séculos, só pode ser definida numa palavra: "única"
O dicionário define "único", como: 1. Que é um só; 2. De cuja espécie não existe outro; 3. exclusivo; excepcional; 4. a que nada é comparável; 5. superior a todos os demais.
M. Monteiro Williams, antigo professor de sânscrito, que passou 42 anos estudando livros orientais e comparando-os com a Bíblia, afirmou: "Se você quiser, empilhe-os no lado esquerdo de sua escrivaninha; mas coloque a sua Bíblia do lado direito - apenas ela, só ela - e que haja uma boa distancia entre a pilha de Livros e a Bíblia. Pois existe uma grande distancia entre ela e os chamados livros sagrados do Oriente, de modo que estes se opõem àquela, total, completa e definitivamente; um abismo real que nenhuma ciência do pensamento religioso conseguirá transpor" (J.Mc Dowell, "Evidencia que Exige um Veredicto", pg.19,20).
2. ÚNICA NA SUA COERÊNCIA:
É livro "diferente de todos os demais" nos seguintes aspectos (além de muitos outros):
1°. Escrito durante um período de aproximadamente 1600 anos;
2º. Escrito durante mais de 40 gerações;
3º. Escrito por cerca de 40 autores, das mais diferentes atividades, tais como: reis, camponeses, filósofos, pescadores, poetas, estadistas, estudiosos, etc.: Moisés, um líder político, que estudou nas universidades do Egito; Pedro, um pescador; Amós, um boiadeiro; Josué, um general; Neemias um copeiro; Daniel, um diplomata; Lucas, um médico; Salomão e Davi (reis e poetas); Mateus (cobrador de impostos); Paulo (rabino); Esdras (escriba e sacerdote).
4º. Escrito em diferentes lugares: no deserto; numa masmorra; nos palácios de Susã, na Pérsia; nas prisões; em viagens; numa ilha, exilado
5º. Escrito em diferentes condições e circunstâncias: em tempos de paz e em tempos de guerra; em tempos de alegria, e em tempos de profunda tristeza; em tempos de liberdade, e sob o cativeiro;
6º. Escrito em três continentes: Ásia, África e Europa;
7º. Escrito em três idiomas:
Hebraico (a língua do Antigo Testamento) Em 2Reis 18:26-28 essa língua é chamada de "judaica"; Em Is. 19:18 é chamada de "língua de Canaã");
Aramaico (a língua "franca" do Oriente Próximo até à época de Alexandre, o grande (século VI ao século IV a.C., tendo permanecido em uso, paralelamente ao grego, por judeus e palestinos até à época de Cristo);
grego, a língua do Novo Testamento. Era o idioma de uso internacional à época de Cristo.
8º. A Bíblia trata de centenas de temas controversos (aqueles que podem gerar opiniões divergentes, quando mencionado ou discutido). Os autores bíblicos falaram de centenas de temas controversos, com harmonia e coerência, desde Gênesis a Apocalipse, revelando uma única história: -
"A redenção do homem por parte de Deus". Assim, o "Paraíso Perdido" de Gênesis, se torna o "Paraíso Recuperado" do Livro de Apocalipse.
Enquanto que o acesso à árvore da vida está fechado em Gênesis, encontra-se aberto para todo o sempre em Apocalipse. A grande diversidade dos escritos da Bíblia tratam de: lei (civil, criminal, ética, ritual, sanitária), história, poesia religiosa e lírica, textos didáticos, parábolas e alegorias, biografia correspondência pessoal, reminiscências pessoais, diários, alem de estilos caracteristicamente bíblicos de literaturas proféticas e apocalípticas". Por tudo isso a Bíblia não é uma simples antologia. Existe uma unidade que dá coesão ao todo. Uma antologia é compilada por um antologista, mas nenhum antologista compilou a Bíblia.
3. ÚNICA EM CIRCULAÇÃO
A Bíblia tem sido lida por mais pessoas e publicada em mais línguas do que qualquer outro livro. Existem mais cópias impressas de toda a Bíblia e mais porções e seleções dela do que de qualquer outro livro em toda a história. Em termos absolutos não existe qualquer livro que alcance, ou que mesmo comece a se igualar à Bíblia, em termos de circulação.
O primeiro grande livro a ser impresso foi a "Vulgata" (versão da Bíblia em latim), impressa por Gutemberg.
4. ÚNICA EM TRADUÇÃO
A Bíblia foi um dos primeiros livros importantes a ser traduzido (Septuaguinta: tradução em grego do Antigo Testamento hebraico, por volta de 250a.C.). A Bíblia tem sido traduzida, retraduzida e parafraseada mais do que qualquer outro livro existente. A Enciclopédia Britânica informa que " até 1966 a Bíblia completa havia aparecido em 240 línguas e dialetos; um ou mais livros da Bíblia em outros 739 idiomas, num total de 1280 línguas". Entre 1950 e 1960 3.000 tradutores da Bíblia estiveram trabalhando na tradução das Escrituras. Os fatos colocam a Bíblia numa condição única ("de cuja espécie não existe outra") em termos de tradução.
5. ÚNICA EM SOBREVIVENCIA
a. Através dos tempos.
Ser escrita em material perecível, tendo que ser copiada e recopiada durante centenas de anos, antes da invenção da imprensa, não prejudicou seu estilo, exatidão ou existência. Comparada com outros escritos antigos, a Bíblia possui mais provas em termos de manuscritos do que, juntos, possuem os dez textos de literatura clássica com maior número de manuscritos. Os judeus a preservaram como nenhum outro manuscrito foi jamais preservado. Com a "massora"(parva, magna e finalis) eles verificavam atentamente cada letra, sílaba, palavra e parágrafo. Dentro de sua cultura, eles dispunham de grupos de homens com funções específicas, cuja única responsabilidade era preservar e transmitir esses documentos com uma fidelidade praticamente perfeita, eram "escribas, copistas e massoretas". Quem alguma vez contou as letras, sílabas e palavras dos textos de Aristóteles ou Platão? de Cícero ou de Sêneca?
b. Em meio a perseguições.
Como nenhum outro livro, a Bíblia tem suportado os ataques malévolos de seus inimigos. Muitos tem procurado queimá-la, proibi-la e torná-la ilegal, desde os dias dos imperadores romanos até os dias de hoje, nos países dominados pelo comunismo, islamismo, ou pagãos radicais. Voltaire, o renomado francês, incrédulo, que morreu em 1778, afirmou que, cem anos depois dele o cristianismo estaria varrido da face da terra e teria passado à história. Mas aconteceu que, Voltaire passou à história, ao passo que a circulação da Bíblia continua a aumentar em quase todas as partes do mundo, levando bênçãos aonde quer que vá.
Em 303 A.D. o imperador Diocleciano proclamou um edito para impedir os cristãos de adorarem Deus e para destruir as Escrituras. Eusébio registra o edito proclamado 25 anos após, por Constantino, sucessor de Diocleciano, para que se preparassem 50 cópias das Escrituras às expensas do governo.
c) Em meio às críticas
Durante dezoito séculos os incrédulos tem refutado e atacado esse livro, e, no entanto, ele está hoje firme como uma rocha. Aumenta sua circulação, é mais amado, apreciado e lido do que em qualquer outra época. Por mais de mil vezes badalaram os "sinos" anunciando a morte da Bíblia, formou-se o cortejo fúnebre, talhou-se a inscrição na lápide e fez-se a leitura da elegia fúnebre. Mas por alguma maneira o cadáver nunca permaneceu sepultado. Nenhum outro livro tem sido tão atacado, retalhado, vasculhado, examinado e difamado. Que livro de filosofia, religião, psicologia ou literatura do período clássico ou moderno, sofreu um ataque tão maciço como a Bíblia?
Apesar de todos os ataques, a Bíblia é amada por milhões, lida e estudada por milhões. Críticas, como por exemplo da "hipótese documental", que argumenta que o Pentateuco não poderia ter sido por Moisés, pois, segundo esses críticos, à época de Moisés não havia escrita, ruem por terra, pois a arqueologia descobriram o "obelisco negro". Tinha caracteres uniformes e continha as leis de Hamurabi. Era um texto pós-Mosaico? Não! era pré-Mosaico. E não apenas isso, mas era pelo menos três séculos anteriores a Moisés, o qual supunham que era um homem primitivo e não dispunha de alfabeto. Também falharam os defensores da "hipótese documental" quando asseveravam que não existiam heteus à época de Abraão, pois não existiam outros registros sobre esse povo. Deviam ser um mito. Estavam errados mais uma vez. Fruto da pesquisa arqueológica, hoje existem centenas de referencias se sobrepondo umas às outras e cobrindo mais de 1200 anos da civilização dos heteus.
6. Única nos Ensinos.
a) Profecia. Wilbor Smith, que formou uma biblioteca pessoal de 25.000 volumes, chegou à conclusão de que "não importa o que alguém pense sobre a autoridade do livro que chamamos de Bíblia e sobre a mensagem que ele apresenta; o fato é que existe uma aceitação generalizada de que, por inúmeras razões, esse é o livro mais notável que já foi produzido nestes aproximadamente cinco mil anos em que a raça humana domina a escrita". "É o único volume já produzido pelo homem, ou por um grupo de homens, em que se encontra um grande corpo de profecias a respeito de nações, em particular de Israel, de todos os povos da terra, de certas cidades e daquEle que viria e deveria ser o Messias. O mundo antigo possuía muitos e diferentes meios para determinar o futuro, o que é conhecido como "prognosticação", mas na totalidade da literatura grega e latina, muito embora empreguem as palavras "profetas" e "profecia", não conseguimos encontrar qualquer profecia real e especifica acerca de um grande acontecimento histórico que deveria ocorrer no futuro distante, nem qualquer profecia acerca de um Salvador que iria surgir no meio da raça humana". O Islamismo é incapaz de indicar qualquer profecia acerca da vinda de Maomé, e que tenha sido pronunciada centenas de anos antes de seu nascimento. De igual modo, os fundadores de quaisquer das seitas existentes no mundo são incapazes de identificar com precisão qualquer texto antigo que tenha predito o surgimento de tal ou tal seita.
b) História. Nos livros bíblicos de 1ª Samuel até 2ª Crônicas encontra-se a história de Israel, cobrindo cerca de cinco séculos. Certamente o povo de Israel manifesta uma capacidade excepcional para a interpretação da história, e o Antigo Testamento representa a descrição da história mais antiga que existe. "A tradição nacional hebraica supera todas as outras na maneira clara como descreve a origem tribal e familiar. No Egito e na Babilônia, na Assíria e na Fenícia, na Grécia e em Roma, procuramos em vão por qualquer coisa parecida. Nada há de semelhante na tradição dos povos germânicos.
A Índia e a China também não tem algo parecido para apresentar, visto que suas lembranças históricas mais antigas são registros literários de tradições dinásticas distorcidas, sem que haja menção a criadores de animais ou lavradores que tivessem antecedido o semideus ou rei, com quem esses registros iniciam. Nem nos mais antigos escritos históricos indianos (os Puranas) nem nos primeiros historiadores gregos existe qualquer alusão ao fato de que tanto os indo-arianos como os helenos outrora haviam sido nômades que, vindos do norte, imigraram para as regiões onde se instalaram. A bem da verdade, os assírios se lembravam vagamente de seus primeiros lideres, cujos nomes recordavam sem quaisquer detalhes sobre seus feitos, e que haviam habitado em tendas; mas já fazia muito tempo que os assírios tinham se esquecido de onde vieram.
A "Tabela das Nações", de Gênesis Cap.10, é um relato histórico surpreendentemente exato. "É algo absolutamente único na literatura antiga, sem qualquer paralelo mesmo entre os gregos... 'A Tabela das Nações' permanece sendo um documento surpreendentemente exato... Revela, apesar de toda a complexidade, uma compreensão tão notavelmente moderna da situação étnica e lingüística do mundo moderno, que os estudiosos jamais deixam de ficar impressionados com o conhecimento do autor sobre o assunto.
c) As pessoas descritas. "A Bíblia não é o tipo de livro que um homem escreveria caso pudesse, nem poderia escrever, caso quisesse". Ela trata com muita franqueza a respeito dos pecados de suas personagens. Leia as biografias escritas hoje em dia e repare como elas tentam esconder, deixar de lado ou ignorar o lado pouco recomendável das pessoas. Veja os maiores gênios da literatura: em sua maioria são descritos como santos. A Bíblia não procede dessa maneira. Ela simplesmente conta a verdade.
d) Denunciando os pecados do povo (Deut. 9:24); e os pecados dos patriarcas (Gen.12:11-13; 49:5-7); os evangelistas descrevem suas próprias faltas e as dos apóstolos (Mat.8:10-26; 26:31-56; Mc.6:52; 8:18; Luc. 8:24, 25; 9:40-45; João 10:6; 16:32) e a desordem nas igrejas (1Cor.1:11; 15:12; 2Cor. 2:4, etc.). Muitos indagarão: "Por que tinham que colocar aquele capítulo sobre Davi e Bate-Seba"? Bem, a Bíblia tem o costume de contar a verdade.
7. Única na influÊncia sobre a literatura
"Se todas as Bíblias de uma cidade grande fossem destruídas, seria possível restaurar o Livro em suas partes essenciais, a partir das citações dele feitas existentes nos livros da biblioteca pública municipal. Existem livros cobrindo quase todos os grandes autores literários, escritos especificamente para mostrar o quanto a Bíblia os influenciou".
O historiador Philip Schaff descreve de maneira brilhante a singularidade da Bíblia ao apresentar a singularidade do Salvador: "Esse Jesus de Nazaré, sem dinheiro nem armas, conquistou milhões de pessoas em número muito maior do que Alexandre, César, Maomé e Napoleão; sem o conhecimento e a pesquisa científica ele despejou mais luz sobre assuntos materiais e espirituais do que todos os filósofos e cientistas reunidos; sem a eloqüência aprendida nos bancos escolares, ele pronunciou palavras de vida como nunca antes, nem depois foram ditas e provocou resultados que o orador e o poeta não conseguem alcançar; sem ter escrito uma linha, ele pôs em ação mais canetas, e forneceu temas para mais sermões, discursos, livros profundos, obras de arte e música de louvor do que todo o contingente de grandes homens da antigüidade e da atualidade".
"Existem questões complexas no estudo da Bíblia, que não tem paralelo com qualquer outra ciência ou ramo do conhecimento humano. A partir dos "pais apostólicos", em 95 A.D., até à época atual corre um largo rio literário, inspirado pela Bíblia. São dicionários bíblicos, enciclopédias bíblicas, léxicos bíblicos, atlas bíblicos e livros de geografia. Pode-se considerá-los como ponto de partida. Então, aleatoriamente, podemos mencionar as enormes bibliografias nos campos de teologia, educação religiosa, hinologia, missões, línguas bíblicas, história da Igreja, biografia religiosa, devocionários, comentários, filosofia da religião, provas do cristianismo, apologética, e assim por diante, parece ser um número interminável.
"É prova da importância dEle, do efeito que Ele tem causado na história e, presumivelmente, do mistério desconcertante, provocado por Ele, que nenhuma outra pessoa que viveu neste planeta tenha sido a razão de um volume tão grande de literatura entre tão grande número de povos e línguas e que, longe de terminar, o nível da inundação continua subindo".
A Conclusão é óbvia. "A Bíblia é única. A ela, nada é comparável. A Bíblia é o primeiro livro religioso a ser levado para o espaço sideral (ela foi em forma de microfilme). É o primeiro livro lido que descreve a origem da terra (os astronautas leram Gênesis 1:1 - "No princípio criou Deus os céus e a terra").
É também um dos livros mais caros (senão o mais caro) A Bíblia Vulgata Latina de Gutenberg custa 100.000 dólares. Os russos venderam o Códice Sinaítico (uma antiga cópia da Bíblia) à Inglaterra por 510.000 dólares (em 1933). E, finalmente, o mais longo telegrama do mundo foi o Novo Testamento na Edição Revista, enviado de New York a Chicago, duas cidades norte-americanas.
Qual a importância dos apócrifos?
Por Carlos Martins Nabeto
Fonte: Agnus Dei
Escritos entre o período intertestamentário e os primeiros séculos do Cristianismo, os apócrifos sempre confundiram as primeiras comunidades cristãs por causa de algumas doutrinas estranhas e também por receberem autoria de personagens bíblicos famosos. Quando a Igreja resolve definir o cânon das Sagradas Escrituras, a partir do séc. IV, pouco a pouco os apócrifos vão caindo no esquecimento até desaparecerem. Contudo, nas últimas décadas têm sido descobertos diversos desses escritos que, mesmo não pertencendo à Bíblia, nos mostram as divergências da época e esclarecem detalhes não apresentados pelos livros canônicos.
INTRODUÇÃO
"Ele disse: 'Aquele que encontrar o significado destas palavras não provará a morte'". Estas palavras, escritas em tom desafiador, foram retiradas do Evangelho segundo Tomé o Dídimo, escrito gnóstico do séc. II, cujos manuscritos (datados do séc. IV) foram descobertos em 1945 em Khenoboskian (Egito), contendo 114 frases (lógios) atribuídas a Jesus.
Da mesma forma que o Evangelho de Tomé o Dídimo, a arqueologia tem descoberto nas últimas décadas diversos outros "Evangelhos" (atribuídos a Pedro, Filipe, Bartolomeu, Nicodemos, etc...) e outros escritos que poderiam ser classificados como do Novo Testamento (Atos de Pedro, Apocalipse de Paulo, etc...) ou do Antigo Testamento (Ascensão de Isaías, Segredos de Enoch, etc...). Mesmo tratando sobre intervenções e milagres divinos, feitos de personagens bíblicos e outras coisas do gênero, todos são considerados apócrifos, isto é, não são reconhecidos pela Igreja como escritos inspirados. Mas por que a Igreja, os críticos e pesquisadores não os aceitam. Por acaso a Bíblia estaria completa?
CANÔNICO X APÓCRIFO
A palavra apócrifo deriva do grego apocryphos. A princípio, significava algo oculto, secreto ou escondido, mas com o passar do tempo, passou a ter sentido de heresia ou de autênticidade duvidosa.
Ao contrário, a palavra canônico origina-se do grego kanon, significando regra ou medida. É a palavra que indica a lista dos livros inspirados por Deus, que compõem a Bíblia e são aceitos sem contestações pela Igreja.
A maioria dos livros apócrifos foram escritos por volta de 200 a.C. até 350 d.C, nos mais diversos locais: Palestina, Síria, Arábia, Egito... Em contraste com os livros canônicos, os apócrifos não eram lidos nas igrejas (e sinagogas), pois a grande maioria apresentava ensinamentos heréticos e doutrinas falsas; tinham a finalidade de defender idéias de certos grupos isolados como os gnósticos, os docetas e os judaizantes. Principalmente por não receberem crédito da Igreja oficial, os apócrifos foram desaparecendo juntamente com as seitas que os usavam e defendiam.
Uma observação importante: os livros canônicos estão classificados em protocanônicos, que são aqueles livros cuja autênticidade a Igreja jamais questionou, e deuterocanônicos, que são aqueles que foram aceitos pela Igreja após alguns debates que se prolongaram até o séc. IV (leia o meu artigo "Livros Deuterocanônicos" para um maior aprofundamento). É interessante saber que os protestantes chamam os livros deuterocanônicos de apócrifos e os livros apócrifos de pseudoepígrafos, que quer dizer falsa autoria. Saber isso é de suma importância para os católicos porque, como os livros deuterocanônicos contradizem algumas de suas doutrinas, foram retirados de suas Bíblias como se fossem falsos.
AS RECENTES DESCOBERTAS
As duas maiores descobertas de escritos apócrifos se deram em 1945, na região de Nag Hammadi (Alto Egito) e em Qumran (Palestina), nas grutas do Mar Morto, onde existia nas imediações uma comunidade de israelitas separados, conhecidos como essênios, que formavam um grupo à parte do judaísmo.
Vez ou outra escutamos alguma notícia relatando o descobrimento de algum outro escrito, mas nenhum, até o momento, foi tão significante quanto os achados de Nag Hammadi e Qumran.
A BÍBLIA ESTARIA INCOMPLETA?
É a primeira pergunta que se faz quando se faz nova descoberta de escritos antigos.
Seria um erro afirmar que a Bíblia está completa porque ela própria não fala isso em parte alguma. Muito pelo contrário, ela afirma que outros livros, inclusive cartas, foram escritos e temos duas passagens bem claras em Lucas e em Paulo:
"Muitos já tentaram compor a história do que aconteceu entre nós, assim como nos transmitiram os que foram testemunhas oculares e ministros da Palavra desde o princípio." (Lc 1,1)
"Uma vez lida esta carta entre vós, fazei com que seja lida também na Igreja de Laodicéia. E vós, lede a [carta] de Laodicéia" (Cl 4,16)
Portanto, vemos que a Bíblia não está completa e, como ela mesma não define quais os livros que são inspirados e que a formam, fica muito difícil determinar quando e como a Bíblia estará realmente completa.
A princípio, para provar que um livro apócrifo não é inspirado, é necessário primeiro ser totalmente traduzido e devidamente interpretado pelos pesquisadores e exegetas e, depois disso, demonstrar que ele contradiz alguma outra parte da Bíblia e a doutrina e tradição da Igreja.
APÓCRIFOS NA BÍBLIA?
O cânon da Bíblia é formado por 73 livros. Foi a Igreja Católica, sob a inspiração do Divino Espírito Santo, que determinou o cânon dos livros inspirados por Deus e, assim, podemos ter certeza que todos os livros da Bíblia são verdadeiramente inspirados. Mesmo assim, a Bíblia faz referências a passagens que se encontram somente em livros apócrifos. Dois bons exemplos podem ser vistos na epístola de São Judas:
"O arcanjo Miguel, quando discutia com o diabo na disputa pelo corpo de Moisés, não se atreveu a proferir um juízo de blasfêmia, mas disse-lhe: 'Que o Senhor te repreenda'" (Jd 1,9)
"É deles que Henoc, o sétimo patriarca desde Adão, profetizou dizendo: 'Eis que vem o Senhor com suas santas miríades, para exercer um juízo contra todos os ímpios por causa das impiedades que praticaram e por todas as palavras duras que os ímpios pecadores falaram contra Ele" (Jd 1,14-15)
As duas citações feitas por Judas não são encontradas na Bíblia, mas apenas em escritos apócrifos. A primeira passagem foi retirada do Livro da Assunção de Moisés que possui material herético, mas na carta de Judas possui o sentido canônico de que os homens não devem julgar, mas deixar o julgamento para Deus, como demonstrou o arcanjo Miguel ao dialogar com o diabo. A segunda passagem foi retirada do Livro de Henoc e ensina, conforme os livros canônicos, que Cristo voltará como juiz supremo para julgar todos os homens. Portanto, como a carta de São Judas não contradiz os outros livros da Bíblia e concorda plenamente com a ortodoxia da Igreja, logo é também um livro canônico, mesmo citando trechos de livros apócrifos na intenção de ensinar a verdadeira doutrina.
CLASSIFICAÇÃO DOS APÓCRIFOS
Assim como os livros canônicos estão classificados pelo gênero literário, também os apócrifos podem ser classificados segundo seu gênero. Já dissemos que os apócrifos foram escritos entre 200 a.C. e 350 d.C. e que eles podem ser distinguidos como pertencentes ao Antigo ou ao Novo Testamento.
Assim, os livros do Antigo Testamento podem ser classificados em:
1. Históricos: são os que pretendem contar certos fatos históricos sobre o povo eleito, a grande maioria expressando a esperança da vinda do Messias prometido.
2. Proféticos: são aqueles que falam dos acontecimentos que devem acontecer num futuro eminente ou no fim dos tempos (apocalípticos).
3. Exortativos: são os que falam sobre a sabedoria e dão bons conselhos.
Já os livros do Novo Testamento podem ser assim classificados:
1. Evangelhos: são os escritos que falam unicamente sobre a vida, as obras e os ensinamentos de Jesus Cristo.
2. Atos: são os que se dedicam a falar sobre os fatos, as obras e os ensinamentos de um ou mais apóstolos na missão de pregar o Evangelho.
3. Epístolas: são escritos atribuídos ao próprio punho dos apóstolos.
4. Proféticos: são apocalipses que narram os últimos acontecimentos, o juízo final e o triunfo de Cristo.
VALOR DOS APÓCRIFOS
Se, por um lado, os apócrifos não possuem a verdadeira doutrina de Cristo e de sua Igreja, por outro lado têm grande valor histórico pois demonstram as correntes ideológicas (religiosas e morais) do período em que foram escritos.
Os apócrifos do Novo Testamento apresentam diversos aspectos da era pós-Cristo. Algumas idéias são conformes com o reto ensinamento da Igreja como, por exemplo, a virgindade e a assunção de Maria, a descida de Cristo aos Infernos e a divindade de Jesus. Outros esclarecem pequenos detalhes que não foram abordados pelos Evangelhos canônicos, como o nome e número dos reis magos, os nomes dos pais de Maria, o nome do soldado que traspassou a lança em Jesus, a morte de São José na presença de Jesus, a apresentação de Maria no Templo de Jerusalém e a sua morte assistida pelos apóstolos, alguns outros milagres de Jesus, etc...
ALGUNS APÓCRIFOS
• Do Antigo Testamento:
• Livro dos Jubileus, Livro de Adão e Eva, Salmos de Salomão, Terceiro Livro dos Macabeus, Quarto Livro dos Macabeus, Apocalipse de Baruc, Ascensão de Isaías, Assunção de Moisés, etc...
• Do Novo Testamento:
• Evangelho de Pedro, Evangelho de Tomé o Dídimo, Evangelho de Filipe, Evangelho dos Hebreus, Atos de Tomé, Atos de Paulo e Tecla, Carta dos Apóstolos, Apocalipse de Paulo, Proto-Evangelho de Tiago, etc...
Quais são os livros apócrifos?
Por Carlos Martins Nabeto
Fonte: Agnus Dei
Como vá vimos no artigo "Qual a importância dos apócrifos?", existem alguns livros escritos antes ou pouco depois de Cristo que tinham como intenção figurar como Escritura Sagrada. Mas, pelo Magistério da Igreja e assistência do Espírito Santo, esses livros espúrios foram definitivamente afastados, restando apenas o cânon bíblico que guardamos até hoje. Por esse motivo, muitos desapareceram, outros sobreviveram em uma ou outra comunidade antiga, ou, ainda, em traduções, fragmentos ou citações.
A seguir, apresentamos uma lista exaustiva de livros apócrifos do Antigo e do Novo Testamento que, embora longa, provavelmente não esgota todos os livros escritos ou existentes, porém, bem demonstra a quantidade de livros escritos com a intenção de "completar" a Bíblia.
Incluímos também, ao final, os manuscritos encontrados em Qumran, nas grutas do Mar Morto, que foram escritos ou preservados por uma comunidade que vivia nesse deserto separada dos grupos religiosos da Palestina do tempo de Jesus (Saduceus, Fariseus, Samaritanos, etc.). Esse grupo, denominado Essênio, como podemos ver, considerava o Antigo Testamento como Escritura Sagrada (inclusive os deuterocanônicos), mas tinha como característica própria seguir ainda outros "livros sagrados".
Portanto, temos como apócrifos as seguintes obras: (ATENÇÃO: os livros abaixo NÃO são Escrituras Sagradas e, portanto, NÃO são inspirados por Deus. Eles estão sendo listados aqui apenas com o objetivo de referência)
ANTIGO TESTAMENTO
1. Apocalipse de Adão
2. Apocalipse de Baruc
3. Apocalipse de Moisés
4. Apocalipse de Sidrac
5. As Três Estelas de Seth
6. Ascensão de Isaías
7. Assunção de Moisés
8. Caverna dos Tesouros
9. Epístola de Aristéas
10. Livro dos Jubileus
11. Martírio de Isaías
12. Oráculos Sibilinos
13. Prece de Manassés
14. Primeiro Livro de Adão e Eva
15. Primeiro Livro de Enoque
16. Primeiro Livro de Esdras
17. Quarto Livro dos Macabeus
18. Revelação de Esdras
19. Salmo 151
20. Salmos de Salomão (ou Odes de Salomão)
21. Segundo Livro de Adão e Eva
22. Segundo Livro de Enoque (ou Livro dos Segredos de Enoque)
23. Segundo Livro de Esdras (ou Quarto Livro de Esdras)
24. Segundo Tratado do Grande Seth
25. Terceiro Livro dos Macabeus
26. Testamento de Abraão
27. Testamento dos Doze Patriarcas
28. Vida de Adão e Eva
NOVO TESTAMENTO
1. A Hipostase dos Arcontes
2. (Ágrafos Extra-Evangelhos)
3. (Ágrafos de Origens Diversas)
4. Apocalipse da Virgem
5. Apocalipse de João o Teólogo
6. Apocalipse de Paulo
7. Apocalipse de Pedro
8. Apocalipse de Tomé
9. Atos de André
10. Atos de André e Mateus
11. Atos de Barnabé
12. Atos de Filipe
13. Atos de João
14. Atos de João o Teólogo
15. Atos de Paulo
16. Atos de Paulo e Tecla
17. Atos de Pedro
18. Atos de Pedro e André
19. Atos de Pedro e Paulo
20. Atos de Pedro e os Doze Apóstolos
21. Atos de Tadeu
22. Atos de Tomé
23. Atos e Martírio de André
24. Atos e Martírio de Mateus
25. Consumação de Tomé
26. Correspondência entre Paulo e Sêneca
27. Declaração de José de Arimatéia
28. Descida de Cristo ao Inferno
29. Desistência de Pôncio Pilatos
30. Discurso de Domingo
31. Ditos de Jesus ao rei Abgaro
32. Ensinamentos de Silvano
33. Ensinamentos do Apóstolo [T]adeu
34. Ensinamentos dos Apóstolos
35. Epístola aos Laodicenses
36. Epístola de Herodes a Pôncio Pilatos
37. Epístola de Jesus ao rei Abgaro (2 versões)
38. Epístola de Pedro a Filipe
39. Epístola de Pôncio Pilatos a Herodes
40. Epístola de Pôncio Pilatos ao Imperador
41. Epístola de Tibério a Pôncio Pilatos
42. Epístola do rei Abgaro a Jesus
43. Epístola dos Apóstolos
44. Eugnostos, o Bem-Aventurado
45. Evangelho Apócrifo de João
46. Evangelho Apócrifo de Tiago
47. Evangelho Árabe de Infância
48. Evangelho Armênio de Infância (fragmentos)
49. Evangelho da Verdade
50. Evangelho de Bartolomeu
51. Evangelho de Filipe
52. Evangelho de Marcião
53. Evangelho de Maria Madalena (ou Evangelho de Maria de Betânia)
54. Evangelho de Matias (ou Tradições de Matias)
55. Evangelho de Nicodemos (ou Atos de Pilatos)
56. Evangelho de Pedro
57. Evangelho de Tome o Dídimo
58. Evangelho do Pseudo-Mateus
59. Evangelho do Pseudo-Tomé
60. Evangelho dos Ebionitas (ou Evangelho dos Doze Apóstolos)
61. Evangelho dos Egípcios
62. Evangelho dos Hebreus
63. Evangelho Secreto de Marcos
64. Exegese sobre a Alma
65. Exposições Valentinianas
66. (Fragmentos Evangélicos Conservados em Papiros)
67. (Fragmentos Evangélicos de Textos Coptas)
68. História de José o Carpinteiro
69. Infância do Salvador
70. Julgamento de Pôncio Pilatos
71. Livro de João o Teólogo sobre a Assunção da Virgem Maria
72. Livro de Tomé o Contendor
73. Martírio de André
74. Martírio de Bartolomeu
75. Martírio de Mateus
76. Morte de Pôncio Pilatos
77. Natividade de Maria
78. O Pensamento de Norea
79. O Testemunho da Verdade
80. O Trovão, Mente Perfeita
81. Passagem da Bem-Aventurada Virgem Maria
82. "Pistris Sophia" (fragmentos)
83. Prece de Ação de Graças
84. Prece do Apóstolo Paulo
85. Primeiro Apocalipse de Tiago
86. Proto-Evangelho de Tiago
87. Retrato de Jesus
88. Retrato do Salvador
89. Revelação de Estevão
90. Revelação de Paulo
91. Revelação de Pedro
92. Sabedoria de Jesus Cristo
93. Segundo Apocalipse de Tiago
94. Sentença de Pôncio Pilatos contra Jesus
95. Sobre a Origem do Mundo
96. Testemunho sobre o Oitavo e o Nono
97. Tratado sobre a Ressurreição
98. Vingança do Salvador
99. Visão de Paulo
ESCRITOS DE QUMRAN
1. A Nova Jerusalém (5Q15)
2. A Sedutora (4Q184)
3. Antologia Messiânica (4Q175)
4. Bênção de Jacó (4QPBl)
5. Bênçãos (1QSb)
6. Cânticos do Sábio (4Q510-4Q511)
7. Cânticos para o Holocausto do Sábado (4Q400-4Q407/11Q5-11Q6)
8. Comentários sobre a Lei (4Q159/4Q513-4Q514)
9. Comentários sobre Habacuc (1QpHab)
10. Comentários sobre Isaías (4Q161-4Q164)
11. Comentários sobre Miquéias (1Q14)
12. Comentários sobre Naum (4Q169)
13. Comentários sobre Oséias (4Q166-4Q167)
14. Comentários sobre Salmos (4Q171/4Q173)
15. Consolações (4Q176)
16. Eras da Criação (4Q180)
17. Escritos do Pseudo-Daniel (4QpsDan/4Q246)
18. Exortação para Busca da Sabedoria (4Q185)
19. Gênese Apócrifo (1QapGen)
20. Hinos de Ação de Graças (1QH)
21. Horóscopos (4Q186/4QMessAr)
22. Lamentações (4Q179/4Q501)
23. Maldições de Satanás e seus Partidários (4Q286-4Q287/4Q280-4Q282)
24. Melquisedec, o Príncipe Celeste (11QMelq)
25. O Triunfo da Retidão (1Q27)
26. Oração Litúrgica (1Q34/1Q34bis)
27. Orações Diárias (4Q503)
28. Orações para as Festividades (4Q507-4Q509)
29. Os Iníqüos e os Santos (4Q181)
30. Os Últimos Dias (4Q174)
31. Palavras das Luzes Celestes (4Q504)
32. Palavras de Moisés (1Q22)
33. Pergaminho de Cobre (3Q15)
34. Pergaminho do Templo (11QT)
35. Prece de Nabonidus (4QprNab)
36. Preceito da Guerra (1QM/4QM)
37. Preceito de Damasco (CD)
38. Preceito do Messianismo (1QSa)
39. Regra da Comunidade (1QS)
40. Rito de Purificação (4Q512)
41. Salmos Apócrifos (11QPsa)
42. Samuel Apócrifo (4Q160)
43. Testamento de Amran (4QAm)
OUTROS ESCRITOS
1. História do Sábio Ahicar
2. Livro do Pseudo-Filon
Relembramos que esses livros não possuem qualquer valor doutrinário, podendo, no máximo, esclarecer alguns aspectos históricos da época em que foram escritos ou refletir as idéias defendidas pelos grupos heréticos que os usavam.
A PROMESSA DO PRIMADO
Por Severiano del Páramo (sj)
Tradução: Carlos Martins Nabeto
Fonte: Biblioteca de Autores Cristãos
Estudo baseado em Mt 16,13-20; v.tb. Mc 8,27-30; Lc 9,18-22
• 16,13. "Chegando Jesus à região de Cesaréia de Felipe, interrogou os seus discípulos: 'Quem dizem os homens ser o Filho do homem?'"
As circunstâncias onde se deu a cena aqui descrita por São Mateus devem ser complementadas com os dados fornecidos também por São Marcos (8,27) e São Lucas (9,18): Jesus e os apóstolos partiram da região de Betsaida Julia e se dirigiram para o norte pela margem oriental do rio Jordão. Deixaram para trás o lago Merom (ou Huleh) e chegaram nas imediações de Cesaréia de Filipe, a cerca de 50 km do lago de Genesaré.
Antigamente, a cidade de Cesaréia chamava-se Paneas, em honra do deus Pan, a quem era oferecido culto, desde o séc. III aC, em uma gruta próxima do lugar de uma das nascentes do rio Jordão. Quando Herodes, o Grande, recebeu esta região de Augusto, construiu ali um templo de mármore, junto ao Paneion ou gruta sagrada, consagrado ao culto do Imperador. Após a morte de Herodes, toda esta região, pertencente à Galaunítide, passou a ser governada pelo tetrarca Filipe que, segundo o testemunho de Flávio Josefo (Ant. XVIII,2,1), embelezou e desenvolveu muito a cidade, dando-lhe o nome de "Cesaréia", para bajular o imperador, e acrescentando-lhe ainda seu próprio nome, para distingüi-la de uma outra Cesaréia localizada na Palestina, junto à costa do mar Mediterrâneo. De tal cidade não restam mais hoje além de ruínas e uma pobre aldeia, chamada Banias, recordando o antigo nome de Paneas. Quase toda a população daquelas regiões era pagã.
A pergunta dirigida por Jesus a seus discípulos ocorre, segundo São Mateus, no caminho; segundo São Lucas, Jesus estava orando juntamente com eles. Segundo São Mateus, tinham chegado à região da Cesaréia; estavam, pois, caminhando próximos da cidade quando, em certo momento em que Jesus estava orando com seus apóstolos, dirigiu-lhes a pergunta. Esta oração de Cristo - que São Lucas só aponta quando se segue algum acontecimento importante - nos revela a importância que o próprio Jesus dava àquele diálogo com os apóstolos, especialmente com São Pedro. É claro que o que se pretendia com esta pergunta era reafirmar a fé de seus apóstolos na sua dignidade messiânica e divina, bem como oferecer-lhes o primeiro esboço da fundação de seu novo reino: a Igreja.
"O Filho do homem" é o modo como chama a si mesmo, como constata-se em outras ocasiões.
• 16,14. "Responderam-lhe: 'Uns dizem: João Batista; outros: Elias; e outros: Jeremias, ou um dos profetas.'"
Uns - como Herodes e talvez alguns outros - acreditavam que Jesus era [João] Batista ressuscitado; outros, baseados na profecia de Malaquias (4,5), acreditavam que era Elias, que deveria vir antes do Messias para preparar a sua chegada; outros diziam que era Jeremias (como se narra no segundo livro dos Macabeus (2,1-12), este profeta havia escondido, no tempo do desterro, o tabernáculo, a arca e o altar do incenso de maneira que muitos diziam que ele voltaria antes da chegada do Messias para descobrir o local onde se encontravam estes tesouros escondidos); por fim, alguns se contentavam em dizer que Jesus era um de tantos profetas.
Certamente, os mesmos evangelistas nos indica que alguns chegaram a questionar se Jesus seria efetivamente o Filho de Davi (12,13), bem como quiseram proclamá-lo rei (Jo 6,14); porém, ao que parece, estes movimentos foram passageiros, pois não deixaram marcas na opinião das pessoas. O povo em geral, como se vê por este testemunho dos apóstolos, não acreditava que Jesus fosse o Messias; esperava, segundo as falsas concepções ensinadas dos doutores [da Lei], um messias temporal, glorioso e triunfante sobre os seus inimigos políticos; assim, viam que a vida e a doutrina de Jesus não possuíam esse ideal que fôra formado.
• 16,15-16: "Perguntou-lhes ele: 'E vós, quem dizeis que eu sou?'. Simão Pedro respondeu: 'Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.'"
A pergunta de Cristo é agora mais comprometedora. É dirigida aos mesmos apóstolos para saber o que eles pensam a seu respeito. Ninguém responde, apenas São Pedro... A resposta nos outros evangelhos sinóticos é mais simples: "Tu és o Messias" (Mc 8,29), "Tu és o Messias de Deus" (Lc 9,20). É certo que em São Marcos e em São Lucas somente se expressa a messiandade de Jesus, porém, em São Mateus, temos duas afirmações: "Tu és o Cristo [=Messias], o Filho do Deus vivo". Esta fórmula poderia ser equivalente à dos outros [dois] evangelistas, de maneira que inclua em si somente a messiandade, expressada por dois termos equivalentes? Ou, além da messiandade, devemos ver expressa também a filiação natural de Cristo?
A maior parte dos racionalistas e alguns poucos católicos crêem que os dois títulos dados por São Pedro a Cristo encerram o mesmo conceito: a messiandade. Ao contrário, os Santos Padres em geral, particularmente [São João] Crisóstomo, São Jerônimo, São Leão Magno e a esmagadora maioria dos comentaristas católicos, tanto antigos como modernos, sustenta que na confissão de São Pedro se encerram sua messiandade e sua divindade. Efetivamente, o título "Filho de Deus" não é em São Mateus, nem nos outros evangelistas, sinônimo de "Messias". Ao contrário, percebemos que é usado para expressar uma dignidade transcedente, equiparável à do Pai (11,25s), estando acima das coisas mais santas (o templo, o sábado...), bem como dos homens mais dignos e privilegiados, e dos próprios anjos!
O mesmo contexto nos leva a essa mesma conclusão. Jesus atribui essa confissão tão explícita de Pedro a uma revelação particular de seu Pai celestial. Por outro lado, até mesmo os inimigos de Cristo entenderam que por seu modo de falar se fazia filho de Deus e, por isso, quiseram condená-lo à morte por blasfêmia (Jo 5,18). Novamente o reprovam como blasfemo em outra ocasião porque, sendo homem, se faz como Deus (Jo 10,33). Finalmente, é julgado como blasfemo, réu de morte por dizer-se Cristo, o Filho de Deus; é a mesma fórmula empregada por São Pedro em sua confissão. Portanto, se foi isso o que os inimigos de Jesus entenderam ao interpretarem suas palavras, presume-se que os seus apóstolos - que conviviam com ele desde os primórdios de sua vida pública e que presenciaram tantos milagres - entenderam muito melhor o que Jesus queria dizer quando chamava a si mesmo de "o Filho".
Naturalmente, esta fé, por auxílio interno da graça ou pela revelação do Pai, foi sedimentando-se na alma dos apóstolos à medida que iam escutando os ensinamentos do Mestre e presenciando o poder absoluto que mostrava sobre todas as coisas, inclusive sobre os demônios.
• 16,17: "Respondeu-lhe Jesus: 'Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, pois não foi carne e sangue quem to revelou, mas meu Pai que está nos céus.'"
Jesus cumprimenta São Pedro por esta decidida confissão e, para acentuar mais as palavras que seguem, lhe chama por seu nome próprio, Simão, filho de Jonas [=Barjonas], para aludir à troca de nome que havia prometido em seu primeiro contato (Jo 1,42). Porém, o adverte que aquela confissão não se devia ao seu próprio esforço, "à carne e ao sangue" (=expressão bíblica para designar a natureza humana, mortal ou ao homem, frágil por sua natureza, impotente para compreender as coisas divinas), mas à graça concedida pelo Pai, "já que ninguém conhece o Filho senão o Pai" (11,27).
Não é necessário admitir que precisamente naquele momento recebera São Pedro esta revelação, mas sim - como acabamos de insinuar - que poderia ser fruto de todo o ministério de Cristo, que prepara o ânimo do apóstolo para receber aquela graça.
• 16,18: "'E também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.'"
Às palavras de gratidão pela confissão de seu discípulo, Jesus acrescentará, com expressões solenes, o cumprimento da promessa feita durante a primeira vez que se encontraram. Na língua aramaica em que Cristo pronunciou estas palavras, não há qualquer diferença entre o nome próprio "Pedro" e o [nome] comum "pedra". Ambos se espressam com a mesma palavra, "kephas", e têm o mesmo significado, "rocha". É como se dissesse: "Tu és Rocha e sobre esta rocha edificarei a minha Igreja". Esta metáfora de rocha e fundamento deve ter sido sugerida pelo local onde era possível contemplar aquele templo de mármore pagão, construído sobre rocha duríssima.
A palavra "Igreja" não é encontrada nos demais evangelhos; somente é empregada por São Mateus aqui e, pouco adiante, em 18,17. Na versão grega do Antigo Testamento, chamada de Septuaginta, significa a congregação dos judeus, enquanto formavam o povo de Deus. Cristo quis significar com este nome a congregação daqueles que formam o verdadeiro povo de Deus, isto é, que formam o reino messiânico, abraçando por fé a sua doutrina.
As expressões metafóricas de Cristo tinham um significado fácil de se compreender. Ele é o arquiteto. O edifício que edifica é a Igreja. A base ou fundamento firme e estável, que dará consistência e duração ao edifício é Pedro (cf. 7,24). E, como se trata de um edifício não físico e material, mas sim moral, isto é, de uma sociedade formada por todos os fiéis, sendo portanto necessária uma autoridade suprema, a que todos obedeçam, para dar estabilidade e firmeza a esta sociedade, é simplesmente prometida a São Pedro a autoridade suprema sobre a Igreja, ou, o que dá no mesmo, o primado de jurisdição. As metáforas [das "portas", das "chaves do reino" etc.] que seguem, põem em maior relevo este pensamento.
As "portas" na Sagrada Escritura significam, às vezes, uma fortaleza ou também uma cidade defendida por muralhas (cf. Gên 21,17; 24,60 etc.). Em geral, nas literaturas orientais, é sinônimo do supremo poder em alguma cidade ou estado. O "inferno" ou "sheol" era propriamente a morada dos mortos, que se concebia como uma prisão dotada de fortíssimas portas (cf. Is 38,10); depois, passou a significar o local onde se encontram os repróbos juntamente com os demônios, ou, o que dá no mesmo, o reino do diabo. Conseqüentemente, as "portas do inferno" é uma circunlocução poética que, às vezes, significa o reino ou o poder da morte, e outras vezes - como aqui - o poder infernal. O reino de Satanás estará sempre em luta contra o reino de Cristo - a Igreja - porém nunca o vencerá. É prometida à Igreja, assim, a indefectibilidade. E, como se trata de uma sociedade essencialmente doutrinal, sua indefectibilidade carrega consigo a infalibilidade, já que errar quando se pretende ensinar em nome de Deus equivale a ser derrotado pelo espírito da mentira.
• 16,19: "'Eu te darei as chaves do reino dos céus; tudo o que ligares na terra, será ligado nos céus; e tudo o que desligares na terra, será desligado nos céus.'"
As "chaves do reino": as chaves, entre os antigos, eram símbolo de poder. A quem se entregavam as chaves de uma cidade, se lhe dava o poder de governá-la. Das a São Pedro as chaves do reino dos céus, isto é, da Igreja, é conferir-lhe o supremo poder de governá-la.
"O que ligares": entre os doutores da Lei, "desligar" era o mesmo que livrar alguém de uma obrigação ou de declarar lícita alguma coisa; "atar", portanto, significaria o contrário. Estes termos jurídicos eram aplicados no terreno disciplinar para condenar alguém à expulsão da sinagoga (excomunhão) ou absolvê-lo; e também para decisões de ordem doutrinal, com o sentido de proibir ou permitir. Pedro, como administrador da casa de Deus, exercitará o poder disciplinar de admitir ou excluirr da Igreja e de tomar as decisões oportunas em matéria de doutrina dogmática ou moral, decisões que serão ratificadas por Deus no céu.
Estas promessas são feitas não apenas à pessoa de Pedro, mas também aos seus sucessores, já que a Igreja deverá durar até o fim do mundo [28,20].
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APÊNDICE: A AUTENTICIDADE DE MT 16,13-20
A interpretação que acabamos de expor desta importante seção é a única aceitável sob qualquer aspecto que se considere.
As antigas interpretações protestantes hoje estão condenadas ao esquecimento - e com razão - pois violentam as palavras do texto e se fundam em preconceitos dogmáticos sobre a Igreja Católica. Porém, já que a interpretação católica se impõe a todo espírito que com serenidade analise o texto, os racionalistas e protestantes de nossos dias tentam encontrar outra maneira de combater a doutrina ensinada nestes versículos: dizem que se trata de uma interpolação feita mais tarde no texto evangélico.
Alguns afirmam que os versículos 17-19 foram interpolados no evangelho pela Igreja romano ao final do séc. II, ou já entre os anos 110-120, ou também no tempo de Adriano (117-138). Harnack crê que foram interpoladas apenas as palavras "e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja", de forma que o texto original diria: "e as portas do inferno não te vencerão"; assim, por tais palavras, era prometida a imortalidade a Pedro. Estas afirmações estão contra todos os códices e versões antiquíssimas dos autores mais antigos da cristandade, que unânimemente lêem o texto como sempre o leu a Igreja. Finalmente, o fortíssimo colorido semítico que possuem estes versículos descaracterizam uma origem romana, como afirmam estes críticos.
Outros autores não têm dificuldades em admitir que efetivamente estas palavras foram escritas por São Mateus, porém, afirmam que não foram ditas por Cristo. Na verdade, elas refletiriam o conceito de que a Igreja primitiva de Jerusalém se formou a partir de São Pedro, bem como sua relação com ela. Com efeito, Pedro - que foi o primeiro a ver Cristo ressuscitado (1Cor 15,5) e o primeiro a pregar a ressurreição (At 2,14ss) - teria, desde o princípio, um lugar privilegiado na mente dos primeiros cristãos, sendo considerado chefe de toda a comunidade. Esta concepção teria sido formada por São Mateus, colocando na boca de Cristo as palavras dirigidas a São Pedro nestes versículos.
Ora, esta teoria, como se vê, torna duvidosa a probidade e a fidelidade histórica de São Mateus, e se baseia em princípios apriorísticos e em hipóteses arbitrárias como é, principalmente, supor sem qualquer motivo uma evolução dos atos e palavras de Cristo ao final de alguns anos, quando ainda viviam testemunhas oculares dos acontecimentos. Supõe ainda, falsamente, que a origem e o progresso da religião e doutrina cristã estava ao arbítrio da fantasia popular e, finalmente, desconsiderando o verdadeiro conceito e valor da tradição apostólica.
A Antiga Aliança
Por Carlos Martins Nabeto
Fonte: Agnus Dei
O presente resumo bíblico chegou até nós em forma de apostila, sem indicação de autor.
A julgar por alguns termos usados, parece se tratar de tradução de algum original mais antigo.
Se você possuir alguma informação sobre o autor deste trabalho, entre em contato conosco, para que possamos informar.
AS ORIGENS
OS FILHOS DOS PRIMEIROS HOMENS
A HISTÓRIA DE NOÉ E SEUS FILHOS
OS DESCENDENTES DE NOÉ
A HISTÓRIA DE ABRAÃO
A HISTÓRIA DE ISAAC E JACÓ
A HISTÓRIA DE JOSÉ
A HISTÓRIA DE JÓ
A HISTÓRIA DE MOISÉS
A HISTÓRIA DE SAUL
A HISTÓRIA DE DAVI
A HISTÓRIA DE SALOMÃO
O REINO DE ISRAEL
OS PROFETAS ELIAS E ELISEU
A HISTÓRIA DO PROFETA JONAS
O REINO DE JUDÁ
O CATIVEIRO DA BABILÔNIA
APÓS O EXÍLIO DA BABILÔNIA
A JUDÉIA NO TEMPO DOS MACABEUS
Aprofundar sobre a Antiga Aliança no site: http://www.veritatis.com.br/article/3723
A Nova Aliança
Por Carlos Martins Nabeto
Fonte: Agnus Dei
O presente resumo bíblico chegou até nós em forma de apostila, sem indicação de autor.
A julgar por alguns termos usados, parece se tratar de tradução de algum original mais antigo.
Se você possuir alguma informação sobre o autor deste trabalho, entre em contato conosco, para que possamos informar.
O NASCIMENTO DE JESUS
A INFÂNCIA DE JESUS
A VIDA PÚBLICA DE JESUS
OS APÓSTOLOS DE JESUS
JESUS, NOSSO DIVINO MESTRE
AS PARÁBOLAS DO REINO
OS MILAGRES DE JESUS
JESUS, O BOM PASTOR
OS ÚLTIMOS DIAS DE JESUS
A PAIXÃO DE JESUS
A GLORIFICAÇÃO DE JESUS
Aprofundar sobre a Nova Aliança no site: http://www.veritatis.com.br/article/3723
666 - A Segunda Besta do Apocalipse
Por P. Miguel Ángel Fuentes / Mauricio Israel Pérez López
Tradução: Carlos Martins Nabeto
Fonte: www.iveargentina.org
- Meu nome é J. e tenho uma grande preocupação acerca do Apocalipse. Ocorre que na Internet conheço uns irmãos separados, adventistas, e eles dizem que suas interpretações sobre a Besta do 666 apontam para o Papa e que este é o anticristo, porque a soma das letras de diversos modos de se dizer 'Papa' em latim resulta em 666, e dizem também que a Igreja Católica é a Besta; eu, porém, não sei o que dizer, pois eles me oferecem a prova e eu não tenho nada. Estou certo de que deve haver uma outra interpretação e espero que você me dê, para que eu possa explicar-lhes e defender-me. Obrigado por tudo e espero a sua contestação. Atenciosamente.
* * *
Estimado: ofereço a contestação enviando-lhe este artigo. Ao final, você poderá encontrar as referências.
PREÂMBULO
A segunda besta do Apocalipse, popularmente conhecida pelo seu número 666, tem sido motivo de confusão em razão da ignorância bíblica, aumentada pelas espetaculares produções cinematográficas que gostam de tocar neste assunto com toda a liberdade. Há aqueles que se ufanam em apontar, em nossos tempos, algum "anti-Cristo", ao qual podem ser atribuídas as características descritas no Apocalipse e, com inquieta curiosidade, especulam sem cessar, com audaz atrevimento, mas sem fundamentar as supostas coincidências encontradas por eles. E não apenas sobre a besta, mas sobre todos os símbolos usados nesse livro, buscam encontrar "a verdade" nos sinais de nossos tempos, sendo que o autêntico significado está amarrado a um certo tempo, dentro de contextos históricos, alheios ao nosso tempo.
Meu interesse ao escrever este artigo é desenvolver uma breve exegese sobre a perícope dp "falso profeta ao serviço da Besta", a fim de esclarecer a partir do ponto de vista exegético o verdadeiro significado dessa passagem bíblica. O exercício exposto neste artigo foi realizado de maneira pessoal, mantendo-me sempre no âmbito da "sã doutrina" da nossa Igreja Católica e na linha de nossa exegese contemporânea.
CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS
Para começar este trabalho exegético, considero importante explicar os elementos que servem como matérial sólido (e correto) para interpretar esta passagem. O texto bíblico é retirado da edição brasileira da Bíblia de Jerusalém.
GÊNERO LITERÁRIO
O Livro da Revelação, ou Apocalipse de João, corresponde precisamente ao gênero literário "apocalíptico". Este gênero floresceu na literatura hebraica por quatro séculos, a partir do séc. II a.C. até o séc. II d.C.. A apocalíptica depende da literatura profética e da sapiencial. Porém, diferentemente da literatura profética, onde o elemento essencial é "a palavra", na apocalíptica o elemento essencial é "a visão". Outra característica do gênero apocalíptico é o uso abundante de símbolos.
A estrutura de um Apocalipse dá-se sempre nestas três fases:
1. Uma etapa de opressão ao Povo de Deus.
2. Uma etapa de castigo e destruição do inimigo.
3. Uma etapa de libertação, vitória e domínio do Povo de Deus.
É importante distinguir o ensinamento existente por detrás da "visão", do relato que narra "a visão" no Apocalipse. O conteúdo apocalíptico é escatológico ao invés de histórico, motivo pelo qual seu ensino perdura até o fim dos tempos. No entanto, ao ser histórico, seu relato sempre se refere a um tempo concreto imediato, pois que escrito em um tempo de forte opressão. É sob esta ótica que o Apocalipse deve ser interpretado (e, conseqüentemente, a interpretação da perícope neste artigo) se queremos ter um entendimento correto de seu significado. Não obstante, mediante uma boa hermenêutica, podemos fazer uma atualização de seu conteúdo doutrinário.
No Primeiro Testamento [A.T.] encontramos literatura apocalíptica em Is., Ez., Jl, Zac. e Dan. No Novo Testamento, encontramos textos apocalípticos em Mc., Mat. e Luc., quando narram o discurso escatológico de Jesus; em algumas passagens paulinas, nas epístolas aos Tessalonicenses e na 1Coríntios; e, evidentemente, no Apocalipse.
CHAVES DE INTERPRETAÇÃO
Para entender não apenas o conteúdo da perícope que analiso neste artigo, mas de todo o conteúdo do Apocalipse de João, é necessário primeiro conhecer o conteúdo e os símbolos do Apocalipse contidos no livro do profeta Daniel. Por sua vez, para entender os símbolos de Daniel, é preciso conhecer e entender os símbolos usados pelo profeta Ezequiel. Isso é de fundamental importância, pois ao compreender os simbolismos de Ez. e Dan. a exegese do Apocalipse de João resulta em um processo mais simples e natural. Fazer uma revisão e oferecer uma interpretação desta simbologia fica fora do escopo deste trabalho. Faço menção, contudo, para que o estudioso que quiser possa aprofundar no tema por conta própria.
Da mesma forma, no caso desta perícope, é imprescindível compreender o significado da Primeira Besta, descrita na perícope anterior. Sobre isso, detalharei em separado, no item "O Contexto Imediato".
Os Apocalipses são desenvolvidos em uma época de opressão. No caso concreto do Apocalipse de João, este foi escrito no ano 95, segundo geralmente se pensa. Nesse tempo, Domiciano exigia o "culto imperial" ainda mais que seus predecessores Vespasiano e Tito. É neste contexto histórico onde devemos buscar o verdadeiro significado dos simbolismos empregados por João.
NUMEROLOGIA APOCALÍPTICA
Todos os números usados no Apocalipse têm um significado específico. Conhecê-los ajuda a entender os símbolos do texto. Para interpretar a perícope que nos interessa, convém conhecer os seguintes:
Número / Significado
2 - Usado para dar solidez, para reforçar; p.ex.: 2 testemunhas, 2 chifres
3 - Perfeição
6 - Um a menos que o 7; significa imperfeição
7 - Plenitude
666 - 3 vezes 6, isto é, a perfeita imperfeição, a imperfeição plena
A PERÍCOPE
O falso profeta a serviço da Besta (Ap. 13,11-18)
(11) Vi depois outra Besta sair da terra: tinha dois chifres como um Cordeiro, mas falava como um dragão. (12) Toda a autoridade da primeira Besta, ela a exerce diante desta. E ela faz com que a terra e seus habitantes adorem a primeira Besta, cuja ferida mortal tinha sido curada. (13) Ela opera grandes maravilhas: até mesmo a de fazer descer fogo do céu sobre a terra, à vista dos homens. (14) Graças às maravilhas que lhe foi concedido realizar em presença da Besta, ela seduz os habitantes da terra, incitando-os a fazerem uma imagem em honra da Besta que tinha sido ferida pela espada, mas voltou à vida. (15) Foi-lhe dado até mesmo infundir espírito à imagem da Besta, de modo que a imagem pudesse falar e fazer com que morressem todos os que não adorassem a imagem da Besta. (16) Faz também com que todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos recebam uma marca na mão direita ou na fronte, (17) para que ninguém possa comprar ou vender se não tiver a marca, o nome da Besta ou o número do seu nome.
(18) Aqui é preciso discernimento! Quem é inteligente calcule o número da Besta, pois é um número de homem: seu número é 666!
DELIMITAÇÃO
Contexto Imediato
A perícope de "O falso profeta a serviço da Besta" está delimitada pelas perícopes "O Dragão transmite seu poder à Besta" (12,18-13,10) e "Os resgatados do Cordeiro" (14,1-13).
O Dragão transmite seu poder à Besta (12,18-13,10)
Nesta perícope, João vê surgir do mar uma besta que tinha dez chifres e sete cabeças, e em seus chifres dez diademas, e em suas cabeças títulos blasfemos. A besta do mar era semelhante a uma pantera com patas de urso e mandíbulas de leão, e recebeu do Dragão seu poder, seu trono e grande poderio (cf. 13,1-3). As pessoas se prostravam perante o Dragão e a besta, a quem adoravam (cf. 13,4-8). João conclui advertindo: "Se alguém tem ouvidos, ouça: se alguém está destinado à prisão, irá para a prisão; se alguém deve morrer pela espada, é preciso que morra pela espada" (13,9-10).
"O mar" é, na literatura oriental, um elemento associado ao caos, ao abismo, à rebelião. A descrição da besta é semelhante à visão das quatro bestas de Dan. 7,3-8. Ao situar o texto em seu contexto histórico, o mais coerente é relacionar esta besta que surge do mar com o Império Romano, de grande poderio e avassaladora extensão, protótipo de todos os poderes que se levantarão contra a Igreja através dos séculos.
Os dez chifres e as dez diademas representam dez reis romanos. As sete cabeças com títulos blasfemos simbolizam sete imperadores. Deve-se notar que os números usados são símbolos de totalidade.
O poder da besta se estende sobre toda raça, povo, língua e nação, e provém do Dragão. Da mesma forma, o Império Romano ia se expandindo cada vez mais. O versículo 3 menciona uma cabeça ferida de morte, porém curada, a qual pode ser uma alusão a um momento certo em que o Império Romano se viu em perigo, porém subsistiu. Outros autores preferem entender aqui uma menção à lenda segundo a qual Nero, após suicidar-se, regressaria para tomar o poder de Roma.
A Besta profere com sua boca blasfêmias contra Deus, move guerra aos santos, é adorada por todos os habitantes da terra cujos nomes não estão escritos, desde a Criação do mundo, no livro do Cordeiro imolado. O Império Romano perseguia ardentemente os cristãos pelo fato destes, por sua única fé em Cristo Jesus, negarem-se a prestar culto tanto ao Império quanto a César.
Esta situação de rejeição a Deus e cruel perseguição requer "a paciência e a fé dos santos".
Entender que esta besta do mar represento o Império Romano é, talvez, a pista mais sólida para se entender a segunda besta, surgida da terra, como explicarei a seu tempo.
Os resgatados do Cordeiro (14,1-13)
Nesta perícope, João encontra um cordeiro sobre o monte Sião e com ele 144 mil [pessoas], que têm escrito na fronte o nome do Cordeiro e o nome de seu Pai.
Uma interpretação fundamentalista e errônea deste número, como a proposta pelos Testemunhas de Jeová, pretende assegurar que apenas 144 mil almas irão para o céu. Nada mais equivocado!
Aos partidários da besta, marcados com seu nome, João opõe os seguidores do Cordeiro, agrupados de forma simbólica em Sião, Jerusalém, a Cidade Santa eleita por Deus. Eles representam o novo Israel. O número 144 mil equivale a 12 x 12 x 1000, que significa o exagero de um número que representa a totalidade e não uma quantidade como tal. Fala dos resgatados, isto é, dos que alcançaram a salvação. As qualidades destes resgatados, segundo a perícope, são: homens que não se mancharam com mulheres, são virgens; seguem o Cordeiro aonde quer que ele vá; foram resgatados dentre os homens; são primícias para Deus e para o Cordeiro; não se encontrou falsidade e sua boca; não possuem mancha (cf. Sal. 30). É significativo o fato de serem "primícias", razão porque se pode pensão que não se trata neste caso de todos os redimidos, mas um grupo representativo; provavelmente aqueles que já tinham dado a sua vida pela fé.
Contexto Imediato
A perícope em quentão está contida na primeira parte, "Os Prelúdios do 'Grande Dia' de Deus", do segundo título do Apocalipse, "As Visões Proféticas", que é composta pelas seguintes perícopes:
- Deus entrega o destino do mundo ao Cordeiro (4-5)
- O Cordeiro abre os sete selos (6)
- Os que servem a Deus serão preservados (7,1-8)
- O triunfo dos eleitos no céu (7,9-17)
- O sétimo selo (8,1)
- As orações dos santos apressam a vinda do Grande Dia (8,2-5)
- As quatro primeiras trombetas (8,6-13)
- A quinta trombeta (9,1-12)
- A sexta trombeta (9,13-21)
- A iminência do castigo final (10,1-7)
- O livrinho doce e amargo (10,8-10)
- As duas testemunhas (11,1-13)
- A sétima trombeta (11,14-19)
- Visão da Mulher e do Dragão (12,1-17)
- O Dragão transmite seu poder à Besta (12,18-13,10)
- O falso profeta a serviço da Besta (13,11-18)
- Os resgatados do Cordeiro (14,1-13)
- A ceifa e a vindima das nações (14,14-20)
- O cântico de Moisés e do Cordeiro (15,1-4)
- As sete pragas das sete taças (15,5-16,21)
PERSONAGENS
João
O autor do Apocalipse se dá a conhecer como João (1,1.4.9; 22,8), um homem que, devido à sua fé cristão, sofria o exílio na ilha de Patmos, uma colônia penal de Roma. Ainda que pese o seu nome, é difícil imaginar que o autor deste livro seja o Apóstolo João, o mesmo (ou os mesmos) autor(es) do quarto Evangelho ou das cartas joanéias. O mesmo não fala de si como Apóstolo, nem como autor destes outros textos. Alguns Padres da Igreja o identificaram com o Apóstolo, certamente pela afinidade do nome, inclusive Justino, Ireneu, Clemente de Alexandria, Tertuliano e Hipólito. No entanto, outros como Eusébio de Cesaréia, Cirilo de Jerusalém e, inclusive, Gregório Nazianzeno e João Crisóstomo, negaram esse fato. O vocabulário, a gramática e o estilo apontam dúvidas de que o Apocalipse tenha sido composto pelas mesmas pessoas responsáveis pelos demais escritos neotestamentários firmados por "João". Por outro lado, existem semelhanças lingüísticas e afinidades teológicas com o quarto Evangelho que permitem supor que o autor do último livro da Bíblia possa ter sido discípulo de João Apóstolo.
Nesta perícope, João mostra-se como o receptor de uma nova visão, onde contempla a segunda Besta.
A primeira Besta - Como explicado anteriormente, o autor do Apocalipse representa o Império Romano com o símbolo da besta surgida do mar.
A segunda Besta - Surgida da terra, a partir desta perícope, o Apocalipse se referirá a ela como "o falso profeta", que está a serviço da primeira Besta, ou seja, do Império Romano.
Os habitantes da terra - Todos os habitantes da terra são seduzidos pela Besta.
Aqueles que não adoram a primeira Besta - Entendendo que a primeira Besta é o Império Romano, resta evidente que aqueles que não adoram a primeira Besta são os cristãos, que desacatavam o mandato do Culto Imperial, que implicava adorar o "Divus Caesar" (=Divino César) e a "Dea Roma" (=Deusa Roma).
O homem inteligente - Assim qualifica João àquele que sabe calcular a cifra de Besta.
INTERPRETAÇÃO DA PERÍCOPE
(11) Vi depois outra Besta sair da terra: tinha dois chifres como um Cordeiro, mas falava como um dragão.
O chifre é símbolo de autoridade no Apocalipse. Vemos que aquele que está simbolizado pela Besta da terra tinha dois chifres, ou seja, tratava-se de alguém com suma autoridade.
(12) Toda a autoridade da primeira Besta, ela a exerce diante desta. E ela faz com que a terra e seus habitantes adorem a primeira Besta, cuja ferida mortal tinha sido curada.
Compreendendo que a primeira Besta é o Império Romano, fica fácil entender que a segunda Besta é o símbolo apocalíptico de um ministro de Roma e que, como explicava há pouco, era alguém que possuía a suma autoridade. Podemos pensar, pois, que se trata de um imperador. Um imperador que tinha a missão do Império de assegurar sua legendária extensão territorial fazendo "com que a terra e seus habitantes adorem a primeira Besta".
(13) Ela opera grandes maravilhas: até mesmo a de fazer descer fogo do céu sobre a terra, à vista dos homens.
Notamos aqui um sinal de alerta contra as seduções da idolatria, conforme a segunda redação da Lei de Moisés. O Deuteronômio ordena que se surgir um profeta que proponha um sinal ou um prodígio e pede para que sirva outros deuses desconhecidos, tal profeta não deve ser ouvido (cf. Deut. 13,2-4)
O próprio Cristo previne sobre a vinda desses falsos profetas que arrastam seus seguidores para a perdição (cf. Mat. 24,24). É interessante observar que esta prevenção (e predição) de Cristo está contida em seu Discurso Escatológico, ou seja, em um texto eminentemente apocalíptico.
O mesmo se dá na Segunda Epístola aos Tessalonicenses, onde Paulo antecipa que a vinda do "Ímpio" estará assinalada pelo influxo de Satanás, com toda classe de milagres e prodígios. Todo tipo de maldades acabarão por seduzir aos que não tenham aceitado o amor da verdade salvadora (cf. 2Tes 2,9-10). Outra passagem apocalíptica.
Fica evidente o paralelo dessas três passagens com este versículo do Apocalipse.
(14) Graças às maravilhas que lhe foi concedido realizar em presença da Besta, ela seduz os habitantes da terra, incitando-os a fazerem uma imagem em honra da Besta que tinha sido ferida pela espada, mas voltou à vida.
O Espírito de Deus era o que realizava prodígios na Igreja para provocar a fé em Cristo; a segunda Besta imita o Espírito, como a Serpente, e a primeira Besta imitam o Pai e o Filho. Assim, pois, o Dragão, a primeira e a segunda Besta são uma caricatura anti-ética da Trindade: Pai-Filho-Espírito Santo X Dragão-Primeira Besta-Segunda Besta.
(15) Foi-lhe dado até mesmo infundir espírito à imagem da Besta, de modo que a imagem pudesse falar e fazer com que morressem todos os que não adorassem a imagem da Besta.
Os cristãos sempre rejeitaram o culto ao Império e a César. Vemos aqui que a segunda Besta exterminava os cristãos, era um forte perseguidor destes. Isto vai jogando luz à dedução de seu nome; Trata-se, pois, de um imperador romano que perseguiu encarniçadamente os cristãos.
(16) Faz também com que todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos recebam uma marca na mão direita ou na fronte,
A tatuagem na mão e na fronte faz pensar no "culto imperial".
Mais adiante, um anjo advertirá que aquele que tenha a marca na fronte ou na mão beberá do vinho do furor de Deus (cf. 14,9). Igualmente, sobrevirá uma úlcera maligna sobre os que tenham feito a marca (cf. 16,2). E quando a Besta for capturada, sera lançada viva junto com os que fizeram a marca no lago do fogo que arde com enxofre (cf. 19,20). Sem dúvida, tudo isto é simbolismo, mas resta óbvio a deplorável atitude daqueles que optam por seguir a Besta.
Ao contrário, todos os que não adoraram a Besta, nem fizeram a marca na mão ou na fronte, ou seja, os que não fizeram obras segundo a Besta, nem a aceitaram em sua mente ou atitude, reviverão e reinarão mil anos com Cristo (cf. 20,4).
(17) para que ninguém possa comprar ou vender se não tiver a marca, o nome da Besta ou o número do seu nome.
O fato de não ter a marca da Besta é motivo de privação das atividades cotidianas no Império Romano e, pior ainda, é motivo de privação de direitos jurídicos e civis.
(18) Aqui é preciso discernimento! Quem é inteligente calcule o número da Besta, pois é um número de homem: seu número é 666!
Ao invés de fornecer o nome da Besta, João usa uma cifra - 666 - e explica que deve ser calculada. Para totalizar 666, há uma grande quantidade de combinações. A base de onde deve se partir este cálculo é o fato de que em grego e hebraico as letras do alfabeto têm valor numérico, já que estas línguas careciam de numerais. A opinião mais aceita entre os exegetas - com a qual concordo pessoalmente - é que João está se referindo a Nero, já que seu nome em hebraico é NRWN QSR (Nerón César), recordando que no hebraico não se escrevem vogais entre as consoantes (e os pontos vocálicos, que de qualquer forma não têm valor numérico, foram adaptados vários séculos depois da escritura do Apocalipse) e as equivalências numéricas são:
letra/nome hebraica - equivalente - valor
Nun - N - 50
Resh - R - 200
Waw - W - 6
Nun - N - 50
Qoph - Q - 100
Samekh - S - 60
Resh - R - 200
SOMA = 666
Em grego, a soma dá 616, motivo pelo qual algumas versões da Bíblia, muito poucas, usam esta outra cifra. Neste caso, 616 não significa "César Nero", mas "César Deus". Como quer que seja, tudo parece coincidir com muita força para crer que a passagem se refere a Nero, um dos mais radicais perseguidores dos cristãos, que entre seus "ingeniosos" tormentos, mandava amarrar os cristãos em postes (crux simplex certamente) nos jardins de seu palácio e os fazia arder em chamas, para que servissem de tochas de iluminação.
Devemos recordar, ademais, que o 6 é um número usado para representar a imperfeição, por vir logo atrás do 7, que significa a plenitude. O fato de ser repetido três vezes o número 6 é significativo, pois o 3 é símbolo da perfeição. Repetir 3 vezes um adjetivo equivale ao máximo superlativo possível. Portanto, repetindo três vezes o 6 - 666 - ou seja, "três vezes imperfeito", "totalmente imperfeito", equivale de maneira anti-ética o "três vezes Santo", "Santo, Santo, Santo", usado para se elevar ao máximo a exaltação da santidade de Deus, o "Todo Santo".
ATUALIZAÇÃO
Falsos profetas, perseguidores do Cristianismo e seduções materiais e pagãs sempre atentarão todos os habitantes do mundo. No entanto, os fiéis cristãos que se mantiverem com paciência na fé, superarão essas provas.
CONCLUSÃO
Quem leu este artigo buscando encontrar pistas ou, inclusive, nomes concretos de supostos anticristos contemporâneos, deve ter ficado decepcionado. A apocalíptica é um gênero difícil de ser compreendido em razão da grande quantidade de simbolismos que emprega. No entanto, conhecendo as chaves corretas de atualização e familiarizando-se com os textos de Ez. e Dan., acaba por facilitar o entendimento do Apocalipse.
O hebraico, por carecer de numerais, emprega as letras de seu alfabeto com fins aritméticos. Desta forma, o nome de Néron César, escrito com caracteres hebraicos, coincide, em seu valor numérico, com a cifra 666.
O Apocalipse, sendo escrito no contexto da perseguição cristã pelo Império Romano, encontra o verdadeiro significado de seus símbolos nessa situação histórica concreta. Não obstante, o sentido e o ensinamento do texto são escatológicos. Por isso, se devemos aplicar algo do livro em nossos tempos - que tantas vezes colocam à prova nossa conduta cristã - é o ensinamento de fé e esperança desenvolvido no texto, mais do que pretender empregar os símbolos usados no texto como referências a eventuais cataclismas que deveremos sofrer.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS
Edição Brasileira da Bíblia de Jerusalém. Paulinas, São Paulo, 1991.
The New American Bible. Catholic Bible Press, Nashville, 1987.
Carrillo, S., El Apocalipsis. Instituto de Pastoral Bíblica, México, 1998.
Nutting, M., And God Say What?. Paulist Press, New York, 1986.
Yates, K. Nociones Esenciales del Hebreo Biblico. Harper & Row Publishers, New York, 1984.
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Bíblia Resumo
(14 páginas)
RESUMO DOS LIVROS DO ANTIGO TESTAMENTO
O Pentateuco ´ é o nome dado aos cinco primeiros livros da Bíblia (Gen, Ex, Lev, Num, Dt) e constituem a Lei de Moisés ou Torá.
O livro do Gênesis ´ narra as origens do homem e do mundo criados por Deus, e apresenta´nos a maravilhosa história dos Patriarcas: Abraão, Isac e Jacó. A mensagem deste livro é importantíssima. Entre outras coisas traz a revelação de Deus sobre os seguinte pontos:
1 ´ Deus é o Criador do mundo e do homem.
2 ´ Deus é distinto do universo; quer dizer, não existe o Panteísmo que defende que Deus e o mundo são a mesma coisa; e o mundo seria apenas uma ´emanação de Deus´.
3 ´ O mundo é bom.
4 ´ O mundo criado manifesta a glória e a paz de Deus.
5 ´ O homem foi criado da terra, mas foi animado de um espírito de vida (alma) imortal, criado e dado por Deus.
6 ´ O homem foi criado para viver na amizade de Deus.
7 ´ O homem foi criado livre.
8 ´ A harmonia primitiva foi destruída pelo pecado da desobediência a Deus. O homem tem a vã esperança de ser Deus (pecado original).
9 ´ O homem foi excluído do Paraíso.
10 ´ Deus faz a Promessa de Redenção da humanidade através da Mulher.
11 ´ O homem foi dominado pelo pecado e o mal se generaliza: Caím, Torre de Babel, Sodoma e Gomorra, etc..
12 ´ Deus faz uma primeira aliança com o homem através de Noé.
13 ´ Deus continua a aliança com Abraão, Isac e Jacó.
O livro do Êxodo ´ narra a ida do povo de Israel para o Egito e a escravidão alí sofrida. Deus chama Moisés e através dele tira o povo do Egito milagrosamente; em seguida estabelece uma Aliança com Moisés e dá ao Povo os seus Mandamentos, leis, preceitos, ritos e cultos.
O livro do Levítico ´ narra as Leis dos rituais, as leis sociais, as prescrições, as bênçãos e maldições, os sacrifícios oferecidos a Deus (holocaustos, oblações, sacrifícios pacíficos, sacrifícios de expiação). Era o livro dos levitas ou sacerdotes do povo. São as leis relativas ao culto e à santidade do povo.
O livro dos Números ´ fala do recenseamento do povo feito por Moisés no deserto e apresenta as listas de nomes e números. Contém ainda outras leis misturadas com a narrativa da caminhada até as margens do rio Jordão.
O livro do Deuteronômio, que quer dizer ´segunda lei´, consta de cinco sermões de Moisés que recapitulam a Lei e narra o fim da vida de Moisés.
Os livros Históricos ´ Há 16 Livros históricos na Bíblia (Josué, Juízes, Rute, I e II Samuel, I e II Reis, I e II Crônicas, Esdras, Neemias, Tobias, Judite, Ester, I e II Macabeus) que narram a história do povo hebreu desde a entrada na Terra Prometida até os tempos dos Macabeus, já próximo de Jesus cerca de 150 anos.
O livro de Josué ´ Narra a árdua missão de Josué, indicado por Deus a Moisés para ser o seu sucessor e introduzir o povo na Terra prometida, fazendo o povo viver as leis que Deus deu a Moisés, distribuindo a terra entre as tribos de Israel e lutando contra os cananeus. Mostra a fidelidade de Deus às suas promessas feitas ao povo. É uma continuação lógica do Pentateuco.
O livro dos Juízes ´ narra as suas histórias desde a morte de Josué até Samuel. Josué ao morrer não deixou sucessor. As doze tribos de Israel já estavam estabelecidas na terra prometida, mas não tinham um governo central, mas eram unidas pela religião monoteísta (um só Deus), diferente dos outros povos de Canaã que tinham muitos deuses (Baal, Aserá, Astarte). Israel convivia com esses povos pagãos e muitas vezes caiu na idolatria. Neste contexto Deus suscitou os Juízes em Israel. Eram heróis, muitas vezes dotados de força física ou carismas especiais para libertarem uma ou mais tribos de Israel dominadas pelos extrangeiros. Não tinham sucessores nem dinastia, não promulgavam leis e nem impunham impostos. São o testemunho vivo de que Javé jamais abandonou o seu povo. Entre os grandes juízes encontramos Eli e Samuel, que foram os únicos que tiveram autoridade sobre todo o Israel, embora não tinham sido chefes de exércitos como os outros. Ao todo foram doze juízes. Os maiores foram Otoniel (da tribo de Judá), Aod (Benjamim), Barac (Neftali), Gedeão (Manassés), Jefté (Gad), Sansão (Dã). Os menores são Samgar (Simeão), Tolá (Issacar), Jair (Galaad), Abesã (Aser), Elon (Zabulon) e Abdon (Efraim). Os 21 capítulo de Juízes cobre um período de quase 200 anos que vai de 1250 a 1050, da morte de Josué até o primeiro rei de Israel, Saul.
O livro de Rute ´ é posterior ao exílio na Babilônia (587 ´ 537 AC). Conta a bela história de Rute, a moabita que desposou Booz, israelita, e dos quais nasceu Obed, o pai de Jessé, que foi o pai do rei Davi. A finalidade do livro é transmitir uma história edificante sobre as origens da família de Davi, que teve, então, entre os seus antepassados uma moabita, isto é, um membro que não era do povo judeu, e até seu inimigo. Isto já ensina a universalidade da salvação preparada por Deus para todos os homens (cf. Rt 2,12). O mesmo se dá com o livro de Jonas. Mateus, na genealogia de Jesus, faz questão de citar Rute, para significar que Ele não é filho apenas de israelitas, e Salvador não só dos judeus, mas de todos os homens.
Os livros de Samuel ´ foram escritos após o ano 622AC, e narra as histórias de Samuel, o último dos Juízes, do rei Saul e do rei Davi. Continuam as narrações contidas nos livros dos Juízes e cobrem um período da história de Israel de 1050 a 970 aC. Samuel, o último dos juízes foi incumbido por Deus para sagrar o primeiro rei de Israel, Saul.
Os livros dos Reis ´ narram a história dos reis de Israel, Saul, Davi, Salomão, etc. , e vai até o exílio do ano 587aC quando aconteceu o exílio para a Babilônia. Narra a construção do Templo por Salomão, a separação das 12 tribos de Israel em dois reinos rivais (Samaria e Judá), e conta, entre outras coisas, a queda de ambos os reinos, a destruição de Jerusalém, , a história de Elias, Eliseu, a Reforma de Josias e a destruição de Jerusalém pelos babilônios. O livro cobre cerca de 400 anos de história de Israel (970´570 aC). Começa com os últimos dias de Davi e vai até a libertação de Jeconias, rei de Judá, detido na Babilônia (561). O livro conta a história dos dois reinos de Israel separados e rivais. Apresenta os doze reis de Judá, todos da descendência de Davi; e os dezenove reis da Samaria, pertencentes a nove dinastias diferentes, perdendo, então, a descendência de Davi.
Os dois livros das Crônicas I e II(ou Paralipômenos = as coisas omitidas) ´ formam com os livros de Esdras e Neemias um bloco homogêneo chamado de ´obra do Cronista´. Narram as histórias de Israel, repetindo ou completando o que já foi narrado em Samuel e Reis. Na verdade, reapresenta a história narrada em Samuel e Reis, mas com uma perspectiva ainda mais religiosa. Trazem uma tabela genealógica desde Adão até Davi; a história do rei Davi, de Salomão e dos reis de Judá, e procura dar um significado teológico aos acontecimentos narrados.
O livro de Esdras (sacerdote) e Neemias (governador) ´ são do mesmo autor das Crônicas e contam as histórias desses personagens importantes que restabeleceram a restauração religiosa e moral de Israel após o exílio da Babilônia. Cobre uma época que vai de 538 a 430 aC. Narram a construção e a dedicação do Templo, a reconstrução das muralhas e da cidade de Jerusalém. É o tempo dos profetas Ageu, Zacarias e Malaquias. Foi o renascimento do judaísmo após o exílio, a partir de Judá que volta do exílio; e daí nascerá o Messias. Por isso Esdras é chamado o ´ pai do Judaísmo´.
Os livros de Tobias, Judite e Ester ´ são livros escritos no gênero literário chamado de midraxe, que é a narração de um fato histórico com ênfase religiosa, isto é, na ação de Deus que age em defesa dos fiéis, realçando os aspectos edificantes e moralizantes dos fatos narrados, com o intuito de formar os leitores. São histórias edificantes que não se pode saber bem quando ocorreram, e que não se referem a todo o Israel, mas apenas a uma pessoa, família (Tobias) ou cidade (Judite). São belos livros, de leitura muito edificante, que mostram a ação de Deus, na vida de uma pessoa, de uma família ou de uma cidade que nele confia. É importante notar a figura de duas mulheres, usadas por Deus para a sua obra de salvar o seu povo. Ester é figura de Nossa Senhora.
Os livros dos Macabeus ´ contam a história do povo Judeu no tempo da opressão dos sírios, especialmente pelo rei Antíoco IV Epífanes (175 ´163), que queria obrigar o povo a praticar as leis pagãs e rejeitar a lei de Deus. Levantou´se Matatias, sacerdote, como chefe de guerrilha e guerra contra os sírios, com os seus filhos João, Simão, Judas, Eleazar e Jônatas. A revolta dos Macabeus surgiu por esta causa e vai aproximadamente de 175 a 163 aC., já no limiar da chegada de Jesus.
Do tempo de Esdras (400) até os Macabeus (175), temos um período de cerca de 225 anos dos quais a Bíblia nada fala. Parece terem sido tempos de paz, embora Israel ainda vivesse sob o jugo de Alexandre Magno, e depois os sírios.
Os livros sapienciais ´ Há 7 livros na Bíblia que são chamados de Sapienciais, isto é, que falam da sabedoria de Deus. Vamos examiná´los.
O livro de Jó ´ foi escrito no século V antes de Cristo, e medita sobre a questão do sofrimento humano. Por que sofrem os bons? A sua mensagem principal é que o homem deve humilhar´se no sofrimento e confiar em Deus que sabe tirar o bem até mesmo do mal. Mostra a vitória, pela fé, de um homem que mesmo coberto de lepra da cabeça aos pés, sabe ainda confiar em Deus, sem perder a fé e sem blasfemar. A grande mensagem do livro é que não podemos conhecer todas as causas do sofrimento, mas devemos fazer um ato de confiança absoluta em Deus. E não ficaremos frustrados.
O livros dos Salmos ´ contém 150 salmos de Davi, Salomão e outros. Eram orações ´cantadas com o acompanhamento de instrumentos de corda´. Era por excelência o livro de oração dos judeus e também da nossa Igreja. Canta os louvores de Deus, as lamentações do povo, os cânticos religiosos, os poemas e as súplicas. Exprimem as mais diversas situações de ânimo; adoração, louvor, perseguição, saudades do santuário, desejo de Deus, confissão dos pecados, esperança em Deus que salva, oráculos messiânicos, cânticos de Sion, etc..
O livro dos Provérbios ´ trazem a riquíssima sabedoria que o povo judeu armazenou durante a vida muito sofrida, especialmente no exílio. É o mais representativo da literatura sapiencial bíblica, que datam do século X a.C., às quais foram acrescentadas normas que são do séc IV /III aC. Aos poucos a sabedoria foi tomando aspecto religioso, com as suas raízes no ´temor do Senhor´, e procura agradar a Deus. É vista como um dom de Deus. Os sábios atribuíam a ao próprio Deus a sabedoria. O termo provérbio vem do hebraico ´Meschalim´, que quer dizer ´Máximas´. O livro consta de nove coleções de máximas, as mais antigas atribuídas a Salomão.
O livro do Eclesiastes ´ é parecido com o livro de Jó; uma vez que ambos tratam da questão do sofrimento. O termo eclesiastes quer dizer ´orador´ ou ´pregador´, aquele que fala na assembléia. Enquanto Jó parte a realidade do mal, Eclesiastes parte da vaidade e da deficiência de todos os bens. Quem lê o livro pode à primeira vista ficar confuso, quando recomenda o gozo dos bens materiais; no entanto são apenas reflexões que o autor faz consigo mesmo, contraditórias, antes de chegar às conclusões. Por fim termina dizendo: ´teme a Deus e guarda os seus mandamentos´. O autor do livro não é Salomão, mas um judeu da Palestina que viveu no séc. III a.C.
O livro do Cântico dos Cânticos ´ quer dizer ´o mais belo dos cânticos´ . O tema do livro é o amor de um homem chamado Salomão e rei por uma jovem chamada de ´a sulamita´, guarda de vinhas e pastora. A interpretação é a seguinte: sob a imagem do esposo é figurado o próprio Deus e, sob a imagem da esposa, a filha de Sion, o povo de Israel, que Deus escolheu entre todas a nações. Na perspectiva cristã é a figuração de Cristo (Esposo) e a Igreja (Esposa).Os místicos viram também na figura da esposa a Virgem Maria e, também, qualquer alma fiel a Deus. As fortes cenas de amor são uma maneira oriental de se expressas e não devem nos impressionar ou levar´nos a conclusões erradas; são fortes para mostrar o quanto Deus ama a humanidade.
O livro da Sabedoria ´ foi escrito por um judeu de Alexandria no norte do Egito, com o objetivo de fortalecer a fé dos judeus que viviam nesta região, de modo a não aderirem à religião dos povos desta região. Muitos judeus viviam nesta rica cidade fundada por Alexandre Magno (†324a.C). O autor exalta a Sabedoria judaica, cuja origem é Deus; e quer mostrar que ela nada é inferior à grega, que domina Alexandria.
O livro do Eclesiástico (ou Sirácidas) ´ A tradução grega é ´Sabedoria de Jesus filho de Sirac´. Os cristãos de língua latina o chamavam de ´Ecclesiasticus´, já que era usado para ensinar os bons costumes aos catecúmenos que se preparavam para o Batismo. Era o livro da ´Ecclesia´ (Igreja). É um pouco parecido com o livro dos Provérbios, mas revela uma fase mais avançada do pensamento dos judeus. O livro deve ter sido escrito aproximadamente no ano 190 aC em Jerusalém, em hebraico, e depois foi traduzido para o grego em 132 aC.
Os livros proféticos ´ são 18. A partir de Samuel (sec.XI a.C) até Malaquias (sec.V a.C) a série dos profetas foi ininterrupta e eles exerceram papel muito importante no reino de Israel: eram conselheiros dos reis, censuravam as injustiças, condenavam toda idolatria, etc.
Os profetas Isaías, Jeremias, Oséias, e Amós, atuaram antes do exílio (587´538 a.C) e mostravam aos reis e ao povo as suas faltas, pelas quais Deus os abandonaria nas mãos dos estrangeiros.
Os profetas Ezequiel e o ´segundo´ Isaías (Is 40´55) agiram durante o exílio procurando erguer o ânimo do povo.
Os profetas Ageu, Zacarias e Malaquias atuaram depois do exílio incentivando o povo a reconstruir o Templo e os muros de Jerusalém, além de empreender a reforma religiosa, moral e social da comunidade judaica e predizendo a glória do futuro Messias.
Os profetas Oséias, Amós, Miquéias, Joel, Abdias, Jonas, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias, em número de 12, são chamados de profetas menores, não porque não foram importantes, mas porque nos deixaram escritos pequenos, que já no século II antes de Cristo eram colecionados em um só volume (rolo). Não é possível se saber com exatidão a época em que cada um deles atuou, mas sabemos que agiram do século VIII ao século III a.C. e fornecem dados importante da história de Israel e dos povos vizinhos.
O livro de Isaias ´ o profeta viveu de 740 a 690aC. Mas não foi o único autor de todo o livro. Este está dividido em três partes: Isaias I (capítulos 1´39) é do tempo do profeta; Isaias II (40´55) é da época do exílio da Babilônia (587´638aC) e Isaias III (56´66) foi escrito após o exílio na época da restauração do povo na sua terra. O profeta Isaías era filho de nobre família de Jerusalém, poeta , foi conselheiro dos reis Jaotã, Acaz e Ezequias numa época de infidelidade moral e religiosa por parte do povo de Israel. O livro de Isaías, por isso, é dito da ´escola de Isaías´; isto é, seus discípulos devem ter continuado a obra do mestre através dos séculos.
O livro de Jeremias ´ O profeta viveu de 650 a 567aC, nasceu perto de Jerusalém. O reino de Judá estava cada vez mais ameaçado pelos adversários, e o profeta anunciou a ruína da Cidade Santa e do Templo, por isso foi condenado à morte pelos sacerdotes e falsos profetas, mas escapou da morte. O livro contém os quarenta anos de pregação do profeta.
O livro das Lamentações ´ é uma coleção de cinco cânticos que choram a queda da Cidade Santa de Jerusalém ocorrida e 587aC. Os quatro primeiros são acrósticos. Reconhece a culpa do povo por causa dos seus pecados e o convoca à penitência e à oração.
O livro de Baruc ´ Baruc foi conselheiro e secretário (amanuense ) de Jeremias. Acompanhou´o ao Egito após a queda de Jerusalém em 587aC; o autor trato do povo no exílio da Babilônia e exorta´o para que não caia na idolatria dos babilônios, viva a lei de Moisés e não desanime.
O livro de Ezequiel ´ O profeta Ezequiel (= Deus dá força), era sacerdote, casado, e perdeu a esposa um pouco antes da queda de Jerusalém em 587aC. Exerceu o seu ministério até 571aC e, segundo uma tradição judaica morreu apedrejado pelos judeus. Acompanhou o povo de Judá na fase mais crítica da sua história, quando Jerusalém caiu sob Nabucodonosor. O livro de Ezequiel tem quatro partes: 1´ (cap. 4´24), onde censura os judeus antes da queda de Jerusalém por causa dos seus pecados; 2´ (cap. 25´32), que contém oráculos contra os povos estrangeiros que oprimiram os hebreus; 3 ´ (cap. 33´39), consola o povo durante e após o cerco de Jerusalém, prometendo´lhe tempos melhores; 4 ´ (40´48), descreve a nova cidade e o novo Templo após a volta do exílio.
O livro de Daniel ´ O profeta Daniel (=Deus é meu juíz), é o principal personagem do Livro. Os capítulos de 1 a 6 formam um núcleo histórico e contam a históri do profeta. Daniel foi um hebreu deportado para a Babilônia em 606 aC, fiel à lei de Deus, que o enriqueceu com dons diversos, tendo´se tornado importante na corte de Babilônia. Os capítulos 7 a 12 tem uma forma apocalíptica, que tem o seguinte sentido: na época em que os judeus estavam oprimidos por Antíoco Epifanes (167´164 aC) um hebreu piedoso escreveu a história dos último séculos de Israel, com a finalidade de animar os irmãos e apresentou a sua época como próxima da libertação messiânica. Faz referência ao Filho do Homem (7,13) e ao seu reino definitivo sobre as nações. Mais do que um livro profético, é um Midraxe e um Apocalipse, escrito no século II aC, não pelo profeta, mas por alguém que contou a sua história.
Os profetas menores
Amós ´ era natural de Técua (Judá). Pastor de gado e cultivador de sicômoros. Exerceu o chamado profético no reino da Samaria, sob o rei Jeroboão (783´743 aC). Pregou contra o luxo, a depravação dos costumes, o culto idolátrico, previu a queda do reino da Samaria em 721aC nas mãos dos Assírios. Foi um ministério curto mas forte.
Oséias ´ pregou também no reino do norte, da Samaria, sob Jeroboão II (783´743 aC). O livro mostra as relações de Javé com o povo judeu simbolizadas pelo casamento do profeta, que se casa com uma mulher leviana (Gomer), que o engana; mas que cai na escravidão; é, então resgatada pelo profeta que a recebe de novo como esposa. O tema principal do livro é o amor de Javé pelo seu povo.
Miquéias ´ profetizou sob Joatã, Acaz e Ezequias, reis de Judá (740´690 aC). Deve ter conhecido a queda do reino do norte em 721 e a invasão de Judá em 701 por Senaquerib. O profeta Jeremias cita um dos seus oráculos contra Judá (Jr 26, 18). Encontramos neste livro uma notável profecia messiânica (5,1´4).
Sofonias ´ Exerceu seu ministério sob o piedoso rei Josias (640´609 aC), que fez uma forte reforma religiosa em 622 (2Rs22,3´23,21). A mensagem principal de Sofonias é o anúncio do Dia do Senhor, também abordado por Amós e Isaías. O Senbor salvará o resto do seu povo, que lhe servirá na justiça, na humildade e na piedade.
Naum ´ era natural de Elcós. Trata somente da queda de Nínive, capital do império Assírio, que ameaçava os povos vizinhos e Judá. O livro é pouco anterior à queda de Nínive em 612 aC.
Habacuc ´ O livro trata do tema ´porque o ímpio prevalece sobre o justo e o oprime?´. É da época das ameaças dos Assíris sobre Israel. O Senhor responde indicando a queda final dos ímpios e a vitória dos justos. Mostra que Deus, por caminhos obscuros, prepara a vitória do direito e dos justos. ´O justo viverá pela fé´ (Hab 2,4; Rm 1, 17; Gal 3, 11; Hb 10,38).
Ageu ´ este profeta dá início ao último período dos profetas, após o exílio. O tom e a da Restauração. Ageu acompanha o povo na volta da Babilônia. Essa gente era hostilizada pelos estrangeiros que moravam na Judéia e nos países vizinhos, passava dificuldades. Então o profeta exorta este povo a reconstruir o Templo, e isto como condição para a vinda de Javé e do seu reino. Exerceu seu ministério no ano 520aC.
Zacarias ´ Exerceu o ministério também por volta do ano 520aC., após o retorno do exílio. O livro se refere a oito visões do profeta que tratam da restauração e da salvação de Israel. Seguem´se os oráculos messiânicos. A segunda parte do livro é de difícil entendimento, com fatos históricos difíceis de conhecer e com um apocalipse que descreve as glórias de Jerusalém nos últimos tempos.
Malaquias ´ seu nome significa ´meu mensageiro´. Dois grandes temas são abordados pelo profeta: as faltas dos sacerdotes e dos fiéis na celebração do culto; e o escândalo dos matrimônios mistos e dos divórcios. O Senhor anuncia o dia do Senhor que purificará os sacerdotes e levitas, punirá os maus e concederá o bem aos justos. Fala da promessa da vinda de Elias que precederá o dia do juízo final. O livro de aproximadamente 515 aC, anterior à proibição dos casamentos mistos devida à reforma de Esdras e Neemias em 445 aC.
Abdias ´ é o menor dos livros proféticos, e de difícil entendimento. Dirigido a Edom, povo vizinho de Judá, sob o rei Jorã (848´841 aC). O livro exalta a justiça e o poder de Javé, que age como defensor do direito.
Joel ´ o livro foi escrito após o exílio, próximo do ano 400aC. É um compêndio da escatologia (últimos tempos) judaica. Descreve o Dia do Senhor, caracterizado pela efusão do Espírito Santo, o juízo sobre as nações e a restauração messiânica do povo eleito. O ataque dos gafanhotos, da primeira parte, indica os acontecimentos que antecederão imediatamente o Dia do Senhor. A segunda parte tem a forma de um apocalípse que descreve a intervenção final de Deus na história, com abalo cósmico.
Jonas ´ é diferente de todos os outros livros proféticos. Narra a história de um profeta, Jonas, que recusou a ordem do Senhor para que fosse pregar aos ninivitas. Milagrosamente conduzido pela providência divina chega a Nínive e consegue converter a grande cidade. Deus lhe ensina que a sua misericórdia atinge a todos os povos. É uma narração didática, parabólica, não história, para mostrar aos judeus do século V aC, muito nacionalistas, que a salvação é universal.
RESUMO DOS LIVROS DO NOVO TESTAMENTO
Os Evangelhos
A palavra ´Evangelho´ vem do grego ´evangélion´, que quer dizer ´Boa Notícia´. Para os apóstolos era ´aquilo que Jesus fez e disse´(At 1,1). É a força renovadora do mundo e do homem.
A Igreja reconhece como canônicos (inspirados por Deus) os quatro Evangelhos: Mateus, Marcos, Lucas e João. Os três primeiros são chamados de ´sinóticos´ porque podem ser lidos em paralelo, já o de São João é bastane diferente. Existem também evangelhos apócrifos que a Igreja não reconheceu como Palavra de Deus. São os de Tomé, de Tiago, de Nicodemos, de Pedro, os Evangelhos da Infância, etc. Eles contém verdades históricas junto narrações fantasiosas e heresias.
Os evangelhos são simbolizados pelos animais descritos em Ez 1,10 e Ap 4,6´8: o leão (Marcos), o touro (Lucas), o homem (Mateus), a águia (João). Foi a Tradição da Igreja nos séculos II a IV que tomou esta simbologia tendo em vista o início de cada evangelho. Mateus começa apresentando a genealogia de Jesus (homem); Marcos tem início com João no deserto, que é tido como morada do leão; Lucas começa com Zacarias a sacrificar no Templo um touro, e João começa com o Verbo eterno que das alturas desce como uma águia para se encarnar.
Jesus pregou do ano 27 a 30 sem nada deixar escrito, mas garantiu aos Apóstolos na última Ceia, que o Espírito Santo os faria ´relembrar todas as coisas´ (Jo14, 25) e lhes ´ensinaria toda a verdade´ (Jo 16,13). Desta promessa, e com esta certeza, a Igreja que nasceu com Pedro e os Apóstolos, sabe que nunca errou o caminho da salvação. De 20 a 30 anos após a morte de Jesus os Apóstolos sentiram a necessidade de escrever o que pregaram durante esses anos, para que as demais comunidades fora da Terra Santa pudessem conhecer a mensagem de Jesus.
O Evangelho de Mateus ´ é o primeiro que foi escrito, em Israel e em aramaico, por volta do ano 50. Serviu de modelo para Marcos e Lucas. O texto de Mateus foi traduzido para o grego, tendo em vista que o mundo romano da época falava o grego. O texto aramaico de Mateus se perdeu. Já no ano 130 o Bispo Pápias, da Frígia, fala deste texto.
Também Santo Irineu (†200), que foi discípulo de S. Policarpo, que por sua vez foi discípulo de S. João evangelista, fala do Evangelho de Mateus, no século II.
Comprova´se aí a historicidade do Evangelho de Mateus. Ele escreveu para os judeus de sua terra, convertidos ao cristianismo. Era o únicos dos apóstolos habituado à arte de escrever, a calcular e a narrar os fatos. Compreende´se que os próprios Apóstolos do tenham escolhido para esta tarefa. O objetivo da narração foi mostrar aos judeus que Jesus era o Messias anunciado pelos profetas, por isso, cita muitas vezes o Antigo Testamento e as profecias sobre o Messias. Como disse Renan, o evangelho de Mateus tornou´se ´o livro mais importante da história universal´.
O Evangelho de Marcos ´ S. Marcos não foi apóstolo, mas discípulo deles, especialmente de Pedro, que o chama de filho (1Pe 5,13). Foi também companheiro de S. Paulo na primeira viagem missionária (At 13,5; Cl 4, 10; 2Tm 4,11). O testemunho mais antigo sobre a autoria do segundo evangelho, é dado pelo famoso bispo de Hierápolis, na Ásia Menor, Pápias (†135).
O Evangelho de Lucas ´ Lucas não era judeu como Mateus e Marcos (isto é interessante!), mas pagão de Antioquia da Síria (Cl 4, 10´14). Era culto e médico. Ligou´se profundamente a S. Paulo e o acompanhou em trechos da segunda e terceira viagem missionária do apóstolo (At 16, 10´37; 20,5´21). No ano de 60 foi para Roma com Paulo (At 27,1´28) e ficou com ele durante o seu primeiro cativeiro (Cl 4, 14; Fm 24) e acompanhou Paulo no segundo cativeiro (2Tm 4,11). A Tradição da Igreja dá seguinte testemunho deste Evangelho.
O texto foi escrito em grego, numa linguagem culta e há uma afinidade com a linguagem e a doutrina de S. Paulo. foi escrito por volta do ano 70. Como escreveu para os pagãos convertidos ao cristianismo, não se preocupou com o que só interessava aos judeus.
Mateus mostra um Jesus como Mestre notável por seus sermões ´ o novo Moisés, Marcos o apresenta como o herói admirável ( o Leão da tribo de Judá ´ Ap 5,5), Lucas se detém mais nos traços delicados e misericordiosos da alma de Jesus. É o evangelho da salvação e da misericórdia. É também o evangelho do Espírito Santo e da oração. E não deixa de ser também o evangelho da pobreza e da alegria dos pequenos e humildes que colocam a confiança toda em Deus.
O Evangelho de João ´ S. João era filho de Zebedeu e Salomé (cf. Mc 15,40) e irmão de Tiago maior (cf. Mc 1, 16´20). Testemunhou tudo o que narrou, com profundo conhecimento. É o ´discípulo que Jesus amava´ (Jo 21,40). Este evangelho foi escrito entre os anos 95 e 100 dC., provavelmente em Éfeso onde João residia.
João não quis repetir o que os três primeiros evangelhos já tinham narrado, mas usou essas fontes. Escreveu um evangelho profundamente meditado e teológico, mais do que histórico como os outros. Contudo, não cedeu a ficções ou fantasias sobre o Mestre, mostrando inclusive dados que os outros evangelhos não tem. Apresentando essa doutrina ele quis fortalecer os cristãos contra as primeiras heresias que já surgiam, especialmente o gnosticismo que negava a verdadeira encarnação do Verbo. Cerinto e Ebion negavam a divindade de Jesus, ensinando a heresia segundo a qual o Espírito Santo descera sobre Jesus no batismo, mas o deixara na Paixão. É um evangelho profundamente importante para a teologia dogmática e sacramental especialmente.
Os Atos dos Apóstolos
Não há dúvida de que foi escrito por S. Lucas, médico e companheiro de S. Paulo. Conta a história da Igreja, desde Pentecostes, guiada pelo Espírito Santo, até chegar em Roma com S. Pedro e S. Paulo.
Teofilacto (†1078) dizia que: Os evangelhos apresentam os feitos do Filho, ao passo que os Atos descrevem os feitos do Espírito Santo´.
O livro se divide em duas partes: uma que é marcada pela pessoa de Pedro (At 1 a 12), e a outra marcada por Paulo (At 13 a 28) . Pedro leva o evangelho de Jerusalém à Judéia e à Samaria, chegando até a conversão marcante do primeiro pagão, batizado, Cornélio (At 10,1´11), o que abriu a porta da Igreja para os não judeus. Paulo promove a evangelização dos gentios mediante três viagens missionárias de grande importância. O capítulo 15 é a ligação entre as duas partes do livro, mostrando Pedro e Paulo juntos em Jerusalém, no ano 49, no importante Concílio de Jerusalém, que aboliu a circuncisão e reconheceu que o Reino de Deus é para toda a humanidade.
O testemunho mais antigo de que Lucas é o autor dos Atos é o chamado cânon de Muratori, do século II, que afirma:
´As proezas de todos os apóstolos foram escritas num livro. Lucas, com dedicatória ao excelentíssimo Teófilo, aí reconheceu todos os fatos particulares que se desenrolaram sob seus olhos e os pôs em evidência deixando de lado o martírio de Pedro e a viagem de Paulo da Cidade (Roma) rumo à Espanha.´
Notamos que o início de Atos dá uma sequência lógica ao final do evangelho de Lucas, e ambos são dedicados a Teófilo, além de que o estilo e o vocabulário são parecidos. Segundo São Jerônimo (348´520) os Atos foram escritos em Roma, quando Lucas estava alí ao lado de Paulo prisioneiro, em grego, por volta do ano 63.
Os Atos dos Apóstolos são portanto o primeiro livro de História da Igreja nascente, escrito por uma testemunha ocular dos fatos, que os narrou de maneira precisa e sóbria. Aí podemos conhecer o rosto da Igreja no primeiro século, sua organização, etc. É o evangelho do Espírito Santo.
As cartas de São Paulo
Paulo (ou Saulo) nasceu em Tarso na Cilícia (Ásia menor) no início da era cristã, de família israelita, muito fiel à doutrina e à tradição judaica; seu pai comprara a cidadania romana, o que era possível naquele tempo, então Saulo nasceu como cidadão romano, legalmente. Aos 15 anos de idade foi enviado para Jerusalém onde recebeu a formação do rabino Gamaliel (At 22,3; 26,4;5,34), e foi formado na arte rabínica de interpretar as Escrituras, e deve ter aprendido a profissão de curtidor de couro, seleiro. Por volta do ano 36 era severo perseguidor dos cristãos, mas se converteu espetacularmente quando o próprio Senhor lhe apareceu na estrada de Jerusalém para Damasco, onde foi batizado por Ananias. Em seguida permaneceu num lugar perto de Damasco chamado Arábia. No ano 39 se encontrou com Pedro e Tiago em Jerusalém (Gal 1, 18) e depois voltou para Tarso (At 9,26´30) acabrunhado pelo fracasso do seu trabalho em Jerusalém. Alí ficou por cerca de 5 anos, até o ano 43. Nesta época, Barnabé, seu primo, que era discípulo em Antioquia, importante comunidade cristã fundada por S.Pedro, o levou para lá. Em 44 Paulo e Barnabé são encarregados pela comunidade de Antioquia para levar a ajuda financeira aos irmãos pobres de Jerusalém. No ano 45, por inspiração do Espírito Santo, Paulo e Marcos (o evangelista) foram enviados a pregar aos gentios (At 13,1´3). A primeira viagem durou cerca de 3 anos (45´48) percorrendo a ilha de Chipre a parte da Ásia Menor. No ano de 49 Paulo e Barnabé vão a Jerusalém para o primeiro Concílio da Igreja, para resolver a questão da circuncisão, surgida em Antioquia. A segunda viagem foi de 50 a 53, durante a qual Paulo escreveu, em Corinto, as duas cartas aos Tessalonicenses (At 15,36´18,22). São as primeiras cartas de Paulo. A terceira viagem foi de 53 a 58. Neste período ele escreveu ´as grandes epístolas´, Gálatas e I Coríntios, em Éfeso; II Coríntios, em Filipos; e aos Romanos, em Corinto. No final desta viagem Paulo foi preso por ação dos judeus e entregue ao tribuno romano Cláudio Lísias, que o entregou ao procurador romano Felix, em Cesaréia. Aí Paulo ficou preso dois anos (58´60), onde apelou para ser julgado em Roma; tinha direito a isso por ser cidadão romano. Partiu de Cesaréia no ano 60 e chegaram em Roma em 61, após sério naufrágio perto da ilha de Malta. Em Roma ficou preso domiciliar até 63. Neste período ele escreveu as chamadas ´cartas do cativeiro´ (Filemon, Colossenses, Filipenses e Efésios). Depois deste período Paulo deve ter sido libertado e ido até a Espanha, ´os confins do mundo´ (Rom 15,24), como era seu desejo. Em seguida deve ter voltado da Espanha para o oriente, quando escreveu as Cartas pastorais a Tito e a Timóteo, por volta de 64´66. Foi novamente preso no ano 66, no oriente, e enviado a Roma, sendo morto em 67 face à perseguição de Nero contra os cristãos desde o ano 64. S. Paulo foi um dos homens mais importantes do cristianismo. Deixou´nos 13 Cartas. Vejamos um resumo delas.
As Cartas aos Tessalonicenses
As duas cartas tem como tema central a segunda vinda de Jesus (Parusia), que as primeiras comunidades cristãs esperavam para breve e a sorte dos que já tinham morrido. Paulo admoesta a comunidade para a importância da vigilância. As cartas do Apóstolo depois delas falam mais do Cristo presente na Igreja do que da sua segunda vinda.
Tessalônica era porto marítimo muito importante da Grécia, onde havia forte sincretismo religioso e decadência moral; havia uma colônia judaica na cidade, e é na sinagoga que Paulo começa a pregar o Evangelho. Havia dúvidas sobre a iminente volta do Senhor.
Na segunda carta Paulo retoma o mesmo assunto, exortando os fiéis a trabalharem, uma vez que ninguém sabe a data da vinda do Senhor. As cartas devem ter sido escritas por volta do ano 52 quando estava em Corinto, durante a sua segunda viagem missionária pela Ásia.
A Carta aos Gálatas
São Paulo visitou os gálatas na segunda e na terceira viagem apostólica. É hoje a região de Ankara na Turquia. A carta foi escrita por volta do ano 54, quando Paulo estava em Éfeso, onde ficou por três anos. O motivo da carta são as ameaças dos cristãos oriundos do judaísmo que querem obrigar ainda a observância da Lei de Moisés. Paulo mostra que é a fé em Jesus que salva e não a Lei. E exorta os gálatas a viverem as obras do Espírito e não as da carne.
Esta carta é também um documento autobiográfico de São Paulo, além de ser um documento de alta espiritualidade.
A Carta aos Coríntios
Corínto ficava na Grécia, região chamada de Acaia, e no ano 27aC. Cesar Augusto, imperador romano, fez de Corinto a capital da província romana da Acaia. Foi nesta cidade portuária, rica e decadente na moral, que Paulo fundou uma forte comunidade cristã na sua segunda viagem. Aí encontrou o casal Átila e Priscíla que muito o ajudou. Paulo ficou um ano e seis meses em Corinto, até o ano 53. Na sua terceira viagem ele ficou três anos em Éfeso, também na Grécia, e daí escreveu para os coríntios. A primeira carta contém sérias repreensões dos pecados da comunidade: as divisões e a imoralidade. Em seguida dá respostas a questões propostas sobre o matrimônio, a virgindade, as carnes imoladas aos ídolos, as assembléias de oração, a ceia eucarística, os carismas, a ressurreição dos mortos, etc. É uma das cartas mais amplas de S. Paulo em termos de doutrina e disciplina na Igreja.
A segunda carta é bem diferente da primeira, não é tanto doutrinária, mas trata das relações de Paulo com a comunidade, e desfaz mal entendidos, inclusive, e faz a sua defesa diante de acusações sérias que recebeu dos cristãos judaizantes. Nesta carta Paulo mostra a sua alma, seus sofrimentos e angústias pelo reino de Cristo. Resume´se na frase: ´É na fraqueza do homem que Deus manifesta toda a sua força´ (2Cor 12,9).
A Carta aos Romanos
A carta aos romanos é bem diferente das outras cartas de São Paulo, pelo fato de ser uma comunidade cristã que não foi fundada por ele, o que foi feito por S. Pedro. Esta carta foi escrita no final da terceira viagem missionária de Paulo, em Corinto, por volta do ano 57/58a fim de preparar a sua chegada em Roma. É uma carta onde temos o ponto mais elevado da elaboração teológica do apóstolo. Não trata de assuntos pessoais, mas da vida cristã, a justificação por Cristo que nos faz ser e viver como filhos de Deus e mostra a Lei de Moisés como algo provisório na história do povo de Deus. O ponto alto da carta é o capítulo 8, onde mostra que a vida cristão é uma vida conforme o Espírito Santo, que habita em nós, nos leva à santificação, vencendo as obras da carne, levando´a à transfiguração no dia da ressurreição universal. Tudo foi preparado por Deus Pai que nos fez filhos no Seu Filho, a fim de dar a Cristo muitos irmãos, co´herdeiros da glória do Primogênito (8,14´18).
As Epístolas do Cativeiro
Essas cartas são as escritas a Filemon, aos Colossenses, aos Efésios e aos Filipenses. Cada uma delas apresenta Paulo prisioneiro (Fm 1.9.10.13; Cl 4, 3.10.18; Ef 3,1; 4,1; 6,20; Fl 1, 7.13s). Trata´se do primeiro cativeiro em Roma (At 27,1´28). Paulo também esteve preso em Filipos (At 16,23´40); Jerusalém (At 21,31´23,31), em Cesaréia (At 23,35´26,32); em Roma segunda vez (2Tm 1,8.12.16s; 2, 9).
Carta a Filemon
Quando Paulo estava preso em Roma pela primeira vez, entre os anos 61´ 63, foi procurado pelo escravo Onésimo, que fugira de seu patrão Filemon em Colossos e procurou abrigo em Roma. Pela legislação judaica o escravo fugitivo não devia ser devolvido ao dono (Dt 23,16), diferente da lei romana que protegia o patrão. Então Paulo devolve Onésimo a a Filemon, cristão, e pede´lhe que pela caridade de Cristo, receba o escravo não mais como coisa, mas como um irmão. É a primeira declaração dos direitos humanos no cristianismo.
Carta aos Filipenses
Filipos era uma grande cidade fundada por Filipe II, pai do Imperador macedônio Alexandre Magno, e que o imperador romano Augusto transformou em importante posto avançado de Roma (At 16,12). Durante suas viagens Paulo esteve três vezes em Filipos, e fez fortes laços de amizade com os cristãos. Esta carta é chamada de ´a carta da alegria cristã´, por repetir 24 esta palavra, aos filipenses que sofriam perseguições, como ele na prisão. ´Alegrai´vos sempre no Senhor. Repito, alegrai´vos! ´ (Fl 4,1). Nada pode tirar a alegria daquele que confia em Jesus.
Carta aos Colossenses
Colossos era notável centro comercial, que ficava na Frígia, na Ásia Menor, a 200 km de Éfeso, próxima de Laodicéia e Hierápolis. Paulo esteve por duas vezes na região da Frígia. O motivo da carta são os pregadores de ´doutrinas estranhas´, provocando um sincretismo religioso, com elementos judaicos, cristão e pré´gnósticos. Paulo fala do primado absoluto de Jesus Cristo, numa linguagem que os gnósticos entendiam. O ponto alto da carta é o hino cristológico (1,15´20) que mostra Cristo como o primeiro e o último, o Senhor absoluto no plano da criação e da redenção.
Carta aos Efésios
Éfeso era a capital da Ásia romana, proconsular, famosa, onde se cultuava a deusa Artemis. Aí Paulo esteve durante três anos. A carta não trata de assuntos pessoais, mas teológicos. É um pouco parecida com a carta aos colossenses, a fim de combater os erros de doutrina que também alí começavam a surgir. Paulo mostra a importância da Igreja para a realização da obra de Deus. É a eclesiologia de São Paulo: ´Há um só corpo e um só Espírito, um só Senhor, uma só fé, um só Deus e Pai de todos´.(Ef 4,4s). É de importância e beleza ímpar o prólogo da carta (Ef 1, 3´14), que apresenta um hino de ação de graças à Trindade.
As Epístolas Pastorais
As Cartas a Timóteo e Tito ´ São as cartas que Paulo escreveu a Timóteo (duas) e uma a Tito. No final de sua vida, na última ida ao oriente, antes de ser preso e enviado a Roma pela segunda vez, por volta do ano 65, Paulo deixou Timóteo em Éfeso e Tito na ilha de Creta, no mediterrâneo, como bispos. A carta é cheia de recomendações sobre o pastoreio das ovelhas, especialmente no combate às falsas doutrinas, além de dar as orientações sobre a organização da vida da Igreja, normas que até hoje são normas seguras para a indicação de diáconos, presbíteros e bispos. São cartas de um valor imenso para a Igreja.
A Carta aos Hebreus
Até 50 anos atrás se dizia que esta carta era de São Paulo, mas com os novos estudos, hoje já não se afirma o mesmo. Contudo, é uma carta canônica, é Palavra de Deus. O grande escritor cristão de Alexandria, Orígenes (†234) admitia que Paulo fora o autor da carta, mas não o redator, e assim explicava a diferença de estilo das demais cartas do apóstolo. Contudo, o conteúdo da Carta é paulino. A carta é dirigida aos hebreus convertidos ao Cristianismo, especialmente aos sacerdotes judeus convertido, ameaçados pela perseguição aos que começava por volta do ano 64 com Nero. Talvez esses sacedotes convertidos estivessem desanimados e tentados a voltar ao judaísmo. O autor da carta lhes escreve a fim de fortalecer´lhes a fé e a certeza na mensagem de Jesus Cristo. O objetivo da carta é mostrar a primazia da Nova Aliança em Jesus Cristo sobre a Antiga Aliança. Aparece aí uma verdadeira cristologia que mostra Cristo como homem e Deus. A carta foi escrita por volta dos anos 64´66. Devemos lembrar que em 70 o general romano Pompeu destruiu o Templo de Jerusalém; e, a partir daí não haverá mais os cultos judaicos em Jerusalém como eram antes.
As Epístolas Católicas
As Epístolas ditas católicas, ou ´universais´, são as sete: Tiago, 1 e 2 Pedro, 1,2 e 3 João, e Judas. São chamadas de católicas (universais) porque não eram dirigidas apenas a uma comunidade, como as de Paulo, mas a muitas comunidades da Ásia Menor.
A Carta de Tiago
Escrita pelo apóstolo Tiago, menor, filho de Alfeu, ´irmão do Senhor´ , com quem Paulo se encontrou em Jerusalém. Não deve ser confundido com Tiago maior, irmão de S. João, que foi martirizado no ano 44, antes desta carta ter sido escrita. Tiago, autor da carta, se tornou famoso bispo de Jerusalém. A carta é dirigida ´às doze tribos da dispersão´ (1,1). Acredita´se que tenha sido escrita por volta do ano 50. Trata da importância das obras que é a frutificação da fé. Desta carta a Igreja compreendeu o sacramento da Unção dos Enfermos (5,14s).
As Cartas de João
Oss destinatários são os fiéis oriundos do paganismo. A primeira carta mostra que Jesus é o Messias, contra os falsos pregadores que negavam que a Redenção tinha acontecido pelo sangue de Cristo; era a influência do pré´gnosticismo, principalmente apresentadas por um tal Cerinto. Na mesma carta aparece a excelência do amor cristão, como a mensagem fundamental do Evangelho.
Na segunda carta de João, ele é chamado de ´ancião´, o que mostra a dignidade do autor, é o título que os discípulos lhe deram quando ele vivia em Éfeso. O assunto é o amor de Deus, o perigo dos ´anti´cristos´ já em ação, o amor à verdade, etc.
A terceira carta foi escrita a um certo Gaio, não identificado e o louva pelas suas belas ações em favor da Igreja.
A primeira Carta de Pedro
Os destinatários da primeira carta de São Pedro foram os cristãos da Ásia Menor (Ponto, Galácia, Capadócia, Bitínia, etc), convertidos do paganismo. O objetivo era fortalecer a fé cristã nessas comunidades que sofriam perseguições e tribulações. Mostra a fecundidade do sofrimento, e a grandeza da imitação da Paixão do Senhor. Fala da dignidade sacerdotal do povo cristão, da descida de Jesus à mansão dos mortos e sua Ascensão ao céu. Ensina´lhes a responder aos provocadores da fé com paciência e boa conduta. Pedro deve ter escrito em Roma nos anos 63´64.
As Epístolas de Judas e II Pedro
Judas é o ´irmão de Tiago´, primos de Jesus; segundo a tradição escrita por Egezipo, escritor judeu do século dois, ambos eram filhos de Cléofas, discípulo de Emaus (Lc 24). Judas escreve para cristãos oriundos do paganismo ameaçados por falsas doutrinas, o que era comum em toda a Ásia Menor, onde se negava a divindade de Jesus, injuriavam os anjos, zombavam das verdades pregadas pelos apóstolos e causavam divisões na comunidade. É o pré´gnosticismo presente na Igreja. A carta de Judas tem grande semelhança com a segunda de Pedro. A Segunda carta de Pedro tem grande afinidade com a de Judas; em ambas aparecem as mesmas expressões raras e as mesmas idéias, especialmente com relação aos falsos pregadores e falsas doutrinas. Por isso houve dúvidas sobre o verdadeiro autor de II Pedro, mas a tradição preferiu atribuir a Pedro esta carta.
O livro do Apocalipse
O imperador romano Domiciano (81´96) moveu forte perseguição aos cristãos, tendo deportado S. João, que era o bispo de Éfeso para a ilha de Patmos . Ao mesmo tempo os cristãos eram hostilizados pelo judeus e aguardavam a volta de Cristo, que não acontecia, para livrá´los de todos os males. Foi neste contexto que o Apóstolo escreveu o Apocalipse para confortar e animar os cristãos das já inúmeras comunidades da Ásia Menor. Apocalipse, em grego ´apokálypsis´(= revelação), era um gênero literário que se tornou usual entre os judeus após o exílio da Babilônia (587´535aC), e descreve os fins dos tempos onde Deus vai julgar os homens. Essa intervenção de Deus abala a natureza (fenômenos cósmicos), com muita simbologia e números. A mensagem principal do livro é que Deus é o Senhor da História dos homens, e no final haverá a vitória dos justos. Mostra a vida da Igreja na terra como uma contínua luta entre Cristo e Satanás, mas que no final haverá o triunfo definitivo do Reino de Cristo, triunfo que implica na ressurreição dos mortos e renovação da natureza material.
As calamidades que são apresentadas não devem ser interpretadas ao pé da letra. Deus sabe e saberá tirar de todos os sofrimentos da humanidade a vitória final do Bem sobre o Mal.
Infelizmente há muitos que querem interpretar a Bíblia ´a seu modo´, mesmo sem conhecer os gêneros literários, as línguas antigas, a história antiga, etc, e isto tem levado multidões a caminhar longe da verdade de Deus. Até ´tarô bíblico´ já se apresenta na TV; isto é, interpreta´se a Bíblia com o auxílio das cartas esotéricas do tarô ... Por tudo isso, e para que não acontecesse essas aberrações, e a Bíblia não ficasse sujeita à interpretação subjetiva de muitos, foi que Jesus deixou Pedro e os Apóstolos, hoje o Papa e os Bispos, sucessores dos Apóstolos, para interpretarem sem erro o que foi revelado sem erro. É o que chamamos de Magistério da Igreja, e que analisaremos à frente.
Pelo que foi dito acima você pode entender agora, o que disse, por exemplo Santo Agostinho:
´Eu não acreditaria no Evangelho, se a isto não me levasse a autoridade da Igreja.´ (Fund, 5, 6).
Não é fácil muitas vezes interpretar a Bíblia; é claro que há passagens que devem ser lidas ao pé da letra, como a que diz ´Isto é o meu corpo que é dado por vós´, mas muitos versículos são difíceis. O próprio S. Pedro recriminava os não preparados que, já no seu tempo queriam interpretar as Escrituras a seu bel prazer. É o que Pedro fala quando se refere às Cartas de S. Paulo, que já naquele tempo eram consideradas partes da Escritura:
´ ... como também vosso irmão Paulo vos escreveu, segundo o Dom de sabedoria que lhe foi dado. É o que ele faz em todas as suas cartas... Nelas há algumas passagens difíceis de entender, cujo sentido os espíritos ignorantes ou pouco fortalecidos deturpam, para a sua própria ruína, como o fazem também com as demais Escrituras. ´ (2Pe 3,15´16)
Este ensinamento tão claro de S. Pedro mostra´nos que é uma temeridade cada um de nós ir interpretando a Bíblia a seu bel prazer, sem obedecer ao Sagrado Magistério da Igreja, a garantia que Jesus nos deixou. Se, para o próprio S. Pedro, que vivia ao lado de Paulo, que conhecia o Hebraico, as Escrituras apresentavam ´passagens difíceis de entender´, ora, imagine então para nós, que estamos a 2000 anos dos Apóstolos !... Por isso, é preciso prudência e obediência àquilo que a Igreja ensina. Não sejamos ´iluminados´ mais do que a Igreja é; os santos, nenhum deles, foi assim.
Editora Cléofas
(12) 3152-6566
APÓSTOLO
É usado para indicar aqueles que foram os primeiros 12 discípulos de Jesus e seus mensageiros imediatos. Logo depois da Ascenção este título foi usado por aqueles que espalhavam a Boa Nova, em geral dirigidos por um dos discípulos. Mas, durante os primeiro anos da Igreja este titulo foi dado tambem aos missionários que tinham a tarefa de espalhar a fé e a doutrina de Cristo em certa região ou povo.
PRIMEIROS APÓSTOLOS:
BARTOLOMEU (tambem conhecido como Nathanael), TIAGO menor (tambem como James), ANDRÉ, PEDRO, JOÃO, TOMÉ, TIAGO maior , FELIPE, MATEUS, JUDAS TADEU E SIMÃO. São PAULO tambem é considerado apóstolo após a Ascenção de Jesus. Na Santa Ceia de Leonardo da Vinci, o décimo segundo apóstolo é Judas Escariot.
Veja em "Diversos" a ordem dos apóstolos na Santa Ceia.
APÓSTOLOS DE:
Apóstolo dos Alpes : São Bernardo de Meonthon
Apóstolo da Andaluzia (Espanha): São João d’ Ávila.
Apóstolo da Alemanha : São Swithbert e São Pedro Canisius
Apóstolo da Antióquia: São Barnabas
Apóstolo da Armênia: São Bartolomeu
Apóstolo da Áustria : São Severino
Apóstolo da Bavária :São Kilian
Apóstolo da Bélgica : Santo Elígio
Apóstolo do Brasil : Beato José Anchieta
Apóstolo da Califórnia : Beato Junípero Serra
Apóstolo da Carinthia (antiga Iugoslávia): São Virgílio
Apóstolo da Colômbia : São Luiz Beltrão
Apóstolo da Córsega: São Alexandre Sauli
Apóstolo de Creta: São Titus
Apóstolo de Chipre: São Barnabas
Apóstolo da Dinamarca: São Anskar
Apóstolo da Escócia : Santa Columba ; São George
Apóstolo da Escandinávia : São Anskar.
Apóstolo dos Escravos : São Pedro Claver
Apóstolo dos Eslavos : São Cirilo and São Metódio ; São Adalberto.
Apóstolo da Espanha : St Tiago e São Felix.
Apóstolo da Etiópia: São Frumentio
Apóstolo da Finlândia : São Henrique.
Apóstolo de Florença: Santo André Corsini.
Apóstolo da França: São. Remígio e São Martinho de Tours
Apóstolo da Alemanha : São Swithbert e São St. Willibrord.
Apóstolo de Gaul: São Irineus
Apóstolo dos gentios : São Paulo
Apóstolo da Geórgia (Rússia): São Nino.
Apóstolo de Gothland (Suécia ): São Sigfrid.
Apóstolo da Holanda : São Plechelm.
Apóstolo dos Húngaros (Magiares): São Esteves
Apóstolo da Inglaterra: São Gregório , o magno
Apóstolo da Índia: São Tomé, o Apostolo.
Apóstolo dos Índios : São Francisco Xavier.
Apóstolo da Irlanda : São Patrício.
Apóstolo da Itália : St. Bernardino de Siena; São Francisco de Assis; Santa Catarina de Siena.
Apóstolo do Japão: São Francisco Xavier.
Apóstolo de Malta: São Paulo
Apóstolo do México: Os doze apóstolos do México e Frei Martinho de Valência
Apóstolo da Northumbria (Inglaterra ): São Aidan.
Apóstolo da Noruega : São Olavo.
Apóstolo do Países Baixos : São Willibrord
Apóstolo da Pérsia: São Maruthus.
Apóstolo da Polônia: São Jacinto
Apóstolo de Portugal: São Christiano.
Apóstolo da Prússia : São Adalberto de Magdeburg; São Bruno de Querfurt.
Apóstolo de Roma: São Felipe Neri; São Pedro e São Paulo
Apóstolo da Rumânia: São Nicetas da Remesiana.
Apóstolo da Sardenha: São Ephesus.
Apóstolo da Saxônia St. Willibald.
Apóstolo da Suíça : São Andeol.
São Tomé
Apostolo e mártir, mais conhecido como Tomé o Incrédulo e é um dos doze apóstolos e é citado nos 4 evangelhos embora o de São João é o mais detalhado nas epistolas envolvendo Tomé .Chamado por João Didymus, Grego para gêmeos, ele aparece em três momentos especiais. Primeiro quando se proclama pronto para morrer por Cristo ,dizendo no caminha para Bethany "Vamos morrer com ele"(João 11:16) Depois quando ele diz a Jesus: "Mestre nós não sabemos onde você está indo: como vamos saber o caminho?" E prontamente Jesus responde " Eu sou o caminho e a verdade e a vida. Ninguém chega ao Pai, exceto através de mim".
Finalmente, Tomé duvida dos seus companheiros discípulos quando eles dizem que ele haviam visto Jesus ressuscitado: "Se eu não ver as marcas dos pregos nas suas mãos e não colocar o meu dedo nas chagas das mãos e minha mão em seu lado ,eu não acreditarei (Lu 20:25)". Mas ele grita "Meu Senhor e meu Deus " quando fica face a face com o Senhor.
( Alguns estudiosos pensam que esta dúvida foi propositadamente sugerida por Deus, para que fosse possível alguém tocar nas chagas de Jesus, ficando assim sem a menor duvida, que Jesus havia ressuscitado. Este raciocínio ainda é confirmado, porque a frase "Vamos morrer com ele" foi dita quando os outros apóstolos não queriam que Jesus fosse ressuscitar Lázaro dos mortos e Tomé insistiu e foi o maior milagre de Jesus).
São Gregorio, o magno em uma de suas homilias diz claramente:
" O que vocês pensam quando São Tomé não acreditou e Ele voltou para ser visto, ouvido, tocado e acreditado!? Uma maravilhosa Providencia Divina visto que Tomé era o único ausente e tudo foi arranjado por Ele para que Tomé fosse ser a maravilha da misericórdia Divina aos descrentes e Tomé ao tocar as feridas, curou a grande ferida da descrença.".
Pouco é conhecido sobre sua vida posterior a morte de Jesus embora Euzébius da Cesárea confirmou na sua "Historia Eclesiástica" que Tomé pregou entre os Parthias no Leste. Esta assertiva confirma as varias lendas e tradições de São Tomé teria sido um missionário na Índia, onde ele é considerado o fundador dos Cristãos Malabares, perto de Madras, uma descrição a qual é prescrita nos "Atos de Tomé", escrito em Syriaco durante o terceiro século e influenciado os Agnósticos. Outros escritos atribuem a São Tomé o Evangelho de São Tomé , o Atleta , que outros consideram apócrifo. Suas relíquias estão supostamente guardadas em um santuário em Ortona, na Itália. Seus símbolos são a lança , o machado e o esquadro de carpinteiro.
Ele é padroeiro dos geólogos, geógrafos, geometristas, dos arquitetos, dos construtores e das pessoas em dúvida.
Sua festa é celebrada no dia 3 de julho.
Revista: “PERGUNTE E RESPONDEREMOS”
D. Estevão Bettencourt, osb. - Nº 320 – Ano 1989 – Pág. 1.
ADÃO E EVA
Começamos novo ano pouco depois que a imprensa chamou a atenção do público para a criação do mundo e de Adão e Eva (ver JB, 29/11/88, p. 5, 1.º Cad.).
Os relatos bíblicos da origem do mundo (Gn 1-3) não pretendem ser narrações científicas, mas querem ensinar, em estilo primitivo, que tudo o que existe é criatura de um só Deus (não há astros nem animais nem bosques divinos!). Tal mensagem se compatibiliza bem com a tese da evolução; Deus pode ter criado a matéria inicial dando-lhe as leis de sua evolução até o nível do primata superior. Quando este se achava suficientemente organizado, Deus terá infundido a alma (princípio vital intelectivo, que não é material, mas espiritual) a esse organismo. Assim terá tido origem a criatura humana. Esta hipótese (que realmente não passa de hipótese) já foi aceita pelo S. Padre Pio XII em sua Encíclica Humani Generis (1950).
Quando a Bíblia diz que Deus criou o homem a partir do barro e nele soprou o princípio de vida, está recorrendo a uma imagem literária freqüente entre os antigos. Ela quer dizer o seguinte: como o oleiro está para o barro, assim Deus para o homem; donde se segue que a sabedoria, o carinho, o domínio, a providência... que todo oleiro exerce para com o seu barro, Deus os exerce, de maneira infinitamente perfeita, para com o homem. Tal modo de falar não exclui o evolucionismo indicado nos termos acima; ao contrário, criação e evolução se conciliam muito bem na concepção cristã da origem do mundo e do homem.
À luz destas verdades, vemos que não se pode dizer que Adão e Eva nunca existiram ou são mito e lenda. Existiram de modo tão real quanto é real a existência do gênero humano, cuja origem é abordada em Gn 1-3. A Bíblia quer precisamente narrar o que se deu com o homem nos primórdios da sua história: logo depois de criado por Deus, foi elevado à dignidade de filho de Deus (com os dons da chamada “justiça original”); submetido a uma prova para que se confirmasse na filiação divina, o homem disse Não a Deus num ato de soberba e desobediência, cujo teor é descrito figuradamente pela Bíblia (“fruta proibida”). A elevação inicial e a queda (o pecado original) do homem são proposições essenciais da fé cristã. S. Paulo desenvolve sobre elas a doutrina do segundo Adão, Jesus Cristo, novo Cabeça do gênero humano: como por Adão entrou no mundo o pecado e, pelo pecado, a morte, por Jesus Cristo (novo Adão; cf. Rm 5, 12-14) nos foram devolvidas a graça e a vida. Por conseguinte, não é lícito a um cristão volatizar os primeiros capítulos do Gênesis como se fossem histórias fictícias. Ao contrário, a Bíblia, já no séc. IX a.C., professava a verdade da criação do mundo e do homem (sem excluir a evolução), ultrapassando todas as concepções filosóficas e religiosas da época pré-cristã!
E.B.
A FORMAÇÃO DA BÍBLIA AO LONGO DOS SÉCULOS
A FORMAÇÃO DA BÍBLIA AO LONGO DOS SÉCULOS E A IMPORTANTE
PARTICIPAÇÃO DA IGREJA CATÓLICA NESTE PROCESSO.
Por: Leandro Martins de Jesus(1)
INTRODUÇÃO
A História da Bíblia Sagrada é muito longa, pois abarca um período que compreende nada menos que 15 séculos, iniciando-se no tempo anterior a Moisés, por volta do ano 1200 a.C. (antes de Cristo), chegando até o final do primeiro século após o nascimento de Jesus Cristo (século I d.C. – depois de Cristo.). Observa-se que é um grande lapso de tempo e muitos foram os acontecimentos que sucederam - se para a formação da Palavra de Deus que temos hoje em mãos.
A palavra Bíblia, vem do latim vulgar Bíblia, que por sua vez vem do grego, não sendo singular, mas plural de “livro” (em grego: livros). Uma vez que o plural grego de Bíblia foi adotado em latim, sua forma gramatical tanto pode ser um plural neutro, como um singular feminino.
A Bíblia é em síntese um conjunto de livros canônicos que concentram em si uma certa unidade, descrevendo a Revelação Divina. Ela também é denominada como: As Sagradas Escrituras.
A Bíblia divide-se em duas partes principais: O Velho Testamento e o Novo Testamento. Este termo Testamento refere-se ao contexto principal dos diversos livros da Escritura. O Antigo Testamento liga-se à idéia do pacto entre Deus e o homem, iniciado com Noé, repetido com Abraão, renovado em Israel, com a libertação do Egito e o simbolismo da Arca da Aliança. Já o Novo Testamento surge da predição do profeta Jeremias (c.f. Jer 31,31-34) que o autor da carta aos Hebreus declara realizar-se em Jesus Cristo (c.f. Heb 8,6-13;10,15-17). O termo “Novo Testamento” foi dito por Cristo na última ceia (c.f. Luc 22,20), e reivindicado por São Paulo como parte do seu ministério (cf. I Cor 11,25; II Cor 3,6).
Com o passar do tempo o termo Antigo Testamento ficou designando as Escrituras Judaicas (cf. II Cor 3,14), e o Novo Testamento, os novos escritos (primeiros escritos apostólicos) que começavam a surgir. O termo hebraico berith que significa aliança, foi traduzido no Velho Testamento grego,por uma palavra grega,que possui uma dupla significação (1º - disposição, vontade ou testamento; 2º - aliança ou pacto.) O texto da Vulgata Latina traz escrito Novum Testamentum, de onde vem a tradução atual de Novo Testamento, conservando-se apenas um dos sentidos da tradução grega da palavra hebraica.
Como os Evangelhos e os outros escritos apostólicos foram sendo pouco a pouco considerados como escritura, foi mister distingui-los pelo nome de “O Novo Testamento”, expressão que começou a empregar-se no princípio do terceiro século, quando Orígenes (2) fala das “Divinas Escrituras”, que são o Velho e Novo Testamento. (História, Doutrina e Interpretação da Bíblia.(3) São Paulo.1951, p.3) _________________________________________________________________________________________
(1)Estudante de Pedagogia na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB, estudioso e pesquisador sobre Teologia e História Eclesiástica. É paroquiano da Igreja Nossa Senhora das Graças em Itapetinga-Ba, da Diocese de Vitória da Conquista - Ba. Responsável pela formação do Grupo Jovem Carismático Shalom.
(2)Foi um dos Pais Apostólicos da Igreja Católica. Mestre de famosa Escola de Teologia em Alexandria (Egito) no séc. III. Nasceu em 184 e morreu em 254 d.C. em Cesaréia na Palestina, durante a perseguição do imperador romano Décio.
(3)Livro de autor Protestante, Doutor em Teologia.
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COMO E QUEM DEFINIU QUAIS SERIAM OS LIVROS DA BÍBLIA
Quanto ao Antigo Testamento, temos três idiomas originais. A maior parte foi escrita e chegou até nós em língua hebraica. Alguns capítulos dos livros de Esdras e Daniel, e um versículo de Jeremias estão em aramaico, que foi o idioma falado na Palestina depois do exílio babilônico (séc. VI a.C.). Dois livros, o segundo dos Macabeus e a Sabedoria, foram escritos originalmente em grego. Dos livros de Judite, Tobias, Baruc e Eclesiástico, e parte também de Daniel e Ester, perdeu-se como no caso do Evangelho de Mateus, o texto original hebraico ou aramaico, sendo substituído pela versão grega. Essas diferenças lingüísticas não deixavam de exercer a sua influência sobre a extensão do cânon dos livros sagrados. Enquanto os Judeus disseminados no mundo greco – romano não tinham dificuldade em introduzir os livros redigidos em grego, os judeus da palestina não queriam conformar-se com isso. (Bíblia Sagrada.São Paulo.1982, p.8)
O Antigo Testamento nos foi legado pelos Hebreus, tínhamos no início do Cristianismo, duas versões, uma Palestina (Cânon restrito) composta por 39 livros que foram escritos na Terra Santa, em hebraico, divididos em: A lei (Torá), Os profetas e os Escritos (Hagiógrafa) e uma Alexandrina (Cânon completo), composta de 46 livros, que é uma tradução grega, da versão Palestina, feita na cidade de Alexandria entre 250 a.C e 100 a.C, através de setenta sábios judeus (ou setenta e dois, segundo tradições), fato este que originou o termo versão dos Setenta (LXX) ou Alexandrina. Os sete livros que só figuram na versão dos Setenta ou Alexandrina são: Tobias, Judite, Sabedoria, Baruc, Eclesiástico ou Sirácida, I e II Macabeus, além dos fragmentos de Ester 10,4-16, Daniel 3,24-20; e os capítulos 13 e 14.
No ano 100 d.C. (séc. I d.C.), época em que se difundia o Novo Testamento com os Evangelhos e as cartas dos Apóstolos que surgiam, (que os judeus não acreditavam nem aceitavam) os Doutores da Sinagoga (rabinos judeus) realizaram um Sínodo (Conselho de Jâmnia) na cidade de Jâmnia (ou Jabnes), perto de Jafa, na Palestina, para definir quais seriam os livros da Bíblia (somente o Antigo Testamento em que eles acreditavam) e definiram como critério para isso os seguintes itens como assevera o teólogo Felipe Aquino:
1. Deveria ter sido escrito na Terra Santa;
2. Escrito somente em hebraico, nem aramaico nem grego;
3. Escrito antes de Esdras (455-428 a.C.);
4. Sem Contradição com a Torá ou Lei de Moisés.
Esses critérios eram racionalistas mais do que religiosos, fruto do retorno do exílio da Babilônia. Por esses critérios não foram aceitos na Bíblia Judaica da Palestina os livros que não constam na Bíblia protestante. (Escola da Fé II – A Sagrada Escritura. Lorena - SP. 2000, p.32)
(...) foi - se formando (...) a opinião de que depois de Esdras (séc. IV a.C.) faltando ou sendo incerto o dom profético (cf. I Mac 4,46;14,41) nem sequer admitiam pudessem ser escritos livros inspirados por Deus. Por isso quando nos fins do séc. I d.C. os Doutores da Sinagoga fixaram o cânon das sagradas escrituras, foram excluídos até os livros escritos em hebraico depois daquela época, como o Eclesiástico. Daí resultou o cânon hebraico em que faltam sete livros. (Bíblia Sagrada. São Paulo.1982, p.8)
A definição do Cânon Bíblico para os cristãos partiu da autoridade apostólica da Igreja Católica(4), tanto para os livros do Velho Testamento, quanto para os livros do Novo Testamento, como pode ser evidenciado histórica e teologicamente. No que diz respeito ao Antigo Testamento, os Judeus nos legaram as duas versões acima descritas (Palestina e Alexandrina ou dos LXX), e a Igreja após dirimir suas dúvidas através da análise teológica dos livros, juntamente com o discernimento do Espírito Santo optou pelo Cânon completo da versão dos LXX (Alexandrina).
A palavra cânon é grega e significa literalmente uma regra ou medida, ou varinha direita. No seu principal sentido metafórico de regra de fé aparece a palavra cânon no Novo Testamento: “a todos quanto andarem nesta regra, paz e misericórdia sobre eles” (cf. Gal 6,16). Parece ter sido neste sentido na verdade muito apropriado que no quarto século a palavra cânon principiou a ser aplicada às Escrituras, que continham a regra autorizada pela qual deve ser moldada a vida do homem. Mas foi a Igreja(5)que guiada por Deus formou o Cânon, determinando depois de largos debates, que livros deveriam ter sido recebidos como sagrados e quais deveriam ser rejeitados. A Igreja, pois é que primeiramente canonizou os livros santos, que ficaram sendo canônicos, isto é, conforme o cânon à regra. (História, Doutrina e Interpretação da Bíblia. São Paulo.1951, p.6)
Os protestantes após a “reforma luterana” começaram a rejeitar os sete livros acima citados, da versão dos LXX e em meados dos séculos XIX os retiraram de suas Bíblias, como afirma o teólogo Felipe Aquino:
Lutero, ao traduzir a Bíblia para o alemão, traduziu também os sete livros (deuterocanônicos) na sua edição de 1534, e as Sociedades Bíblicas protestantes, até o século XIX incluíam os sete livros nas edições da Bíblia (Escola da Fé II – A Sagrada Escritura. Lorena - SP. 2000, p.34)
Os protestantes só admitem como livros sagrados os 39 livros do cânon hebreu. O primeiro que negou a canonicidade dos sete deuterocanônicos foi Carlostadio (1520), seguido de Lutero (1534) e depois Calcino (1540). (Como a Bíblia foi escrita. A.C.I. Digital. 2004)
Historicamente se comprova que os primeiros cristãos utilizavam o Antigo Testamento da versão dos LXX (Alexandrina), portanto com os sete livros rejeitados pelos judeus e protestantes.
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(4)As coisas divinamente reveladas, que se encerram por escrito nas Sagradas Escrituras e nesta se nos oferecem, foram consignadas sob influxo do Espírito Santo. Pois a Santa Mãe Igreja, segundo a fé apostólica tem como sagrados e canônicos os livros completos tanto do Antigo como do Novo Testamento, com todas as suas partes, por que, escritos sob a inspiração do Espírito Santo (cf. Jo 20,31; II Tim 3,16; II Ped 1,19-21; 3,15-16), eles tem em Deus o seu autor e nesta sua qualidade foram confiados a Igreja. (Dei Verbum 11).
(5)Trata-se da Igreja Católica Apostólica Romana. A primeira vez na História que aparece o termo “Igreja Católica” foi em uma carta de Inácio de Antioquia (†110), à comunidade de Esmirna (atual Izmir, Turquia) que dizia: “Onde está o Cristo Jesus está a Igreja Católica” (Carta aos Esmirnenses 8,2). Inácio foi o terceiro bispo da comunidade de Antioquia, fundada por São Pedro. Conheceu pessoalmente São Paulo e São João (evangelista). Foi preso e conduzido a Roma por ordem do imperador Trajano, sendo martirizado no Coliseu, nos dentes dos leões. A caminho de Roma escreveu cartas às comunidades de Éfeso, Magnésia, Filadélfia, Esmirna, Trales e ao bispo de Esmirna, São Policarpo. Na Enciclopédia Compacta de Conhecimentos Gerais (da revista “Isto é”), página 259, tópico Igreja Católica, vemos a seguinte afirmação: “Roma foi a única Igreja ocidental fundada por um apóstolo (São Pedro). Da Irlanda aos Cárpatos, os cristão passaram a reconhecer o bispo de Roma como o Papa (do latim vulgar papa, “pai”) e usavam o latim nos serviços religiosos nas leituras das escrituras e na teologia (...).” ___________________________________________________________________________
Tem – se dito que a Bíblia dos Apóstolos, aquela que habitualmente citam é a septuagentina(6), e que esta versão contém os livros apócrifos. Que eles usavam a versão dos setenta não sofre dúvida. (História, Doutrina e Interpretação da Bíblia. São Paulo.1951, p.15)
Os Apóstolos e Evangelistas optaram pela Bíblia completa dos Setenta (Alexandrina), considerando canônicos os livros rejeitados em Jâmnia (ou Jabnes). Ao escreverem o Novo Testamento usaram o Antigo Testamento, na forma da tradução grega de Alexandria, mesmo quando esta era diferente do texto hebraico. O texto grego, “dos Setenta” tornou-se comum entre os cristãos; e portanto o cânon completo, incluindo os sete livros e os fragmentos de Ester e Daniel, passou para o uso dos cristãos.(Escola da Fé II – A Sagrada Escritura. Lorena - SP. 2000, p.32)
Quanto às dúvidas surgidas no seio da Igreja durante o processo de definição do Cânon das sagradas escrituras, nota-se o debate teológico dos grandes Pais Apostólicos da Igreja e a colaboração do Espírito Santo para a chegada em um consenso.
Alguns Padres da Igreja denotam certas dúvidas nos seus escritos, por exemplo, Atanásio(7) (373), Cirilo de Jerusalém(8) (386), Gregório Nazianzeno(9) (389), enquanto outros mantiveram como inspirados também os deutero-canônicos, por exemplo, Basílio(10) ( 379), Santo Agostinho (11)(430), Leão Magno(12) (461). A partir do ano 393 diferentes concílios, primeiro regionais e logo ecumênicos, foram fazendo precisões à lista dos Livros “canônicos” para a Igreja. (Como a Bíblia foi escrita. A.C.I. Digital. 2004).
Outro fato importantíssimo é que nos mais antigos escritos dos santos Padres da Igreja (Patrística) os livros rejeitados pelos protestantes (deuterocanônicos) são citados como Sagrada Escritura. Assim, São Clemente de Roma(13), o quarto Papa da Igreja, no ano de 95 escreveu a Carta aos Coríntios, citando Judite, Sabedoria, fragmentos de Daniel, Tobias e Eclesiástico; livros rejeitados pelos protestantes.Da mesma forma, o conhecido Pastor de Hermas(14), no ano
140, faz amplo uso de Eclesiástico, e do II Macabeus; Santo Hipólito(15) (†234), comenta o Livro de Daniel com os fragmentos deuterocanônicos rejeitados pelos protestantes, e cita como Sagrada Escritura Sabedoria, Baruc, Tobias, I e II Macabeus. Fica assim, muito claro, que a Sagrada Tradição da Igreja e o Sagrado Magistério sempre confirmaram os livros deuterocanônicos como inspirados pelo Espírito Santo. Vários Concílios confirmaram isto, os Concílios regionais de Hipona (ano 393); Cartago II (397), Cartago IV (419), Trulos (692). Principalmente os Concílios ecumênicos de Florença (1442), Trento (1546) e Vaticano I (1870). (Escola da Fé II – A Sagrada Escritura. Lorena - SP. 2000, p.33)
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(6)Forma como também é conhecida a versão dos LXX (setenta).
(7)S. Atanásio (295-373 d.C.), é considerado doutor da Igreja, nasceu em Alexandria, tornou-se diácono e junto com o Bispo Alexandre destacou-se no Concílio de Nicéia (325 d.C.) combatendo o arianismo que negava a divindade de Cristo.
(8)É considerado doutor da Igreja, foi Bispo de Jerusalém, guardião da fé professada no concílio de Nicéia (325 d.C.), é autor da obra Catequeses Mistagógicas, esteve no concílio Ecumênico Constantinopla I (381 d.C.).Morreu em 386 d.C.
(9)É considerado Doutor da Igreja, nasceu em 329 d.C. em Naziano na Capadócia e morreu em 389 d.C. Lutou contra o arianismo, sua doutrina sobre a Santíssima Trindade lhe rendeu o título de teólogo, confirmado no Concílio de Calcedônia em 481 d.C.
(10)É considerado Doutor da Igreja, nasceu em 330 d.C. e morreu em 369 d.C., foi Bispo.
(11)Foi Bispo e Doutor da Igreja, nasceu em Tagaste na Tunísia, viveu de 354 d.C. a 430 d.C. , se converteu em Milão, ouvindo as pregações do Bispo S. Ambrósio.Tornou-se Bispo de Hipona aos 42 anos de idade, combateu o maniqueísmo, o donatismo e o pelagianismo, heresias do seu tempo.
(12)Foi Papa (440 – 461 d.C) e Doutor da Igreja, viveu de 400 d.C. a 461 d.C. Deixou 96 sermões e 173 cartas, participou do Concílio da Calcedônia combatendo o monofisismo.
(13)Foi o terceiro sucessor de São Pedro, quarto Papa da Igreja (88 – 97 d.C.), nos tempos dos imperadores romanos Domiciano e Trajano (92 – 102 d.C.). Segundo S. Irineu “ele viu os apóstolos e com eles conversou, tendo ouvido diretamente a sua pregação e ensinamento” (Contra as heresias). (cf. Fil 4,3).
(14)Era irmão do Papa São Pio I (140 – 155 d.C.). Escreveu a obra Pastor, de visão apocalíptica, morreu em 160 d.C.
(15)S. Hipólito de Roma (160 – 234 d.C.), foi discípulo de S. Irineu (140 – 202 d.C.), foi célebre na Igreja de Roma, sendo sua pregação ouvida por Orígenes (184 – 254 d.C.). Escreveu contra os hereges, compôs textos litúrgicos e a obra Tradição Apostólica, em que relata os costumes da Igreja no século III. __________________________________________________________________________________________
Os livros rejeitados pelos protestantes são por eles chamados de apócrifos, os católicos não adotam este termo para tratar os referidos sete livros, considerando-os deuterocanônicos, ou seja, aqueles livros que do século II d.C. ao século IV d.C. a Igreja não tinha ainda ratificado a sua canonicidade e eram motivo de estudo e discernimento do Sagrado Magistério da Igreja(16).
Chegou-se a fazer distinção entre “livros reconhecidos” (homologúmenos), admitidos por todos (os do cânon hebraico) e “livros controversos” (antilogúmenos), não admitidos por todos (...) os primeiros se chamam protocanônicos e os segundos deuterocanônicos, ou seja, canônicos de primeira e segunda época. Compreende-se que os hebreus rejeitem, em sua totalidade o Novo Testamento, alem dos deuterocanônicos do Antigo. Os protestantes ocupam uma posição de meio termo. No novo testamento depois das primeiras incertezas de seus fundadores admitiram integralmente e sem distinção o Cânon Católico. No Antigo Testamento, ao invés, seguindo o cânon mais restrito dos hebreus, rejeitam como fora da série dos livros sagrados, sob o nome de “apócrifos”, os que nós chamamos deuterocanônicos. (Bíblia Sagrada. São Paulo. 1982, p.8)
Para se chegar ao Novo Testamento que temos, a Igreja Católica teve de rejeitar diversos livros que não eram inspirados por Deus, e através de sua autoridade apostólica(17) definir o Cânon das Escrituras.Os livros abaixo citados são os que os católicos consideram apócrifos, ou seja, livros não revelados pelo Espírito Santo e que muitas vezes continham heresias, a Igreja os considera importante para o estudo, visto que alguns deles podem conter verdades históricas.Através da quantidade de livros observa-se como a Igreja teve de ser criteriosa, inspirada e dirigida pelo Espírito Santo, para retirar o joio do meio do trigo. Sem a autoridade da Igreja não teríamos como saber quais seriam os livros divinamente inspirados por Deus para a composição da Revelação Escrita – As Sagradas Escrituras.
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(16)Advém da Sucessão Apostólica. É formado pelo Papa (sucessor de Pedro) e Bispos (sucessor dos Apóstolos), com a missão de conservar o “depósito da fé” (I Tim.1,10; Luc.10,26;), ensinando a verdade extraída da Sagrada Escritura e da Sagrada Tradição Apostólica.
(17)Em sua extrema benignidade, Deus tomou providencias a fim de que aquilo que Ele revelara para a salvação de todos os povos se conservasse inalterado para sempre e fosse transmitido a todas as gerações (...). Mas para que o Evangelho sempre se conservasse vivo e inalterado na Igreja, os Apóstolos deixaram como sucessores os Bispos, a eles “transmitindo o seu próprio encargo do Magistério” (S. Irineu in: Adv. Haer., III, 3,1). Portanto, esta Sagrada Tradição e a Sagrada Escritura de ambos os testamentos são como o espelho em que a Igreja peregrina na terra contempla a Deus de Quem tudo recebe, até que chegue a vê-lo face a face como é ( cf. I Jo 3,2).(Dei Verbum, 7). O ensinamento dos Santos Padres testemunha a presença vivificante dessa tradição, cujas riquezas se transfundem na praxe e na vida da Igreja que crê e ora. Pela mesma Tradição torna-se conhecido à Igreja o Cânon completo dos livros sagrados (...). E assim o Deus, que outrora falou, mantém um permanente diálogo com a esposa de seu dileto Filho, e o Espírito Santo, pelo qual a voz viva do evangelho ressoa na Igreja e através da Igreja no mundo, leva os fieis à verdade toda e faz habitar neles abundantemente a palavra de Cristo (cf. Col 3,16). (Dei Verbum, 8). ___________________________________________________________________________
Apócrifos referentes ao Novo Testamento rejeitados pela Igreja Católica:
1. Evangelho segundo os Hebreus (gnóstico) – Fim do Séc I d.C.
2. Proto – Evangelho de Tiago.
3. Evangelho do Pseudo Tomé.
4. O Evangelho de Pedro – Meados do Séc II d.C.
5. O Evangelho de Nicodemos.
6. O Evangelho dos Ebionitas ou dos Doze Apóstolos – Meados do Séc II d.C.
7. Evangelho segundo os Egípcios – Meados do Séc II d.C.
8. Evangelho de André – Séc II/III d.C.
9. Evangelho de Felipe – Séc II/III d.C.
10. Evangelho de Bartolomeu – Séc II/III d.C.
11. Evangelho de Barnabé – Séc II/III d.C.
12. O drama de Pilatos.
13. A morte e assunção de Maria.
14. A Paixão de Jesus.
15. Descida de Jesus aos Infernos.
16. Declaração de José de Arimatéia.
17. História de José o garimpeiro.
18. Atos de Pedro.
19. Atos de Paulo.
20. Atos de André.
21. Atos de João.
22. Atos de Tomé.
23. Atos de Felipe.
24. Atos de Tadeu.
25. Epístola de Barnabé.
26. III Epístola aos Coríntios – Séc. II d.C.
27. Epistola aos Loadicenses – Fim do Séc. II d.C.
28. Carta dos Apóstolos – 180 d.C.
29. Correspondência entre Sêneca e São Paulo – Séc. IV d.C.
30. Apocalipse de Pedro – Meados do Séc. II d.C.
31. Apocalipse de Paulo – 380 d.C.
32. Sibila Cristã – Séc. III d.C.
Também em relação ao Antigo Testamento a Igreja Católica, rejeitou diversos livros como apócrifos, utilizando-se mais uma vez de sua autoridade para a delimitação do Cânon Bíblico.
Apócrifos referentes ao Antigo Testamento rejeitados pela Igreja Católica:
1. A vida de Adão e Eva.
2. I Henoque.
3. II Henoque.
4. Apocalipse de Abraão.
5. Testamento de Abraão.
6. Testamento de Isaac.
7. Testamento de Jacó.
8. Escada de Jacó.
9. José e Asenet.
10. Testamento dos Doze Patriarcas.
11. Assunção de Moisés.(18)
12. Testamento de Jô.
13. Salmos de Salomão.
14. Odes de Salomão.
15. Testamento de Salomão.
16. Apocalipse de Elias.
17. Ascensão de Isaías.
18. Paralipômenos de Jeremias.
19. Apocalipse Siríaco de Baruc.
20. Apocalipse de Sofonias.
21. Apocalipse de Esdras.
22. Apocalipse de Sedrac.
23. III Esdras.
24. IV Esdras.
25. Sibilinos.
26. Pseudo-Filemon.
27. III Macabeus.
28. IV Macabeus.
29. Salmos 151-155.
30. Oração de Manasses.
31. Carta de Aristeu.
32. As Dezoito Bênçãos.
33. Ahigar.
34. Vida dos Profetas.
35. Recabitas.
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(18)Na Epístola de S. Judas (canônica), há uma alusão deste apócrifo, citando uma antiga tradição hebraica – A ascensão de Moisés.(cf. Judas v.9).E uma citação do apócrifo de Henoque (cf. Judas v. 14-15). ___________________________________________________________________________
Relação de citações implícitas dos livros deuterocanônicos nos escritos do Novo Testamento:
Deuterocanônico ........................... ---Protocanônico
Antigo Testamento.................. ---Novo Testamento
Sabedoria 13,1 – 9.................... ---Romanos 1,19 – 32
Sabedoria 6,1 – 4......................... ---Romanos 13,1
Sabedoria 2,13.18........................ ---Mateus 27,43
Eclesiástico 4,34.......................... ---Tiago 1,19
Eclesiástico 27,30 – 28,1-7......... ---Lucas 11,4; Mateus 6,15
Eclesiástico 31,1–11.................... ---Lucas 18,24 – 25
Eclesiástico 35,11–24 ................ ---Lucas 18,1– 8
I Macabeus 2,29 – 48................. ---Marcos 2,27
II Macabeus 6,18 – 7,42............. ---Hebreus 11,34 – 40
Tobias 12,15................................. ---Apocalipse 8,2
Tobias 12,1 – 22.......................... ---Mateus 6,1 – 18
Tobias 13,11 – 18 ....................... ---Apocalipse 21,1 – 22,1 – 5
VERSÕES DO VELHO TESTAMENTO
• Pré – Massorético e Massorético – É um trabalho que surge do fim do primeiro século em diante, transmitindo o texto hebraico livre de corrupção. O texto do Velho Testamento fixou-se pela tradição, e a versão massorética trazia as variantes anotadas na margem. O hebraico era escrito sem o uso das vogais até o século VII. Entre os séculos VII a X os doutores judeus colocaram as vogais no texto.
• Semíticas:
1. Em primeiro lugar se coloca os Targuns, devido a utilizar linguagem que mais se aproxima do original hebraico. Após a volta dos Judeus do cativeiro da Babilônia, em grande parte haviam perdido o uso da própria língua, sendo-lhes necessário não só ler ás escrituras no original como dar-lhe a verdadeira significação. Dessa forma era feita a tradução parafraseada numa série de targuns (interpretações) na língua caldéica ou no dialeto oriental aramaico. Os targuns eram numerosos e os que chegaram até nos eram da era cristã. Os mais antigos são os da Lei e dois referentes ao Pentateuco anteriores ao sétimo século.
2. O Pentateuco Samaritano - Foi escrito num dialeto da família hebraica, utilizando caracteres do antigo hebraico. Eusébio de Cesaréia e Cirilo de Jerusalém fazem referencias a cópias deste manuscrito. Por muito tempo pensou-se que tudo havia sido perdido, mas no princípio do século XVII foi enviada uma cópia de Constantinopla a Paris. O valor dessa obra chegou a ser superestimado, mas já não se julga superior ao texto hebraico. A cópia samaritana é valorosa para a determinação da história das vogais hebraicas.
• Versões Gregas:
1. A septuagentina – A versão chamada dos LXX (setenta) ou Septuagentina ou ainda Alexandrina, foi feita no Egito por judeus de Alexandria. Aristeas, um escritor da Corte de Ptolomeu Filadelfo(19) II (285-247 a.C.) conta em uma pseudocarta, que esta versão foi feita por setenta e dois judeus (seis de cada tribo) mandados a Alexandria no ano de 285 a.C. por Eleazer a pedido de Demétrio Falário, o bibliotecário do rei e completada em setenta e dois dias. Não se pode precisar que se tenha ocorrido verdadeiramente dessa maneira que a história nos chega. Quanto ao tempo em que se completou, não existe prova alguma. Uma análise crítica da obra mostra que esta contém muitas palavras greco-egípcias, e que o Pentateuco está traduzido com maior exatidão do que os outros livros.
2. A Hexapla de Orígenes – Na primitiva Igreja Cristã(20) a versão dos LXX era de grande estima, embora certos escritores buscassem o texto hebraico para confirmar seu texto. No intuito de corrigi-la, Orígenes (185-254), um dos grandes teólogos da Igreja Católica do século III, compôs a sua Hexapla ou Versão das seis colunas (em meados de 228 d.C.). Esta versão continha além da Versão dos LXX, as traduções gregas do Antigo Testamento feitas por: Áquila do Ponto (130 d.C.); Teodoto de Éfeso (160 d.C.) e Símaco um samaritano (218 d.C.). As duas colunas restantes continham o texto hebraico e a sua tradução em caracteres gregos. Esta obra era constituída de cinqüenta volumes e perdeu-se provavelmente no saque de Cesaréia, feito pelos sarracenos em 653 d.C. Eusébio(21) de Cesaréia (260-339) havia copiado a coluna formada pelo texto da versão dos LXX, com as correções ou adições dos outros tradutores aos quais Orígenes havia recorrido. O texto hexaplariano como é conhecido, foi publicado em Paris no ano de 1714. Os principais códices manuscritos dos LXX são: o Vaticano (B); o Sianaítico; o Alexandrino (A) e os fragmentos do Códice Efraimita (C). Entre as edições impressas dos LXX, pode-se citar a Complutensiana (1517), que segue em muitos trechos a versão hebraica massorética e a Hexapla de Orígenes; a Aldina (1518), que apresenta muitas variantes do Códice do Vaticano (B); a Romana ou Vaticana (1587) baseada no Códice do Vaticano (B); a Grabiana (1707 a 1720) que foi baseada principalmente no Códice Alexandrino (A) e a edição crítica de Cambridge (1887 – 1894).
• Antigas Versões Latinas :
1. Latina – Entre as mais antigas versões baseadas nas versões dos LXX, temos a Latina feita na África, e muitas vezes transcritas total ou parcialmente em várias províncias do Império Romano. Pelas diferenças que se encontram nas cópias, alguns acreditam que houveram diversas versões, porém a hipótese mais aceita é que se trata da revisões da mesma tradução original. 2. Ítala – A mais importante das revisões da Latina fez-se na Itália, com o fim de corrigir os provincianismos e outros pequenos defeitos da versão africana. Santo Agostinho refere-se a ela em seu escrito De Doctrina Cristiana II, chamando-a de Ítala. São Jerônimo(22) a considera em geral muito boa. Em seu texto predomina traços do Códice Alexandrino (A) e baseando-se em citações de Tertuliano,(23) presume-se que a versão seja do final do segundo século (Séc. II d.C.).
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(19)Rei egípcio de Alexandria no século II a.C, que se orgulhava de possuir em sua rica biblioteca todos os “livros do mundo”.
(20)Quando se diz Primitiva Igreja Cristã ou Igreja Primitiva, entenda-se a única Igreja Cristã existente na época: Católica Apostólica (vide nota de rodapé nº 5). “As primeiras Igrejas surgiram como comunidades fundadas pelos apóstolos (54 d.C.). Do núcleo fundado por Pedro em Roma, originou-se todo o cristianismo no Ocidente, que posteriormente foi dividido em arquidioceses, dioceses e províncias eclesiásticas, em comunhão com a Sé Romana, a partir de 70 d.C.” (Revista: Superinteressante. Ed.181, pg.22-23).
(21)Bispo Católico de Cesaréia na Palestina. Por volta do ano 300 d.C. escreveu a primeira História da Igreja. Nasceu na Palestina, em Cesaréia, foi discípulo de Orígenes (184-254). Escreveu sua Crônica, A História Eclesiástica, A preparação e a Demonstração Evangélicas. Foi perseguido pelo imperador romano Dioclesiano.
(22)Viveu de 347 a 420 d.C, é considerado “Doutor Bíblico”. Em 379 d.C. ordenou-se sacerdote pelo Bispo Paulino de Antioquia. De 382 a 385 d.C. foi secretário do Papa S. Damaso, por cuja ordem vez a revisão latina da Bíblia, conhecida como Vulgata, levando aproximadamente 34 anos para terminar. Em S. Jerônimo destaca-se a austeridade, o temperamento forte, a erudição e o amor à Igreja e a Sé de Pedro.
(23)Tertuliano (220d.C.) de Catargo, norte da África, era advogado em Roma quando em 195 d.C converteu-se ao Cristianismo passando a servir à Igreja de Catargo como catequista. Combateu as heresias do gnosticismo, mas se desentendeu com a Igreja. É autor da frase: “o sangue dos mártires é semente de novos cristãos.” ___________________________________________________________________________
3. Vulgata – Devido a diversidade de cópias e as suas imperfeições, a pedido do Papa (de 366 a 384 d.C.) S. Dâmaso, S. Jerônimo foi incumbido da tarefa de fazer a revisão dos textos das cópias latinas, como Orígenes havia feito a revisão da Septuagentina. Utilizou para isso a Hexapla de Orígenes, para corrigir todo o Velho Testamento. Quando estava prestes a terminar esta correção, S. Jerônimo decidiu fazer uma tradução em latim, feita diretamente do Hebraico. Consagrou o melhor do seu tempo a esta obra, completando-a em 404 d.C. aproximadamente.
Entre os tradutores antigos da Bíblia, S. Jerônimo foi o último no tempo, embora o primeiro no mérito: não só por se ter podido valer do trabalho dos seus antecessores, mas sobretudo porque, pela prática constante, adquiriu domínio tal das línguas bíblicas (hebraico, aramaico e grego) que entre os antigos cristãos não se conhece igual. Acrescente-se um conhecimento igualmente único da literatura exegética tanto judaica, quanto cristã. Com bagagem de cultura literária incomum, com ótima preparação e excelentes critérios, pôs mãos ao árduo trabalho. Começou por corrigir (em Roma em 384 a convite do Papa S. Dâmaso) os Evangelhos Latinos, auxiliado para isso pelos melhores códices gregos. Transferindo-se depois para a Palestina (386)... estendeu o mesmo trabalho de paciente revisão... aos livros do Antigo Testamento; mas tendo terminado uma parte deles, sobretudo os Salmos, que passaram depois a Vulgata, compreendeu que prestaria um serviço muito melhor à Igreja, fazendo uma nova versão diretamente do texto hebraico. E sem esmorecer diante das ingentes dificuldades, e sem se cansar no longo e áspero caminho, a ela se dedicou com admirável constância pelo espaço de uns quinze anos, de 390 a 404, até o acabamento feliz da obra. (Bíblia Sagrada. São Paulo. 1982, p.13)
Uma reverencia supersticiosa à versão dos LXX, fez com que muitos não aceitassem a obra de S. Jerônimo, mas a tradução foi conquistando espaço e ganhando destaque, e no tempo de Gregório (o Grande), Papa de 690 a 604, já tinha igual autoridade e foi dignificada com o nome de Vulgata (“versio Vulgata”; a versão corrente).
As traduções de S. Jerônimo não encontraram imediatamente no mundo latino a acolhida que mereciam. A propagação devida em parte às dificuldades da época, foi lenta, mas em constante progresso, de sorte que dois séculos depois S. Isidoro de Sevilha(24) (636) pôde escrever que ela já estava em uso em toda a Igreja do Ocidente, e mais tarde o renascimento carolíngio consagrou-lhe definitivamente o triunfo sobre as antigas versões latinas. Formou-se assim entre o séc. V e IX, a versão que propriamente é chamada Vulgata. (Bíblia Sagrada. São Paulo. 1982, p.13-14)
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(24)Viveu de 560 a 636 d.C. foi Bispo e Doutor da Igreja. Nasceu em Sevilha, foi educado por seu irmão São Leandro, bispo de Sevilha. É chamado também o último Padre da Igreja do Ocidente. A sua obra Etimologias, composta de 20 volumes, é uma síntese de todo saber antigo e de seu tempo.
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O texto da Vulgata foi composto em parte da antiga versão latina (Cinco deuterocanônicos do Antigo Testamento: I e II Macabeus, Sabedoria, Eclesiástico e Baruc, com a carta de Jeremias), em parte na edição revista por S. Jerônimo (os Salmos, o Antigo e Novo Testamentos) e è também uma nova tradução feita diretamente do hebraico (todo o Antigo Testamento hebraico, exceto os Salmos, Tobias e Judite). S. Jerônimo estava familiarizado com os exegetas hebraicos incorporando muitas das suas interpretações na vulgata, mas geralmente seguia-se a versão dos LXX, mesmo quanto o texto diferia do hebraico. Com o passar do tempo, o texto da Vulgata perdeu um pouco de sua pureza, devido às cópias e introduções de antigas versões, porém nobres doutores revisaram o texto reconduzindo-o à primitiva integridade. Citamos a revisão efetuada pelo sábio Alcuíno (735 – 808 d.C.), ordenada por Carlos Magno e a de Lanfranc. Com o passar do tempo começaram a surgir novamente, textos de valor discutíveis, principalmente após a “reforma protestante”. Assim sendo, a Sessão IV de 08 de abril de 1546, do Concílio Ecumênico de Trento, após definir o Cânon das Sagradas Escrituras, decretou que a Vulgata seria versão autêntica, e que fosse impressa com a máxima correção. Os Papas desde Pio IV (1559 a 1565) até Clemente III (1592 a 1605) nomearam consecutivamente quatro comissões para este fim, culminando na edição publicada em 1590 por Sixto V, (Papa de 1585 a 1590), posteriormente substituída pela edição publicada em 1592 por Clemente VIII, (Papa de 1592 a 1605), edição conhecida como sixto – Clementina. Depois houve mais duas edições vaticanas em 1593 e 1598, as quais são a base de todas as versões posteriores até os dias atuais. O mais importante e célebre manuscrito da vulgata é o Codex Amiatinus, do final do sétimo século, que está em Florença, Itália, na biblioteca Laurentiana.
• Siríaca ou Versão Aramaica Ocidental:
1. A versão Peshita – Peshita significa “correta ou simples”, esta versão foi feita diretamente do hebraico e concorda com rigor ao texto massorético. Não se pode afirmar em que tempo e onde foi feita esta tradução, presume-se que os cristãos da Síria, obtiveram a Escritura em sua própria língua. Pelo exame da tradução acredita-se que os tradutores eram judeus – cristãos que traduziram o Velho Testamento do original hebraico. Esta versão continha todos os livros canônicos do Velho e Novo Testamentos, exceto II carta de S. Pedro, II e III carta de S. João, a carta de S. Judas e o Apocalipse de S. João. O texto difere de das principais classes de manuscritos.
• Diversas versões antigas:
1. A História Eclesiástica, de Eusébio de Cesaréia, coloca a versão da Etiópia no ano de 330 d.C. O texto baseia-se totalmente na versão dos LXX e segue as variantes do códice Alexandrino.
2. A maior parte o Velho Testamento, existe nos dialetos cópticos de Egito. A época mais provável em que essas versões foram feitas são os séculos III ou IV d.C. com algumas suposições que possam ser dos séculos I ou II d.C. São baseados na versão dos LXX, seguindo as variantes do códice Alexandrino, os tradutores são desconhecidos.
3. A versão Gótica da Bíblia, foi feita por Ulfilas, bispo dos Ostrogodos, que esteve no Concílio de Constantinopla I (maio a junho de 381 d.C.). É uma tradução da versão dos LXX, de considerável valor crítico, embora se restem alguns fragmentos desta versão.
4. A versão Armênia foi feita em meados do século V d.C., baseada na versão Siríaca, mais tarde foi revista segundo a versão dos LXX, sendo traduzida pelo patriarca Mesrob.
5. A versão Gregoriana foi feita no século VI d.C., através de cópias da versão Armênia.
6. A versão Eslava ou Eslavônica foi feita em meados do século IX d.C., pelos irmãos católicos, Cirilo e Metódio de Tessalônica, missionários da Bulgária e Moravia, que traduziram as Escrituras para a língua eslava (ou eslavônica). Considera-se como proveniente da versão dos LXX embora alguns testemunhos antigos indiquem que a tradução foi feita do latim.
7. As versões Árabes dos diversos livros das Escrituras, foram traduzidas da versão dos LXX entre os séculos VIII e XII d.C, segundo diversos escritores, porém os livros de Jó, Crônicas, Juízes, Rute, Samuel, e algumas partes de outros livros, foram traduzidas da versão Siríaca Peshita.
A DEFINIÇÃO DO CÂNON DO NOVO TESTAMENTO
O Espírito Santo, dado a Igreja, despertou santos instintos, auxiliou o discernimento entre o puro e o espúrio, e assim foi possível chegar a uma gradual harmônica e por fim unânime conclusão. Havia na Igreja o que um teólogo designou com felicidade pela expressão “inspiração da seleção”. (História, Doutrina e Interpretação da Bíblia. São Paulo.1951, p.29)
A formação do Cânon do Novo Testamento deu-se de forma gradual, de modo que depois do ano 400 d.C. não existiam mais dúvidas a este respeito, graças a intervenção da Igreja Católica, que como já citamos anteriormente, foi quem através do Espírito Santo e agindo de acordo com sua autoridade apostólica definiu quais eram os livros canônicos.
A princípio os livros foram surgindo separadamente, em diferentes localidades, e eram guardados cuidadosamente pelas diversas comunidades apostólicas (paróquias) e lidos nas reuniões cristãs. Depois começaram a ser classificados em grupos: os Evangelhos, as Cartas (Epístolas) de São Paulo, os Atos dos Apóstolos e as Cartas Católicas (Epístolas Gerais) a estes grupos, foi acrescentado o Apocalipse, estando por volta do final do século II d.C. praticamente completa a coleção. Porém a autenticidade de alguns livros ainda ficou em aberto por certo tempo.
Existiam na Igreja Primitiva (vide nota nº 5 e nº 20), muitos escritos que diziam tratar da vida de Jesus. Segundo nos relata S. Lucas (cf. Luc 1,1-2) muitos escritores buscavam reproduzir o primitivo Evangelho oral, visto que os primeiros Evangelhos só foram escritos de 20 a 30 anos após a morte e ressurreição de Jesus Cristo, estes se conservaram oralmente até serem escritos graças a assistência do Espírito Santo, atuando na Sagrada Tradição Apostólica da Igreja, que se desenvolvia cada vez mais, expandindo-se e convertendo os povos ao Cristianismo. Não demorou para que os quatro Evangelhos, fossem constituídos pela Tradição Apostólica, sendo universalmente reconhecidos e pela Igreja. Os Evangelhos de S. Marcos e S. Lucas foram escritos respectivamente sob a influência de S. Pedro e S. Paulo.
Os Evangelhos de Marcos e de Lucas foram escritos por companheiros dos apóstolos: Marcos, o convertido de Pedro (cf. I Ped 5,13), e Lucas o amigo íntimo de Paulo (cf. At 20,5-6, etc). Papias (130), Justino (falecido em 164), Irineu (180), e Orígenes, todos falam do Evangelho de Marcos, como geralmente aceito, dizendo que tinha sido ditado e sancionado por Pedro. Irineu, Tertuliano e Orígenes discorrem sobre o Evangelho de Lucas como sendo universalmente recebidos e sancionados por Paulo. (História, Doutrina e Interpretação da Bíblia. São Paulo.1951, p.72)
Os Pais Apostólicos da Igreja Católica (S. Clemente de Roma, S. Policarpo de Esmirna, S. Inácio de Antioquia, Hermas) citam os Evangelhos de tal maneira que indicam ser a autoridade dos Evangelhos inteiramente reconhecida pela Igreja. Taciano (172 d.C.), discípulo de Justino Mártir(25), fez a combinação dos Evangelhos numa Harmonia chamada de Diatessaron, uma outra Harmonia foi feita por Amônio de Alexandria, professor de Orígenes. S. Irineu que quando jovem, conheceu S. Policarpo que foi discípulo do apóstolo S. João (evangelista), reconheceu a santa quaternidade dos escritos, testificando a aceitação desses livros como inspirados por Deus. S. Tertuliano da África, Atanásio de Alexandria, e Cirilo de Jerusalém confirmam ser os quatro Evangelhos as verdadeiras narrativas evangélicas.
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(25)Nasceu em Naplusa, antiga Siquém em Israel, achou nos evangelhos “a única filosofia proveitosa”, era filósofo e fundou uma escola em Roma. Dedicou a sua Apologia ao imperador Romano Antonino Pio em 150 d.C. defendendo os cristãos. Foi martirizado em Roma em 164 d.C. aproximadamente. ___________________________________________________________________________
Aos Evangelhos foi acrescentado o Livro dos Atos dos Apóstolos por consenso geral, como o segundo livro escrito por de Lucas.
As fontes dos primeiros séculos confirmam a autenticidade do Novo Testamento. Vejamos apenas uns poucos exemplos. Evangelho de Mateus - No ano 130 o Bispo Pápias, de Hierápolis na Frígia, região da Ásia Menor, que foi uma das primeiras a ser evangelizada pelos Apóstolos, fala do Evangelho de São Mateus dizendo: “Mateus, por sua parte, pôs em ordem os dizeres na língua hebraica, e cada um depois os traduziu como pode” (Eusébio, História da Igreja III, 39,16). Quem escreveu essas palavras foi o bispo Eusébio de Cesaréia na Palestina, quando por volta do ano 300 escreveu a primeira história da Igreja. Ele dá o testemunho histórico de Pápias. Note que Pápias nasceu no primeiro século, isto é, no tempo dos próprios Apóstolos; S. João ainda era vivo. Portanto este testemunho é inequívoco. Outro testemunho importante sobre o Evangelho de Mateus é dado por Santo Irineu (†200), do segundo século. Ele foi discípulo do grande bispo S. Policarpo de Esmirna, que foi discípulo de S. João evangelista. S. Irineu na sua obra contra os hereges gnósticos, fala do Evangelho de Mateus, dizendo: “Mateus compôs o Evangelho para os hebreus na sua língua, enquanto Pedro e Paulo em Roma pregavam o Evangelho e fundavam a Igreja.”(Adv. Haereses II, 1,1).
Evangelho de São Marcos - É também o Bispo de Hierápolis, Pápias (†130) que dá o primeiro testemunho do Evangelho de Marcos, conforme escreve Eusébio: “Marcos, intérprete de Pedro, escreveu com exatidão, mas sem ordem, tudo aquilo que recordava das palavras e das ações do Senhor; não tinha ouvido nem seguido o Senhor, mas, mais tarde...., Pedro. Ora, como Pedro ensinava, adaptando-se às várias necessidades dos ouvintes, sem se preocupar em oferecer composição ordenada das sentenças do Senhor, Marcos não nos enganou escrevendo conforme recordava; tinha somente esta preocupação, nada negligenciar do que tinha ouvido, e nada dizer de falso” (Eusébio, História da Igreja, III, 39,15).
Evangelho de São Lucas - O Prólogo do Evangelho de S. Lucas, usado comumente no século II, dava testemunho deste Evangelho, ao dizer: “Lucas foi sírio de Antioquia, de profissão médica, discípulos dos apóstolos, mais tarde seguiu Paulo até a confissão (martírio) deste, servindo irrepreensivelmente o Senhor. Nunca teve esposa nem filhos; com oitenta e quatro anos morreu na Bitínia, cheio do Espírito Santo. Já tendo sido escritos os evangelhos de Mateus, na Bitínia, e de Marcos, na Itália, impelido pelo Espírito Santo, redigiu este Evangelho nas regiões da Acáia, dando a saber logo no início que os outros Evangelhos já haviam sido escritos.”
Evangelho de São João – é Santo Ireneu (†202) que dá o seu testemunho: “Enfim, João, o discípulo do Senhor, o mesmo que reclinou sobre o seu peito, publicou também o Evangelho quando de sua estadia em Éfeso. Ora, todos esses homens legaram a seguinte doutrina: ... Quem não lhes dá assentimento despreza os que tiveram parte com o Senhor, despreza o próprio Senhor, despreza enfim o Pai; e assim se condena a si mesmo, pois resiste e se opõe à sua salvação – e é o que fazem todos os hereges”. (Contra as heresias) (Escola da Fé II – A Sagrada Escritura. Lorena - SP. 2000, p.40-42)
As Cartas de S. Paulo gozam também, da mesma autoridade apostólica dos Evangelhos, treze delas tem o seu nome, geralmente eram escritas através de alguém que a copiava para o apóstolo, sendo uma testemunha legítima dos seus escritos, como no caso de Tércio, que redigiu a carta aos Romanos (cf. Rom 16,22), nestes casos ele acrescentava a sua assinatura e saudação (cf. I Cor 16,21; Col 4,18). Suas cartas eram enviadas por mensageiros particulares (cf. Rom 16,1; Ef 6,21; Fil 2,25; Col 4,7-8). Sabemos pelos escritos dos Católicos S. Inácio, S. Policarpo, e S. Clemente de Roma que as Cartas de S. Paulo eram consideradas como escrituras inspiradas e lidas com a Lei, os Profetas e os Evangelhos. Uma prova mais remota aparece na II Carta de S. Pedro (cf. II Ped 3,15-16) onde se da às Cartas de S. Paulo, o nome de Escrituras.
Uma carta de S. Clemente de Roma, do século I, dirigida a comunidade de Corinto, identifica-se com o conteúdo da Carta aos Hebreus, que era admitida pelos antigos escritores da escola Alexandrina entre os escritos inspirados do Novo Testamento, porém sobre o autor pairava dúvidas, Eusébio de Cesaréia acreditava que a mesma tinha sido concebida por S. Paulo, mas redigida por outro, ou escrita por S. Paulo em hebraico ou aramaico e traduzida por um especialista em grego. Orígenes concluiu que “os pensamentos são do apóstolo (S. Paulo), mas quem a redigiu só Deus sabe”.
Quanto aos livros restantes referentes ao Novo Testamento, foram chamados de antilegúmenos, ou seja, não admitidos por todos, sendo classificados também como deuterocanônicos, visto que a sua canonicidade só foi atestada numa época posterior aos dos outros livros do Novo Testamento acima citados. Estes livros foram sendo introduzidos no Cânon pouco a pouco, de modo que no princípio do século IV, toda a Igreja Católica já os reconhecia como inspirados por Deus.
Houve dúvidas se os escritos de Tiago(26), Pedro(27) João e Judas(28) teriam sido escritos por eles, visto que muitas composições falsas surgiam com os nomes dos apóstolos, como pode ser observado pelo ensino apostólico (cf. II Tess 2,1-2; I Joa 4,1).
Ao lado do grande epistolário paulino, outras sete epístolas de apóstolos (uma de Tiago, duas de Pedro, três de João e uma de Judas) constituem grupo à parte no cânon do Novo testamento. Desde os primeiros séculos foram denominadas tanto em grupo como individualmente, católicas, isto é, “universais”... Entre os latinos, foram também chamadas epístolas “canônicas”, talvez como protesto da fé no seu caráter de livros sagrados, que a maior parte delas foi reconhecido em era muito tardia. De fato, somente a primeira de Pedro e a primeira de João foram, desde o princípio, consideradas sem contestações nas Igrejas, como inspirados e, portanto, canônicas. Todas as outras, umas mais outras menos, encontraram oposição em diversos tempos e lugares (EUSÉBIO. Ecles., III, 25, 1-3). No Ocidente, o grupo encontra-se já constituído em sua integridade e autoridade canônica, no princípio do século IV (Concílio Plenário da África; Papa Inocêncio I, 405). Nas Igrejas orientais não antes dos séculos VI e VII. (Bíblia Sagrada. São Paulo. 1982, p.1318)
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(26)Foi o primeiro Bispo de Jerusalém depois da dispersão dos Apóstolos, é o autor da Epístola Católica que leva o seu nome. Foi morto no Templo por instigação do Sumo Sacerdote Anás II, sendo lançado de uma galeria e espancado até a morte em 62 d.C.
(27)Sobre a I Pedro: O autor da epístola é sem dúvida, S. Pedro, o príncipes dos Apóstolos, que então se encontrava em Roma e daí (cf. I Ped 5,13) escreveu aos longínquos fiéis da Ásia, embora não tenham sido convertidos por ele (cf. II Ped 3,2), servindo-se de Silvano (cf. I Ped 5,12), como escrivão, e talvez como redator da epístola, notável não só pela força do pensamento, como também por que exarada em excelente grego. Desde que se formou o cânon escriturístico do Novo Testamento, a presente epístola foi incluída nele. Sobre a II Pedro: Nos séculos II e III, a II Pedro era pouco conhecida, ao menos fora do Egito, e a sua canonicidade, ou caráter sagrado, era posto em dúvida, quando não negada. Mas no século IV passou a ser bem mais conhecida no Ocidente e, simultaneamente, foram-se desvanecendo as dúvidas a respeito do seu valor de livro sagrado. Entre o IV e V século ocupou um lugar definitivo no cânon das Igrejas da Europa e da África, enquanto que na Síria continuou a ser ignorada por mais alguns séculos. O mesmo não se deu com o reconhecimento da sua autenticidade...S. Pedro é verdadeiramente o seu autor. S.Jerônimo não registrava senão os fatos quando afirmava, que no ano 392, que Pedro “escreveu duas epístolas denominadas católicas, a segunda das quais muitos afirmam não ser de sua autoria, por que (foi) lavrada em estilo diferente da primeira (De viris III.c.1). Partilhando da opinião de que ambas eram genuínas, ele (S.Jerônimo) explica as diversidades de linguagem e de estilo pelo fato de S. Pedro ter ditado a dois tradutores ou redatores gregos diversos (Carta 120, a Edibia,c.9)
(28)Esta curta epístola encontrava-se já no século II, segundo o testemunho do cânon Mutratoriano, incluída no cânon escriturístico da Igreja de Roma. Não faltou já então, e mais ainda depois, quem pusesse em duvida ou negasse principalmente sua canonicidade como atesta S. Jerônimo (De Vir. Ill., IV), por causa da citação do livro apócrifo de Henoque (cf. v.14-15). Prevaleceu, porém o uso antigo e a autoridade da Igreja, segundo testemunho do mesmo S. Jerônimo, e bem cedo as oposições cessaram no Ocidente e mais tarde também no Oriente. ___________________________________________________________________________
OS PRIMEIROS CATÁLOGOS DO NOVO TESTAMENTO
Do ano 200 d.C. ao ano 400 d.C. graças aos Católicos, publicaram-se aproximadamente quinze ou dezesseis catálogos de livros do Novo Testamento, vejamos alguns:
• O Fragmento Muratoriano ou Cânon de Muratori – É o mais antigo documento sobre o Cânon do Novo Testamento, escrito por volta do ano 150 d.C. Uma cópia do original, datada do século VIII, foi descoberta pelo padre Italiano Ludovico Antônio Muratori em 1740 na Livraria Ambrosiana, em Milão. Fala do Papa Pio I, (bispo de Roma de 143 a 155 d.C.) irmão de Hermas, como se fosse contemporâneo. O fragmento traduzido do grego principia por Lucas como “terceiro Evangelho”, subentendendo os outros dois e cita todos os livros do Novo Testamento, com exceção das cartas: Hebreus, Tiago, I e II Pedro e II e III de João. Pelo manuscrito pode-se distinguir os livros que eram lidos publicamente na Igreja, os que algumas pessoas queriam que fossem lidos, os desprezados e os que eram lidos particularmente. (cf. Anexo I ).
• S. Clemente de Alexandria († 215 d.C.) – (segundo Eusébio de Cesaréia) No princípio do século III, faz a distinção entre “o Ecvangelho” e “o Apóstolo”, reconhece quatorze Cartas de S. Paulo, inclusive “Hebreus”, omite as Cartas de Tiago, II Pedro e III João.
• Orígenes († 254 d.C.) – (segundo Eusébio de Cesaréia), lista do todos os livros do Novo Testamento, exceto as Cartas de Tiago e Judas, aos quais se refere em outra parte.
• Eusébio Panfílio – (315 d.C.) Lista do todos os livros do Novo Testamento, relata porém que há contestação da parte de alguns a respeito das Cartas de Tiago, Judas, II Pedro, II e III João.
• S. Atanássio († 337 d.C) - (315 d.C.) Lista do todos os livros do Novo Testamento. Fala da obra O Pastor de Hermas, como útil, mas não como canônico.
• S. Cirilo de Jerusalém († 386 d.C) – (315 d.C.) Lista do todos os livros do Novo Testamento, exceto o Apocalipse de S. João, os livros contestados de que fala Eusébio já são neste tempo geralmente aceitos.
• Concílio de Laodicéia – (364 d.C.) Lista do todos os livros do Novo Testamento, com exceção do Apocalipse. • Epifânio de Salamis – (370 d.C.) Lista do todos os livros do Novo Testamento.
• Gregório Nazianzeno († 389 d.C.) – (375 d.C.) Lista do todos os livros do Novo Testamento, menos o Apocalipse.
• Anfilóquio de Icônio – (380 d.C.) Lista do todos os livros do Novo Testamento, mas diz que a maioria exclui o Apocalipse.
• Filástrio de Bréscia – (380 d.C.) Lista do todos os livros do Novo Testamento, menciona treze Cartas de S. Paulo e a Carta aos Hebreus, dizendo sobre a mesma, que alguns duvidam que seja de autoria de S. Paulo, diz também que outros negam que sejam de S. João o Evangelho e o Apocalipse.
• Concílio de Catargo II – (397 d.C.) Foi um Concílio regional da Igreja, ao qual S. Agostinho († 430 d.C.) assistiu, cita todos os livros do Novo Testamento, sendo as atas deste Concílio muito importantes pelo seu testemunho histórico.
• S. Jerônimo († 420 d.C.) – (382 d.C.) Lista do todos os livros do Novo Testamento, diz que a Carta aos Hebreus é colocada por muitos fora dos escritos de S. Paulo.
• Rufino de Aquiléia – (390 d.C.) Lista do todos os livros do Novo Testamento.
• S. Agostinho († 430 d.C.) – Lista do todos os livros do Novo Testamento, refere-se à Carta aos Hebreus como sendo de S. Paulo.
• S. João Crisóstomo († 407 d.C.) – Numa sinopse que lhe atribuem, enumera quatorze Cartas de S. Paulo, os quatro Evangelhos, os Atos dos Apóstolos e três Epístolas Católicas, omitindo o restante dos livros.
OS MANUSCRITOS DO NOVO TESTAMENTO
Os mais antigos manuscritos dos textos do Novo Testamento eram escritos em papiro, um material frágil, que se estragava com o manuseio e que somente se conservava em condições excepcionais de um clima seco como o do Egito.
Existem pedaços dos Evangelhos e Epístolas em papiro, encontrados na grande quantidade de manuscritos do Egito. Foram encontrados fragmentos de Evangelho S. Mateus (Mat 1,1-9.12.14-20), do Evangelho de S. João (Joa 1,23-31.33-41; 20,11-17.19-25) pelos exploradores Grenfell e Hunt em Oxyrhynehus, a 120 milhas ao sul do Cairo, no Egito. O fragmento de Mateus está na Biblioteca da Universidade da Pensilvânia, o de João esta no Museu Britânico. Pelos mesmos exploradores também foram encontrados a Logia ou Palavras de Nosso Senhor, que muito provavelmente foi copiada no ano 200 d.C.
No século IV d.C. os papiros foram substituídos pelos pergaminhos, dando aos manuscritos uma maior durabilidade e permanência. A Conversão de Constantino ao Cristianismo, fez com que houvesse uma cuidadosa e brilhante produção de escritos cristãos. Os códice (“codex” palavra derivada de Caudex, é uma tabuinha geralmente coberta de cera, na qual se escrevia com um ponteiro de ferro, chamado stylus ) foram adotados no lugar dos rolos, e assim pela primeira vez, as escrituras do Novo Testamento, puderam ser convenientemente ajuntadas num único volume. Os códices eram reunidos por um cordel, que passava por orifícios feitos no alto dos exemplares à esquerda, ficando desse modo com forma de livro, ao contrário das volumina ou rolos. Todos os manuscritos que tivessem esta forma eram chamados de “códice,” como as tabuinhas eram muito usadas para fins jurídicos, chama-se código a um sistema de leis.
Eusébio († 339 d.C.) afirma em seu livro Vida de Constantino que o Imperador mandou fazer cinqüenta exemplares das Escrituras em pergaminho, para as Igrejas de sua nova capital. Dois desses exemplares talvez existam no Códice Vaticano B e no manuscrito Sinaítico.
Quando o pergaminho se tornou muito caro para o copista, as palavras eram muitas vezes lavadas e raspadas, para se escrever outra coisa, esse tipo de manuscrito era chamado de “codex rescriptus” ou “Palimpsesto,” do grego, “raspado de novo”. Algumas vezes acontecia que a raspadura não era completa, ou que a tinta do original se tornava tão estável que o velho escrito reaparecia. Temos como exemplo o Códice Ephraemi (C), sobre o qual falaremos a seguir.
Os manuscritos do Novo Testamento acham-se divididos em duas classes, a Uncial (provém de “uncia”, polegada em latim), escritas em letras maiúsculas, e a Cursiva, escritas em letras minúsculas.
Nos primeiros séculos o Novo Testamento estava dividido em três partes: os Evangelhos, as Epístolas e os Atos dos Apóstolos e o Apocalipse. No século III d.C. os evangelhos foram divididos em duas espécies de “capítulos”: os maiores eram os resumos e os menores capítulos, estas divisões foram introduzidas por primitivamente por Amônio e por isso chamadas de divisões amonianas. No século IV d.C. já eram usadas nos Evangelhos, sendo adaptadas por Eusébio em suas “tábuas de referência”, conhecidos de “cânones de Eusébio”.
No ano de 459 d.C. Eutálio, diácono de Alexandria, publicou uma edição das Cartas de S. Paulo, divididas em “capítulos”, segundo as divisões amonianas, do mesmo modo, dividiu ele em 490 d.C. as Epístolas Católicas e os Atos dos Apóstolos. Ele próprio afirma que pôs acentos nos manuscritos, copiados por ele, costume que não se generalizou até o século VIII d.C.
A moderna divisão em capítulos é atribuída aos católicos cardeal Estevão Langton (* 1228), no início do século XIII d.C. na Universidade de Paris, mais tarde no século XVI d.C. os mesmos capítulos foram divididos em versículos numerados por Sante Pagnine, para o Antigo Testamento (1528) e por Roberto Estevão, para o Novo Testamento (1551).
São conhecidos aproximadamente 5.236 manuscritos(29) do texto original em grego do Novo Testamento, sendo 266 códices unciais, 2.754 códices cursivos, 81 papirus e 2.135 lecionários, comprovadamente autênticos pelos mais renomados pesquisadores e especialistas do mundo.
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(29)Todos estes manuscritos, são fruto de copistas Católicos. ___________________________________________________________________________
OS PRINCIPAIS MANUSCRITOS UNCIAIS
São os principais códices que se conservaram, servindo para que se possa conhecer os nomes, as datas e o valor comparativo dos principais exemplares do texto sagrado. Segundo S. Agostinho em sua obra De doctrina Cristiana “O primeiro cuidado de quem quer entender a Divina Escritura deve ser o de corrigir os códices”.
• (N) Alef – Sinaíticus (Aleph 01) – Foi descoberto no convento de Sta. Catarina, no monte Sinai em 1859, pertence ao século IV d.C. Contém o Antigo Testamento grego e todo Novo Testamento, além das Epístolas de Barnabé e uma parte do Pastor de Hermas. Está no Museu Britânico desde 1933.
• Alexandrinus (A02 Alexandrino) – Foi oferecido ao Rei Carlos I da Inglaterra, por Cirilo Lucar, o Patriarca de Constantinopla em 1627. Pertence ao século V d.C. Contém o Velho Testamento grego, e o Novo Testamento desde Mateus 25,6 havendo algumas falhas (João 6,50 - 8,1-52; II Coríntios 4,13 – 12,1-6), contém também a Primeira Epístola de Clemente de Roma, com uma pequena parte da segunda (uma homilia). Está no Museu Britânico.
• (B) Vaticanus (B03 Vaticano) – Foi colocado na Livraria do Vaticano em Roma, pelo Papa Nicolau V (1447-1455). Pertence ao século IV d.C. Contém o Velho Testamento em Grego com omissões, e o Novo Testamento até Hebreus (Heb 9,14),contém as Epístolas Católicas mas faltam as Pastorais (I e II Timóteo e Tito), Filemon e o Apocalipse. Uma edição foi publicada em 1857 pelo cardeal Mai, por ordem do Papa Pio IX (1846-1878).
• (C) Ephraemi (C04 Efrém rescrito) – É um palimpsesto (codex rescriptus), resultante de terem sido diversas obras de Ephraem da Síria copiadas sobre o texto original no século XII d.C. Felizmente a tinta do último copista era de menor duração e qualidade que a do primeiro, foi escrito no século V d.C. muito provavelmente no Egito. Contém fragmentos do Velho Testamento e todos os livros do Novo Testamento com grandes omissões, à exceção da II Tessalonicences e da II João. Está na Biblioteca Nacional de Paris.
• (D) Bezae (D05 Beza) – É um manuscrito em grego e latim, em colunas paralelas, foi descoberto no mosteiro de S. Irineu em Lyão, e oferecido à universidade de Cambridge, em 1581 por Teodoro Beza. Foi escrito no princípio do século VI d.C. Contém com algumas omissões os Evangelhos e os Atos dos Apóstolos. É notável pelos seus desvios do texto comum e pelas edições.
• (D2) Cloromontanus (D06 Claromantano) – Foi descoberto em Clermont, próximo de Beauvais, donde lhe deriva seu nome. Foi escrito no século VI d.C. Está escrito em grego e latim como o códice Bezae, sendo um suplemento deste, pois contém as Cartas de S. Paulo com omissões, e a Carta aos Hebreus, sendo estes os únicos livros do Novo Testamento que se encontram. Pode-se perceber no manuscrito, o trabalho de vários copistas posteriores. Está na Biblioteca Nacional de Paris.
Esses seis códices descritos acima formam a lista dos unciais de primeira classe. Citaremos alguns que apesar de parciais e incompletos são de grande valor e oferecem sugestivas leituras e um bom estudo:
• Codex Basiliensis (E) – Pertence ao século VII/VIII d.C. trazido provavelmente de Constantinopla para Basiléia pelo Cardeal J.B. Ragúsio em 1431. Contém os Evangelhos quase completos.
• Codex Regius (L) - Pertence ao século VIII d.C., está na Biblioteca Nacional de Paris. Contém os Evangelhos com omissões, é valioso por se ver nele, a dupla conclusão do Evangelho de Marcos.
• Codex Zacynthius – É um palimpsesto de Zanete, oferecido pelo general Macaulay à Sociedade Bíblica de Londres em 1821, onde se encontra guardado em sua biblioteca. Contém a maior parte do Evangelho de Lucas, com comentários.
• Codex Augiensis - Pertence ao século IX d.C, existente no Trinity College, Cambridge (F), vindo do mosteiro de Augia Dives (Reichenau) no Lago de Constança. Contém a maior parte das Epístolas Paulinas, com a versão Latina.
• Manuscrito da Biblioteca Bodleiana de Oxford (T ) - Digno de citação, por ser um manuscritos muito antigo com data explicita ( 844 d.C.).
• Manuscrito Roma (S) – Existente na Biblioteca do Vaticano, também digno de citação, por ser um manuscritos muito antigo com data explicita ( 949 d.C.).
OS MANUSCRITOS CURSIVOS
Com o aumento da procura por manuscritos dos textos do Novo Testamento ao longo dos séculos, era necessário o emprego de uma forma de escrita com letra menor e mais fácil. Dessa forma foi introduzida a “letra corrente” ou cursiva que já era empregada nas correspondências sociais e comerciais. Durante quase dois séculos. Usou-se o uncial e o cursivo, mas pouco a pouco foi prevalecendo o cursivo. Foi com essa letra que nos chegaram a maioria dos manuscritos do Novo Testamento, que começaram a ser escritos de forma cursiva do século IX d.C. até a invenção da Imprensa no século XV d.C. Eram empregados, o papel e o pergaminho que variavam muito na duração e forma.
OS PAPIRUS
São antiqüíssimos testemunhos do texto original do Novo Testamento, com alguns remontando ao ano 200 d.C. Segundo o teólogo Felipe Aquino alguns eles estão distribuídos da seguinte forma:
Nº(30) ------CONTEÚDO ----------LOCAL ------DATA (Século)
P1.........---Evangelhos............ ---Filadélfia......... ---III
P2.......---Evangelhos............... ---Florença ......... ---VI
P3.......---Evangelhos................---Viena...........---VI-VII
P4.......---Evangelhos............... ---Paris ................ ---III
P5.......---Evangelhos............... ---Londres........... ---III
P6.......---Evangelhos............... ---Estrasburgo.... ---IV
P7.......---Atos dos Apóstolos.....---Berlim..... .......---IV
FONTE: Escola da Fé II – A Sagrada Escritura. Lorena - SP. 2000, p.38
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(30)Sigla do Papiro (Exemplo: Papiro 1). ___________________________________________________________________________
OS LECIONÁRIOS
Os Lecionários são coleções dos Evangelhos e Epístolas, para a leitura nas celebrações da Igreja Católica, desde os primórdios do cristianismo. São escritos com especial cuidado, com caracteres grandes e claros. Não existe testemunho mais valioso dos textos Sagrados para a mesma época em que foram escritos nos Lecionários. Dos chamados Evangelistaria, que são lições dos Evangelhos, existem mais de mil exemplares. Dos Praxapostoli que são lições dos Atos dos Apóstolos e Epístolas, conhecem-se aproximadamente três mil exemplares. Todos estes Lecionários são de grande importância para o estudo do texto original das Sagradas Escrituras.
AS CITAÇÕES DOS PRIMEIROS CRISTÃOS
As citações dos primeiros cristãos referindo-se aos textos do Novo Testamento,(como algumas vezes já foram utilizadas nesta pesquisa) são de suma importância, como testemunho a respeito do Cânon Bíblico. Encontram-se na História, diversas citações dos Católicos: Clemente de Roma († 102 d.C.), Taciano (†172 d.C.), Justino Mártir (†164 d.C.), Clemente de Alexandria († 215 d.C.), Orígenes († 254 d.C.), Tertuliano (†220 d.C.), Cipriano (†258 d.C.), Ambrósio (†397 d.C.) e Agostinho (†430 d.C.) entre outros.
QUADRO COMPARATIVO DE CITAÇÕES
__________________________________________________________________________________________ Cristão..........---Evangelho ---Atos dos Apóstolos ---Epístolas Católicas ---Epístolas Paulinas ---Apocalipse ---Total
Justino Mártir..........---268...... ---10...................... ---63......................... ---43......................... ---3..............---...387
Irineu...................... ---1.038... ---194.................... ---23......................... ---499....................... ---65............ --1.819
Clemente de Alexan.---1.017... ---44...................... ---207....................... ---1.127.................... ---11............ --2.406
Orígenes................. ---9.231... ---349.................... ---399....................... ---7.778.................... ---165......... -17.922
TOTAL GERAL........---11.554. ---597.................... ---692....................... ---9.447.................... ---244......... -22.534
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Adaptado de: História, Doutrina e Interpretação da Bíblia. São Paulo.1951, p.47
A LÍNGUA DO NOVO TESTAMENTO
O Novo Testamento Inteiro foi escrito em grego; só o Evangelho de Mateus, conforme testemunho de antigos teve uma primeira redação em aramaico, a qual, porém se perdeu sem deixar vestígios; em lugar dela temos uma tradução, ou melhor, uma redação grega (Bíblia Sagrada. São Paulo. 1982, p.8)
O grego das escrituras foi escritos por helenistas, judeus que falavam grego, mas o seu pensamento era formado segundo o original Hebraico e suam mente estava voltada para a linguagem da Versão dos LXX das escrituras judaicas . A língua grega é uma mistura de dialetos, cujos principais são o dórico e o jônico.
O dialeto dórico foi o primeiro pela sua antiguidade e influência, é áspero e de som extenso. Já o dialeto jônico que foi o segundo quanto ao tempo, era notável pela doçura e suavidade, foi primeiramente utilizado na Ática e posteriormente na Ásia Menor.
Com a conquista da Grécia, por Felipe da Macedônia, foram-se confundindo os dialetos e formou-se o Helênico (“dialeto comum”) cuja base era o Ático. Com as conquistas de Alexandre Magno e a fusão de diferentes povos, acabaram por produzir mais modificações no dialeto, os idiomas macedônico e alexandrino tornaram-se comum na Grécia, no Egito e no Oriente.
Em Alexandria, residiam muitos judeus e lá foi onde se fez a Versão dos LXX, sendo judeus os escritores, o grego alexandrino que eles falavam foi modificado a ponto de compreender pensamentos e expressões idiomáticas hebraicas. É esta, a linguagem do Novo Testamento, helenística ou mais propriamente grego-hebraica. Uma mistura de dialetos, modificados por judeus de Alexandria e da Palestina. Por isso que se encontram palavras e frases, vindos de diversas fontes, como do aramaico, do latim, do persa e do egípcio. Existem também palavras que em sua ortografia, forma, flexão e gênero são particulares a antigos dialetos que não se usou no helênico. E por fim temos também palavras e expressões de sentido propriamente judaico e cristão.
Podem se ver expressões aramaicas em S. Marcos (cf. Mac 14,36; 3,17), nos Atos dos Apóstolos (cf. At 1,19), em S. Mateus (cf. Mat 5,22), palavras latinas em S. Mateus (cf. 5,26; 10,29; 17,25; 18,28; 26,53; 27,27.65), S. Marcos (cf. Mac 15,39), S. Lucas (cf. Luc 19,20), S. João (cf. Joa 2,15), nos Atos dos Apóstolos (cf. At 19,12), frases latinas em S. Mateus (cf. Mat 12,14), S. Marcos (cf. Mac 15,15), S. Lucas (cf. Luc 12,58), nos Atos dos Apóstolos (cf. At 17,9), expressões pérsicas em S. Mateus (cf. Mat 2,1; 5,41; 27,32), S. Marcos (cf. Mac 15,21), S. Lucas (cf. Luc 23,43), nos Atos dos Apóstolos (cf. At 8,27) e expressões egípcias em S. Mateus (cf. Mat 27,50) e S. Lucas (cf. Luc 16,19).
A INSPIRAÇÃO E A ORIGINALIDADE DO TEXTO
As coisas reveladas por Deus, que se encontram e manifestam na Sagrada Escritura, foram escritas por inspiração do Espírito Santo. De fato a Igreja, por fé apostólica, considera como sagrados e canônicos os livros inteiros tanto do Antigo como do Novo Testamento, com todas as suas partes, por que tendo sido escritos por inspiração do Espírito Santo (cf. Jo 30,31; II Tim 3,16; II Ped 1,19-21; 3,15-16), tem a Deus por autor e como tais foram confiados à própria Igreja. Todavia para escrever os Livros sagrados, Deus escolheu homens, que utilizou na posse de faculdades e capacidades que tinham, para que agindo Deus neles e por meios deles, pusessem por escrito, como verdadeiros autores, tudo aquilo e sé aquilo que Ele quisesse. (Bíblia Sagrada. São Paulo. 1982, p.9)
A Igreja Católica, sempre afirmou que a inspiração da Bíblia, partiu de Deus, através do Espírito Santo, agindo no autor bíblico (hagiógrafo) que utilizava de suas faculdades para escrever. Por tanto, coexistem na escritura elementos divinos e humanos, é um livro que expressa a revelação de Deus, utilizando-se da maneira humana de se expressar.
A inspiração Bíblica, segundo o conceito Católico, não é uma moção mecânica, nem um ditado como se o autor humano fosse passivo e nada de próprio assentasse no Livro inspirado...Antes de tudo, a inspiração é uma luz intelectual, que, ou descobre ao homem aquilo quer antes ignorava (e então tem-se a revelação) ou com novo esplendor lhe apresenta aquilo que já sabia...A ação inspiradora estende-se a todas as faculdades do homem, a todas as suas ações empregadas ao escrever, até à redação completa...Dai segue que a inspiração não suprime nem atenua a personalidade do escritor humano, e nos vários livros da Bíblia, pode-se ver refletida a índole e o estilo de cada autor. (Bíblia Sagrada. São Paulo. 1982, p.10)
No que diz respeito à originalidade dos escritos Bíblicos, sabemos que nenhum autógrafo, tal qual saíram das mãos do autor bíblico, chegou até nós. Porém a “substância do depósito da fé” foi magnificamente conservada por Deus, mantendo a revelação divina inalterada mesmo nas cópias que nos legaram o texto que hoje possuímos.
Ainda que em geral possamos estar certos de que possuímos substancialmente os livros como eles foram escritos, não tendo sido obscurecida uma promessa, não tendo sido alterada uma verdade, e ainda pelo menos a contar do fim do primeiro século, a pureza da letra tenha sido miraculosamente preservada, temos de contentar-nos com a posse dum tesouro que não corresponde perfeitamente aos autógrafos sagrados. As imperfeições da letra podem levar-nos a considerar o espírito do texto, indo das palavras para a Palavra, que permanece inabalável e cresce em significado através dos tempos. (História, Doutrina e Interpretação da Bíblia. São Paulo.1951, p.28)
Segundo os mais exigentes críticos do século IX, os eruditos ingleses de Cambridge, Brook Foss Westcott e Fenton Jhon Anthony Hort (Westcott e Hort), que em 1881, publicaram o livro The New Testament In The Orginal Greek – Vol I e II, contendo a teoria e o método da crítica textual, existem no Novo Testamento, mais de 150.000 (cento e cinqüenta mil) palavras, com mais de 250.000 (duzentos e cinqüenta mil) variantes, que são na maioria minúcias que não atingem absolutamente o sentido. Assim sendo “sete oitavas de todo o Novo Testamento são transmitidos sem variantes, quanto às variantes, somente a milésima parte atinge o sentido, e só umas vinte assumem verdadeira importância, nenhuma atinge alguma verdade de fé”. Desta forma, conclui-se categoricamente que o texto genuíno do Novo Testamento é assegurado na substância e em quase todas as minuciosas particularidades.
CONCLUSÃO
Eu aprendi a venerar os livros da Escritura que chamamos canônicos. Quanto aos outros, quando os leio não penso que seja verdadeiro o que dizem, porque o dizem, mas por que me puderam convencer, ou pelos autores inspirados ou por alguma razão especial, de que não se desviaram da verdade.
Santo Agostinho († 430 d.C.)
Sem dúvidas, a participação da Igreja Católica Apostólica Romana no processo de formação, definição e conservação do Cânon Bíblico, foi essencial para hoje podermos dispor da Palavra de Deus – a Bíblia.
Sem a ação Divina através da Igreja, não teríamos como saber quais seriam os livros da Bíblia e nem o texto original teria resistido incorruptível ao longo dos séculos.
Na Sagrada Escritura, salva sempre a verdade e a santidade de Deus, manifesta-se a admirável condescendência da eterna Sabedoria, para nos levar a conhecer a inefável benignidade de Deus e a grande acomodação que usou nas palavras, tomando antecipadamente cuidado da nossa natureza.
São João Crisóstomo († 407 d.C.)
Deus quis e utilizou a Igreja, para conservar intacta e transmitir ao mundo sem erro, a sua Revelação.
ANEXO I
TRADUÇÃO DO CANON DE MURATÓRI
...aos quais esteve presente e assim o fez. O terceiro livro do Evangelho é o de Lucas. Este Lucas, médico que depois da ascensão de Cristo foi levado por Paulo em suas viagens, escreveu sob seu nome as coisas que ouviu, uma vez que não chegou a conhecer o Senhor pessoalmente, e assim, à medida que tomava conhecimento, começou sua narrativa a partir do nascimento de João. O quarto Evangelho é o de João, um dos discípulos. Questionado por seus condiscípulos e bispos, disse: “Andai comigo durante três dias a partir de hoje e que cada um de nós conte aos demais aquilo que lhe for revelado”. Naquela mesma noite foi revelado a André, um dos apóstolos, que, de conformidade com todos, João escrevera em seu nome. Assim, ainda que pareça que ensinem coisas distintas nestes distintos Evangelhos, a fé dos fiéis não difere, já que o mesmo Espírito inspira para que todos se contentem sobre o nascimento, paixão e ressurreição [de Cristo], assim como sua permanência com os discípulos e sobre suas duas vindas depreciada e humilde na primeira (que já ocorreu) e gloriosa, com magnífico poder, na segunda (que ainda ocorrerá). Portanto, o que há de estranho que João freqüentemente afirme cada coisa em suas epístolas dizendo: “O que vimos com nossos olhos e ouvimos com nossos ouvidos e nossas mãos tocaram, isto o escrevemos?” Com isso, professa ser testemunha, não apenas do que viu e ouviu, mas também escritor de todas as maravilhas do Senhor. Os Atos foram escritos em um só livro. Lucas narra ao bom Teófilo aquilo que se sucedeu em sua presença, ainda que fale bem por alto da paixão de Pedro e da viagem que Paulo realizou de Roma até a Espanha. Quanto às epístolas de Paulo, por causa do lugar ou pela ocasião em que foram escritas elas mesmas o dizem àqueles que querem entender: em primeiro lugar, a dos Coríntios, proibindo a heresia do cisma; depois, a dos Gálatas, que trata da circuncisão; aos Romanos escreveu mais extensamente, demonstrando que as Escrituras têm como princípio o próprio Cristo. Não precisamos discutir sobre cada uma delas, já que o mesmo bem-aventurado apóstolo Paulo escreveu somente a sete igrejas, como fizera o seu predecessor João, nesta ordem: a primeira, aos Coríntios; a segunda, aos Efésios; a terceira, aos Filipenses; a quarta, aos Colossenses; a quinta, aos Gálatas; a sexta, aos Tessalonicenses; e a sétima, aos Romanos. E, ainda que escreva duas vezes aos Coríntios e aos Tessalonicenses, para sua correção, reconhecesse que existe apenas uma Igreja difundida por toda a terra, pois da mesma forma João, no Apocalipse, ainda que escreva a sete igrejas, está falando para todas. Além disso, são tidas como sagradas uma [epístola] a Filemon, uma a Tito e duas a Timóteo; ainda que sejam filhas de um afeto e amor pessoal, servem à honra da Igreja Católica e à ordenação da disciplina eclesiástica. Correm também uma carta aos Laodicenses e outra aos Alexandrinos, atribuídas [falsamente] a Paulo, mas que servem para favorecer a heresia de Marcião, e muitos outros escritos que não podem ser recebidos pela Igreja católica porque não convém misturar o fel com o mel. Entre os escritos católicos, se contam uma epístola de Judas e duas do referido João, além da Sabedoria escrita por amigos de Salomão em honra do mesmo. Quanto aos apocalipses, recebemos dois: o de João e o de Pedro; mas, quanto a este último, alguns dos nossos não querem que seja lido na Igreja. Recentemente, em nossos dias, Hermas escreveu em Roma “O Pastor”, sendo que o seu irmão, Pio, ocupa a Cátedra de Bispo da Igreja de Roma. É, então, conveniente que seja lido, ainda que não publicamente ao povo da Igreja, nem aos Profetas cujo número já está completo , nem aos Apóstolos por ter terminado o seu tempo. De Arsênio, Valentino e Melcíades não recebemos absolutamente nada; estes também escreveram um novo livro de Salmos para Marcião, juntamente com Basíledes da Ásia...
FONTE: www.cleofas.com.br. Acesso em 05/06/2002. ___________________________________________________________________________
ANEXO II
AS CONTRIBUIÇÕES CATÓLICAS PARA A BÍBLIA
O próprio Lutero disse: “foi um efeito do poder de Deus que o Papado preservou, em primeiro lugar, o santo batismo; em segundo, o texto dos Santos Evangelhos, que era costume ler no púlpito na língua vernácula de cada nação...”.
Muitos Católicos e protestantes não percebem quanto devem a Igreja católica por ter a Bíblia como nós temos hoje. Por exemplo, antes que Lutero fizesse sua tradução em alemão em setembro de 1522, já havia dezessete traduções alemãs (todas antes de 1518) já impressas, doze destas no dialeto do baixo-alemão.
50 - 55 d.C. - O PRIMEIRO EVANGELHO FOI ESCRITO:
S. Mateus, um dos doze apóstolos de Cristo, mártir da fé, escreve o primeiro evangelho da vida de Cristo em hebraico. Este evangelho seria seguido por três outros evangelhos escritos em grego. O Evangelho de S. Marcos (64 d.C.), o Evangelho de S. Lucas (63 ou 64 d.C.) e o Evangelho de S. João (97 d.C.).
52 d.C. - A PRIMEIRA EPÍSTOLA FOI ESCRITA:
S. Paulo, apóstolo de Cristo, mártir da fé, escreve a primeira Epístola a uma parte da Igreja. Esta é conhecida hoje como “Primeira aos Tessalonicenses”. Este escrito seria seguido de 21 outras epístolas Apostólicas, sendo o último escrito pelo Apóstolo S. João, em 69 d.C.
64 d.C. - FOI ESCRITO OS ATOS DOS APÓSTOLOS:
S. Lucas, discípulo de S. Paulo, mártir da fé, escreve “Atos dos Apóstolos”, uma história da igreja da Páscoa até a morte de S. Paulo. Atos e o Evangelho Segundo São Lucas, fez S. Lucas o autor da maior parte do NT, ou seja, 28%.
70 a 140 d.C. - PÁPIAS ERA BISPO DE HIERÁPOLIS:
Segundo ele o Apóstolo Marcos foi o interprete de Pedro, escreveu fielmente, embora sem ordem, tudo o que lembrava sobre as palavras e as ações do Senhor. Ao passo que Mateus, reuniu ordenadamente, em língua hebraica, a vida de Jesus. O bispo Pápias afirma ter conhecido as filhas do Apóstolo Felipe.
98-99 d.C. - O ÚLTIMO LIVRO DIVINAMENTE INSPIRADO DOS APÓSTOLOS É FEITO:
S. João, Apóstolo de Cristo, escreve o último livro divinamente inspirado dos Apóstolos. Isto é conhecido hoje como Apocalipse.
153-170 d.C. - O PRIMEIRO TRATADO EM “A HARMONIA DOS EVANGELHOS”:
A mais antiga tentativa de fazer uma harmonia foi por Taciano (morreu em 172) e seu título, Diatessaron, dá abundante evidência da primitiva aceitação na Igreja Católica de nossos quatro Evangelhos Canônicos. A próxima Harmonia foi feita por Amônio de Alexandria, professor de Orígenes, que apareceu em 220 d.C., mas se perdeu.
SÉCULO II/III - A PRIMEIRA ESCOLA DA BÍBLIA:
Os antigos Católicos começaram uma escola em Alexandria para a aprendizagem dos Evangelhos e outros escritos Católicos antigos.
250 d.C. - A PRIMEIRA BÍBLIA EM IDIOMA PARALELA:
O Católico Orígenes cria a edição da Hexapla do VT, que continha o hebraico paralelo com versões gregas.
250 d.C. - A PRIMEIRA BIBLIOTECA CATÓLICA:
O Católico Orígenes cria uma bem equipada biblioteca em Cesaréia, com a finalidade de estudar os Evangelhos e outros escritos Católicos antigos.
250-300 d.C. - A PRIMEIRA BÍBLIA EM FORMA DE LIVRO:
Os judeus usaram o rolo de papiro, os primitivos católicos foram os primeiros ao usar a forma de livro (códice) para Escrituras.
SÉCULO IV - O USO DA PALAVRA “BÍBLIA”:
Veio da palavra grega “biblos”, que significa o lado interno do papiro, papel-cana de onde eram feitos os primeiros papéis, no Egito. A forma latina “Bíblia”, escrita com uma letra maiúscula, veio a significar “O Livro dos Livros”, “O Livro” por excelência. As Santas Escrituras foram chamadas de Bíblia pela primeira vez por S. Crisóstomo, arcebispo Católico de Constantinopla, no séc. IV.
SÉCULO IV - AS MAIS ANTIGAS BÍBLIAS EXISTENTES:
As duas mais antigas Bíblias existentes, que contém o Velho e a maioria (mas não completo) do Novo Testamento, chamam-se hoje de Códice Vaticanus (325-350 d.C.), o Códice Sinaiticus (340-350 d.C.), o Códice Ephraemi (345 d.C.) e o Códice Alexandrinus (450), que foram copiados à mão por monges Católicos.
340 e 373 d.C. – CONFIRMAÇÃO DO APOCALÍPSE.
Coube aos pais da Igreja, desde os Católicos Eusébio de Cesaréia e Atanásio de Alexandria confirmarem definitivamente nos anos 340 e 373 dC. que o Apocalipse era obra inspirada.Os concílios de Hipona e de Cartago, já definiram os 27 livros do Novo Testamento ao concatenarem os códigos ocidentais e orientais”.
367 d.C. - O USO DO PALAVRA “CÂNON”:
S. Atanásio, bispo Católico de Alexandria, aplica o termo cânon para o conteúdo da Bíblia, introduzindo o verbo canonizar que significa “dar sanção oficial a um documento escrito”
367 d.C. - O CÂNON DO NOVO TESTAMENTO:
A 39ª carta festal de S. Atanásio, bispo católico de Alexandria, enviada para as igrejas sob sua jurisdição em 367, terminou com toda a incerteza sobre os limites do cânon do NT. Nela, preservada em uma coleção de mensagens, listou como canônicos os 27 livros do NT, embora os organizasse em uma ordem diferente. Esses livros do NT, na ordem atual são os quatro Evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas, João), Atos dos Apóstolos, Romanos, 1 Coríntios, 2 Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1 Tessalonicenses, 2 Tessalonicenses, 1 Timóteo, 2 Timóteo, Tito, Filemôn, Hebreus, Tiago, 1 Pedro, 2 Pedro, 1 João, 2 João, 3 João, Judas e Apocalipse.
388 d.C. - O PRIMEIRO GLOSSÁRIO DE NOMES DA BÍBLIA:
S. Jerônimo compilou o “Livro de Nomes Hebreus, ou Glossário de Nomes Formais do Velho Testamento”. O Livro de Nomes Hebreus foi sem dúvida de muito uso na época em que as pessoas quase não conheciam o hebraico, embora o arranjo seja estranho com um glossário separado para cada livro da Bíblia.
388 d.C. - O LIVRO DOS NOMES DE LUGARES HEBREUS:
S. Jerônimo compilou o “O Livro dos Nomes de Lugares Hebreus” que foram feitos primeiro por Eusébio com adições de Jerônimo. Os nomes sob cada letra são colocados em grupos separados na ordem dos livros das Escrituras nas quais eles aparecem; por exemplo, na letra A temos os nomes de Gênesis, depois Êxodo, e assim por diante. Mas não há lugar para fantasia, e o testemunho de homens que viveram na Palestina nos séc. IV e V ainda são de grande valor ao estudante da topografia sagrada. Quando os lugares estão fora do conhecimento do escritor, ele usa de especulação, como quando o autor nos fala que a Arca pode ser encontrada nas proximidades do Ararat.
390 d.C. - A PRIMEIRA COMPILAÇÃO COMPLETA DO VELHO E NOVO TESTAMENTO:
No Concílio de Hipona, a Igreja Católica reuniu os vários livros que reivindicaram serem escrituras, revisou cada um e decidiu quais eram inspirados ou não. A Igreja Católica reuniu todos os livros e Epístolas inspirados em um volume chamado A Versão de Septuaginta do Velho Testamento (que foi traduzida por setenta estudiosos em Alexandria, Egito por volta de 227 a.C. e foi a versão que Cristo e os apóstolos usaram) e é a mesma Bíblia que temos hoje. A Igreja católica deu-nos então, a Bíblia.
400 d.C. - A MAIOR PARTE DAS ESCRITURAS SAGRADAS TRADUZIDAS:
Nas línguas siríaco, cóptico, etíope, georgiano. Na região do Reno e Danúbio (Império romano) Uma versão gótica foi traduzida pelo bispo gótico Ulfilas (318-388), quem, depois de inventar um alfabeto, produziu uma versão das Escrituras da septuaginta do VT e do grego.
406 d.C. - A TRADUÇÃO ARMÊNIA:
Em 406 o alfabeto Armênio foi inventado por Mesrob, que cinco anos depois completou uma tradução do VT e NT da versão Síria em Armênio.
405 d.C. - A PRIMEIRA TRADUÇÃO DA BÍBLIA COMPLETA NA LINGUAGEM COMUM:
A Vulgata latino, de latin editio vulgata: “versão comum”, a Bíblia ainda usada pela Igreja Católica Romana, foi traduzida por S. Jerônimo (quem os tradutores da versão KJV de 1611 em seu prefácio o chamaram de “o pai mais instruído, e o melhor lingüista de sua época ou de qualquer antes dele”. Em 382, o papa Dâmaso pediu a Jerônimo, o maior estudioso bíblico de sua época, que produzisse uma versão latina aceitável da Bíblia das várias traduções que eram então usadas. Sua tradução latina revisada dos Evangelhos apareceu em 383. Usou a versão da Septuaginta grega do VT do qual ele produziu uma nova tradução latina, um processo que ele completou em 405. É como tradutor das Escrituras que Jerônimo é mais conhecido. Sua Vulgata foi feita no momento certo e pelo homem certo. O latim ainda estava vivo, apesar do Império Romano estar desaparecendo. E Jerônimo era mestre em latim.
450-550 d.C. - O BEZAE CANTABRIGIENSIS (TAMBÉM CHAMADO CÓDICE BEZAE):
Este é o manuscrito bilíngüe mais antigo existente, com o grego na página esquerda, e latim à direita. O Bezae Cantabrigiensis era um texto ocidental copiado em 450-550 e que preservou a maior parte dos quatro Evangelhos e partes de Atos.
SÉCULO VII - A PRIMEIRA TRADUÇÃO DA BÍBLIA PARA O FRANCÊS:
As versões francesas dos Salmos e o Apocalipse, e um métrico do Livro de Reis, apareceu já no sétimo século. Em 1223 uma tradução completa foi feita sob o rei Católico Louis, o Piedoso. Isto foi 320 anos antes da primeira versão francesa protestante. Até o décimo quarto século, foram produzidas muitas histórias da Bíblia.
SÉCULO VII - A PRIMEIRA VERSÃO ALEMÃ:
A história da pesquisa Bíblica mostra que as numerosas versões parciais no vernáculo na Alemanha já aparecem nos séculos VII e VIII. Também há abundância dessas versões nos séculos XIII e XIV, e uma Bíblia completa no século XV, antes da invenção da imprensa.
SÉCULO VIII - A PRIMEIRA TRADUÇÃO DA BÍBLIA EM INGLÊS:
Por Adelmo, bispo de Sherborne, e Bede. Uma tradução do século IX da Bíblia para o inglês (no dialeto anglo-saxão) foi feita por Alfred. Uma tradução do séc. X para inglês foi feita por Aelfric. Foi feita uma tradução em 1361 da maior parte das Escrituras no dialeto inglês (anglo-normando). Isto foi 20 anos antes da tradução de Wycliffe em 1381.
SÉCULOS VIII e IX - O USO DA FORMA DE ESCRITA CHAMADA “MINÚSCULA”:
Como o bloqueio do comércio oriental de papiro fez o mercado ocidental usar o pergaminho, o fator econômico ficou potente. Para caber mais letras na página, o copista teve de usar letras menores e apertadas. Alguns, para preservar suas formas, colocavam algumas acima e outras abaixo linha. O resultado foi uma forma de escrita chamada “Minúscula” pequenas letras, com iniciais maiúsculas para ênfase. Este sistema ainda é usado hoje. Foi uma mudança gramatical da “Maiúscula” que consistia de letras grandes usadas pelos gregos, romanos e judeus.
SÉCULO IX - A PRIMEIRA TRADUÇÃO ESLAVA DA BÍBLIA:
Os Católicos Cirilo e Metódio pregaram o Evangelho para os eslavos na segunda metade do nono século e S. Cirilo, tendo formado um alfabeto, fez para eles uma versão Velho Eclesiástico Eslavo, ou Búlgaro, uma tradução da Bíblia do grego. No fim do décimo século esta versão entrou na Rússia e depois do décimo segundo século sofreu muitas mudanças lingüísticas e textuais. Uma Bíblia eslava completa foi feita de um códice antigo no tempo de Waldimir (m. 1008) foi publicada em Ostrogodo em 1581.
1170 d.C. - A PRIMEIRA BÍBLIA PARALELA EM INGLÊS:
O Psalterium Triplex de Eadwine, que continha a versão latina acompanhada por textos anglo-normandos e anglo-saxões, se tornou a base de versões anglo-normandas.
SÉC. XII - A PRIMEIRA DIVISÃO DE CAPÍTULOS:
Foi o arcebispo Católico britânico de Canterbury, St. Estêvão Langton (morreu em 1228), foi o primeiro a dividir as Escrituras em capítulos: 1.163 capítulos no VT e 260 no NT.
SÉC. XIII - A PRIMEIRA TRADUÇÃO DA BÍBLIA EM ESPANHOL:
Sob o rei Alfonso V de Espanha.
1230 d.C. - A PRIMEIRA CONCORDÂNCIA:
Uma concordância da Bíblia da Vulgata latina foi compilada pelo frade dominicano Hugo de São Cher.
1300 d.C. - A PRIMEIRA TRADUÇÃO DA BÍBLIA EM NORUEGUÊS:
A mais antiga e celebrada é a tradução de Gênesis - Reis chamada Stjórn (“Direção”; i.e., de Deus) em norueguês antigo, em 1300. As versões suecas do Pentateuco e de Atos sobreviveram do décimo quarto século e um manuscrito de Josué - Juízes por Nicholaus Ragnvaldi de Vadstena de c. 1500. A versão dinamarquesa mais antiga de Gênesis - Reis deriva de 1470.
1454 d.C. - A PRIMEIRA BÍBLIA IMPRESSA:
Gutenberg causou grande excitação quando no outono daquele ano exibiu uma amostra na feira do comércio de Frankfurt. Gutenberg rapidamente vendeu todas as 180 cópias da Bíblia da Vulgata latina até mesmo antes da impressão estar acabada.
1466 d.C. - A PRIMEIRA BÍBLIA IMPRESSA EM ALEMÃO:
Isto foi cinqüenta oito anos antes de Lutero fazer sua Bíblia alemã em 1524. Nestes cinqüenta e oito anos os Católicos imprimiram 30 diferentes edições alemãs da Bíblia.
1470 d.C. - A PRIMEIRA BÍBLIA IMPRESSA EM ESCANDINAVO:
No décimo quarto século, foram feitas versões das Epístolas dominicas e dos Evangelhos para uso popular na Dinamarca. Grandes partes da Bíblia, se não uma versão inteira, foi publicada em 1470.
1471 d.C. - A PRIMEIRA BÍBLIA ITALIANA:
Muitos anos antes de Lutero fazer sua Bíblia (em 1522) os Católicos já tinham feito 20 diferentes edições italianas da Bíblia.
1475 d.C. - A PRIMEIRA BÍBLIA IMPRESSA EM HOLANDÊS:
A primeira Bíblia em holandês foi impressa por católicos na Holanda em Delft em 1475. Algumas foram impressas por Jacob van Leisveldt em Antwerp.
1478 d.C. - A PRIMEIRA BÍBLIA IMPRESSA EM ESPANHOL:
Muitos anos antes de Lutero fazer sua Bíblia (em 1522) os Católicos já tinham feito 2 diferentes edições espanholas da Bíblia.
1466 d.C. - A PRIMEIRA BÍBLIA IMPRESSA EM FRANCÊS:
Muitos anos antes de Lutero fazer sua Bíblia (em 1522) os Católicos já tinham feito 26 diferentes edições francesas da Bíblia.
1516 d.C. - A PRIMEIRA IMPRESSÃO DO NOVO TESTAMENTO GREGO:
Um Católico chamado Erasmo fez a primeira impressão de seu NT grego. Muitos anos antes de Lutero fazer sua Bíblia (em 1522) os Católicos já tinham feito 22 diferentes edições gregas da Bíblia.
1534 d.C. - O PRIMEIRO USO DE ITÁLICOS PARA INDICAR PALAVRAS QUE NÃO ESTAVAM NO ORIGINAL:
Um Católico chamado Munster foi o primeiro em usar itálicos para indicar palavras que não estavam nos textos originais grego e hebraico, em sua versão da Vulgata latina.
1548 d.C. - AS PRIMEIRAS VERSÕES CHINESAS:
Entre as traduções mais antigas uma versão é a de S. Mateus por Anger, um Católico japonês (Goa, 1548). O jesuíta Padre de Mailla escreveu para uma explicação dos Evangelhos para domingos e festas em 1740.
1551 d.C. - A PRIMEIRA DIVISÃO DE VERSÍCULOS:
A primeira divisão da Bíblia em versículos é vista pela primeira vez em uma edição do NT grego publicada em Paris pelo Católico Robert Stephens.
1551 d.C. - A PRIMEIRA BÍBLIA IMPRESSA COMPLETA COM CAPÍTULOS E VERSÍCULOS:
A primeira divisão da Bíblia em capítulos e versículos é vista pela primeira vez em uma edição da Vulgata publicada em Paris pelo Católico Roberto Estevão.
1561 d.C. - A PRIMEIRA BÍBLIA COMPLETA EM POLONÊS:
Foi impressa em Cracóvia em 1561, 1574, e 1577. Jacob Wujek, S.J., fez uma nova tradução da Vulgata (Cracóvia, 1593) admirada por Clemente VIII e que foi muito reimpressa.
1579 d.C. - A PRIMEIRA VERSÃO MEXICANA:
A primeira Bíblia conhecida no México foi uma versão dos Evangelhos e Epístolas em 1579 por Dídaco de S. Maria, O.P., e o Livro de Provérbios por Louis Rodríguez, O.S.F. Uma versão do NT foi feita em 1829, mas só o Evangelho de S. Lucas foi impresso.
1836 d.C. - A PRIMEIRA TRADUÇÃO DA BÍBLIA PARA O JAPONÊS:
Uma versão do evangelho de S. João e dos Atos foi editada em katakana (tipo quadrado) em Cingapura (1836) por Charles Gutzlaff.
FONTE: http://geocities.yahoo.com.br/jf_m2001/contribuicoescatolicas.htm. Acesso em 07/07/2004 (Com Adaptações).
NOTAS DE RODAPÉ
1 – Nota do autor.
2 – AQUINO, Felipe. Escola da Fé I – A Sagrada Tradição. Lorena – SP: Cléofas, 2000,p.31. ; Orígenes e a Reencarnação. Disponível em: www.cleofas.com.br.Acesso em 14/08/2001.
3 – Nota do autor.
4 – Constituição Dogmática Dei Verbum sobre a Revelação Divina de 18/11/1965, nº 11. In:Bíblia Sagrada. 47º Ed. São Paulo: Ave Maria,1985.
5 – AQUINO, Felipe. Escola da Fé I – A Sagrada Tradição. Lorena – SP: Cléofas, 2000,p.29. ; SILVA.Rogério Amaral. A Fundação da Igreja Católica por Nosso Senhor Jesus Cristo.ACI Digital - Agência Católica de Imprensa na América Latina Disponível em www.acidigital.com.br. Acesso em 16/06/2004.
6 – Nota do autor.
7 – AQUINO, Felipe. Escola da Fé I – A Sagrada Tradição. Lorena – SP: Cléofas, 2000,p.32.
8 – Ibid., p.33.
9 – Ibid., p.33.
10 – Ibid., p.38.
11 – Ibid., p.35.
12 – Ibid., p.36.
13 – Ibid., p.29.
14 – Ibid., p.29.
15 – AQUINO, Felipe. Escola da Fé I – A Sagrada Tradição. Lorena – SP: Cléofas, 2000,p.32
16 – AQUINO, Felipe. Escola da Fé III – A Sagrado Magistério.2ª Ed. Lorena – SP: Cléofas, 2001,p.12-36.
17 – Constituição Dogmática Dei Verbum sobre a Revelação Divina de 18/11/1965, nº 7e 8. In:Bíblia Sagrada. 47º Ed. São Paulo: Ave Maria,1985.
18 – Nota do autor. (cf. Judas, versículo 9).
19 – SILVA, Severino Celestino. Pequena História das Traduções Bíblicas. Disponível em www.nossosãopaulo.com.br. Acesso em 01/07/2004.
20 – Superinteressante. São Paulo: Ed. Abril, nº181, outubro.2002,p.22-23.
21– AQUINO, Felipe. Escola da Fé I – A Sagrada Tradição. Lorena – SP: Cléofas, 2000,p.32
22 – Ibid., p.35.
23 – Ibid., p.31.
24 – Santo Isidoro de Sevilha. Disponível em www.capeladelourdes.org.br/santos/vida. Acesso em 06/07/2004.
25 – AQUINO, Felipe. Escola da Fé I – A Sagrada Tradição. Lorena – SP: Cléofas, 2000,p.30
26 – SARMENTO, Francisco de Jesus Maria. Minidicionário Compacto Bíblico. 3º Ed. São Paulo: Ridiel,2001, p.312.
27 – Bíblia Sagrada. 38º Ed. São Paulo: Edições Paulinas,1982,p.1320.
28 – Ibid., p.1323.
29 – Nota do autor
30 – Nota do autor
31 – Nota do autor
OBS: todas as notas foram adaptadas pelo autor, exceto nº 4 e 23.
BIBLIOGRAFIA
ANGUS, Joseph e Green Samuel G. História Doutrina e Interpretação da Bíblia. Rio de Janeiro: Casa Publicadora Batista,1951.
AQUINO, Felipe. Escola da Fé I – A Sagrada Tradição. Lorena – SP: Cléofas, 2000.
________. Escola da Fé II – A Sagrada Escritura. Lorena – SP: Cléofas, 2000.
________. Escola da Fé III – O Sagrado Magistério. Lorena – SP: Cléofas, 2001.
BATTISTINI, Francisco. A Igreja do Deus Vivo – Curso Popular sobre a Verdadeira Igreja.29ªEd. Petrópolis – RJ:Vozes,1998.
Bíblia Sagrada. 47º Ed. São Paulo: Ave Maria,1985.
Bíblia Sagrada. 38º Ed. São Paulo: Edições Paulinas,1982
SARMENTO, Francisco de Jesus Maria. Minidicionário Compacto Bíblico.
3º Ed.São Paulo: Ridiel,2001.
SILVA, Rogério Amaral. A Fundação da Igreja Católica por Nosso Senhor
Jesus Cristo.ACI Digital - Agência Católica de Imprensa na América
Latina.Disponível em: www.acidigital.com.br. Acesso em 16/06/2004.
SILVA, Severino Celestino. Pequena História das Traduções Bíblicas. Disponível em www.nossosãopaulo.com.br. Acesso em 01/07/2004.
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Cl. 1,24: ( 24-29) FIDELIDADE AO EVANGELHO DE CRISTO: Paulo se alegra porque o seu sofrimento confirma que ele está anunciando o verdadeiro Evangelho (cf. Mc 13,5-10). O cerne da missão do apóstolo é o mistério do projeto de Deus: Deus quer que também os pagãos participem da redenção realizada mediante Cristo. A conversão dos colossenses, que antes eram pagãos, manifesta visivelmente esse projeto de Deus.
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CT, Capitulo 3, Versiculo 11
CT, Capitulo 8, Versiculo 12
ECLO, Capitulo 47, Versiculo 15
ECLO, Capitulo 47, Versiculo 26
EXD, Capitulo 2, Versiculo 55
EXD, Capitulo 2, Versiculo 58
JO, Capitulo 10, Versiculo 23
JR, Capitulo 52, Versiculo 20
LC, Capitulo 12, Versiculo 27
LC, Capitulo 11, Versiculo 31
MT, Capitulo 1, Versiculo 6
MT, Capitulo 1, Versiculo 7
MT, Capitulo 6, Versiculo 29
MT, Capitulo 12, Versiculo 42
NE, Capitulo 11, Versiculo 3
NE, Capitulo 13, Versiculo 26
NE, Capitulo 12, Versiculo 45
NE, Capitulo 7, Versiculo 60
PR, Capitulo 1, Versiculo 1
PR, Capitulo 25, Versiculo 1
SL, Capitulo 71, Versiculo 1
SL, Capitulo 126, Versiculo 1
253 registros encontrados com a(s) palavra(s) "Salomão" em Toda a Bíblia
1CR, Capitulo 23, Versiculo 1
1CR, Capitulo 29, Versiculo 1
1CR, Capitulo 14, Versiculo 4
1CR, Capitulo 22, Versiculo 5
1CR, Capitulo 28, Versiculo 5
1CR, Capitulo 22, Versiculo 6
1CR, Capitulo 3, Versiculo 6
1CR, Capitulo 28, Versiculo 6
1CR, Capitulo 28, Versiculo 9
1CR, Capitulo 22, Versiculo 9
1CR, Capitulo 3, Versiculo 10
1CR, Capitulo 28, Versiculo 11
1CR, Capitulo 22, Versiculo 17
1CR, Capitulo 6, Versiculo 17
1CR, Capitulo 29, Versiculo 19
1CR, Capitulo 28, Versiculo 20
1CR, Capitulo 29, Versiculo 22
1CR, Capitulo 29, Versiculo 23
1CR, Capitulo 29, Versiculo 24
1CR, Capitulo 29, Versiculo 25
1CR, Capitulo 29, Versiculo 28
1RS, Capitulo 10, Versiculo 1
1RS, Capitulo 11, Versiculo 1
1RS, Capitulo 8, Versiculo 1
1RS, Capitulo 9, Versiculo 1
1RS, Capitulo 6, Versiculo 1
1RS, Capitulo 2, Versiculo 1
1RS, Capitulo 5, Versiculo 1
1RS, Capitulo 3, Versiculo 1
1RS, Capitulo 4, Versiculo 1
1RS, Capitulo 7, Versiculo 1
1RS, Capitulo 10, Versiculo 2
1RS, Capitulo 8, Versiculo 2
1RS, Capitulo 12, Versiculo 2
1RS, Capitulo 6, Versiculo 2
1RS, Capitulo 5, Versiculo 2
1RS, Capitulo 11, Versiculo 3
1RS, Capitulo 3, Versiculo 3
1RS, Capitulo 10, Versiculo 4
1RS, Capitulo 11, Versiculo 5
1RS, Capitulo 8, Versiculo 5
1RS, Capitulo 3, Versiculo 6
1RS, Capitulo 12, Versiculo 6
1RS, Capitulo 11, Versiculo 7
1RS, Capitulo 7, Versiculo 7
1RS, Capitulo 4, Versiculo 7
1RS, Capitulo 5, Versiculo 7
1RS, Capitulo 5, Versiculo 8
1RS, Capitulo 11, Versiculo 9
1RS, Capitulo 6, Versiculo 9
1RS, Capitulo 5, Versiculo 10
1RS, Capitulo 10, Versiculo 10
1RS, Capitulo 1, Versiculo 10
1RS, Capitulo 3, Versiculo 10
1RS, Capitulo 9, Versiculo 10
1RS, Capitulo 5, Versiculo 11
1RS, Capitulo 1, Versiculo 11
1RS, Capitulo 4, Versiculo 11
1RS, Capitulo 9, Versiculo 11
1RS, Capitulo 6, Versiculo 11
1RS, Capitulo 2, Versiculo 12
1RS, Capitulo 5, Versiculo 12
1RS, Capitulo 8, Versiculo 12
1RS, Capitulo 1, Versiculo 12
1RS, Capitulo 9, Versiculo 12
1RS, Capitulo 2, Versiculo 13
1RS, Capitulo 5, Versiculo 13
1RS, Capitulo 10, Versiculo 13
1RS, Capitulo 7, Versiculo 13
1RS, Capitulo 1, Versiculo 13
1RS, Capitulo 6, Versiculo 14
1RS, Capitulo 10, Versiculo 14
1RS, Capitulo 11, Versiculo 14
1RS, Capitulo 7, Versiculo 14
1RS, Capitulo 5, Versiculo 15
1RS, Capitulo 3, Versiculo 15
1RS, Capitulo 4, Versiculo 15
1RS, Capitulo 9, Versiculo 15
1RS, Capitulo 9, Versiculo 16
1RS, Capitulo 10, Versiculo 16
1RS, Capitulo 9, Versiculo 17
1RS, Capitulo 2, Versiculo 17
1RS, Capitulo 1, Versiculo 17
1RS, Capitulo 5, Versiculo 18
1RS, Capitulo 6, Versiculo 19
1RS, Capitulo 9, Versiculo 19
1RS, Capitulo 1, Versiculo 19
1RS, Capitulo 6, Versiculo 20
1RS, Capitulo 14, Versiculo 21
1RS, Capitulo 9, Versiculo 21
1RS, Capitulo 10, Versiculo 21
1RS, Capitulo 12, Versiculo 21
1RS, Capitulo 1, Versiculo 21
1RS, Capitulo 4, Versiculo 21
1RS, Capitulo 4, Versiculo 22
1RS, Capitulo 8, Versiculo 22
1RS, Capitulo 2, Versiculo 22
1RS, Capitulo 9, Versiculo 23
1RS, Capitulo 11, Versiculo 23
1RS, Capitulo 2, Versiculo 23
1RS, Capitulo 10, Versiculo 23
1RS, Capitulo 12, Versiculo 23
1RS, Capitulo 4, Versiculo 24
1RS, Capitulo 9, Versiculo 24
1RS, Capitulo 10, Versiculo 24
1RS, Capitulo 4, Versiculo 25
1RS, Capitulo 9, Versiculo 25
1RS, Capitulo 11, Versiculo 25
1RS, Capitulo 2, Versiculo 25
1RS, Capitulo 14, Versiculo 26
1RS, Capitulo 4, Versiculo 26
1RS, Capitulo 9, Versiculo 26
1RS, Capitulo 11, Versiculo 26
1RS, Capitulo 10, Versiculo 26
1RS, Capitulo 1, Versiculo 26
1RS, Capitulo 6, Versiculo 27
1RS, Capitulo 4, Versiculo 27
1RS, Capitulo 9, Versiculo 27
1RS, Capitulo 2, Versiculo 27
1RS, Capitulo 11, Versiculo 27
1RS, Capitulo 10, Versiculo 28
1RS, Capitulo 9, Versiculo 28
1RS, Capitulo 11, Versiculo 28
1RS, Capitulo 4, Versiculo 29
1RS, Capitulo 2, Versiculo 29
1RS, Capitulo 1, Versiculo 30
1RS, Capitulo 11, Versiculo 31
1RS, Capitulo 1, Versiculo 33
1RS, Capitulo 11, Versiculo 33
1RS, Capitulo 1, Versiculo 34
1RS, Capitulo 4, Versiculo 34
1RS, Capitulo 11, Versiculo 35
1RS, Capitulo 1, Versiculo 37
1RS, Capitulo 1, Versiculo 38
1RS, Capitulo 1, Versiculo 39
1RS, Capitulo 11, Versiculo 40
1RS, Capitulo 7, Versiculo 40
1RS, Capitulo 2, Versiculo 41
1RS, Capitulo 11, Versiculo 41
1RS, Capitulo 11, Versiculo 42
1RS, Capitulo 1, Versiculo 43
1RS, Capitulo 2, Versiculo 45
1RS, Capitulo 7, Versiculo 45
1RS, Capitulo 2, Versiculo 46
1RS, Capitulo 1, Versiculo 46
1RS, Capitulo 1, Versiculo 47
1RS, Capitulo 7, Versiculo 47
1RS, Capitulo 7, Versiculo 48
1RS, Capitulo 1, Versiculo 50
1RS, Capitulo 7, Versiculo 51
1RS, Capitulo 1, Versiculo 51
1RS, Capitulo 1, Versiculo 52
1RS, Capitulo 1, Versiculo 53
1RS, Capitulo 8, Versiculo 54
1RS, Capitulo 8, Versiculo 63
1RS, Capitulo 8, Versiculo 65
2CR, Capitulo 6, Versiculo 1
2CR, Capitulo 5, Versiculo 1
2CR, Capitulo 7, Versiculo 1
2CR, Capitulo 2, Versiculo 1
2CR, Capitulo 9, Versiculo 1
2CR, Capitulo 1, Versiculo 1
2CR, Capitulo 8, Versiculo 1
2CR, Capitulo 3, Versiculo 1
2CR, Capitulo 9, Versiculo 2
2CR, Capitulo 10, Versiculo 2
2CR, Capitulo 11, Versiculo 3
2CR, Capitulo 3, Versiculo 3
2CR, Capitulo 35, Versiculo 3
2CR, Capitulo 35, Versiculo 4
2CR, Capitulo 7, Versiculo 5
2CR, Capitulo 1, Versiculo 5
2CR, Capitulo 10, Versiculo 6
2CR, Capitulo 13, Versiculo 6
2CR, Capitulo 4, Versiculo 6
2CR, Capitulo 1, Versiculo 6
2CR, Capitulo 5, Versiculo 6
2CR, Capitulo 7, Versiculo 7
2CR, Capitulo 33, Versiculo 7
2CR, Capitulo 13, Versiculo 7
2CR, Capitulo 7, Versiculo 8
2CR, Capitulo 8, Versiculo 8
2CR, Capitulo 1, Versiculo 8
2CR, Capitulo 12, Versiculo 9
2CR, Capitulo 9, Versiculo 9
2CR, Capitulo 8, Versiculo 9
2CR, Capitulo 7, Versiculo 10
2CR, Capitulo 9, Versiculo 10
2CR, Capitulo 2, Versiculo 11
2CR, Capitulo 4, Versiculo 11
2CR, Capitulo 8, Versiculo 11
2CR, Capitulo 1, Versiculo 11
2CR, Capitulo 8, Versiculo 12
2CR, Capitulo 6, Versiculo 12
2CR, Capitulo 9, Versiculo 12
2CR, Capitulo 1, Versiculo 13
2CR, Capitulo 9, Versiculo 13
2CR, Capitulo 9, Versiculo 14
2CR, Capitulo 9, Versiculo 15
2CR, Capitulo 8, Versiculo 16
2CR, Capitulo 1, Versiculo 16
2CR, Capitulo 2, Versiculo 16
2CR, Capitulo 11, Versiculo 17
2CR, Capitulo 8, Versiculo 17
2CR, Capitulo 8, Versiculo 18
2CR, Capitulo 4, Versiculo 19
2CR, Capitulo 9, Versiculo 20
2CR, Capitulo 9, Versiculo 22
2CR, Capitulo 9, Versiculo 25
2CR, Capitulo 30, Versiculo 26
2CR, Capitulo 9, Versiculo 28
2CR, Capitulo 9, Versiculo 29
2CR, Capitulo 9, Versiculo 30
2CR, Capitulo 9, Versiculo 31
2MC, Capitulo 2, Versiculo 8
2MC, Capitulo 2, Versiculo 10
2MC, Capitulo 2, Versiculo 12
2RS, Capitulo 21, Versiculo 7
2RS, Capitulo 24, Versiculo 13
2RS, Capitulo 23, Versiculo 13
2RS, Capitulo 25, Versiculo 16
2SM, Capitulo 5, Versiculo 15
2SM, Capitulo 12, Versiculo 24
AT, Capitulo 3, Versiculo 11
AT, Capitulo 5, Versiculo 12
AT, Capitulo 7, Versiculo 47
CT, Capitulo 1, Versiculo 1
CT, Capitulo 1, Versiculo 5
CT, Capitulo 3, Versiculo 7
CT, Capitulo 3, Versiculo 9
CT, Capitulo 8, Versiculo 11
CT, Capitulo 3, Versiculo 11
CT, Capitulo 8, Versiculo 12
ECLO, Capitulo 47, Versiculo 15
ECLO, Capitulo 47, Versiculo 26
EXD, Capitulo 2, Versiculo 55
EXD, Capitulo 2, Versiculo 58
JO, Capitulo 10, Versiculo 23
JR, Capitulo 52, Versiculo 20
LC, Capitulo 12, Versiculo 27
LC, Capitulo 11, Versiculo 31
MT, Capitulo 1, Versiculo 6
MT, Capitulo 1, Versiculo 7
MT, Capitulo 6, Versiculo 29
MT, Capitulo 12, Versiculo 42
NE, Capitulo 11, Versiculo 3
NE, Capitulo 13, Versiculo 26
NE, Capitulo 12, Versiculo 45
NE, Capitulo 7, Versiculo 60
PR, Capitulo 1, Versiculo 1
PR, Capitulo 25, Versiculo 1
SL, Capitulo 71, Versiculo 1
SL, Capitulo 126, Versiculo 1
Maria
61 registros encontrados com a(s) palavra(s) "Maria" em Novo Testamento
AT, Capitulo 8, Versiculo 1
AT, Capitulo 15, Versiculo 3
AT, Capitulo 8, Versiculo 5
AT, Capitulo 1, Versiculo 8
AT, Capitulo 8, Versiculo 9
AT, Capitulo 12, Versiculo 12
AT, Capitulo 1, Versiculo 14
AT, Capitulo 8, Versiculo 14
AT, Capitulo 9, Versiculo 31
JO, Capitulo 11, Versiculo 1
JO, Capitulo 20, Versiculo 1
JO, Capitulo 11, Versiculo 2
JO, Capitulo 12, Versiculo 3
JO, Capitulo 4, Versiculo 4
JO, Capitulo 11, Versiculo 5
JO, Capitulo 4, Versiculo 5
JO, Capitulo 4, Versiculo 7
JO, Capitulo 20, Versiculo 11
JO, Capitulo 20, Versiculo 16
JO, Capitulo 20, Versiculo 18
JO, Capitulo 15, Versiculo 19
JO, Capitulo 11, Versiculo 19
JO, Capitulo 11, Versiculo 20
JO, Capitulo 19, Versiculo 25
JO, Capitulo 11, Versiculo 28
JO, Capitulo 11, Versiculo 31
JO, Capitulo 11, Versiculo 32
JO, Capitulo 11, Versiculo 45
LC, Capitulo 8, Versiculo 2
LC, Capitulo 2, Versiculo 5
LC, Capitulo 24, Versiculo 10
LC, Capitulo 17, Versiculo 11
LC, Capitulo 2, Versiculo 16
LC, Capitulo 2, Versiculo 19
LC, Capitulo 1, Versiculo 27
LC, Capitulo 1, Versiculo 30
LC, Capitulo 2, Versiculo 34
LC, Capitulo 1, Versiculo 34
LC, Capitulo 1, Versiculo 38
LC, Capitulo 1, Versiculo 39
LC, Capitulo 10, Versiculo 39
LC, Capitulo 1, Versiculo 41
LC, Capitulo 10, Versiculo 42
LC, Capitulo 1, Versiculo 46
LC, Capitulo 1, Versiculo 56
MC, Capitulo 16, Versiculo 1
MC, Capitulo 6, Versiculo 3
MC, Capitulo 16, Versiculo 9
MC, Capitulo 15, Versiculo 40
MC, Capitulo 15, Versiculo 47
MT, Capitulo 28, Versiculo 1
MT, Capitulo 10, Versiculo 5
MT, Capitulo 2, Versiculo 11
MT, Capitulo 1, Versiculo 16
MT, Capitulo 1, Versiculo 18
MT, Capitulo 1, Versiculo 20
MT, Capitulo 8, Versiculo 26
MT, Capitulo 13, Versiculo 55
MT, Capitulo 27, Versiculo 56
MT, Capitulo 27, Versiculo 61
RM, Capitulo 16, Versiculo 6
Cananeus
59 registros encontrados com a(s) palavra(s) "Cananeus" em Toda a Bíblia
1RS, Capitulo 9, Versiculo 16
2SM, Capitulo 24, Versiculo 7
AB, Capitulo 1, Versiculo 20
DT, Capitulo 7, Versiculo 1
DT, Capitulo 1, Versiculo 7
DT, Capitulo 20, Versiculo 17
DT, Capitulo 11, Versiculo 30
EX, Capitulo 33, Versiculo 2
EX, Capitulo 13, Versiculo 5
EX, Capitulo 3, Versiculo 8
EX, Capitulo 34, Versiculo 11
EX, Capitulo 13, Versiculo 11
EX, Capitulo 3, Versiculo 17
EX, Capitulo 23, Versiculo 23
EX, Capitulo 23, Versiculo 28
EXD, Capitulo 9, Versiculo 1
GN, Capitulo 24, Versiculo 3
GN, Capitulo 12, Versiculo 6
GN, Capitulo 13, Versiculo 7
GN, Capitulo 10, Versiculo 18
GN, Capitulo 10, Versiculo 19
GN, Capitulo 15, Versiculo 21
GN, Capitulo 34, Versiculo 30
GN, Capitulo 24, Versiculo 37
JS, Capitulo 5, Versiculo 1
JS, Capitulo 9, Versiculo 1
JS, Capitulo 11, Versiculo 3
JS, Capitulo 13, Versiculo 4
JS, Capitulo 12, Versiculo 8
JS, Capitulo 7, Versiculo 9
JS, Capitulo 3, Versiculo 10
JS, Capitulo 16, Versiculo 10
JS, Capitulo 24, Versiculo 11
JS, Capitulo 17, Versiculo 12
JS, Capitulo 17, Versiculo 13
JS, Capitulo 17, Versiculo 16
JS, Capitulo 17, Versiculo 18
JUD, Capitulo 5, Versiculo 20
JZ, Capitulo 1, Versiculo 1
JZ, Capitulo 1, Versiculo 3
JZ, Capitulo 3, Versiculo 3
JZ, Capitulo 1, Versiculo 4
JZ, Capitulo 3, Versiculo 5
JZ, Capitulo 1, Versiculo 5
JZ, Capitulo 1, Versiculo 9
JZ, Capitulo 1, Versiculo 10
JZ, Capitulo 1, Versiculo 17
JZ, Capitulo 1, Versiculo 27
JZ, Capitulo 1, Versiculo 29
JZ, Capitulo 1, Versiculo 30
JZ, Capitulo 1, Versiculo 32
JZ, Capitulo 1, Versiculo 33
NE, Capitulo 9, Versiculo 8
NE, Capitulo 9, Versiculo 24
NM, Capitulo 21, Versiculo 3
NM, Capitulo 14, Versiculo 25
NM, Capitulo 13, Versiculo 29
NM, Capitulo 14, Versiculo 43
NM, Capitulo 14, Versiculo 45
Filisteu
241 registros encontrados com a(s) palavra(s) "Filisteu" em Toda a Bíblia
1CR, Capitulo 18, Versiculo 1
1CR, Capitulo 10, Versiculo 1
1CR, Capitulo 10, Versiculo 2
1CR, Capitulo 20, Versiculo 4
1CR, Capitulo 20, Versiculo 5
1CR, Capitulo 10, Versiculo 7
1CR, Capitulo 14, Versiculo 8
1CR, Capitulo 10, Versiculo 8
1CR, Capitulo 14, Versiculo 9
1CR, Capitulo 10, Versiculo 9
1CR, Capitulo 14, Versiculo 10
1CR, Capitulo 18, Versiculo 11
1CR, Capitulo 10, Versiculo 11
1CR, Capitulo 1, Versiculo 12
1CR, Capitulo 11, Versiculo 13
1CR, Capitulo 14, Versiculo 13
1CR, Capitulo 11, Versiculo 14
1CR, Capitulo 11, Versiculo 15
1CR, Capitulo 14, Versiculo 15
1CR, Capitulo 14, Versiculo 16
1CR, Capitulo 11, Versiculo 16
1CR, Capitulo 11, Versiculo 18
1CR, Capitulo 12, Versiculo 19
1MC, Capitulo 3, Versiculo 24
1RS, Capitulo 16, Versiculo 15
1RS, Capitulo 4, Versiculo 21
1RS, Capitulo 15, Versiculo 27
1SM, Capitulo 5, Versiculo 1
1SM, Capitulo 6, Versiculo 1
1SM, Capitulo 31, Versiculo 1
1SM, Capitulo 14, Versiculo 1
1SM, Capitulo 17, Versiculo 1
1SM, Capitulo 23, Versiculo 1
1SM, Capitulo 27, Versiculo 1
1SM, Capitulo 28, Versiculo 1
1SM, Capitulo 29, Versiculo 1
1SM, Capitulo 4, Versiculo 1
1SM, Capitulo 24, Versiculo 2
1SM, Capitulo 4, Versiculo 2
1SM, Capitulo 31, Versiculo 2
1SM, Capitulo 17, Versiculo 2
1SM, Capitulo 23, Versiculo 2
1SM, Capitulo 29, Versiculo 2
1SM, Capitulo 13, Versiculo 3
1SM, Capitulo 4, Versiculo 3
1SM, Capitulo 7, Versiculo 3
1SM, Capitulo 23, Versiculo 3
1SM, Capitulo 29, Versiculo 3
1SM, Capitulo 6, Versiculo 4
1SM, Capitulo 28, Versiculo 4
1SM, Capitulo 14, Versiculo 4
1SM, Capitulo 13, Versiculo 4
1SM, Capitulo 17, Versiculo 4
1SM, Capitulo 23, Versiculo 4
1SM, Capitulo 29, Versiculo 4
1SM, Capitulo 19, Versiculo 5
1SM, Capitulo 10, Versiculo 5
1SM, Capitulo 28, Versiculo 5
1SM, Capitulo 13, Versiculo 5
1SM, Capitulo 23, Versiculo 5
1SM, Capitulo 4, Versiculo 6
1SM, Capitulo 18, Versiculo 6
1SM, Capitulo 27, Versiculo 7
1SM, Capitulo 31, Versiculo 7
1SM, Capitulo 7, Versiculo 7
1SM, Capitulo 29, Versiculo 7
1SM, Capitulo 19, Versiculo 8
1SM, Capitulo 31, Versiculo 8
1SM, Capitulo 7, Versiculo 8
1SM, Capitulo 17, Versiculo 8
1SM, Capitulo 5, Versiculo 8
1SM, Capitulo 29, Versiculo 9
1SM, Capitulo 12, Versiculo 9
1SM, Capitulo 21, Versiculo 9
1SM, Capitulo 4, Versiculo 9
1SM, Capitulo 31, Versiculo 9
1SM, Capitulo 22, Versiculo 10
1SM, Capitulo 7, Versiculo 10
1SM, Capitulo 29, Versiculo 11
1SM, Capitulo 27, Versiculo 11
1SM, Capitulo 14, Versiculo 11
1SM, Capitulo 13, Versiculo 11
1SM, Capitulo 31, Versiculo 11
1SM, Capitulo 17, Versiculo 11
1SM, Capitulo 7, Versiculo 11
1SM, Capitulo 5, Versiculo 11
1SM, Capitulo 6, Versiculo 12
1SM, Capitulo 14, Versiculo 13
1SM, Capitulo 7, Versiculo 13
1SM, Capitulo 7, Versiculo 14
1SM, Capitulo 28, Versiculo 15
1SM, Capitulo 14, Versiculo 15
1SM, Capitulo 9, Versiculo 16
1SM, Capitulo 30, Versiculo 16
1SM, Capitulo 6, Versiculo 16
1SM, Capitulo 13, Versiculo 16
1SM, Capitulo 17, Versiculo 16
1SM, Capitulo 6, Versiculo 17
1SM, Capitulo 4, Versiculo 17
1SM, Capitulo 18, Versiculo 17
1SM, Capitulo 13, Versiculo 17
1SM, Capitulo 28, Versiculo 19
1SM, Capitulo 14, Versiculo 19
1SM, Capitulo 17, Versiculo 19
1SM, Capitulo 13, Versiculo 19
1SM, Capitulo 13, Versiculo 20
1SM, Capitulo 14, Versiculo 20
1SM, Capitulo 17, Versiculo 21
1SM, Capitulo 6, Versiculo 21
1SM, Capitulo 14, Versiculo 21
1SM, Capitulo 18, Versiculo 21
1SM, Capitulo 14, Versiculo 22
1SM, Capitulo 17, Versiculo 23
1SM, Capitulo 13, Versiculo 23
1SM, Capitulo 18, Versiculo 25
1SM, Capitulo 17, Versiculo 26
1SM, Capitulo 18, Versiculo 27
1SM, Capitulo 23, Versiculo 27
1SM, Capitulo 23, Versiculo 28
1SM, Capitulo 18, Versiculo 30
1SM, Capitulo 14, Versiculo 30
1SM, Capitulo 14, Versiculo 31
1SM, Capitulo 17, Versiculo 32
1SM, Capitulo 14, Versiculo 36
1SM, Capitulo 17, Versiculo 36
1SM, Capitulo 14, Versiculo 37
1SM, Capitulo 17, Versiculo 37
1SM, Capitulo 17, Versiculo 40
1SM, Capitulo 17, Versiculo 41
1SM, Capitulo 14, Versiculo 46
1SM, Capitulo 17, Versiculo 46
1SM, Capitulo 14, Versiculo 47
1SM, Capitulo 17, Versiculo 48
1SM, Capitulo 17, Versiculo 49
1SM, Capitulo 17, Versiculo 50
1SM, Capitulo 17, Versiculo 51
1SM, Capitulo 17, Versiculo 52
1SM, Capitulo 14, Versiculo 52
1SM, Capitulo 17, Versiculo 54
1SM, Capitulo 17, Versiculo 55
1SM, Capitulo 17, Versiculo 57
2CR, Capitulo 26, Versiculo 6
2CR, Capitulo 26, Versiculo 7
2CR, Capitulo 17, Versiculo 11
2CR, Capitulo 21, Versiculo 16
2CR, Capitulo 28, Versiculo 18
2CR, Capitulo 9, Versiculo 26
2RS, Capitulo 8, Versiculo 2
2RS, Capitulo 8, Versiculo 3
2RS, Capitulo 18, Versiculo 8
2SM, Capitulo 8, Versiculo 1
2SM, Capitulo 23, Versiculo 9
2SM, Capitulo 19, Versiculo 9
2SM, Capitulo 23, Versiculo 10
2SM, Capitulo 23, Versiculo 11
2SM, Capitulo 21, Versiculo 12
2SM, Capitulo 23, Versiculo 12
2SM, Capitulo 8, Versiculo 12
2SM, Capitulo 23, Versiculo 13
2SM, Capitulo 3, Versiculo 14
2SM, Capitulo 23, Versiculo 14
2SM, Capitulo 21, Versiculo 15
2SM, Capitulo 23, Versiculo 16
2SM, Capitulo 5, Versiculo 17
2SM, Capitulo 21, Versiculo 17
2SM, Capitulo 3, Versiculo 18
2SM, Capitulo 5, Versiculo 18
2SM, Capitulo 21, Versiculo 18
2SM, Capitulo 5, Versiculo 19
2SM, Capitulo 21, Versiculo 19
2SM, Capitulo 1, Versiculo 20
2SM, Capitulo 5, Versiculo 21
2SM, Capitulo 5, Versiculo 22
2SM, Capitulo 5, Versiculo 24
2SM, Capitulo 5, Versiculo 25
AB, Capitulo 1, Versiculo 19
AM, Capitulo 6, Versiculo 2
AM, Capitulo 9, Versiculo 7
AM, Capitulo 1, Versiculo 8
ECLO, Capitulo 47, Versiculo 8
ECLO, Capitulo 46, Versiculo 21
ECLO, Capitulo 50, Versiculo 28
EX, Capitulo 15, Versiculo 14
EX, Capitulo 13, Versiculo 17
EX, Capitulo 23, Versiculo 31
EZ, Capitulo 25, Versiculo 15
EZ, Capitulo 16, Versiculo 27
EZ, Capitulo 16, Versiculo 57
GN, Capitulo 26, Versiculo 1
GN, Capitulo 10, Versiculo 14
GN, Capitulo 26, Versiculo 14
GN, Capitulo 26, Versiculo 18
GN, Capitulo 21, Versiculo 32
GN, Capitulo 21, Versiculo 34
IS, Capitulo 2, Versiculo 6
IS, Capitulo 9, Versiculo 11
IS, Capitulo 11, Versiculo 14
IS, Capitulo 14, Versiculo 29
IS, Capitulo 14, Versiculo 31
JR, Capitulo 47, Versiculo 1
JR, Capitulo 47, Versiculo 4
JR, Capitulo 25, Versiculo 20
JS, Capitulo 13, Versiculo 2
JS, Capitulo 13, Versiculo 3
JZ, Capitulo 4, Versiculo 1
JZ, Capitulo 5, Versiculo 1
JZ, Capitulo 6, Versiculo 1
JZ, Capitulo 14, Versiculo 1
JZ, Capitulo 13, Versiculo 1
JZ, Capitulo 14, Versiculo 2
JZ, Capitulo 14, Versiculo 3
JZ, Capitulo 3, Versiculo 3
JZ, Capitulo 15, Versiculo 3
JZ, Capitulo 14, Versiculo 4
JZ, Capitulo 15, Versiculo 5
JZ, Capitulo 13, Versiculo 5
JZ, Capitulo 16, Versiculo 5
JZ, Capitulo 15, Versiculo 6
JZ, Capitulo 10, Versiculo 6
JZ, Capitulo 10, Versiculo 7
JZ, Capitulo 16, Versiculo 8
JZ, Capitulo 15, Versiculo 9
JZ, Capitulo 16, Versiculo 9
JZ, Capitulo 15, Versiculo 11
JZ, Capitulo 10, Versiculo 11
JZ, Capitulo 15, Versiculo 12
JZ, Capitulo 16, Versiculo 12
JZ, Capitulo 16, Versiculo 14
JZ, Capitulo 15, Versiculo 14
JZ, Capitulo 16, Versiculo 18
JZ, Capitulo 16, Versiculo 20
JZ, Capitulo 15, Versiculo 20
JZ, Capitulo 16, Versiculo 21
JZ, Capitulo 16, Versiculo 23
JZ, Capitulo 16, Versiculo 27
JZ, Capitulo 16, Versiculo 28
JZ, Capitulo 16, Versiculo 30
JZ, Capitulo 3, Versiculo 31
SF, Capitulo 2, Versiculo 5
SL, Capitulo 55, Versiculo 1
ZC, Capitulo 9, Versiculo 6
Criação
24 registros encontrados com a(s) palavra(s) "Criação" em Toda a Bíblia
1PD, Capitulo 1, Versiculo 19
AP, Capitulo 3, Versiculo 14
COL, Capitulo 1, Versiculo 15
ECLO, Capitulo 49, Versiculo 19
ECLO, Capitulo 16, Versiculo 26
EF, Capitulo 1, Versiculo 4
EZ, Capitulo 38, Versiculo 12
GN, Capitulo 2, Versiculo 3
GN, Capitulo 2, Versiculo 4
HB, Capitulo 4, Versiculo 3
JO, Capitulo 17, Versiculo 24
JUD, Capitulo 9, Versiculo 17
LC, Capitulo 11, Versiculo 50
MC, Capitulo 10, Versiculo 6
MT, Capitulo 25, Versiculo 34
MT, Capitulo 13, Versiculo 35
NM, Capitulo 32, Versiculo 1
NM, Capitulo 35, Versiculo 3
RM, Capitulo 8, Versiculo 19
RM, Capitulo 8, Versiculo 20
RM, Capitulo 1, Versiculo 20
RM, Capitulo 8, Versiculo 22
SB, Capitulo 19, Versiculo 6
SB, Capitulo 14, Versiculo 11
O simbolismo bíblico do número sete
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
1 - No Oriente, como sabemos, especialmente na cultura judaica, os números não têm apenas um valor linear e relativo, como no Ocidente, mas sempre um valor simbólico, que muito influi na compreensão religiosa dos dados da revelação e da fé. Neste trabalho, pretende-se fazer algumas anotações sobre o número sete, que, na tradição bíblica, sempre representa a perfeição, algo que vai além do simplesmente relativo, numa expressão simbólica carregada de significado.
Mas por que o número sete, como tantos outros, é assim tão fortemente simbólico? Respondemos que o símbolo não é explicável, e que a sua linguagem é a do mistério, do indizível portanto e do inefável. Caracteriza-se mais pelo silêncio do que propriamente pela verbalização.
2 - Para os santos padres, o número sete representa, simbolicamente, a perfeição, a amplitude, a integridade, a plenitude, a totalidade. Ele pode ser, como se sabe, a soma aritmética de três mais quatro. Três, em geral, indica algo que se refere a Deus, na noção, por exemplo, do triângulo equilátero, que é uma figura geometricamente perfeita, e o número quatro se refere sempre a algo que está dentro dos limites do mundo.
Os santos padres viam, pois, todo esse simbolismo no número sete. Para Santo Agostinho, ele é, na prática, símbolo de totalidade e plenitude, e para Santo Ambrósio, indica a perfeição, por ser formado de dois números perfeitos, como se falou acima: o três, na referência ao divino, e o quatro, na identificação do mundo criado.
Assim a perfeição de Deus, agindo e operando nos limites do mundo, dá-nos uma compreensão do mistério e da plenitude. O tempo, por exemplo, constituído em estações, em número de quatro, rege o mundo, e é um movimento, que se divide em fases, as quais, por sua vez, mudam-se de sete em sete dias, constituindo então as semanas, no equilíbrio da realidade cósmica.
No terreno religioso, podemos dizer, também como exemplo, que, nas sete petições do Pai Nosso, as três primeiras se referem a Deus, e as quatro últimas se referem a nós, tornando-se então uma expressão ainda mais simbólica e objetiva. Diga-se também que, no Cristianismo, a semana, na expressão quantitativa de sete dias, é fundamental para a compreensão do mistério cristão e de sua celebração.
3 - A finalidade deste trabalho, deve-se dizer, não é satisfazer curiosidades, ou distrair mentes preguiçosas. Estas podem ficar satisfeitas quando, por exemplo, são informadas de que na Sagrada Escritura o número sete aparece, explicitamente, quatrocentas e quarenta e seis vezes, sendo que só no Apocalipse são cinquenta e seis vezes.
Deve-se, pois, somar ainda às revelações explícitas do número sete os fatos, episódios e sentenças em que o número sete se esconde, às vezes intencionalmente, como, por exemplo, nas sete bem-aventuranças do Apocalipse, nos sete "ais" de Mt 23,13-32 etc.. O objetivo, porém, deste estudo é formar na dimensão mistérica do símbolo, imperceptível muitas vezes pelos conceitos humanos, mesmo quando estes são bem elaborados e racionais. Como já sabemos, o símbolo fala, quase sempre, numa linguagem puramente silenciosa, e seu horizonte transcende o mundo simplesmente visível.
REFERÊNCIAS DO NÚMERO SETE NO ANTIGO TESTAMENTO
4 - Vejamos, pois, alguns textos bíblicos em que o número sete aparece com esta função simbólica, iniciando por algumas referências do Antigo Testamento, para dar ênfase depois no Novo Testamento.
Gênesis:
Capela Sistina
5 - A história bíblica começa já com a semana da criação, semana que é fundamental, hoje e sempre, na vida da Igreja, principalmente na celebração dos mistérios divinos, conforme já se falou, e seu aparecimento no início da criação pode muito bem ser interpretado como pedagogia de Deus, a qual, depois, na história da salvação, vai aparecer mais plena de sentido.
6 - O primeiro dia, que narra a criação da luz, guarda profunda relação com a ressurreição de Cristo, no primeiro dia da semana, conforme nos relata o Evangelho. Gn 1,1-2,3 nos traz, pois, a descrição dos sete dias, na primeira referência bíblica, mostrando ser um tempo de trabalho e operação de Deus, na obra criadora, culminando com a bênção divina do sétimo dia.
7 - No segundo livro dos Macabeus, é significativa, na caminhada do povo eleito, a história dos sete irmãos macabeus, culminando com o seu martírio, como se lê em 2Mc 7,1-40. E não se trata, aqui, podemos dizer, de mera coincidência o fato de serem sete os irmãos macabeus, martirizados. Nesse livro, aparece, explicitamente, a primeira profissão de fé na ressurreição, já no Antigo Testamento (cf. 2Mc 12,43-45).
Com relação ainda ao Antigo Testamento, no que diz respeito ao simbolismo do número sete, deve-se levar em consideração a seriedade com que os judeus celebravam o sétimo dia, conforme se vê também em 2Mc 12,38, como exemplo. Ainda em 1Mc 3,39, há o simbolismo dos sete mil cavaleiros, e, em 1Mc 13,28, a construção de sete pirâmides.
8 - Outras passagens do Antigo Testamento ilustram também a importância simbólica do número sete, dentre as quais podemos citar:
• Gn 9,12-13 - O arco-íris, colocado como sinal da aliança de Deus com Noé (O arco-íris é um meteoro luminoso, que apresenta as sete cores do espectro solar: roxo, anilado, azul, verde, amarelo, alaranjado e vermelho). É também visto no trono de Deus (cf. Ez 1,28; Ap 4,3).
• Ex 25,37; 37,23 - O candelabro judaico, com suas sete lâmpadas (Menorah)
• Lv 25,4, Ex 23,10-11, Dt 15,1 - Instituição do ano sabático (sétimo ano)
• Lv 25,8 - Diz respeito ao ano jubilar (quinquagésimo ano, ou seja, o ano seguinte após sete anos sabáticos)
• Jr 25,11; 29,10; Dn 9,2.24 -27 - Estes textos tratam do cativeiro da Babilônia, comentado em
2Cr 36,20-21 como profecia de Jeremias (setenta anos), e que, em Dn 9,24-27, o anjo Gabriel dá nova expressão simbólica, na famosa profecia das "setenta semanas" (semanas de anos, ou seja, setenta x sete = 490 anos). Aqui, trata-se, pois, de número misterioso, arredondado convencionalmente, sem valor portanto linear e matemático, mas simbólico.
• 1Sm 2,5 - Aqui Ana, estéril como tantas mulheres judias, canta a glória de Deus, pelo nascimento de Samuel, e diz: "A mulher estéril dá à luz sete vezes, enquanto a mãe de muitos filhos se exaure".
• Pr 9,1 - A sabedoria construiu a sua casa, plantando sete colunas.
• Br 1,2 - A tomada de Jerusalém, pelos caldeus, no sétimo dia
• Ecl 11,2 - As sete partes do pão jogadas sobre as águas
• Esd 6,22; 7,14 - Sete dias de festa - Esdras enviado pelo rei e pelos sete conselheiros
• Jt 16,24 - A casa de Israel chorou a morte de Judite por sete dias
• Mq 5,4 - Os sete pastores contra a Assíria
• Ne 8,18 - Também aqui referência a sete dias de festa
• Rt 4,15 - Rute, nora de Noemi, vale mais que sete filhos
• Zc 3,9; 4,2.10 - Sete lâmpadas - Sete canais - Sete olhos
• 2Rs 5,10.14 - As sete vezes em que Naamã, o sírio, se lavou nas águas do Jordão, para curar-se da lepra
• Nm 12,9-15 - O episódio da lepra de Maria, irmã de Moisés (leprosa durante sete dias)
• Tb 12,15 - O anjo Rafael, como um dos sete anjos que tem sempre acesso à glória do Senhor
Também nos salmos encontramos três vezes a referência ao número sete, no simbolismo bíblico. Ei-las:
• Sl 12,7 - As palavras de Javé são palavras sinceras, prata pura, saindo da terra, sete vezes refinada
• Sl 79,12 - Devolve aos nossos vizinhos sete vezes no seu peito o ultraje com que te afrontaram, ó Senhor
• Sl 118, 164 - Sete vezes por dia eu te louvo, por causa de tuas normas justas
Nota: Para não tornar este trabalho exaustivo e monótono, não são dadas aqui as outras passagens do Antigo Testamento em que há referências ao número sete, por serem também de menor importância.
O SIMBOLISMO DO NÚMERO SETE NO NOVO TESTAMENTO
As referências do Evangelho de João:
Nota:
O Evangelho de João, como também as suas três epístolas, não citam nenhuma vez, explicitamente, o número sete, mas o Evangelho o traz, implicitamente, nos episódios que narra e no simbolismo doutrinário e litúrgico de que está repleto, como se vê nos textos a seguir.
a) Semana inaugural
9 - Pode-se dizer que João começa o seu Evangelho com uma semana inaugural, quase dia por dia, como no Gênesis. Até a redação se assemelha: "No princípio..." (Comparar Gn 1,1 e Jo 1,1). Apenas o 5º e o 6º dias, em Jo, não têm uma referência direta. Sabe-se, porém, que tudo em João é intencional, simbólico. Assim temos:
Jo 1,19-28 (1º dia) - Jo 1,29 (2º dia) - Jo 1,35 (3º dia)
Jo 1,43 (4º dia) - Jo 2,1 (7º dia=3º depois do 4º)
10 - Vê-se, pois, claramente, que no Ev de Jo, essa semana inaugural termina com a manifestação da glória de Jesus, nas bodas de Caná, prenúncio, como se sabe, da manifestação da glória pascal, definitiva, no fim de sua vida terrena. No início, ainda não chegada a sua hora, Cristo transforma, pois, a água em vinho, mas no fim, chegada a sua hora - que João vê como a "hora da glorificação de Jesus" - ele então transforma o vinho no seu sangue, instituindo o admirável sacramento da Eucaristia, embora tal instituição não esteja literalmente em João, mas nos sinóticos e em Paulo.
b) Os sete milagres do Evangelho
11 - É curioso que João, no seu Evangelho, narra apenas sete milagres de Jesus, que, na linguagem joanina, são "sinais", tudo levando a crer que se trata de puro simbolismo bíblico. Assim temos:
• Jo 2,1-11 - Transformação da água em vinho
• Jo 4,46-54 - Cura do filho do funcionário real
• Jo 5,1-9 - Cura de um aleijado na piscina de Betsaida
• Jo 6,1-14 - Multiplicação dos pães (5 pães e 2 peixes = 7)
• Jo 9,1-7 - Cura do cego de nascença
• Jo 11,1-43 - Ressurreição de Lázaro
• Jo 21,4-11 - (Pesca milagrosa)
12 - Note-se que a ressurreição de Lázaro é, em Jo, o último milagre de Cristo, antes de sua morte, prenúncio jubiloso de sua própria ressurreição, assim como o primeiro "sinal", de Caná, é prenúncio do milagre maior da Eucaristia. Já a "pesca milagrosa" (Jo 21,4-11), após a ressurreição, aponta para a multidão dos que hão de ser salvos, e o contexto da pesca conta sete os discípulos presentes (cf. Jo 21,2).
Note-se também a abundância como característica do reino messiânico: no primeiro "sinal", a do vinho, e, no último, a dos peixes, lembrando ainda a da vida trazida por Cristo, como relata Jo 10,10. Note-se ainda que, no relato da pesca (Jo 21,1-14), em dado significativo, faz-se referência sete vezes à palavra discípulo ou discípulos, notemos ainda que em Jo a palavra "são" ou "curado" aparece sete vezes: Jo 5,4.6.9.11.14.15; 7,23.
c) As sete autoproclamações de Cristo
13 - As autoproclamações de Cristo, no Ev de Jo, certamente têm a ver com a revelação do nome de Deus a Moisés, conforme Ex 3,13-15 ("EU SOU" = "JAVÉ"), e que Cristo, identificando-se com o Pai, aplicou a si mesmo (cf. Jo 8,24.58). Vejamos, pois, tais perícopes:
1ª - Jo 6,35: Eu sou o pão da vida (depois da multiplicação dos pães)
2ª - Jo 8,12: Eu sou a luz do mundo (por ocasião da cura do cego)
3ª - Jo 10,7: Eu sou a porta (no contexto da pergunta se ele era o Messias)
4ª - Jo 10,10: Eu sou o bom pastor (no mesmo contexto da autoproclamação anterior)
5ª - Jo 11,25: Eu sou a ressurreição e a vida (na ressurreição de Lázaro)
6ª - Jo 14,6: Eu sou o caminho... (estando para ir para junto do Pai)
7ª - Jo 15,1: Eu sou a videira (estando para derramar seu sangue: a uva espremida)
14 - Veja o simbolismo didático da primeira e da última autoproclamação: elas se ligam diretamente à Eucaristia.
As referências do Apocalipse:
Os anjos com as trombetas
15 - Ainda de João, temos também várias citações no Apocalipse, nem sempre comentadas pelos biblistas, mas que, em sua totalidade, como no caso dos "sinais" e "autoproclamações", apontam para o simbolismo do sete, constituindo também verdadeira riqueza da revelação bíblica. Ei-las, pois:
As sete bem-aventuranças
1ª - Ap 1,3: Feliz o leitor e os ouvintes das palavras desta profecia...
2ª - Ap 14,13: Felizes os mortos, os que desde agora morrem no Senhor...
3ª - Ap 16,15: Feliz aquele que vigia e conserva suas vestes...
4ª - Ap 19,9: Felizes os convidados para o banquete das núpcias do Cordeiro...
5ª - Ap 20,6: Feliz e santo aquele que participa da primeira ressurreição...
6ª - Ap 20,7: Feliz aquele que observa as palavras deste livro
7ª - Ap 20,14: Felizes os que lavam suas vestes para ter poder sobre a árvore da vida...
Algumas das citações do Apocalipse, com referência explícita ao número sete
Igrejas Ap 1,4
Espíritos Ap 1,4; 4,5
Candelabros Ap 1,12; 4,5
Selos Ap 5,1
Anjos Ap 8,2; 15,5.7
Trombetas Ap 8,2
Pragas Ap 15,6
Taças Ap 15,7
Nota:
O Apocalipse fala ainda de sete cabeças (13,1), sete estrelas (2,1), sete montes e sete reis (17,9), sete chifres ou pontas, sete olhos (5,6), sete trovões (10,3), sete diademas ou coroas (12,3) e sete mil pessoas mortas na catástrofe (11,13).
As referências no Evangelho de Mateus:
Sermão da Montanha - Capela Sistina
16 - Também o evangelista Mateus tem predileção pelo número sete, dado o seu simbolismo religioso. Vejamos algumas referências:
• Mt 1,1-17: A genealogia de Jesus descrita em 42 gerações (14+14+14), vendo-se aqui que 14 é o dobro de 7, usado de maneira intencional.
• Mt 6,9-13: As sete petições do Pai Nosso
• Mt 13,1-47: As sete parábolas
• Mt 18,21-22: O dever de perdoar não sete, mas setenta vezes sete
• Mt 23,13-29: As sete maldições contra os fariseus
• Mt 22,25-28: O episódio dos sete irmãos, que se casaram com uma única mulher
Finalmente, as sete partes em que se divide o Evangelho de Mateus: introdução, 5 livros e a parte final.
AS REFERÊNCIAS NO EVANGELHO DE LUCAS E MARCOS
17 - Em Lc e Mc as referências explícitas ao número sete são menores, mas também de grande importância simbólica. Vejamos:
Lc 2,36 - Os sete anos vividos pela profetisa Ana, no matrimônio
Lc 8,3 - Os sete demônios expulsos de Maria Madalena
Lc 11,25 - Os sete espíritos piores que traz o espírito do mal, quando este volta para a casa de onde saiu, após perambular por lugares áridos e não encontrar repouso.
Lc 17,4 - Referência ao perdão que se deve dar, quando há arrependimento: sete vezes, em sete vezes de arrependimento
Lc 20,29 - O episódio dos sete irmãos, que se casaram com a mesma mulher.
Nota:
A referência explícita de Marcos está em Mc 8,5ss, no episódio da multiplicação dos pães (sete pães, sete cestos...). Outras possíveis referências ao sentido de sete encontram-se também nos outros evangelhos.
Com referência ainda a Lucas, podemos ver no Atos dos Apóstolos:
At 6,3 - A eleição dos sete diáconos
At 13,19 - As sete nações destruídas
At 19,14 - Os sete filhos de Scevas, exorcistas ambulantes, tentando imitar Paulo
At 21,27 - Os judeus, vindos da Ásia, após sete dias de Paulo em Jerusalém, amotinaram o povo contra ele.
At 28,14 - A estadia de Paulo, por sete dias, com os irmãos em Roma.
As referências de São Paulo em suas epístolas
A crucifixão de Cristo (Capela Sistina)
As bênçãos espirituais de Ef 1,1-14:
18- Estas bênçãos espirituais, um tesouro dos escritos de São Paulo, concretizam o desígnio amoroso e eterno de Deus (cf. Ef 1,3). Vamos descrevê-las:
1ª bênção: Ef 1,3: O chamado de Deus à vida de santidade
2ª bênção: Ef 1,5: A maneira como esta santidade se realiza: a filiação divina, por adoção em Cristo.
3ª bênção: Ef 1,7: A redenção histórica operada por Cristo, no seu Sangue redentor.
4ª bênção: Ef 1,9: A revelação do mistério escondido desde toda a eternidade
5ª bênção: Ef 1,11: A eleição de Israel, como povo de herança de Deus, na perspectiva messiânica
6ª bênção: Ef 1,13: O chamado dos gentios à participação do Povo de Deus, quebrando as barreiras existenciais
7ª bênção: Ef 1,13b-14: O coroamento pelo Espírito Santo da obra redentora de Deus, em Cristo, selando-a na dimensão trinitária
Nota:
Como se vê, a redenção humana é decretada por Deus, antes da fundação do mundo (Cf. Ef 1,4), o que significa dizer que Deus pensou na salvação antes mesmo da criação. Assim, a redenção não é remendo do plano de Deus, mas coroação de seu desígnio salvador. A obra redentora de Deus precede, pois, a sua obra criadora.
A referência de Rm 11,4:
É um comentário de São Paulo, sobre a declaração de Elias, justificando-se diante de Deus: "...mataram teus profetas a espada. Fiquei somente eu e procuram tirar-me a vida" (Cf. 1Rs 19,10). Mas Deus havia reservado sete mil homens, que não dobraram os joelhos diante de
Baal (Cf. 1Rs 19,18), e isto o profeta parecia ignorar.
Também a referência de Hb 11,30:
Pela fé, caíram as muralhas de Jericó, depois de sete dias de cerco.
Nota:
Ainda com referência ao Novo Testamento, podemos falar também, simbolicamente, das epístolas de São Paulo, em número de quatorze (dobro de sete), incluindo Hb, e das epístolas católicas, em número de sete.
APLICAÇÃO DO SIMBOLISMO DO NÚMERO SETE NA TRADIÇÃO DA IGREJA
19 - Também a Igreja, seguindo a tradição judaica, conserva o simbolismo do sete não só em sua doutrina, como também em sua liturgia, embora muitos não tenham consciência do valor simbólico de tais pontos eclesiais. Diga-se também que nem sempre a expressão simbólica de nossa fé recebeu ênfase maior na catequese.
20 - Como exemplos do que aqui se expõe, temos, pois, neste capítulo:
• Os sete dons do Espírito Santo (cf. Is 11,1-3):
Sabedoria - Entendimento - Conselho - Fortaleza - Ciência - Piedade e Temor de Deus
• Os sete sacramentos:
Batismo - Eucaristia - Crisma - Penitência - Unção dos Enfermos - Ordem e Matrimônio
• Os sete vícios capitais:
Soberba - Avareza - Luxúria - Gula - Ira - Inveja e Preguiça
• As sete virtudes cristãs: três, teologais (fé, esperança e caridade) e quatro, morais ou cardeais (prudência, justiça, fortaleza e temperança).
• Os sete dias da Semana Santa (tanto da Páscoa, como do Natal, esta de 17 a 23 de dezembro)
• As sete últimas palavras de Cristo, assim identificadas:
1. Pai, perdoa-lhes... (Lc 23,34)
2. Hoje mesmo estarás comigo no paraíso (Lc 23,43)
3. Mulher, eis aí teu filho... (Jo 19,26-27)
4. Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste? (Mt 27,46; Mc 15,34)
5. Tenho sede! (Jo 19,28)
6. Tudo está consumado! (Jo 19,30)
7. Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito (Lc 23,46)
• As sete dores de Maria, assim entendidas pela piedade cristã:
1. A profecia de Simeão (Lc 2,35)
2. Fuga para o Egito (Mt 2,13-15)
3. Perda do menino Jesus em Jerusalém (Lc 2,41-50)
4. Encontro com Cristo na estrada do Calvário (sem registro bíblico)
5. Morte de Cristo na cruz (Jo 19,25.30)
6. Maria recebe o Filho morto (sem registro bíblico) - Pietá
7. O sepultamento de Jesus (Soledade de Maria) (Jo 19,42)
• As sete palavras também de Maria, que são:
Na anunciação:
1. Como é que vai ser isso... (Lc 1,34)
2. Eu sou a serva do Senhor... (Lc 1,40)
Na visitação:
3. Saudação a Isabel (Shalon judaico) (Lc 1,40)
4. O Magnificat (Lc 1,46-55)
No templo de Jerusalém:
5. Meu filho, por que agiste assim conosco? (Lc 2,48)
Nas bodas de Caná:
6. Eles não têm vinho. (Jo 2,3)
7. Fazei tudo o que ele vos disser! (Jo 2,5)
Finalmente, podemos falar também: dos sete domingos da Páscoa, culminando em Pentecostes; dos sete momentos de oração, da Liturgia das Horas, com sua forte conotação bíblica, tornando a Igreja verdadeiramente orante: as Laudes (oração da manhã); as Vésperas (oração da tarde); as Completas (oração da noite); o Ofício das Leituras, e a Hora Média, com seus três momentos: Hora Terça (nove horas); Hora Sexta (meio dia) e Hora Nona (15 horas).
João de Araújo
Pentecostes, coroamento da Páscoa
1 - Pentecostes, no Antigo Testamento, era uma festa agrícola, Festa das Semanas, esta em número de sete, acrescendo-se a elas mais um dia, o qüinquagésimo. Na antiguidade, o primeiro e o último dia de um período de tempo eram contados como um só dia, daí o nome também de Pentecostes para a festa das semanas (cf. Tb 2,1). Era celebrada no templo, com diversos sacrifícios (cf. Lv 23,15-21), uma festa alegre, de ação de graças pela colheita do trigo, que se dava, pois, sete semanas após a colheita da sevada. Posteriormente, a festa ganhou sentido simbólico, pois foi relacionada com o evento salvífico central da aliança antiga, ou seja, a proclamação da lei no monte Sinai. Segundo At 2,1-13, foi nesse dia, em Jerusalém, que se verificou a efusão do Espírito Santo, em dimensão, porém, de universalidade, dado o simbolismo das línguas e dos vários povos presentes.
2 - Para nós, cristãos, Pentecostes ganha novo sentido e, na liturgia, é o coroamento de todo o ciclo da Páscoa, numa solenidade que celebramos após cinqüenta dias da ressurreição, isto acontecendo na Igreja desde o século II. Pentecostes marca, pois, o início solene da vida da Igreja (cf. At 2,1-41), não o seu nascimento, uma vez que este se dá, misteriosamente, na Sexta-Feira Santa, do lado do Cristo Crucificado, como sua esposa imaculada. Podemos dizer que “a Páscoa é a imolação e glorificação de Cristo, e o Pentecostes é a sua exaltação como Kyrios pela Igreja, plena do seu Espírito”. A Solenidade de Pentecostes encerra e coroa o ciclo da Páscoa.
3 - Na liturgia, o Círio Pascal é aceso, como símbolo do Senhor ressuscitado, nos cinqüenta dias após o domingo da Páscoa, mesmo nos dias de semana. Isso mostra o caráter festivo que a Igreja quer dar ao Tempo Pascal, como tempo vivo de páscoa, "um grande domingo", nas palavras de Santo Atanásio. Segundo as Normas Universais para o Ano Litúrgico e o Calendário, os dias de semana depois da Solenidade da Ascensão do Senhor até o sábado antes de Pentecostes inclusive, servem como preparação para a vinda do Espírito Santo Paráclito. O lugar mais adequado para o Círio, no espaço celebrativo, é próximo ao ambão.
4 - Como já foi dito, Pentecostes coroa a obra da redenção, pois nela Cristo cumpre a promessa feita aos apóstolos, segundo a qual ele enviaria o Espírito Santo Consolador, para os confirmar e os fortalecer na missão apostólica. Assim, “quem doa o Espírito é o Senhor glorificado”, o que nos permite afirmar e confessar, com maior fidelidade à teologia do Espírito, que ele é Dom que o Ressuscitado faz à sua Igreja. A vinda do Espírito Santo, no episódio bíblico de At 2,1-4, deve então ser entendida também em dimensão eclesiológica, ou seja, o Espírito vem e manifesta a Igreja ao mundo como sinal perene de salvação e como templo vivo do mesmo Espírito.
5 - Como sabemos, a partir do missal de Paulo VI Pentecostes é celebrada como “festa pascal”, na unidade do mistério cristão, e não simplesmente como festa comemorativa da descida do Espírito Santo, como era celebrada desde o século VII, o que a tinha tornado festa independente, inclusive com oitava. Mesmo hoje é provável que exista ainda resquício da compreensão antiga, principalmente em certos movimentos de inspiração carismática. O importante, porém, é saber que o encerramento da Páscoa se dá com a efusão do Espírito Santo, que leva ao cumprimento pleno o mistério pascal da Morte e Ressurreição do Senhor, revelando assim a todos os povos o mistério oculto nos séculos.
Notas:
a) - No final da celebração de Pentecostes, o Círio Pascal deve ser guardado, com veneração, no Batistério ou em outro lugar digno, acendendo-se nas celebrações do Batismo, da Crisma e nas exéquias, quando estas são feitas na igreja.
b) - A liturgia de Pentecostes é a mesma para os três ciclos de leituras, tanto para a vigília
como para a missa da solenidade. As perícopes bíblicas são as indicadas abaixo, sem a citação dos versículos do salmo, por serem muito fragmentados.
Missa da vigília 1ª leit.: Gn 11,1-9 Sl 104[103] 2ª leit.: Rm 8,22-27 Ev.: Jo 7,37-39
Missa do dia 1ª leit.: At 2,1-11 Sl 104[103] 2ª leit.:1Cor 12,3b-7.12-13 Ev.: Jo 20,19-23
Veja mais
FONTES:
- Missal Romano
- O Ano Litúrgico (Adolf Adam) – Paulinas
- Liturgia Dominical (Johns Konnings, S. J.) Ed. Vozes)
- Dicionário de Liturgia (diversos autores) - Paulus
João de Araújo
Sete chaves para ler e conhecer a Bíblia
Por Jaime Francisco de Moura
Fonte: www.padrelucas.com.br/cursos.asp
Primeiro passo para conhecer a Bíblia é ler a própria Bíblia.
Você tem Sete Chaves que abrem o seu coração para ler a Bíblia de forma libertadora, agradável e correta. Estas chaves são fáceis de se encontrar, pois elas estão simbolizadas em seu próprio corpo.
Com as "Sete Chaves" você encontra a Palavra de Deus que está na Bíblia e na vida e entenderá melhor o sentido escondido atrás das palavras.
Veja só:
1) Pés: Bem plantados na realidade.
Para ler bem a Bíblia é preciso ler bem a vida, conhecer a realidade pessoal, familiar e comunitária do país e do mundo. É preciso conhecer também a realidade na qual viveu o Povo da Bíblia. A Bíblia não caiu do céu prontinha. Ela nasceu das lutas, das alegrias, da esperança e da fé de um povo (Ex 3,7).
2) Olhos: Bem abertos.
Um olho deve estar sobre o texto da Bíblia e o outro sobre o texto da vida. O que fala o texto da Bíblia? O que fala o texto da vida? A Palavra de Deus está na Bíblia e está na vida. Precisamos ter olhos para enxergá-la.
3) Ouvidos: Atentos, em alerta.
Um ouvido deve escutar o chamado de Deus e o outro escutar o seu irmão.
4) Coração: Livre para amar.
Ler a Bíblia com sentimento, com a emoção que o texto provoca. Só quem ama a Deus e ao próximo pode entender o que Deus fala na Bíblia e na vida. Coração pronto para viver em conversão.
5) Boca: Para anunciar e denunciar.
Aquilo que os olhos viram, os ouvidos ouviram e o coração sentiu a palavra de Deus e a vida.
6) Cabeça: Para pensar.
Usar a inteligência para meditar, estudar e buscar respostas para nossas dúvidas. Ler a Bíblia e ler também outros livros que nos expliquem a Bíblia.
7) Joelhos: Dobrados em oração.
Só com muita fé e oração dá para entender a Bíblia e a vida. Pedir o dom da sabedoria ao Espíri to Santo para entender a Bíblia.
Regras de ouro para ler a Bíblia
1) Leia-a todos os dias.
Quando tiver vontade e quando não tiver também. É como um remédio, com ou sem vontade tomamos porque é necessário.
2) Tenha uma hora marcada para a leitura.
Descobrir o melhor período do dia para você e fazer dele a sua hora com Deus.
3) Marque a duração da leitura.
O ideal é que seja de 30 a 40 minutos, no mínimo, por dia.
4) Escolha um bom lugar.
É bom que se leia no mesmo lugar todos os dias. Deve ser um lugar tranqüilo, silencioso que facilite a concentração e favoreça a criação de um clima de oração. Se, num determinado dia, não se puder fazer o trabalho na hora marcada e no lugar escolhido, não faz mal. Em qualquer lugar e em qualquer hora devemos ler. O importante é que se leia todos os dias.
5) Leia com lápis ou caneta na mão.
Sublinhe na sua Bíblia e anote no seu caderno as passagens mais importantes, tudo o que chamar a sua atenção, as coisas que Deus falou ao seu coração de modo especial. Isto facilita encontrar as passagens qua ndo precisar delas.
6) Faça tudo em espírito de oração.
Quando se lê a Bíblia faz-se um diálogo com Deus; você escuta, você se sensibiliza, você chora. É um encontro entre duas pessoas que se amam.
"Quando oramos falamos a Deus. Quando lemos as Sagradas Escrituras é Deus quem nos fala."
SOBRE OS INSTRUMENTOS DE DEUS
Por --
Tradução: Carlos Martins Nabeto
Fonte: Site Catholic Doctrinal Concordance
• A Graça
• A graça de Deus é inexaustível: Rm 5,17, 2Cor 4,15; 9,8; Ef 1,7; 2,7; 1Tm 1,14.
• Demanda um efeito: 1Cor 15,10; 2Cor 11,23; Ef 2,10; Fl 2,12-13.
• É concedida através de Cristo: Jo 1,17; Rm 1,5; Gl 1,6; Ef 2,7; 1Tm 1,14; 2Tm 1,9.
• É concedida por Deus ao humilde: Pv 3,34; Tg 4,6; 1Pd 5,5.
• É desejada com a paz nas saudações: Rm 1,7; 1Cor 1,3; 2Cor 1,2; Gl 1,3; Ef 1,2; Fl 1,2; Cl 1,2; 1Ts 1,1; 2Ts 1,2; Fm 3,1; 1Tm 1,2; 2Tm 1,2; Tt 1,4; Hb 13,25.
• É mais abundante que o pecado: Rm 5,15.20; 6,1; 2Cor 12,9.
• É oferta gratuita de Deus: Sl 84,11; Zc 12,10; Jo 1,16; 3,27; Rm 3,24; 4,2-5.16; 5,15-17; 9,14-18; 11,6; 1Cor 4,7; 1Pd 5,10.
• Jesus é graça de Deus: Mt 21,37; Jo 3,16-17; Rm 3,24; 2Cor 8,9; Gl 4,4; Tt 2,11; Hb 2,11.
• Maria é cheia de graça: Lc 1,28.42.
• Necessária para difundir a fé: At 18,27; Rm 1,5.
• Nos prepara para a vida eterna: Rm 5,2; 6,23; Tt 1,2; 1Pd 1,13.
• Nos torna fortes na fé: At 4,22; 6,8; 14,3; 20,32; Rm 1,11; 16,25; 1`Cor 1,7-8; 2Ts 2,16-17; 3,3.
• O trono da graça: Ef 3,12; Hb 4,16.
• Pode ser perdida: Hb 12,15; Jd 1,4.
• Por ela, crescemos no conhecimento de Cristo: 2Pd 3,18.
• A Igreja
• Chamada "Igreja de Deus": 1Tm 3,15.
• Comprada pelo sangue de Cristo: At 20,28; Ef 5,25; Hb 9,12.
• Cristo amou a Igreja: Ef 5,25-26.
• Cristo é a cabeça da Igreja: Ef 1,22; 5,23; Cl 1,18.
• Cristo é a pedra angular: Sl 118,22; Mt 21,42; Mc 12,10; Lc 20,17; At 4,11; Ef 2,20; 1Pd 2,4.7.
• Cristo protege a Igeja: Mt 16,18; 20,20.
• Doutrina, comunidade e rito sagrado (pão): At 2,42.
• É a coluna e fundamento da verdade: 1Tm 3,15.
• É infalível: Mt 16,18; 28,20; Mc 16,16; Lc 10,16; 1Tm 3,15.
• É o Corpo de Cristo: Rm 12,4; 1Cor 12,12; Ef 1,22-23; 5,22; Cl 1,18.
• É perpétua: Mt 16,18; 28,20.
• É visível: Mt 5,14; Mc 4,30-32; Ef 2,19-22.
• Edificada sobre os Apóstolos: 1Cor 3,10; Ef 2,20; Ap 21,14.
• Expansão no mundo: At 2,41; 2,47; 5,14; 6,7; 11,24.
• Fundada por Cristo: Mt 16,18; 28,19; Mc 16,15; 1Cor 3,11; Ef 2,20; 1Pd 2,4-6.
• Presbíteros são ordenados, cuidam do rebanho e administram os sacramentos: At 15,6.23; 1Tm 4,14; 5,22; 1Tm 5,17; Tg 5,13-15; Rm 15,16.
• Prevista no AT: Tb 13,11-18; Is 2,2-3; Br 5,3; Os 2,14-24; Mq 4,1-3.
• Seus membros são chamados à santidade: 1Cor 1,2; Cl 3,12.
• Sucessão apostólica: At 1,15-26; 2Tm 2,2; Tt 1,5.
• Tem autoridade: Mt 16,18-19; 18,18; Jo 20,23.
• Tem bons e maus membros: Mt 13,41-48; 22,10.
• A Comunhão dos Santos
• Intercessão dos Santos: Tb 12,12; 2Mc 15,14; Ap 5,8; 8,4.
• Milagres operados por intermédio de relíquias: At 5,15; 19,11-12.
• Orar uns pelos outros: Jr 15,1; At 12,5; Rm 15,30; 2Cor 13,7; Ef 6,18; Cl 4,3; 1Ts 5,25; 2Ts 3,1; Hb 13,18; Tg 5,16.
• Os Santos estão nos céus: 1Ts 3,13; Hb 11,40; 12,23; 1Pd 3,19; Ap 6,9.
• Somos rodeados pelos Santos: Hb 12,1.
• Todos são chamados a serem santos: Ef 1,4-6.12.14.
• Unidade de todos os cristãos: Jo 15,5; Rm 12,4; 1Cor 6,12-20; 10,17; 12,4-27; Ef 2,19; 5,30; Cl 1,18.24; 2,19; 3,15.
• O Batismo
• A preparação do batismo de João: Mc 1,4.8; At 1,5; 11,16; 19,4.
• Abrange todo gênero humano: Mt 28,19; Mc 16,15-16; Lc 24,47; At 2,38.
• Administrado em nome da Santíssima Trindade: Mt 28,19.
• Administrado em nome de Jesus: At 2,38; 8,16; 10,48; 19,5; Ap 14,1; 22,4.
• Batizado em Cristo: 1Cor 12,13; Gl 3,27.
• Batizado na morte de Cristo: Rm 6,3.
• Batizado para uma nova vida: Rm 6,4; Tt 3,5.
• Com água e o Espírito Santo: Jo 3,5; Ef 5,26; Tt 3,5.
• É administrado pelos discípulos de Cristo: Jo 4,2.
• É necessário: Mc 16,16; Jo 3,5.
• É nossa garantia de ressurreição: Rm 6,3-5; 1Cor 15,29.
• É para nossa justificação: 1Cor 6,11.
• É para nossa redenção: 1Jo 5,6.
• É para nossa santificação: 1Cor 6,11; Ef 5,26.
• É um presente gratuito de Deus: Tt 3,5.
• Há um só batismo: Ef 4,5.
• Perdoa o pecado: At 2,38; 22,16; 1Pd 3,21.
• Prefigurado no AT: Ez 36,25; 1Pd 3,20-21.
• Confirmação
• É conferido pela imposição das mãos: At 8,17; 19,6.
• É distinto do Batismo: At 8,15.
• Envolve o Espírito Santo: Jo 14,17; At 2,4; 10,44.
• Foi prometido por Cristo: Jo 14,16.26; 15,26.
• Recebido antes do Batismo: At 10,44.
• Recebido após o Batismo: At 2,38; 8,14-17; 19,5-6.
• Reconciliação (Confissão e Penitência)
• A Penitência reconcilia o pecador com a comunidade de crentes: 2Cor 2,5-8.
• A Reconciliação foi instituída por Cristo: Jo 20,22-23.
• A Reconciliação provém de Cristo Rm 5,11; Cl 1,20; Hb 1,3.
• Cristo tem o poder de perdoar os pecados: Mt 9,6; Mc 2,10; Lc 5,24; Cl 3,13.
• Deus perdoa os pecados: Mc 2,7; Lc 5,21.
• Há graus de pecado (mortal e venial): 1Jo 5,16.
• Liga/desliga no céu e na terra: Mt 18,18.
• Ministério da Reconciliação: 2Cor 5,18.
• O perdão é dado através de Cristo: 2Cor 2,10.
• O poder de perdoar é delegado por Cristo: Jo 20,23; 2Cor 5,18.
• Perdão dos pecados, unção dos enfermos e confissão: Tg 5,14-16.
• Reconcilia com Cristo: 2Cor 5,18.
• "Se vocês perdoarem os pecados... serão perdoados": Jo 20,22-23.
• A Eucaristia
• Apenas as espécies do pão e do vinho podem ser consagradas: Lc 24,30; Jo 6,51.57-58; At 20,7; 1Cor 10,17; 11,27.
• Chamada "a Ceia do Senhor": 1Cor 11,20.
• Chamada "ágape" (=festa do amor): Jd 1,12.
• Chamada "Fração do Pão": At 2,42.
• Comemoração do Calvário: Mt 26,28; Lc 22,19-20; 1Cor 10,16; 11,25-26.
• Cristo está realmente presente nela: Mt 26,26; Lc 22,19-20; Jo 6,35.41.51-58; 1Cor 11,27-29.
• Discurso sobre a Eucaristia: Jo 6,32-58.
• Fonte de vida divina: Jo 6,27.33.50-51.58; 1Cor 11,30.
• Instituída por Cristo: Mt 26,26-29; Mc 14,22; Lc 22,15-20; 1Cor 11,23-25.
• "Isto É o meu Corpo... Isto É o meu Sangue": Mt 26,26-27; Mc 14,22.24; Lc 22,19-20; 1Cor 10,24-25.
• Jesus é o Pão da Vida: Jo 6,35.41.48.51.
• Nos une a Cristo: At 2,42; Rm 12,5; 1Cor 10,17.
• Prometida por Cristo: Jo 6,27-59.
• Sérias consequências de pecar contra a eucaristia: 1Cor 11,26-30.
• Unção dos Enfermos
• Administrado em nome do Senhor: Tg 5,14.
• Recebido com oração de fé: Tg 5,15.
• Restaura a saúde do doente: Mc 6,13; Tg 5,15.
• Também perdoa os pecados: Tg 5,15.
• Uso de óleo: Mc 6,13; Tg 5,14.
• Sagradas Ordens
• Consagração dos Apóstolos: Jo 20,22.
• Deveres e funções dos sacerdotes no AT: Dt 33,7-11.
• Funções dos sacerdotes: Ml 1,11; Mt 28,19; Jo 20,23; 1Cor 11,24; Tg 5,14.
• É o chamado dos Apóstolos: Mt 10,1; 16,16-19; Lc 6,13; 22,32; Jo 21,15-17.
• Graus de autoridade: 1Cor 12,28; Ef 4,11; 1Ts 5,12; Tg 3,1.
• Melquisedec se aproximava de Cristo: Sl 110,4; Hb 5,6.10; 6,20.
• O sacerdócio de Cristo foi perfeito: Hb 3,1-4; 7,27; 8,4-6; 9,12-14.25; 10,5.
• O sacerdócio de Melquisedec foi superior ao de Aarão: Hb 7,1-17; 8,1-13.
• Orar para despertar vocações sacerdotais: Mt 9,37-38; Lc 10,2.
• Os Apóstolos são enviados: Mt 28,19; Mc 16,15; Lc 24,47; Jo 20,21.
• Sacerdócio dos fiéis: Ef 2,19-20; 1Pd 2,5.9.
• Sacerdócio no NT: Rm 15,16.
• Transmissão do sacerdócio: 1Tm 4,14; 5,22; 2Tm 1,6; Tt 1,5.
• Matrimônio
• A continência é aconselhada para curtos períodos: 1Cor 7,1-5.
• A morte dissolve o matrimônio: Rm 7,2; 1Cor 7,39.
• A união é sagrada: 1Cor 7,13-14; Ef 5,25-26.
• Duas pessoas em uma só carne: Gn 2,23-24; Mt 19,3-6; Ef 5,31.
• É para a procriação de filhos: Gn 1,28.
• O casamento é como Cristo e sua Igreja: Ef 5,21-23.
• O celibato é superior: Mt 19,12; 1Cor 7,8.25.38.
• O divórcio não é permitido: Mt 5,32; 19,9; Mc 10,2-12; Lc 16,18; 1Cor 7,10.
• Ordenado por Deus: Gn 1,28; 2,18; Tb 8,5-7; Mt 19,6.
• Os filhos são a bênção de Deus: Gn 24,60; 30,1-3; Sl 127,3: 1Sm 1,6; Lc 1,25.
• Respeito mútuo: 1Cor 7,4; Ef 5,21-25.33; Cl 3,18-19.
• A Bíblia
• Bênção por crer na Palavra de Deus: Lc 11,28; Ap 22,7.
• É aprendida desde a infância: Dt 6,7; 11,19; 31,12-13; 2Tm 3,15.
• É chamada espada de dois gumes: Sl 149,6; Hb 4,12; Ap 1,16.
• É chamada "Palavra de Deus": 1Ts 2,13; Hb 4,12.
• É inspirada por Deus: At 1,16; Rm 1,2; 2Tm 3,16; 1Pd 1,10; 2Pd 1,21.
• Não está sujeita a particular interpretação: 2Pd 1,20-21.
• Necessita de um intérprete: At 8,30-31; 2Pd 3,16.
• Propósito e usos das Escrituras: Rm 15,4; 16,26; 1Cor 10,11; 2Tm 3,15-17.
• Tem coisas difíceis de se compreender: 2Pd 3,16.
• Os Apóstolos
• A Igreja foi erguida sobre os Apóstolos: Mt 16,18; Ef 2,20; Ap 21,14.
• A primazia foi dada a Pedro: Mt 16,18; Lc 22,31-32; Jo 1,42; 21,15-17.
• Chamados por Cristo: Mt 10,2-4; Mc 3,13-19; Lc 6,12-16; At 1,13.
• Funções dos Apóstolos: At 2,42; 4,35; 6,2; 15,6; 1Cor 3,9; 4,1; 11,23; 15,1; 2Cor 5,20; 6,1.
• O Espírito Santo pousou sobre os Apóstolos: At 1,8; 2,3-4.
• Paulo apóstolo dos gentios: At 9,15; 22,15; Rm 11,13; Gl 2,8; 1Tm 2,7.
• Paulo foi chamado a ser Apóstolo: At 9,15; Rm 1,1; 1Cor 9,1; 15,8-10; 2Cor 5,20; Gl 1,15.17.
• São aqueles que foram enviados: Mt 28,19; Mc 6,7; 16,15; Lc 24,47; Jc 4,38; 17,18; 20,21.
• São testemunhas de Cristo: Lc 24,48; Jo 15,27; At 1,8; 21-28; 2,32; 3,15; 4,33; 5,32; 10,39; 13,31; 22,15.
• Também julgarão o mundo: Mt 19,28; Lc 22,30; 1Cor 6,2; Ap 20,4.
RELAÇÃO DOS MILAGRES DE JESUS
Por --
Fonte: Mundo Católico
1. A transformação da água em vinho nas bodas de Caná: Jo 2,1-11.
2. Jesus escapa de seus inimigos em Nazaré: Lc 4,28-30.
3. Cura do filho do Governador em Cafarnaum: Jo 4,46-54.
4. Cura de um possesso em Cafarnaum: Mc 1,23-28, Lc 4,33-37.
5. Cura da sogra de Pedro: Mt 8,14-15, Mc 1,29-31, Lc 4,38-39.
6. Milagres de Cafarnaum no sábado à noite: Mt 8,16-17, Mc 1,32-34, Lc 4,40-41.
7. A primeira pesca miraculosa: Lc 5,1-9.
8. Os vários milagres realizados na Galiléia: Mt 4,23-24, Mc 1,38-39.
9. Cura do leproso: Mt 8,1-4, Mc 1,39-44, Lc 5,12-14.
10. Cura de um homem paralítico: Mt 9,1-8, Mc 2,1-12, Lc 5,17-26.
11. A cura de um doente na piscina de Betesda: Jo 5,1-9.
12. Cura de um homem de mão seca: Mt 12,9-13, Mc 3,1-5, Lc 6,6-10.
13. Os milagres aos sábados, dias de descanso: Mt 12,14-16, Mc 3,6-12, Lc 6,17-19.
14. Cura do empregado do Centurião: Mt 8,5-8.13, Lc 7,1-10.
15. Ressurreição do filho da viúva de Naim: Lc 7,11-16.
16. Os milagres relatados a João Batista: Lc 7,19-22.
17. Cura de um possesso cego e mudo: Mt 12,22-24.
18. A primeira tempestade serenada (acalmada): Mt 8,23-27, Mc 4,35-40, Lc 8,22-25.
19. Os possessos e os porcos em Gerasa: Mt 8,28-33, Mc 5,1-15, Lc 8,26-35.
20. Cura da mulher com fluxo de sangue (hemorroíssa): Mt 9,2-22, Mc 5,25-34, Lc 8,43-48.
21. A ressurreição da filha de Jairo: Mt 9,18.19.23-26, Mc 5,21-24.35-43, Lc 8,40-42.49-56.
22. Os milagres em Nazaré: Mt 13,57-58, Mc 6,4-5.
23. Os milagres realizados na Sua terceira viagem pelas cidades e vilas da Galiléia: Mt 9,35.
24. Os milagres no deserto perto do lago de Genesaré: Mt 14,13-14, Lc 9,10-11, Jo 6,1-2.
25. A primeira multiplicação de pães e peixes: Mt 14,14-21, Mc 6,34-44, Lc 9,11-17, Jo 6,3-14.
26. A segunda tempestade acalmada: Mt 14,22-23, Mc 6,45-51, Jo 6,15-21.
27. Os milagres realizados nas terras de Genesaré: Mt 14,34-36, Mc 6,53-56.
28. Cura da filha da mulher de Caná: Mt 15,21-28, Mc 7,24-30.
29. A cura do surdo e mudo: Mc 7,31-37.
30. Os milagres realizados na montanha perto do mar de Tiberíades: Mt 15,29-31.
31. A segunda multiplicação de pães e peixes: Mt 15,32-38, Mc 8,1-9.
32. O cego de Betsaída: Mc 8,22-26.
33. A transfiguração de Cristo: Mt 17,1-9, Mc 9,1-8, Lc 9,28-36.
34. Cura do menino possuído pelo demônio: Mt 17,14-17, Mc 9,16-26, Lc 9,37-44.
35. O dinheiro encontrado na boca do peixe: Mt 17,23-26.
36. Cura do cego de nascença: Jo 9,1-7.
37. Os dois homens cegos: Mt 9,27-31.
38. Cura de um mudo possuído pelo demônio: Mt 9,32-34, Lc 11,14-15.
39. A mulher enferma, inválida: Lc 13,10-13.
40. Cura do homem que sofria de hidropisia: Lc 14,1-4.
41. A ressurreição de Lázaro: Jo 11,11-15.38-45.
42. Cura dos dez leprosos: Lc 17,11-19.
43. Os dois homens cegos de Jericó: Mt 20,29-34, Mc 10,46-52, Lc 18,35-43.
44. A figueira seca, amaldiçoada: Mt 21,17-20, Mc 11,12-14.20-21.
45. Os milagres realizados no templo: Mt 21,14-15.
46. O milagre na prisão de Cristo: Jo 18,3-6.
47. A cura da orelha de Malco: Lc 22,49-51.
48. Os milagres na hora da morte de Cristo: Mt 27,45.50-54, Mc 15,33-34.37-39, Lc 23,44-48.
49. A ressurreição de Cristo: Mt 28,1-10, Mc 16,1-9, Lc 24,1-8, Jo 20,1-17.
50. A segunda pesca milagrosa: Jo 21,1-6.10-11.
51. A ascensão de Cristo ao céu: Mc 16,19, Lc 24,50-51, At1,9-11.
• Milagre realizado em tempo desconhecido:
o A cura de Madalena e das mulheres santas (Lc 8, 1-2).
• Milagres não Registrados:
o "Muitos outros sinais Jesus também fez à vista de seus discípulos que não estão escritos neste livro. Mas estes são escritos para que vocês creiam que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus: e que assim crendo, possam ter vida em seu nome" (Jo 20, 30-31).
o "Mas há também muitas outras coisas que Jesus fez, que, se fossem escritas uma a uma, o próprio mundo, acredito, não seria capaz de conter os livros que deveriam ser escritos" (Jo 21,25).
Revista : “PERGUNTE E RESPONDEREMOS”
D. Estevão Bettencourt, osb
Nº 255 – Ano : 1981 – Pág. 116
A SUCESSÃO DE PEDRO E O PAPADO
Em síntese : O pastor Anibal Pereira dos Reis publicou em 1980 mais um livro polêmico, em que desta vez ataca o Papa e, de modo especial, a sucessão apostólica a partir de São Pedro.
Verifica-se, porém, que o referido autor não foi às fontes da história dos Papas, mas consultou manuais de história da Igreja editados nos últimos cem anos, guiado por preconceitos passionais. É o que explica tenha visto problemas sucessórios onde não os há ou tenha exagerado, dificuldades que não são decisivas.
O presente artigo repassa os casos da história dos Papas apontados pelo Pastor Anibal, mostrando o que neles haja de vicissitudes humanas, vicissitudes, porém, que não impedem o historiador de discernir a sucessão apostólica ininterrupta desde Pedro até João Paulo II. É esta a importante conclusão de todo este estudo. A palavra de Jesus que prometeu a Pedro e aos Apóstolos e sua assistência indefectível até a consumação dos séculos (cf. Mt 16, 16-19; 28,19s), continua válida: aplica-se a João Paulo II e aos bispos de sua comunhão como legítimos sucessores do colégio apostólico chefiado por Pedro.
Quem observa a história do Papado e a da Igreja, tem motivos para corroborar a sua fé, pois o conhecimento do passado evidencia que é o Senhor Deus quem sustenta a Igreja, e não a virtude dos homens; mais convicta ainda se torna a consciência de que é o próprio Jesus Cristo quem está presente em sua Igreja e a conserva incólume Mestra da Verdade através das tormentas da história.
Comentário: Em 1980 foi editado mais um livro polêmico, intitulado “Cartas ao Papa” João Paulo II, da lavra do pastor Anibal Pereira dos Reis. Este opúsculo, redigido em estilo sarcástico, impugna a legitimidade da autoridade papal. Para tanto, recorre a afirmações não comprovadas, a fontes pouco abalizadas e a interpretações distorcidas dos fatos. Um autor que cultive realmente a ciência, não usa tal estilo nem tal método, pois são passionais e não se atêm à objetividade do discurso autenticamente científico. Como quer que seja, o livro do pastor Anibal pode impressionar leitores despreparados ... Eis por que lhe daremos atenção.
O autor contesta a autoridade de Pedro e o seu sepultamento em Roma – o que já foi estudado em PR 252/1980, pp. 487-499; consequentemente, impugna a autoridade dos sucessores de Pedro, tentando mostrar que a sucessão dos Papas através dos séculos é obscura a ponto de haver contradições entre os próprios autores católicos. Nas páginas subseqüentes, voltar-nos-emos para a história do Papado a fim de elucidar os pontos indicados pelo pastor Anibal e evidenciar a continuidade das funções de Pedro por entre os altos e baixos que a história dos homens não pode deixar de apresentar.
1. Os percalços da história
O pastor Anibal Pereira dos Reis apresenta um quadro muito confuso da história do Papado. Cita autores de manuais da história da Igreja como Capelli, Seppelt-Loeffler, Pastor, Lorenz, H. Bruck ..., todos autores dos últimos cem anos ... Anibal Pereira dos Reis não pesquisou fontes antigas, para poder penetrar melhor a matéria, de modo que a sua explanação não pode deixar de ser superficial e pré-científica.
Procurando considerar com objetividade serena o assunto, observamos que a história do Papado, como, aliás, freqüentemente a história geral, não pode deixar de ter os seus pontos obscuros. E isto, no caso do Papado, por quatro principais motivos:
1.1. Deficiência de fontes e cronistas na antigüidade
As primeiras tentativas de reconstituir a linha sucessória dos Papas datam do século II e devem-se respectivamente aos escritores Hegesipo (151-166) e S. Ireneu (177-178). Ambos foram a Roma para consultar diretamente as fontes da história1.
O trabalho de Hegesipo chegou-nos em estado fragmentário (inserido na Historia Ecclesiastica de Eusébio de Cesaréia V 22,3), ao passo que o de S. Ireneu foi conservado integralmente (ib. V. 6,24-29; Adversus Haereses III 3), mas sem dados cronológicos; a lista dos Papas confeccionada por S. Ireneu é o documento mais abalizado que tenhamos no tocante aos primórdios do Papado; começa com Pedro, Lino, Cleto e estende-se até S. Eleutério (175-189).
Acontece que, no decorrer dos séculos, cronistas e historiadores tentaram estabelecer a lista dos Papas da antigüidade, mas às vezes de maneira pouco científica, comparando a cronologia dos Papas com as de Imperadores e cônsules. Numerosas são as tabelas daí oriundas. Os críticos têm procurado fazer a triagem de tais documentos, de modo a oferecer ao estudioso contemporâneo a autêntica imagem da história do Papado.
1.2. Erros e incertezas da crônica
Dentre as deficiências cronográficas, merecem especial relevo as seguintes :
- por vezes, os cronistas inseriram nos catálogos dos Papas nomes de pessoas que nunca existiram; assim Dono II1, que teria governado em 972 ou 974; por sua vez, o Papista Joana nunca existiu, mas foi introduzida no catálogo dos Papas em lugares diferentes (o que bem mostra que se trata de ficção; cf. PR 141/1971, pp. 411-418);
- a numeração dos Papas nem sempre procedeu exatamente. Assim o Papa João XV (985-996) em algumas listas foi considerado João XVI, pois erroneamente se colocou antes do mesmo um fictício João XV; em conseqüência, a numeração dos Papas subseqüentes de nome João foi aumentada de uma unidade até João XVIII. Nesta série, João XVI foi antipapa, como se verá adiante; não obstante, foi João XVI computado, por erro, entre os Papas legítimos ... Não houve Papa de nome João XX;
- a escrita de determinados nomes oscilou, de modo que um Papa pode aparecer duas vezes num catálogo com nomes semelhantes: tal é o caso de Cleto e Analeto2 e de Marcelo e Marcelino; provavelmente trata-se apenas dos Papas S. Anacleto ou Cleto (76-88 ou 79-91) e S. Marcelino (296-304);
- quando era escolhido Papa um diácono nos primeiros séculos, este devia receber a ordenação episcopal; sem esta o cleito não poderia ser considerado Papa. Ora Estêvão II foi eleito entre 16 e 23/03/752; faleceu, porém, dois dias após a eleição, sem ter sido ordenado bispo, de modo que juridicamente não é Papa; não obstante, por alguns cronistas medievais foi considerado como Papa Estêvão II: visto que fora eleito. O seguinte Estêvão toma ora o número II, ora o número III (752-757), de mais a mais que sucedeu sem intermediário a Estevão (II).
1.3. Ingerência de Imperadores e famílias nobres
Desde que o Imperador Constantino concedeu a paz aos cristãos (313), o poder imperial foi assumindo funções de tutela em relação à Igreja até chegar ao exercício do Cesaropapismo (cf. Justiniano I, 527-565). Além disto, as famílias nobres de Roma e dos arredores também se imiscuíram na escolha dos bispos de Roma, procurando favorecer seus interesses particulares e políticos. Disto resultou que pessoas não qualificadas foram colocadas sobre a sé de Pedro, às vezes em pontificados breves e tumultuados; resultou também que os Imperadores promoveram a eleição de seu Papa próprio (= antipapa) em oposição ao legítimo Pontífice. Assim, por exemplo, o Imperador Oto I, no Sínodo de Roma de 4/12/1963, depôs o Papa João XII e ocasionou a eleição de Leão VIII. Este foi antipapa, visto que nenhum Imperador tem autoridade para depor um Papa; somente depois que faleceu João XII (964), a sé papal tornou-se vacante, sendo então eleito como legítimo Pontífice Bento V. Todavia há catálogos antigos que erroneamente consignam João XII, Leão VIII e Bento V como Papas legítimos!
Outro motivo de percalços na história do Papado é
1.4. A fraqueza de clérigos
Houve, sem dúvida, clérigos cobiçosos que disputaram a ascensão à cátedra de Pedro, provocando agitação e quadros sombrios na linhagem dos Papas. A verificação da fragilidade humana não surpreende o cristão; este sabe que, desde Abraão, Isaque e Jacó, o Senhor se dignou escolher os instrumentos humanamente mais fracos para realizar o seu sábio plano de salvação. Ao verificar isto, São Paulo diz: “É na fraqueza que a força manifesta todo o seu poder ... Por isto eu me comprazo nas fraquezas ... nas necessidades ... pois, quando sou fraco, então é que sou forte” (2Cor 12,9s).
Uma vez expostas as causas de dificuldades que o historiador encontra para reconstituir a história do Papado, compete-nos deter-nos mais atentamente sobre o que seja um antipapa.
2. Antipapa
Exporemos as maneiras como se pode originar um Antipapa; a seguir, examinaremos alguns casos particulares.
2.1. Como ...?
Como diz o nome, Antipapa é alguém que se opõe ao Papa legítimo trazendo falsamente o título de Papa; trata-se de um usurpador, eleito (às vezes de boa fé) em condições ilegítimas. Atribuindo a si a autoridade de Papa, cria um estado de cisma entre os fiéis. O primeiro Antipapa que se conheça, é Hipólito Romano (217-235) e o último vem a ser Félix V (1439-1449); a respeito de um e outro dir-se-á uma palavra oportunamente.
O número de antipapas oscila, pois os estudiosos seguem critérios diferentes para definir se tal ou tal figura foi ou não antipapa. Os historiadores protestantes, por exemplo, julgam vacante a sede papal se o respectivo titular é deposto por motivos políticos; ao contrário, os católicos afirmam que não há poder imperial nem eclesial habilitado a destituir um Pontífice1 e estipulam os seguintes critérios para distinguir um Papa legítimo de um antipapa:
1) esteja a sede papal vacante por ocasião da eleição ou da ascensão do Pontífice à mesma; ora a vacância só ocorre por morte ou por renúncia do legítimo titular; fora destes casos, a sede papal não pode ser ocupada por quem quer que seja;
2) os legítimos eleitores do futuro Papa desempenhem as suas funções com plena liberdade. No caso de terem efetuado uma eleição de validade dúbia ou nula, requer-se um ato público que sane os vícios da eleição realizada. Foi o que se deu no caso do Papa Vigílio. O Papa S. Silvério (536-537) fora indevidamente deposto pelo general Belisário; a facção deste procedeu então à escolha do diácono Vigílio para ser o “Papa”, mas invalidamente. Morto Silvério, Vigílio foi reconhecido publicamente como Papa legítimo (11/11/537); não foi Papa senão após a morte de Silvério;
3) Cumpram-se exatamente as prescrições canônicas vigentes para a eleição de um Papa. Tais normas têm variado de época para época, tendendo a se tornar cada vez mais rígidas, a fim de se evitar a intrusão de facções políticas.
Os antipapas tiveram origem freqüentemente pelo fato de os Imperadores e famílias nobres intervirem na escolha do Pontífice.
A primeira intervenção imperial em favor de um antipapa foi a de Constâncio (337-361) em prol de Félix II; o monarca, tendo-se imiscuído na controvérsia ariana1, exilou o Papa Libério (351-366), que defendia a reta doutrina (o Credo de Nicéia); em conseqüência, no ano de 355 o diácono de Roma Félix aceitou ser ordenado bispo, como se lhe fosse lícito substituir Libério, o bispo de Roma; voltaremos ao assunto à p. 123. – Por causa da confusão dos cronistas, o seguinte Papa Félix (483-492) foi tido como o terceiro, e não o segundo, deste nome2. As intervenções na Idade Média desde Oto I (936-973) a Frederico I Barba-roxa (1152-1190).
A partir de antipapa Constantino (767-768) até Anacleto II (1130-1138) a ascensão de antipapas foi promovida freqüentemente também pelas famílias romanas interessadas em colocar parentes sobre a cátedra de Pedro.
Examinaremos alguns casos de antipapas mencionados especialmente pelo pastor Aníbal dos Reis.
2.2. Casos especiais
2.2.1. Hipólito de Roma
Hipólito aparece em Roma no fim do século II como personagem erudito e, ao mesmo tempo, polemista; combatia as heresias que sob o pontificado do Papa Vitor (189-199) perturbavam a comunidade de Roma.
O Papa Zeferino (199-217) parecia a Hipólito demasiado indulgente para com os cristãos indisciplinados. Quando a este sucedeu Calisto (217-222), Hipólito se separou da comunhão da Igreja, dando origem a uma facção cismática, da qual ele era o bispo. Tornou-se assim o primeiro antipapa, persistindo nesta atitude ainda sob os pontificados de Urbano I (222-230) e Ponciano )230-235). Tal situação acabou quando o Imperador Maximino Trace publicou um edito de perseguição que atingia principalmente os pastores da Igreja: então Ponciano e Hipólito foram deportados para a ilha “nociva”, a Sardenha; Hipólito reconciliou-se com o Papa Ponciano e a Igreja no exílio; ambos sofreram o martírio pela fé.
Assim se explica que Hipólito tenha sido antipapa e seja tido como santo. Ele só foi santo por ter deixado de ser antipapa e haver aderido a Cristo na única Igreja, cujo pastor supremo é o bispo de Roma. Os santos podem ter atravessado fases de vida censuráveis.
2.2.2. Os “Félix”
Há três Papas legítimos de nome Félix e dois ilegítimos ou antipapas. A numeração é contínua de I a V, não porque se devam equiparar entre si os autênticos e os falsos Pontífices, mas porque as circunstâncias da época em que viveu Félix II não permitiram aos cristãos discernir entre verdadeiro e falso sucessor de São Pedro. Hoje, ao ler tal numeração, o cristão reconhece o significado relativo da mesma, sabendo que não é o título nem a numeração que faz de um antipapa um autêntico Pontífice. Percorramos sumariamente a seqüência dos cinco Félix:
1) Félix I, Papa, governou de 269 a 274. Deixou uma carta ao clero de Alexandria, na qual afirma a unicidade da pessoa de Jesus Cristo, tema debatido no século III.
2) Félix II, antipapa. Era arquidiácono em Roma. O arianismo (heresia que negava a divindade de Cristo) era então favorecido pelo Imperador Constâncio (337-361), que em conseqüência exilou o Papa Libério. Então Félix, embora tivesse prometido fidelidade ao Pontífice, permitiu que o ordenassem bispo de Roma. A cerimônia realizou-se no palácio imperial, em presença de poucos funcionários. O povo de Roma não quis reconhecer o antipapa nem freqüentava as igrejas em que pontificava.
Em 358, quando Libério voltou do exílio, o Imperador quis que Libério e Félix governassem conjuntamente a Igreja. O povo se rebelou e levou Félix a deixar a cidade de Roma. Pouco depois, Félix tentou tomar a brasílica Iulii no Trastevere para oficiar, mas o povo o obrigou a sair de novo. Retirou-se então de Roma e morreu junto à Via Portuense em 22/11/365.
No início do século VI os acontecimentos do século IV não eram claros aos cronistas, de modo que Félix foi considerado Papa legítimo e identificado com um mártir do mesmo nome sepultado junto à Via Portuense; por isto passou a ser recordado no Martirológio Jeronimiano aos 9 de julho. – Está claro, porém, que Félix não foi nem Papa legítimo nem mártir.
3) Félix III, Papa, governou de 483 a 492.
4) Félix IV, Papa, pontificou de 526 a 530.
5) Félix V, antipapa, foi eleito “Papa” (= antipapa) nos tempos do Papa Eugênio IV (1431-1447). Em 1439, o cardeal de Arles e 32 eleitores (dois quais apenas onze eram bispos), reunidos em Brasília, escolheram o duque Amadeu VIII de Savoia para chefiar uma facção oposta à Santa Sé. Os eleitores pretendiam continuar assim a ação de um Concílio que, iniciado em Brasiléia (Suíça), fora transferido pelo Papa legítimo Eugênio IV para Ferrara (Itália) em 1438; a facção que permaneceu em Basiléia, não aceitara a transferência do Concílio. O antipapa tomou o nome de Félix V, e foi residir em Lausannne (Suíça). Em 1449 renunciou, vindo a morrer em 1451 reconciliado com a Igreja e o Papado. – Como já foi dito, Félix V é o último antipapa da história.
2.2.3. Cristóvão
Contra o Papa Leão V (903-904) insurgiu-se o cidadão romano Cristóvão em setembro de 903. Deteve a sede papal durante quatro meses, ou seja, até janeiro de 904. Não há como atribuir foros de autenticidade ao seu comportamento.
2.2.4. Leão VIII
O imperador Oto I (936-973) da Germânia opunha-se ao Papa legítimo João XII por motivos políticos. Foi então a Roma, convocou um Sínodo local, para o qual chamou o Papa João XII (4/12/963). Este tendo-se recusado a comparecer, o Imperador fez eleger como antipapa um leigo, ao qual foram conferidas todas as ordens sagradas e o título de Papa Leão VIII; este devia ser pessoa de costumes dignos, mas fora ilegitimamente eleito, já que a Sé papal não estava vacante. A população de Roma permaneceu fiel ao Papa João XII, de modo que em janeiro de 964 houve uma revolta em Roma, durante a qual Leão VIII sofreu um atentado. João XII, que deixara a cidade, aproveitou a ocasião para voltar a Roma; um Sínodo reunido em Roma declarou nula a eleição de Leão VIII no ano de 965.
2.2.5. João XVI
João Filagato era de origem grega, nascido na Calábria. Tornou-se bispo de Pavia. O Imperador Oto III enviou-o a Constantinopla como legado seu. Quando voltou do Oriente para Roma, na ausência do Imperador, a facção dos Crescêncios, que dominava Roma, o proclamou Papa, talvez à revelia do próprio Filagato, que tomou o nome de João XVI em abril de 997. Era então Papa legítimo Gregório V (996-999); este teve que fugir de Roma, embora gozasse de apoio do Imperador, Quando este retornou a Roma, depôs João XVI e o relegou para um mosteiro. Como se vê, trata-se de um antipapa devido à ingerência de interesses estranhos aos da Igreja.
2.2.6. Bento IX
Teofilato era o filho de Alberico III da família dos condes de Túsculo, e sobrinho dos dois últimos Papas Bento VIII (1012-24) e João XIX (1024-32). Quando morreu este último, o pai impôs aos leitores a pessoa de Teofilato, que em 1032 foi eleito Papa com o nome de Bento IX. Este tinha entre vinte e cinco e trinta anos de idade e se achava totalmente despreparado para tão elevado mister. Levou vida mais semelhante à de um senhor deste mundo do que à de um Papa. Em 1045 os romanos elegeram, como antipapa, Silvestre III, que durou apenas cinqüenta dias. Diante do mal-estar reinante em Roma, Bento IX, resolveu renunciar ao Papado a 1º/05/1045. Em seu lugar foi eleito o presbítero João Graciano, com o nome de Gregório VI (1045-1046). Um Sínodo em Sutri, orientado pelo Imperador Henrique III, declarou depostos o Antipapa Silvestre III e o Papa Gregório VI (20/12/1046). Outro Sínodo reunido em Roma aos 24/12/1046 depôs Bento IX (que já renunciara havia muito) e elegeu Clemente II. Quando este morreu (19/10/1047), Bento voltou a Roma e usurpou a cátedra de Pedro de 8/11/1047 a 16/07/1048, quando as forças do Imperador o obrigaram a ceder a sede a Dámaso II; este governou apenas três semanas, pois faleceu aos 9/08/1048. – Quanto a Bento IX, ainda viveu até 1055 ou 1056; há quem diga que se arrependeu e terminou os dias no mosteiro de Grottaberrata, como há (como São Pedro Damião) quem afirme o contrário.
São estes fatos que explicam seja Bento IX nomeado duas vezes nas listas dos Pontífices Romanos; somente a primeira referência é legítima; a Segunda estada na cátedra de Pedro foi ilícita ou usurpatória.
2.2.7. Silvestre III
O pontificado de Bento IX (1022-1045) foi assaz autoritário. Em conseqüência, os romanos elegeram antipapa em janeiro de 1045 o bispo João, da cidade de Sabina, que tomou o nome de Silvestre III. Pouca coisa se sabe a respeito deste prelado; o Concílio de Sutri, apoiado pelo Imperador Henrique III, o declarou deposto em 1046; na verdade, Silvestre III só foi antipapa de 20/01/1045 a 10/03/1045.
2.2.8. Bento X
O Papa Estêvão IX (1057-1058), antes de morrer, induziu o clero e o povo romanos a jurar que não procederiam à eleição de novo Papa antes da volta do diácono Hildebrando, que estava na Alemanha e defendia a Igreja contra a prepotência dos nobres. Todavia, após a morte de Estêvão IX (29/03/1058), a aristocracia romana rompeu o juramento e escolheu João Mincio, bispo de Velletri, para ser o Papa (antipapa) Bento X (5/04/1058). A eleição foi ilegítima, porque não realizada pelo colégio eleitoral devidamente convocado e presente. Quando Hildebrando voltou da Alemanha, reuniu em Sena os cardeais, os representantes do clero e do povo num Sínodo que elegeu Garardo, bispo de Florença, o qual tomou o nome de Nicolau II (1059-1061). Pouco depois um Concílio em Sutri declarou Bento X perjuro e intruso, confirmando Nicolau II na cátedra de Pedro. O governo do antipapa durara dez meses (5/04/1058-24/01/1059).
Bento X deixou Roma em janeiro de 1059. Morreu durante o pontificado de Gregório VI (1073-85), que, por magnanimidade, quis tivesse funerais honrosos. Por isto, durante muito tempo Bento X foi tido como Papa legítimo e foi incluído no catálogo dos Papas; em conseqüência, o Cardeal Nicolau Boccasini, eleito Papa em 1303, se chamou Bento XI, e não Bento X; na verdade, como foi demonstrado, Bento X foi antipapa e não deve figurar na lista dos Pontífices Romanos.
2.2.9. Alexandre II e Alexandre V. O Grande Cisma do Ocidente
A respeito de Alexandre II não resta dúvida de que foi legitimamente eleito após a morte de Nicolau II (1061) e governou legalmente até a morte em 1073. Viveu num período em que a Igreja lutava para se libertar da intervenção do poder dos reis e dos príncipes. Ora, como Alexandre II fosse homem austero e adepto da renovação da Igreja, a sua eleição não agradou aos nobres de Roma e ao Imperador da Alemanha; em conseqüência, estes promoveram em 1061 a eleição de Cádalo, bispo de Parma, que se tornou o antipapa Honório II (1061-1072); o poder imperial tudo fez para apoiar Honório contra Alexandre; todavia isto não invalida a posição de Alexandre nem legítima a de Honório II.
Quanto a Alexandre V, faz-se mister colocá-lo no contexto do Grande Cisma do Ocidente.
Desde os tempos do rei Filipe IV o Belo (1285-1314), da França, este país foi exercendo certa ascendência sobre o Papado. Este chegou a transferir a sua sede para Avinhão na França de 1309 a 1377. Quando, após o chamado “exílio de Avinhão”, o Papa Gregório XI morreu em Roma aos 27/03/1378, os Cardeais procederam à eleição de Urbano VI (1378-89), Papa legítimo nativo de Nápoles; todavia os monarcas da França e de Nápoles, descontentes pelo fato de ser o Pontífice italiano e não francês, incentivaram treze Cardeais a proceder a nova eleição em Fondi (reino de Nápolis), da qual resultou o antipapa Clemente VII (1378-94), que era francês, primo do rei da França, e foi residir em Avinhão. Instaurou-se assim um cisma de grande vulto no Ocidente cristão (1378-1417); os monarcas aderiam a um ou outro dos pastores em causa, segundo seus interesses particulares, deixando os fiéis muitas vezes perplexos. A situação de cisma foi-se protraindo, até que em Pisa um grupo de Cardeais de ambas as obediências reunidos em 1409 houve por bem declarar depostos os dois Pontífices (o antipapa e o Papa) e elegeram, para assumir a cátedra de Pedro, o franciscano de origem grega Pedro Filargo, que tomou o nome de Alexandre V (1409-1410). Evidentemente esta eleição foi ilegítima, pois nenhum Concílio tem autoridade sobre o Papa legítimo, que, no caso, era Gregório XII< sucessor de Urbano VI. Havendo três obediências na Igreja – a de Roma, a de Avinhão e a de Pisa -, os cristãos não viam como resolver o impasse, de mais a mais que isto não poderia ser feito mediante a deposição do Papa legítimo por parte de um Concílio. O Espírito de Deus manifestou então sua presença providente na Igreja. Com efeito. O rei Sigismundo da Alemanha quis promover a celebração de um Concílio ecumênico em Constança para pôr termo ao cisma; o Concíílio, embora não legitimamente convocado pelo Imperador, reuniu-se em 1414 na cidade de Constança; o antipapa João XXIII, sucessor de Alexandre V, lá compareceu, certo de que seria confirmado Papa pelo Concílio; ora isto não se deu, pois foi tido como usurpador e assim constrangido a fugir; foi deposto finalmente e perdeu toda autoridade. O Papa legítimo Gregório XII, em Roma, já tinha noventa anos de idade. Pediu então aos padres conciliares que aceitassem ser por ele convocados e habilitados a agir conciliarmente; tendo os conciliares aceito tal delegação da parte do Papa legítimo, constituíram uma autêntica assembléia da Igreja universal; Gregório XII, a seguir, aos 4/07/1415, renunciou ao Papado, deixando a sede vacante para que os conciliares pudessem proceder à eleição de novo Papa. Quanto a Bento XIII, o antipapa de Avinhão, já estava idoso e perdera muito do seu prestígio; os seus seguidores o abandonavam aos poucos. O Concílio declarou-o ilegítimo. Estava assim o caminho aplainado para a eleição de novo Papa. Este foi o Cardeal Odo Colonna, que tomou o nome de Martinho V aos 11/11/1417. Assim terminou a terrível situação de cisma na Igreja sem derrogação ao primado do Romano Pontífice e sem quebra da sucessão apostólica. Embora os cristãos se tenham sentido perplexos durante os decênios do cisma, o Espírito Santo guiou a Igreja para que a linhagem de Pedro ficasse incólume através da borrasca. É de notar que, após Martinho V, a sucessão dos Papas prossegue sem dúvidas nem motivo de hesitação para o historiador. 2.2.10. Martinho IV e Inocêncio XIII Aníbal Pereira dos Reis cita ainda Martinho IV (1281-85) e Inocêncio XIII (1721-1724) como Papas discutidos ou não admitidos por todos os autores. Na verdade, nenhuma dúvida existe a respeito da legitimidade do pontificado de um e outro desses Papas, que constam de toda lista de Papas criteriosamente confeccionada. São estas algumas observações que os quesitos lançados pelo pastor Aníbal Pereira dos Reis tornavam necessárias. O fato de que a numeração dos Papas do mesmo nome ora inclua os antipapas, ora os exclua, não quer dizer que estão assim legitimados aqueles que foram antipapas; por exemplo, o fato de que Alexandre VI (1492-1503) não repetiu o número V, pois Alexandre V foi antipapa, não significa que Alexandre V tenha sido legítimo ou haja sido reconhecido como tal. Não é o nome nem o número que faz um Papa; a história, sendo obra da liberdade humana, nem sempre segue as estritas regras da lógica ou do cálculo, mas também nem por isto é incompreensível ou indecifrável. 3. Para escrever a história do Papado Por último, ainda em vista do opúsculo do pastor Aníbal, importa observar que, se alguém deseja escrever em termos sérios e científicos a história do Papado (ainda que seja para criticá-la), deve recorrer aos documentos-fontes e não a manuais escolares, que são geralmente obras de Segunda mão, derivados das fontes. Quem lê a bibliografia citada pelo pastor Aníbal à p. 66 do opúsculo, verifica que está longe das fontes da história; por isto, as ponderações do autor polemista carecem de autoridade científica. Para escrever autêntica história do Papado, portanto, o estudioso há de recorrer aos seguintes documentários: 1) Chronicon e História Ecclesiastica de Eusébio de Cesaréia (+ 340), Patrologia Latina, ed. Migne, t. 19-24. 2) Liber Pontificalis, que, em seu núcleo originário, se deve provavelmente ao Papa São Dámaso I (366-384) e que foi sendo sucessivamente complementado no decorrer dos séculos; foi editado em termos críticos e científicos por Louis Duchesne. 3) Chronicon Pontificum et Imperatorum, de Martinho de Tropau O. P. (+ 1278). A terceira edição desta obra vai até Nicolau II (1277-1280). Cf. ed. L. Welland, em Monumenta Germanie Historica, Scriptoros XXII, pp. 327-345; 4) Liber de Vita Christi ae omnium Pontificum, de Platina. Editio Princeps, Venetiis 1479. 5) Epitome Pontificum Romanorum a S. Pedro usque ad Paulum III. Gestorum electionis singulorum et conclavium compandiaria narratio, de O. Panvínio, Roma 1557. 6) Annales de Barônio, Roma 1588. A cronografia de Barônio, que vai até 1198, foi reconhecida por quase todos os historiadores até o século passado. 7) Conatus chronologico-historicus ad universam seriem Romanorum Pontificum de Daniel Papebroch. 8) Mémoires, de Tillemont, Paris 1693-1712. 9) Chronologia Romanorum Pontificum in pariete australi basilicae S. Pauli Viae Ostiensis depicta saee. V seu aetate S. Leonis Pp. Magni cum additione reliquorum Summorum Pontificum nostra ad hace tempora perducta, de G. Marangoni, Roma 1751. 10) Regesta Pontificum, de Jaffé até 1198, e de Potthast até 1304. 11) Hierarchia Catholica, de Eubel, de 1198 em diante. No século XX são três os autores que mais autoridade possuem no tocante à cronografia dos Papas: Duchesne, Ehrie e Mercati. Ora Aníbal P. dos Reis parece ter ficado à distância destes mananciais de historiografia. 4. Conclusão Verifica-se que a história do Papado esteve sujeita às vicissitudes da fraqueza humana, que lhe deram uma face por vezes opaca. Isto, porém, não decepciona o fiel cristão por dois motivos: 1) É o Senhor Jesus quem sustenta a sua Igreja, e não a habilidade ou a santidade dos homens que a governam. Essa sua assistência indefectível, Jesus a prometeu não aos mais santos ou aos mais eruditos dos pastores da Igreja, mas a Pedro e a todos os que legitimamente sucedem a Pedro e aos demais Apóstolos. Com efeito, além de Mt 16, 16-19, importa citar Mt 28,19s: “Ide, e fazei que todas as nações se tornem discípulos ... Eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos”. Por conseguinte, o que dá ao cristão a garantia de estar sendo guiado por Cristo mediante os legítimos pastores é a adesão aos sucessores de Pedro e dos Apóstolos, independentemente das vicissitudes por que passou a Sé Apostólica. 2) É certo que a sucessão apostólica se vem mantendo na Igreja Católica. As fases sombrias e complexas da história do Papado – que são inegáveis – não chegaram a causar a quebra da linhagem papal. O fato de que as listas de Papas confeccionadas pelos historiadores enumerem dois ou três nomes a mais ou a menos, se explica pelos motivos atrás indicados (dois nome semelhantes foram atribuídos ao mesmo Pontífice, contou-se cá ou lá algum antipapa, que não devia ser considerado ...); não implica perda da linha sucessória, mas elucida-se e entende-se pela reconstituição dos fatos históricos caso por caso. 3) Quem com objetividade estuda a história do Papado e a da Igreja, encontra especial motivo para ter fé ainda mais ardente, pois verifica de maneira quase palpável a presença e a ação do Espírito Santo na Igreja. Se Esta é hoje o grande baluarte da paz e da concórdia entre os povos apesar das tormentas por que passou, a Igreja é de origem divina e não humana, pois nenhuma obra meramente humana teria atravessado os séculos guardando a sua plena vitalidade, como a Igreja. A Deus dêem-se graças por causa mesmo dessa história da Igreja! ____________________ 1 Sabe-se que o Papa é sempre o bispo de Roma, visto que é o sucessor de São Pedro, martirizado como bispo de Roma. 1 Deformação de Domnus (= Senhor) ou Bonus (= bom). 2 Kletos, em grego, quer dizer chamado. Ana-kletos é aquele que é chamado de novo ou para cima. 1 “Prima sedes a nemine iudicatur (a sé primacial por nenhuma instância é julgada)”, afirma um princípio do antigo Direito da Igreja ainda hoje incluído no Código de Direito Canônico. 1 Referente à Divindade de Jesus Cristo. 2 O Papa Félix I governou de 269 a 274, como legítimo Pontífice. Vá mais fundo no seu conhecimento! Relação dos papas e resumo dos 21 Concílios. Profissão de fé do Papa Paulo VI, uma explanação do Credo. Formato: 12x17cm - Clique aqui para comprar! As 51 Catequeses que o Papa João Paulo II ministrou sobre a Igreja. Formato: 14x21cm - Clique aqui para comprar! Um livro para você conhecer e amar a Igreja. "Quem não ama a Igreja não ama Jesus Cristo", disse o Papa Paulo VI. Formato: 14x21cm - Clique aqui para comprar! Editora Cléofas Av. Peixoto de Castro, 1381 - Lorena/SP Cep. 12606-058 - Caixa Postal 100 Fone/Fax: (12) 3152-6566 Email: cleofas@cleofas.com.br 7 DONS DO ESPÍRITO SANTO - EB Revista “PERGUNTE E RESPONDEREMOS” D. Estevão Bettencourt, osb Revista nº. 479, Ano 2002, Pág. 163. Vida espiritual do cristão: OS DONS DO ESPÍRITO SANTO Em síntese: Os dons do Espírito Santo são como “receptores” aptos a captar os impulsos do Espírito mediante os quais o cristão se encaminha para a perfeição em estilo novo ou com a eficácia que o próprio Deus lhe confere. Possibilitam ao cristão ter a intuição profunda do significado das verdades reveladas por Deus assim como de cada criatura. Proporcionam também tomadas de atitude que nem a razão natural nem as virtudes humanas, sujeitas sempre a hesitações e falhas, conseguiriam indicar ou efetivar. Para ilustrar o que são os dons, pode-se recorrer à imagem de um barco que navega: se é movido a remos, avança lenta e penosamente, com grande esforço para os remadores. Caso, porém, estes desdobram as velas do barco para que capte o sopro dos ventos favoráveis, os remadores descansam e o barco progride em estilo novo segundo velocidade “sobre-humana”. - Ora o barco movido ao sopro do vento que bate contra as velas, é imagem do cristão impelido pelo Espírito, segundo medidas divinas, para a meta da sua santificação. Os dons do Espírito Santo são sete, segundo a habitual recensão dos teólogos: sabedoria, entendimento, ciência, conselho, fortaleza, piedade, temor de Deus. Para se beneficiar da ação do Espírito Santo, o cristão deve dispor-se de duas maneiras principais: a) cultivando o amor, pois é o amor que propicia afinidade com Deus e, por conseguinte, torna o cristão apto a ser movido pelo Espírito de Deus; b) procurando jamais dizer um Não consciente e voluntário às inspirações do Espírito. Quem se acostuma a viver assim, cresce mais velozmente na sua estatura definitiva e se configura mais fielmente ao Cristo Jesus. Em nossos dias a renovação da oração e da espiritualidade cristãs apela freqüentemente para a ação do Espírito Santo nos corações. Muitos fiéis se tornam conscientes de que “ninguém pode dizer “Jesus Cristo é o Senhor” senão sob a moção do Espírito Santo” (cf. 1Cor 12, 3), sabem cada vez mais que “todos os que são movidos pelo Espírito de Deus, são filhos de Deus” (cf. Rm 8, 14). A consciência destas verdades vem despertando cada vez mais a atenção para a teologia espiritual. É, pois, oportuno procurarmos conhecer melhor as maneiras como o Espírito Santo age nos corações, descrevendo os seus dons e o significado destes na vida dos filhos de Deus. 1. Que são os dons do Espírito Santo? 1. Do inicio, é preciso propor a distinção que a Teologia costuma fazer entre dons e carismas (embora a palavra charisma em grego significa dom). Por carismas entendem-se graças especiais pelas quais o Espírito Santo torna os cristãos aptos a tarefas e funções que contribuem para o bem ou o serviço da comunidade: assim seriam o dom de profecia, o das curas, o das línguas, o da interpretação das línguas... Os carismas têm por vezes (não sempre) índole extraordinária, como no caso de certas curas ou da glossolalia. Por dons compreendem-se faculdades outorgadas ao cristão para seguir mais seguramente os impulsos do Espírito no caminho da perfeição espiritual. Os dons e seus efeitos são discretos, não chamando a atenção do público por façanhas portentosas. 2. Para entender melhor o que sejam os dons do Espírito, recorramos a uma analogia: Quando uma criança nasce para a vida presente, é dotada por Deus de tudo que é necessário à sua existência humana: recebe, sim, um organismo completo e uma alma portadora de faculdades típicas do ser humano. Como se compreende, esse conjunto ainda não esta plenamente desenvolvido quando o bebê vem ao mundo, mas é certo que a criança possui tudo que constitui a pessoa humana. Ora algo de análogo se dá na vida espiritual. Diz-nos Jesus que renascemos da água e do Espírito Santo pelo batismo (cf. Jo 3, 5). Este renascer importa receber uma vida nova, a vida dos filhos de Deus, trazida pela graça santificante. Essa vida nova tem suas faculdades próprias, que são: 1) as virtudes infusas a) teologais (fé, esperança, caridade): virtudes que nos põem em contato imediato com Deus; b) morais (prudência, justiça, temperança, fortaleza): virtudes que orientam o comportamento do cristão frente aos valores deste mundo; 2) os dons do Espírito Santo, “receptáculos” próprios para captar as moções do Espírito Santo. Importa salientar bem a diferença entre as virtudes infusas e os dons do Espírito Santo. As virtudes infusas são ditas infusas porque não adquiridas pelo homem. São princípios de reta outorgados ao cristão juntamente com a graça santificante, para que se comporte não apenas como ser racional, mas como filho da Deus, elevado a ordem sobrenatural1. Os critérios de conduta do cristão são as grandes verdades da fé ou da ordem sobrenatural (que nem sempre coincidem com os da razão); por isto é que, ao renascer como filho de Deus, todo homem recebe os respectivos princípios de conduta nova, que são as virtudes infusas. Destas, três se orientam diretamente para Deus (a fé, a esperança e a caridade) e quatro se orientam para o reto uso dos bens deste mundo (prudência, justiça, temperança, fortaleza). Quando o cristão age mediante as virtudes infusas, é ele mesmo quem age segundo moldes humanos, limitados, lutando contra os obstáculos que geralmente a prática do bem encontra; de maneira lenta e trabalhosa o cristão cresce na fé, na caridade, na temperança, na fortaleza..., estando sempre sujeito a contradizer-se ou a cometer um ato incoerente com tais virtudes. É sobre este fundo de cena que se devem entender os dons do Espírito Santo. Estes podem ser comparados a faculdades novas ou “antenas” que nos permitem apreender moções do Espírito Santo em virtude das quais agimos segundo um estilo novo, certeiro, firme, sem hesitação alguma e com toda a clarividência. Esta afirmação pode-se tornar mais clara mediante algumas comparações: a) Imaginemos um barco que navega a remos... Adianta-se lentamente e com grande esforço e fadiga por parte dos remadores. Caso, porém, este barco tenha velas dobradas, admitamos que os remadores resolvam desdobrá-las, a fim de captar o vento que lhes é favorável. Em conseqüência, os marujos deixarão de remar, e o mesmo barco será movido a velocidade “sobre-humana”, de maneira nova a muito mais veloz do que quando movido a remos. Ora o “mover-se a remos” corresponde ao esforço humano (sempre prevenido pela graça) para progredir na prática do bem mediante as virtudes infusas. O “deixar-se mover pelo vento que bate nas velas desdobradas”, corresponde ao progresso provocado pela ação direta do Espírito Santo, que move os seus dons (= velas) em nós; progredimos então muito mais rapidamente segundo um estilo novo. b) Eis outra comparação: admitamos um pintor genial que se dispõe a realizar uma obra-mestra. Para iniciar, ele confia aos discípulos mais adiantados o trabalho de preparar a tela, combinar as cores e esquematizar o quadro. Quando tudo está preparado e começa a parte mais importante da obra, o próprio mestre traça as linhas finíssimas de sua obra, revelando o seu gênio e cristalizando a sua inspiração. - De maneira análoga, o Espírito traça no íntimo de cada cristão a imagem do Cristo Jesus. Os inícios desta tarefa, Ele os realiza mediante a nossa colaboração, permitindo-nos agir segundo os nossos moldes humanos (ou mediante as virtudes infusas). Quando, porém, se trata dos traços mais típicos do Cristo na alma humana, o próprio Espírito assume a tarefa da os delinear utilizando instrumentos especialmente finos a preciosos, que são seis dons. Exemplificando, diremos: o homem prudente que, para a orientação de seus atos, só dispusesse de suas qualidades naturais e da virtude infusa da prudência, acertaria realmente, mas com grande lentidão, depois de várias tentativas. A prudência humana é insegura e tímida, mesmo quando acerta. - Ao contrário, quem age sob o influxo do dom do conselho, que corresponde à virtude da prudência, descobre de maneira rápida, certeira e firme o que deve fazer em cada caso. Eis outro exemplo: quando o cristão se eleva, pela luz da fé, ao conhecimento de Deus, ele o faz de maneira imperfeita e laboriosa, recorrendo a imagens que são, ao mesmo tempo, claras e obscuras. - Dado, porém, que o cristão seja movido pelo Espírito mediante os dons de sabedoria e inteligência, ele contempla Deus e seu plano salvífico numa lúcida concatenação de idéias em poucos instantes e com grande sabor espiritual (em vez dos esforços exigidos pela virtude da fé). As normas das virtudes são diferentes das normas dos dons. Quem age sob o influxo das virtudes, segue a norma do homem iluminado pela luz de Deus. Mas quem age sob o influxo dos dons do Espírito, segue a norma do próprio Deus participada ao homem. 3. Note-se que os dons do Espírito não são privilégio dos santos. Todos os cristãos os recebem no Batismo. Nem são necessários apenas às grandes obras, mas tornam-se indispensáveis à santificação do cristão mesmo na vida cotidiana. O cristão pode permitir cada vez mais a ação do Espírito Santo em sua vida mediante os dons, caso se dedique especialmente ao cultivo das virtudes (principalmente da caridade) e se torne mais e mais dócil às inspirações do Espírito Santo. A prática do amor é importante, pois é o amor que nos comunica particular afinidade com Deus, adaptando-nos ao modo de agir do próprio Deus. Procuramos agora penetrar no sentido próprio de cada um dos dons do Espírito. 2. Os dons em particular A Tradição cristã costuma enunciar sete dons do Espírito, baseando-se no texto de Is 11,1-3 traduzido para o grego na versão dos LXX: “ 1 Brotará uma vara do tronco de Jessé E um rebento germinará das suas raízes. 2E repousará sobre ele o espírito do Senhor: Espírito de sabedoria e entendimento, Conselho e fortaleza, Ciência e temor de Deus, 3Piedade...” O texto original hebraico, em lugar de piedade, dá a ler; “Sua inspiração estará no temor do Senhor”. Enumerando seis ou sete dons do Espírito, o texto bíblico não tenciona esgotar a realidade dos mesmos: estes são tantos quantos se fazem necessários para que o Espírito leve o cristão à perfeição definitiva. Os sete dons enumerados pelo texto dos LXX e pela Tradição vêm a ser, sem dúvida, os principais. Distingamo-los de acordo com a faculdade humana em que cada qual se situa: Intelecto: ciência, entendimento, sabedoria, conselho. Vontade: piedade. Apetite irascível: fortaleza. Apetite de cobiça: temor de Deus. Passemos agora à análise de cada qual de per si. 2.1. Ciência A ciência humana perscruta o universo e seus fenômenos, procurando as causas imediatas destes e concatenando-as entre si para ter uma explicação mais ou menos clara da realidade. Ora o dom da ciência, embora não defina a natureza e as propriedades físicas ou químicas de cada criatura, faz que o cristão penetre na realidade deste mundo sob a luz de Deus, vê cada criatura como reflexo da sabedoria do Criador e como aceno ao Supremo Bem. Mais: o dom da ciência leva o homem a compreender, de um lado, o vestígio de Deus que há em cada ser criado, e, de outro lado, a exigüidade ou insuficiência de cada qual. Vestígio de Deus... São Francisco de Assis soube ouvir e proclamar o canto das criaturas ao Senhor. As flores, as aves, a água, o fogo, o sol... tudo lhe era ocasião de contemplar e amar a Deus. Exigüidade... Toda criatura, por mais bela que seja, é sempre limitada e insuficiente para o coração humano. Este foi feito para o Bem infinito e só neste pode repousar. Percebendo isto após uma vida leviana, muitos homens e mulheres se converterem radicalmente a Deus. Tal foi o caso de S. Francisco Borja (+ 1572), que ao contemplar o cadáver da rainha Isabel, exclamou: “Não voltarei a servir a um senhor que possa morrer!” Tal foi outrossim o caso de S. Silvestre (+ 1267)... Estes cometeram a “loucura” de tudo deixar a fim de possuir mais plenamente uma só coisa: o Reino de Deus ou a presença do próprio Deus. O dom da ciência ensina também a reconhecer melhor o significado do sofrimento e das humilhações; estes “contra-valores”, no plano de Deus, têm o valor de escola que liberta e purifica o homem. Configuram o cristão a Jesus Cristo, concedendo-lhe um penhor de participação na glória do próprio Senhor Jesus. Se não fora o sofrimento, muitos e muitos homens não sairiam de sua estatura anã e mesquinha,... nunca atingiriam a plenitude do seu desenvolvimento espiritual. São estes alguns dos frutos do dom da ciência. 2.2. Entendimento ou inteligência A palavra “inteligência” é, segundo alguns, derivada de intellegere = intuslegere, ler dentro, penetrar a fundo. Na ordem natural, entendemos (intelligimus) quando captamos o âmago de alguma realidade. Na linha da fé, paralelamente entender é penetrar, ler no íntimo das verdades reveladas por Deus, é ter a intuição do seu significado profundo. Pelo dom do entendimento, o cristão contempla com mais lucidez o mistério da SS. Trindade, o amor do Redentor para com os homens, o significado da S. Eucaristia na vida cristã.... A penetração outorgada pelo dom da inteligência (ou do entendimento) difere daquela que o teólogo obtém mediante o estudo; esta é relativamente penosa e lenta; além do que, pode ser alcançada por quem tenha acume intelectual, mesmo que não possua grande amor. Ao contrário, o dom da inteligência é eficaz mesmo sem estudo; é dado aos pequeninos e ignorantes, desde que tenham grande amor a Deus. Para ilustrá-lo, conta-se que um irmão leigo franciscano disse certa vez a S. Boaventura (+ 1274), o Doutor Seráfico: “Felizes vós, homens doutos, que podeis amar a Deus muito mais do que nós, os ignorantes!” Respondeu-lhe Boaventura: “ Não é a doutrina alcançada nos livros que mede o amor, uma pobre velha ignorante pode amar a Deus mais do que um grande teólogo, se estiver unida a Deus”. O irmão compreendeu a lição e saiu gritando pelas ruas: “Velhinha ignorante, você pode amar a Deus mais do que o mestre Frei Boaventura!” O irmão dizia a verdade. Na ordem natural, é compreensível que o amor brote do conhecimento. Na ordem sobrenatural, porém, pode acontecer o inverso: é o amor que abre os olhos do conhecimento. Os que mais amam a Deus, são os que mais profundamente dissertam sobre Ele. Como frutos do dom do entendimento, podemos enunciar as intuições das verdades da fé que são concedidas a muitos cristãos durante o seu retiro espiritual ou no decurso de uma leitura inspirada pelo amor a Deus. O “renascer da água e do Espírito”, a imagem da videira e dos ramos, o “seguir a Cristo” tomam então clareza nova, apta a transformar a vida do cristão. O dom do entendimento manifesta também o horror do pecado e a vastidão da miséria humana. Por mais paradoxal que pareça, é preciso observar que os santos, quanto mais se aproximaram de Deus (ou quanto mais foram santos), tanto mais tiveram consciência do seu pecado ou da sua distância daquele que é três vezes santo. Em suma, o dom do entendimento faz ver melhor a santidade de Deus, a infinidade do seu amor, o significado dos seus apelos e também... a pobreza, não raro mesquinha, da criatura que se compraz em si mesma, em vez de aderir corajosamente ao Criador. 2.3. O dom da sabedoria Na ordem natural do conhecimento, a inteligência humana não se contenta com noções isoladas, mas procura reunir suas concepções numa síntese sistemática, de modo a concatená-las numa visão harmoniosa. A mente humana procura atingir os primeiros princípios e as causas supremas de toda a realidade que ela conhece. Ora a mesma sistematização harmoniosa ocorre também na ordem sobrenatural. O dom da ciência e o entendimento já proporcionam uma penetração profunda no significado de cada criatura e de cada verdade revelada respectivamente; oferecem também uma certa síntese dos objetos contemplados, relacionando-os com o Supremo Senhor, que é Deus. Todavia o dom que, por excelência, efetua essa síntese harmoniosa e unitária, é o da sabedoria. Esta abrange todos os conhecimentos do cristão e os põe diretamente sob a luz de Deus, mostrando a grandeza do plano do Criador e a insondabilidade da vida daquele que é o Alfa e o Ômega de toda a criação. Mais: o dom da sabedoria não realiza a síntese dos conhecimentos da fé em termos meramente intelectuais. Ele oferece um conhecimento sápido ou saboroso da verdade1 ...Saboroso ou deleitoso, porque se deriva da experiência do próprio Deus feita pelo cristão ou da afinidade que o cristão adquire com o Senhor pelo fato de mais a mais amar a Deus. Uma comparação ajudará a compreender tal proposição: para conhecer o sabor de uma laranja, posso consultar, intelectual e cientificamente, os tratados de Botânica; terei assim uma noção aproximada do que seja esse sabor. Mas a melhor via para conseguir o objetivo será, sem dúvida, a experiência da própria laranja que se faz pelo paladar. Os resultados do estudo meramente intelectual são frios e abstratos, ao passo que as vantagens da experiência são concretas e saborosas. Ora, na verdade, os dons da ciência e do entendimento fazem-nos conhecer principalmente por via de amor ou de afinidade com Deus. Todavia é o dom da sabedoria que, por excelência, resulta dessa conaturalidade ou familiaridade com o Senhor. Ele se exerce na proporção da íntima união que o cristão tenha com o Senhor Deus. “O dom da sabedoria faz-nos ver com os olhos do Bem-amado”, dizia um grande místico; a partir da excelsa atalaia que é o próprio Deus, contemplamos todas as coisas quando usamos o dom da sabedoria. Estas verdades dão a ver quanto nesta vida importa o amor de Deus. É este que propicia o conhecimento mais perspicaz e saboroso do mesmo Deus (o que não quer dizer que se possa menosprezar o estudo, pois, se o Criador nos deu a inteligência, foi para que a apliquemos à verdade por excelência, que é Deus). Aliás, observam muito a propósito os teólogos: veremos a Deus face-a-face por toda a eternidade na proporção do amor com que o tivermos amado nesta vida. O grau do nosso amor, na hora da morte, será o grau da nossa visão de Deus na vida eterna ou por todo o sempre. É por isto que se diz que o amor é o vínculo ou o remate da perfeição (cf. Cl 3, 14). “No ocaso de sua vida, cada um de nós será julgado na base do amor”, diz S. João da Cruz. 2.4. Conselho Afirmam os teólogos que Deus não deixa faltar às suas criaturas o que lhes é necessário, nem é propenso a dons supérfluos, pois Deus tudo faz com número, peso e medida (cf. Sb 11, 20). Em tudo resplandece a sua sabedoria. Por isto é que Deus é providente, ou seja, Ele providencia os meios para que cada criatura chegue retamente ao seu fim devido. Ora acontece que, para realizarmos determinada atividade, exercemos um processo mental que tem por objetivo examinar cuidadosamente não só a conveniência dessa atividade, mas também todas as circunstâncias em que ela se deve desenrolar. Muitas vezes esse processo se efetua sem que dele tomemos plena consciência. Quanto, porém, nos vemos diante de uma tarefa rara ou mais exigente do que as de rotina, o processo deliberativo é mais intenso e, por isto, se torna mais consciente; a mente se esforça por ver claro e fazer a opção mais adequada, sem que, porém, o consiga de imediato. Não raro é necessário recorrer ao conselho de outra pessoa mais experimentada. É por efeito da virtude (natural e infusa) da prudência que cada cristão delibera sobre o que deve e não deve fazer. É a prudência que avalia os meios em vista do respectivo fim. Pois bem. Em correspondência à virtude da prudência, existe um dom do Espírito Santo, chamado “dom do conselho”. Este permite ao cristão tomar as decisões oportunas sem a fadiga e a insegurança que muitas vezes caracterizam as deliberações da virtude da prudência. Esta por si não basta para que o cristão se comporte à altura da sua vocação de filho de Deus,... vocação que exige simultaneamente grande cautela ou circunspecção e extrema audácia ou coragem. Nem sempre a virtude humana entrevê nitidamente o modo de proceder entre polos antitéticos. A criatura, limitada como é, nem sempre consegue conhecer adequadamente o momento presente, menos ainda é apta a prever o futuro e – ainda – sente dificuldade em aplicar os conhecimentos do passado à compreensão do presente e ao planejamento do futuro. É preciso, pois, que o Espírito Santo, em seu divino estilo, lhe inspire a reta maneira de agir no momento oportuno e exatamente nos termos devidos. Assim o dom do conselho aparece como um regente de orquestra que coordena divinamente todas as faculdades do cristão e as incita a uma atividade harmoniosa e equilibrada. Imagine-se com que circunspecção (cautela e audácia) um maestro rege os múltiplos instrumentos de sua orquestra: assinala a cada qual o momento preciso em que deve entrar e os matizes que deve dar à sua melodia. Assim faz o Espírito mediante o dom do conselho em cada cristão. Diz a Escritura que há um tempo exato para cada atividade1; fora desse momento preciso, o que é oportuno pode tornar-se inoportuno. Ora nem sempre é fácil discernir se é oportuno falar ou calar, ficar ou partir, dizer Sim ou dizer Não. Nem as pessoas prudentes, após muito refletir, conseguem definir com segurança o que convém fazer. Ora é precisamente para superar tal dificuldade que o Espírito move o cristão mediante o dom do conselho. 2.5. Piedade Todo homem é chamado a viver em sociedade, relacionando-se com Deus e com os seus semelhantes. Requer-se que esse relacionamento seja reto ou justo. Por isto a virtude da justiça rege as relações de cada ser humano, assumindo diversos nomes de acordo com o tipo de relacionamento que ela deve orientar: é justiça propriamente dita, sempre que nos relacionamos com aqueles a quem temos uma dívida rigorosa; a justiça se torna religião desde que nos voltemos para Deus; é piedade, se nos relacionamos com nossos pais, nossa família ou nossa pátria; é gratidão, em relação aos benfeitores. Ora há um dom do Espírito que orienta divinamente todas as relações que temos com Deus e com o próximo, tornando-as mais profundas e perfeitas: é precisamente o dom da piedade. São Paulo implicitamente alude a este dom quando escreve: “Recebestes o espírito de adoção filial, pelo qual bradamos: “Abá, ó Pai” (Rm 8, 15). O Espírito Santo, mediante o dom da piedade, nos faz, como filhos adotivos, reconhecer Deus como Pai. E, pelo fato de reconhecermos Deus como Pai, consideramos as criaturas com olhar novo, inspirado pelo mesmo dom da piedade.. Examinemos de mais perto os efeitos do dom da piedade. Frente a Deus ele nos leva a superar as relações de “dar e receber” que caracterizam a religiosidade natural; leva a não considerar tanto os benefícios recebidos da parte de Deus, mas, muito mais, o fato de que Deus é sumamente santo e sábio: “Nós vos damos graças por vossa grande glória”, diz a Igreja no hino da Liturgia eucarística; é, sim, próprio de um filho olhar a honra e a glória de seu pai, sem levar em conta os benefícios que ele possa receber do mesmo. É o dom da piedade que leva os santos a desejar, acima de tudo, a honra e a glória de Deus “... para que em tudo seja Deus glorificado”, diz São Bento, ao passo que S. Inácio de Loiola exclama: “... para a maior glória de Deus”. É também o dom da piedade que desperta no cristão viva e inabalável confiança em Deus Pai,... confiança e entrega das quais dá testemunho S. Teresinha de Lisieux na sua doutrina sobre a infância espiritual. O dom de piedade não incita os cristãos apenas a cumprir seus deveres para com Deus de maneira filial, mas leva-os também a experimentar interesse fraterno para com todos os seus semelhantes. Típico exemplo deste sentimento encontra-se na vida de S. Francisco de Assis: quando este, certo dia, sonhando com as glórias de um cavaleiro medieval, avistou um leproso, sentiu-se impelido a superar qualquer repugnância e a dar-lhe o ósculo que exprimia a fraternidade de todos os homens entre si. O dom de piedade, tornando o cristão consciente de sua inserção na família dos filhos de Deus, move-o a ultrapassar as categorias do direito e do dever, a fim de testemunhar uma generosidade que não regateia nem mede esforços desde que sirva aos irmãos. É o que manifesta o Apóstolo ao escrever: “Quanto a mim, de bom grado me despenderei, e me despenderei todo inteiro, em vosso favor” (2Cor 12, 15). 2.6. Fortaleza A fidelidade à vocação cristã depara-se com obstáculos numerosos, alguns provenientes de fora do cristão; outros, ao contrário, do seu íntimo ou das suas paixões. Por isto diz o Senhor que “o Reino dos céus sofre violência dos que querem entrar, e violentos se apoderam dele” (Mt 11, 12). Ora, em vista da necessidade de coragem e magnanimidade que incumbe ao cristão, o Espírito lhe dá o dom da fortaleza. Esta nem sempre consiste em realizar vultosas e admiradas pelo público, mas não raro implica paciência, perseverança, tenacidade, magnanimidade silenciosas... Pelo dom da fortaleza, o Espírito impele o cristão não apenas àquilo que as forças humanas podem alcançar, mas também àquilo que a força de Deus atinge. É essa força de Deus que pode transformar os obstáculos em meios; é ela que assegura tranqüilidade e paz mesmo nas horas mais tormentosas. Foi ela que inspirou a S. Francisco de Assis palavras tão significativas quanto estas: “Irmão Leão, a perfeita alegria consiste em padecer por Cristo, que tanto quis padecer por nós”. 2.7. Temor de Deus Para entender o significado desde dom, distingamos diversos tipos de temor: a) o temor covarde ou da covardia; b) o temor servil ou do castigo; c) o temor filial. Este consiste na repugnância que o cristão experimenta diante da perspectiva de poder-se afastar de Deus; brota das próprias entranhas do amor. Não se concebe o amor sem este tipo de temor. Com outras palavras: as virtudes afastam, sim, o cristão do pecado, ajudando-o a vencer as tentações. Isto, porém, acontece através de lutas, hesitações e, não raro, deficiências. Ora pelo dom do temor de Deus a vitória é rápida e perfeita, pois então é o Espírito que move o cristão a dizer Não à tentação. O dom do temor de Deus se prende inseparavelmente à virtude da humildade. Esta nos faz conhecer nossa miséria; impede a presunção e a vã glória, e assim nos torna conscientes de que podemos ofender a Deus; daí surge o santo temor de Deus. O mesmo dom também se liga à virtude da temperança; esta modera a concupiscência e os impulsos desordenados do coração; com ela converge o temor de Deus, que, por impulso de ordem superior, modera os apetites que poderiam ofender a Deus. Os santos deram provas sensíveis de santo temos de Deus. Tenha-se em vista S. Luís de Gonzaga, que, conforme se narra, derramou copiosas lágrimas certa vez quando teve que confessar suas faltas,... faltas que, na verdade, dificilmente poderiam ser tidas como pecados. Para o santo, essas pequeninas faltas eram sinais do perigo de poder um dia afastar-se de Deus. Ora, para quem ama, qualquer perigo deste tipo tem importância. Eis, em grandes linhas, o significado dos dons do Espírito Santo na vida cristã. São elementos valiosos para o progresso interior, elementos que o Espírito mais e mais utiliza, se o cristão procura amar realmente a Deus e ao próximo e jamais dizer um Não consciente às inspirações da graça. 1 Sobrenatural não quer dizer portentoso ou maravilhoso, mas designa o que ultrapassa as exigências de qualquer natureza criada,... o que é dado gratuitamente por Deus. É sobrenatural, portanto, a elevação do homem à filiação divina ou à comunhão de vida com o próprio Deus a fim de chegar à visão de Deus face-a-face. 1 A palavra sabedoria vem do saber, derivado do verbo latino sapere, que significa “ter gosto de...” – O vocábulo português sabor se origina do latino sapor, que é da mesma raiz que sapere”. 1 Eis o texto de Ecl 3, 1-8: “Todas as coisas têm o seu tempo, e tudo o que existe debaixo dos céus tem a sua hora. Há tempo para nascer, e tempo para morrer. Tempo para plantar, e tempo para arrancar o que se plantou. Tempo para matar, e tempo para dar vida. Tempo para destruir, e tempo para edificar. Tempo para chorar, e tempo para rir. Tempo para se afligir, e tempo para dançar. Tempo para espalhar pedras, e tempo para as ajuntar. Tempo para dar abraços, e tempo para se afastar deles. Tempo para adquirir, e tempo para perder. Tempo para guardar, e tempo para atirar fora. Tempo para rasgar, e tempo para coser. Tempo para calar, e tempo para falar. Tempo para amar, e tempo para odiar. Tempo para a guerra. e tempo para a paz”. O que a Bíblia fala dela mesma “Porque a palavra de Deus é viva, eficaz, mais penetrante que uma espada de dois gumes, e penetra até a divisão da alma e do corpo, e das juntas e medulas e discerne os sentimentos e pensamentos do coração. Nenhuma criatura lhe é invisível. Tudo é nu e descoberto aos olhos daquele a quem haveremos de prestar conta” (Hb 4,12-13). “A Escritura não pode ser desprezada”(Jo 10,34). “Por isso também damos graças sem cessar a Deus porque recebestes a palavra de Deus, que de nós ouvistes. Vós a recebestes não como palavra de homens, mas como realmente é: Palavra de Deus, que age eficazmente em vós que crestes”(1 Tess 2,13). “Tal como a chuva e a neve caem do céu e para lá não voltam sem ter regado a terra, sem a ter fecundado, e feito germinar as plantas, sem dar o grão a semear e o pão a comer, assim acontece à palavra que minha boca profere: não volta sem ter produzido seu efeito, sem ter executado a minha vontade e cumprido a sua missão” (Is 55,10). “Toda a Escritura é inspirada por Deus, e útil para ensinar, para persuadir, para corrigir e formar na justiça” (2Tm 3,16). “Tudo o que se escreveu, foi escrito para a nossa instrução, a fim de que pela paciência e consolação que dão as Escrituras, tenhamos esperança” (Rom 15,4). São Jerônimo (séc IV) - “quem não conhece o Evangelho não conhece Jesus Cristo”. “A consolação está nos livros santos, que estão em nossas mãos” (1Mac 12,9), e que encorajavam o povo “lendo a lei e os profetas”(2 Mac 15,9). “Pois haveis renascidos, não duma semente corruptível, mas pela palavra de Deus, semente incorruptível, viva e eterna”, (1 Pe 1,23) e, como disse o profeta Isaias: “a palavra do Senhor permanece eternamente”(Is 11,6-8). “Minha mãe e meus irmãos são estes que houvem a palavra de Deus e a observam” (Lc 8,21). “Eis que vem os dias ... em que enviarei fome sobre a terra, não uma fome de pão, nem uma sede de água, mas fome e sede de ouvir a palavra do Senhor” (Am 8,11). Quando Jesus explicava as Escrituras para os discípulos de Emaús, eles sentiam “que se lhes abrasava os corações” (Lc 24,32). Os Livros que compõem a Bíblia católica 72 (ou 73) livros: 45 Livros do Antigo Testamento e 27 do Novo Testamento. A. Antigo Testamento Das Origens aos Reis - 7 Livros: - Gênesis, Exôdo, Levítico, Números, Deuteronômio, Josué e Juízes. Dos Reis de Israel e o Exílio - 7 Livros: - Rute, Samuel I, Samuel II, Reis I, Reis II, Crônicas I e Crônicas II. Fatos após o Exílio na Babilônia - 7 Livros: - Esdras, Neemias, Tobias, Judite, Ester, Macabeus I e Macabeus II. Livros Sapienciais - Ensino e Oração - 7 Livros: - Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Cânticos, Eclesiástico (ou Sirac) e Sabedoria. Profetas Maiores - Pregações - 6 Livros: - Isaías, Jeremias, Lamentações, Baruc, Ezequiel e Daniel. Profetas Menores - 12 Livros: - Oséias, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias. B. Novo Testamento Evangelhos e Atos dos Apóstolos - 5 Livros: - Mateus, Marcos, Lucas, João e Atos dos Apóstolos. Cartas de São Paulo - 14 Livros: - Carta aos Romanos, Coríntios I e II, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, Tessalonicenses I e II, Timóteo I e II, Tito, Filemon, Hebreus. Cartas dos outros Apóstolos - 8 Livros: - Carta de Tiago, Pedro I e II, João I , II e III, Judas, Apocalipse. Constituição dogmática do Concílio Vaticano II “Dei Verbum”: 10 - “A Sagrada Tradição e a Sagrada Escritura , constituem um só depósito da palavra de Deus confiado à Igreja.” “O ofício de interpretar autenticamente a palavra de Deus escrita ou transmitida foi confiado unicamente ao Magistério vivo da Igreja, cuja autoridade se exerce em nome de Jesus Cristo.”(n. 10) São Pedro: “É o que ele [S. Paulo] faz em todas as suas cartas... Nelas há algumas passagens difíceis de entender, cujo sentido os espíritos ignorantes ou pouco fortalecidos deturpam, para a sua própria ruína, como o fazem também com as demais escrituras” (2Pe 3, 16). 7 . O Cristo Senhor, em quem se completa toda a revelação do Sumo Deus (cf. II Cor 1,20; 3, 16-4,6), ordenou aos Apóstolos que o Evangelho, prometido antes pelos Profetas, completado por Ele e por Sua própria boca promulgado, fosse por eles pregado a todos os homens como fonte de toda verdade salvífica e de toda discíplina de costumes, comunicando-lhes dons divinos. E isto foi fielmente executado, tanto pelos Apóstolos, que na pregação oral, por exemplos e instituições, transmitiram aquelas coisas que receberam das palavras, da convivência e das obras de Cristo ou que aprenderam das sugestões do Espírito Santo, como também por aqueles Apóstolos e varões apostólicos que, sob inspiração do mesmo Espírito Santo, puseram por escrito a mensagem da salvação. Mas para que o Evangelho sempre se mantivesse inalterado e vivo na Igreja, os Apóstolos deixaram como sucessores os Bispos, a eles “transmitindo o seu próprio encargo de Magistério” (Santo Ireneu, Adv. Haer. III, 3,1). A Sagrada Tradição 8. Por isso os Apóstolos, transmitindo aquilo que eles próprios receberam (cf. I Cor 11, 23; 15,3), exortam os fiéis a manter as tradições que aprenderam seja oralmente, seja por carta (cf. II Tes 2,15). Esta Tradição, oriunda dos Apóstolos, progride na Igreja sob a assistência do Espírito Santo. Cresce, com efeito a compreensão tanto das realidades como das palavras transmitidas... É que a Igreja no decorrer dos séculos, tende continuamente para a plenitude da verdade (1Jo 16,12-13), até que se cumpram nelas as palavras de Deus”. O ensinamento dos Santos Padres testemunha a presença vivificante dessa Tradição, cujas riquezas se transfundem na praxe e na vida da Igreja que crê e ora. Pela mesma Tradição torna-se conhecido à Igreja o Cânon [índice] completo dos livros sagrados e as próprias Sagradas Escrituras são nela cada vez melhor compreendidas e se fazem sem cessar atuantes. Relação entre a Tradição e a Sagrada Escritura 9. “A Sagrada Tradição e a Sagrada Escritura estão, portanto, estreitamente conexas e interpenetradas. Ambas promanam da mesma fonte divina, formam de certo modo um só todo e tendem para o mesmo fim... Resulta, assim, que não é através da Escritura apenas que a Igreja consegue a sua certeza a respeito de tudo o que foi revelado. Por isso, ambas – Tradição e Escritura – devem ser recebidas e veneradas com igual sentimento de piedade e reverência “. Relação da Tradição e da Bíblia com a Igreja e o Magistério. 10. “A Sagrada Tradição e a Sagrada Escritura constituem um só sagrado depósito da Palavra de Deus confiado à Igreja. “O ofício de interpretar a autenticamente a Palavra de Deus escrita ou transmitida, foi confiado unicamente ao Magistério vivo da Igreja, cuja autoridade se exerce em nome de Jesus Cristo... É deste único depósito da fé que o Magistério tira tudo aquilo que propõe como verdade de fé divinamente revelada. Fica, portanto, claro que segundo o sapientíssimo plano divino a Sagrada Tradição, a Sagrada Escritura e o Sagrado Magistério da Igreja estão de tal maneira entrelaçados e unidos, que um perde sua consistência sem os outros, e que juntos, cada qual a seu modo, sob a ação do Espírito Santo, contribuem eficazmente para a salvação das almas.” Portanto, já que tudo o que os autores inspirados ou os hagiógrafos afirmam deve ser tido como afirmado pelo Espírito Santo, segue-se que devemos confessar que os livros da Escritura ensinam fielmente e sem erro a verdade que Deus para a nossa salvação quis fosse consignada por escrito. Como interpretar a Sagrada Escritura 12. Entretanto, já que Deus na Sagrada Escritura falou através de homens e de modo humano, deve o interprete da Sagrada Escritura, para bem entender o que Deus nos quis transmitir, investigar atentamente o que foi que os hagiógrafos de fato quiseram dar a entender e por suas palavras aprouve a Deus manifestar. Para descobrir a intenção dos hagiógrafos, devem-se levar em conta, entre outras coisas, também os “gêneros literários”. Pois a verdade é apresentada e expressa de maneiras bem diferentes nos textos de um modo ou outro históricos, ou proféticos, ou poéticos, bem como em outras modalidades de expressão. Ora, é preciso que o intérprete pesquise o sentido que, em determinadas circunstâncias, o hagiógrafo, conforme a situação de seu tempo e de sua cultura, quis exprimir e exprimiu por meio de gêneros literários então em uso. Pois, para corretamente entender aquilo que o autor sacro haja intencionado afirmar por escrito, é necessário levar devidamente em conta tanto as nossas maneiras comuns e espontâneas de pensar, falar e contar, as quais já eram correntes no tempo do hagiógrafo, como a que costumavam empregar-se no intercâmbio humano daquelas eras. Mas como a Sagrada Escritura deve ser também lida e interpretada naquele mesmo Espírito em que foi escrita, para bem captar os sentidos dos textos sagrados, deve-se atender com não menor diligência ao conteúdo e à unidade de toda a Escritura, levada em conta a Tradição viva da Igreja toda e a analogia da fé. Pois tudo o que concerne à maneira de interpretar a Escritura, está sujeito em última instância ao juízo da Igreja, que exerce o mandato e o ministério divino de guardar e interpretar a Palavra de Deus”. 15. Os livros do Antigo Testamento... embora contenham também algumas coisas imperfeitas e transitórias, manifestam, contudo, a verdadeira pedagogia divina. Por isso, devem ser devotamente recebidos pelos cristãos esses livros que exprimem um sentido vivo de Deus ... O Novo Testamento 18. “Que os quatro Evangelhos têm origem apostólica, a Igreja sempre e em toda parte o ensinou e ensina. Pois, aquilo que os apóstolos pregaram por ordem de Cristo, eles próprios e os varões apostólicos sob a inspiração do Espírito Santo no-lo transmitiram em escritos que são o fundamento da fé, a saber, o quadriforme Evangelho - segundo Mateus, Marcos, Lucas e João.” Índole Histórica dos Evangelhos 19. A Santa Mãe Igreja firme e constantemente creu e crê que os quatro mencionados Evangelhos, cuja historicidade afirma sem exitação, transmitem fielmente aquilo que Jesus, filho de Deus, ao viver entre os homens, realmente fez e ensinou para a salvação deles, até o dia em que foi elevado (cf. At 1, 1-2). Os Apóstolos, após a ascensão do Senhor, transmitiram aos ouvintes aquilo que Ele dissera e fizera, com aquela mais plena convicção de que gozavam, instruídos que foram pelos gloriosos acontecimentos concernentes a Cristo e esclarecidos pela luz do Espírito da Verdade. Os autores sagrados escreveram os quatro Evangelhos, escolhendo certas coisas das muitas transmitidas ou oralmente ou já por escrito... ECLESIATES > (REFLEXÃO E CONCORDÂNCIA)
Ecl 1,2: (2-3) A VIDA É PASSAGEIRA: É a síntese de todo o livro: examinando a situação em que o povo vive, a conclusão é que tudo é frágil e passageiro. O povo vive trabalhando. E que proveito ele tira do seu trabalho.
Concordância: Rm 8, 20 – Entregue ao poder do nada – não por sua própria vontade, mas por vontade daquele que a submeteu - , a criação abriga a esperança.
1,4: (4-11) REPETIÇÃO PRODUZ TÉDIO: O perigo está em perder o sentido da vida. Quando isso acontece todas as coisas perdem o significado. A vida se torna repetição monótona e enfadonha, sem motivação nenhuma.
1,12: (12-18) O CONHECEMINTO NÃO RESOLVE: Salomão era considerado o modelo do homem sábio. Mas o autor garante que nem conhecimento nem erudição levam para a felicidade. Ao contrário: o conhecimento faz descobrir ainda melhor que a vida é passageira.
Concordância: Ecl 1,16: 1Rs 3,12; 5,9 e 10,1
2,1: (1-6) O SUCESSO RESOLVE? : Eis o quadro de como se imagina uma pessoa feliz e realizada: sucesso, grandes obras, prazeres, dinheiro saber e poder. No entanto, a morte nivela todo mundo. O único ponto positivo consiste em desfrutar do próprio trabalho (v.10).
Concordância Ecl 2,12 : 1Rs 12,13
Concordância Ecl 2,14: Jô 8,12
Concordância Ecl 2,16: Eclo 44,9
2,17: ( 17-23) TRABALHAR PARA QUEM NÃO TRABALHA? : Há quem pense que o muito trabalho poderá assegurar felicidade e realização. Porém, de que vale fatigar-se para acumular coisas que a própria pessoa não conseguirá desfrutar? No fim, tudo fica para outros que, em geral, não fizeram esforço nenhum.
Concordância Ecl 2,23: Eclo 40,5
2,24: (24-26) A FELICIDADE É USUFRUIR O FRUTO DO PRÓPRIO TRABALHO: Pensamento-chave de todo o livro: a felicidade e a realização humana estão em trabalhar e usufruir o fruto do próprio trabalho. Esse é o grande dom de Deus, que o homem conquista pelo trabalho, a fim de satisfazer as necessidades de uma vida digna. Contudo, se o fruto do trabalho for desviado ou roubado através de salário injusto, temos a frustração e a infelicidade da pessoa, e, ao mesmo tempo , um roubo do dom de Deus. Aqui o autor abre o horizonte da justiça: não adianta roubar para acumular, porque Deus inverterá a situação, fazendo o pecador devolver o que de direito pertence a outros.
Concordância Ecl 2,24: Eclo 14,14
Concordância Ecl 2,26: Sl 49,11; Jô 27,16
3,1: (1-15) SABER DISCERNIR OS MOMENTOS: A todo custo, o homem tenta dominar a vida, que lhe escapa numa série de tempos diferentes. Só Deus tem a visão do conjunto da vida. Só ele conhece de antemão todos os momentos. O homem anseia pela plenitude e deseja realizá-la. Isso, porém, fica limitado aos momentos que para ele são todos incertos. Cabe-lhe então aceitar o momento presente como dom de Deus, e ter discernimento para fazer a coisa certa no momento certo. O v. 15 envolve uma concepção a respeito de Deus, que implica uma concepção de vida. Deus tem a visão total do projeto que ele realiza na história. Esse projeto, porém, realiza-se pouco a pouco, através dos momentos que se sucedem. Se o homem quiser encontrar-se com Deus, deverá procurá-lo no momento que foge, isto é, no momento presente. Assim, o único relacionamento com Deus e a única vida concreta acontecem aqui e agora. O resto é saudade ou pré-ocupação.
Concordância Ecl 3,11: Rm 11,33
Concordância Ecl 3,14: Ecl 5,6; Ecl 7,18
3,16 (16-22) A REALIZAÇÃO EM MEIO A INCERTEZAS: A vida humana está cercada de limitações: a justiça caminha lado a lado com a injustiça, mas o destino dos justos e injustos está nas mãos de Deus. O homem não é capaz nem sequer de saber se a sua condição e destino são superiores aos dos animais. Cabe-lhe apenas uma coisa concreta: viver o presente, usufruindo com alegria o fruto do seu trabalho. Concordância Ecl 3,19: Sl 49,13; Sl 49,20 Concordância Ecl 3,20: Gn 2,7; Sl 104,29; Jô 34,15 Concordância Ecl 3,21: Eclo 13,29
4,1: (1-3) A OPRESSÃO NEGA A VIDA: A opressão é o espetáculo mais terrível que acontece na sociedade. Quando um sistema é injusto, todos acabam tornando-se vítima dele, a ponto de ser preferível morrer, ou até mesmo nunca ter nascido. Concordância Ecl 4,3: Jr 20,18; Jô 3,16
4,4: (4-6) A COMPETIÇÃO É DESUMANA: Um sistema social baseado na competição e na concorrência produz insegurança e trabalho insano. Isso só é resolvido quando a competição dá lugar à fraternidade e partilha, possibilitando que o homem viva tranqüilo.
4,7: (7-12) A UNIÃO FAZ A FORÇA: A ganância e ambição fazem as pessoas viverem só para si mesma. O relacionamento leva a viver melhor, pois nele se partilham dificuldades e conquistas, tristezas e alegrias.
4,13: (13-16) O VAIVÉM DA POLITICA: Um governo absolutizado se distância do povo e está a caminho da ruína. Alquém do povo se tornará líder e chegará ao poder, renovando a vida social. Mais tarde, porém, a mesma coisa se repetirá.
4,17: (4,17-5,6) COM DEUS NÃO SE BRINCA: No relacionamento com Deus, o importante é se dispor obedientemente a colocar em prática o projeto dele. Não adianta prometer o que de antemão não se pretende cumprir. Com Deus não se brinca: ele vai cobrar a promessa feita. Concordância Ecl 4,7: 1Sm 45,22; Pr 21,3 Concordância Ecl 5,1 : Dt 4,39 Concordância Ecl 5,2: Tg 3,8; Pr 10,19 Concordância Ecl 5,3: Lv 27,2; Dt 23,22
5,7: (7-8) A PIRÂMIDE DA INJUSTIÇA: O trabalho na agricultura sustenta as necessidades básicas da vida humana. A cidade é uma superestrutura constituída a partir do comércio, que atravessa o produto do campo para os que nela vivem. Acumulação de terras, unida à injustiça no comercio, cria relações desiguais, produzindo riquezas e poder para a minoria, mediante a exploração e opressão de outros. Contudo, toda essa pirâmide social continua sempre dependendo da produção agrícola. Em outras palavras, é a base da pirâmide, formada por camponeses espoliados e operários explorados, que pode julgar e destruir a injustiça alimentada pela cidade.
5,9: (9-16) O ACÚMULO TRAZ DESCRAÇA: A experiência mostra que a ganância pelo dinheiro é insaciável. Mas de que adianta acumular riquezas, e em troca perder o sentido da vida? E o que dizer do processo tortuoso para acumular dinheiro? Concordância Ecl 5,14: Sl 49,18 Concordância Ecl 5,16: Jô 14,1
5,17: (17-19) ETERNIDADE É INTENSIDADE DE VIDA: Repete-se aqui o pensamento-chave do autor ( cf nota em 2,24-26). Vivendo na alegria do momento presente, a pessoa descobre que a eternidade-experiência de Deus e da vida – não consiste em viver muito, e sim viver intensamente cada momento.
6,1: (1-9) PIOR QUE UM ABORTO: De que adianta acumular bens, se não se poderá desfrutá-los? A vida perde completamente o sentido, e teria sido melhor ser abortado. Concordância Ecl 6,2: Eclo 14,3; Lc 12,20 Concordância Ecl 6,3: Jô 3,11
6,10: (10-12) CONCLUSÃO: O HOMEM DIANTE DO MISTÉRIO: Esta conclusão da primeira parte do livro aponta para os limites da ciência e da teologia. As duas perguntas finais (v. 12) se referem a Deus: só ele conhece o mistério da vida, e só ele sabe o futuro. É inútil alguém querer competir com ele. Dessa forma, o autor reconhece Deus como o mistério que ultrapassa o homem. Conseqüentemente, fica aberto o horizonte para que o homem esteja sempre voltado para o mistério da vida, na qual está presente o próprio Deus. Concordância Ecl 6,12: Sl 102,12; Jô 14,2; Sb 2,5
7,1: (1-7) DISCERNIR E RESISTIR: A morte lembra ao sábio que a condição humana é limitada e frágil. O insensato, porém não compreende, e pensa que a vida é uma festa contínua. No entanto, o importante é manter um discernimento realista, diante do elogio, da extorsão e do suborno, proveniente de quem tenta perverter a verdade, dizendo que o mal é bem, e que o amargo é doce. Concordância Ecl 7,4: Pr 14,7 Concordância Ecl 7,7 : Sl 15,5
7,8: (8-14) O FUTURO PERTENCE A DEUS: Tristeza e alegria, realização e frustração se alternam imprevisivelmente na condição limitada da vida humana. Por mais conhecimento que alguém tenha, não consegue abarcar o futuro. A verdadeira sabedoria consiste em aceitar e viver intensamente o presente, aprendendo nele a conhecer e temer a Deus.
Concordância Ecl 7,9: Tg 1,19
7,15: ( 15-24) SÓ DEUS É ÍNTEGRO E JUSTO: O autor adverte sobre o perigo da unilateralidade que pretendesse esgotar o mistério da vida. Este é formado de realidades contrárias, que não podem ser eliminadas ou minimizadas uma em benefício da outra. O importante é conservar os termos opostos e suportar a tensão entre eles, até que surja a novidade. Só Deus é íntegro, capaz de unir os contrários. Para aprender a ser íntegro, o homem deve temer a Deus.
Concordância Ecl 7,20: Jô 14,4; 1Jo 1,8
Concordância Ecl 7,22: Rm 3,20
7,25: ( 25-29) DEUS FEZ O HOMEM CORRETO: O autor constata que são poucos os homens sensatos. A observação sobre a mulher é típica de uma sociedade patriarcal machista. Deus te um projeto e criou o homem para a realização desse projeto; o homem, porém, se desvia e complica a própria vida, tentando construir projetos egoístas.
8,1: SABEDORIA E DISCERNIMENTO : Sabedoria é capacidade de discernir a verdade por trás das aparências. Quem é capaz disso, não se perturba diante dos conflitos.
8,2: (2-9) LIMITE DA AUTORIDADE: Numa concepção sacral, em que a autoridade política é considerada como representante de Deus, o conselho é respeitá-la e obedecer-lhe. O sábio, porém, é capaz de discernir que atitude tomar para não se expor ao perigo; ele sabe que qualquer autoridade pode tornar-se arbitrária. O limite para tudo é o futuro e a morte, que nem o poder nem o discernimento conseguem dominar.
Concordância Ecl 8,2: Rm 13,1
8,10: ( 10-15) VALE A PENA SER JUSTO? : A prosperidade e impunidade dos injustos é sempre uma tentação para os justos, que acabam perguntando: Por que Deus não faz logo justiça? Vale a pena continuar sendo justo? Sobre o v. 15, cf. notas em 2, 24-24; 3, 9-15 e 5,17-19.
Concordância Ecl 8,10: Jô 21,32
8,16: ( 16-17) O LIMITE DA SABEDORIA HUMANA: Por mais que se esforce com sua ciência e tecnologia, diante da obra de Deus na vida e na história, o homem se encontrará sempre diante do mistério. Cf. notas em 3, 1-15 e 6, 10-12.
9,1: ( 1-6 ) APESAR DE TUDO, VALE A PENA VIVER: Sem perspectiva de vida após a morte, a existência humana aparece como feixe de contradições. Apesar de tudo, vale a pena viver e ser justos, pois embora a vida seja um grande mistério, justos e sábios estão nas mãos de Deus.
Concordância Ecl 9,1: Dt 33,3; Sb 7,16
9,7: ( 7-12 ) VIVER O PRESENTE E AMAR: O autor retoma o que já disse em 2, 24-26; 3, 9-15; 5, 17-19; 8, 10-13. além de satisfazer às necessidades básicas da sobrevivência ( comer e beber), o autor agora acrescenta a atividade humana por excelência: o amor.
Concordância Ecl 9,9: Pr 5,18
Concordância Ecl 9,10: Eclo 14,16
Concordância Ecl 9,12: Lc 12,20; Lc 21,35
9,13: ( 13-18) A SABEDORIA DERROTA AS ARMAS: A sabedoria é capaz de derrotar as armas dos poderosos. Embora a sabedoria do pobre seja sempre desprezada como inútil, é com ela que o povo consegue derrotar o opressor.
Concordância Ecl 9,15: Pr 21,22
10,1: ( 1-3) A INFLUÊNCIA DO INSENSATO: Uma pessoa que não tem bom senso pode contaminar as outras, e geralmente pensa que todas são iguais a ela.
Concordância Ecl 10,1: Gl 5,9
10,4: ( 4-7) CALMA E DISCERNIMENTO : Calma e discernimento são condições básicas para governar e enfrentar situações difícies.
Concordância Ecl 10,4: Pr 16,14
10,8: ( 8-11) SABEDORIA E PRUDÊNCIA: A sabedoria consiste em agir com prudência e atenção. O mínimo erro pode ser fatal.
10,12: ( 12-15) O SÁBIO FALA POUCO: Quem fala com sabedoria, fala pouco. As maiores verdades podem ser ditas de forma simples e em poucas palavras.
10,16: ( 16-20) TENTAÇÃO DOS GOVERNANTES: A grande tentação dos governantes é usar em proveito próprio o poder e a riqueza que o povo lhe confia.
Concordância Ecl 10,17: Is 3,4
11,1: ( 1-6) PRUDÊNCIA E RISCO: Na vida é preciso ser prudente, mas também arriscar. Como só Deus conhece o mistério da vida, o discernimento ajuda pelo menos a tatear, a fim de descobrir o que fazer no lugar e momento certos.
Concordância Ecl 11,5: Sl 139,14; Jô 3,8
11,7: ( 11, 7-12, 8 ) VIVER ENQUANTO É TEMPO: Diante da fugacidade da vida, o autor deixa um conselho: viver enquanto é tempo, antes que cheque o fim. A velhice é aqui descrita de um poema com largo uso de metáforas. Embora sem perspectivas de ressurreição ou vida após a morte, o autor diz que o sopro vital, isto é, a própria vida, retorna para Deus.
Concordância Ecl 11,9: Eclo 14,11
Concordância Ecl 12,7: Ecl 3,20; Eclo 40,11; Gn 2,7; Gn 3,19; Sl 104,29;
12,9: ( 12, 9-14 ) CONCLUSÃO: TEMER A DEUS: Este final, provavelmente acrescentado por um discípulo do autor, deixa bem claro que a sabedoria produz, ao mesmo tempo, estabilidade e estímulo para viver. O temor de Deus, já celebrado em Pr 1,7, consiste em reconhecer a limitação humana e a sua abertura para Deus.
MÉDICOS NA BÍBLIA
Eclo 10,10
Uma longa doença desafia o médico, e quem hoje é rei, amanhã
morrerá
Eclo 38 1-15
MEDICINA E PROJETO DE DEUS
1 Honre os médicos por seus serviços, pois também o médico foi criado pelo Senhor. 2 Do Altíssimo vem a cura, e o médico recebe do rei o pagamento. 3 A ciência do médico o faz
levantar a cabeça e ser admirado pelos grandes. 4 Da terra, o Senhor criou os remédios, e o homem de bom senso não os despreza. 5 Não foi para manifestar o poder do Senhor que as
águas foram adoçadas com um pedaço de madeira? 6 O Senhor deu aos homens a ciência para que pudessem glorificá-lo por causa das maravilhas dele. 7 Com elas, o médico cura e elimina a dor, e o farmacêutico prepara as fórmulas. 8 Dessa maneira, as obras de Deus não têm fim, e dele vem o bem-estar para a terra.9 Meu filho, se você ficar doente, não se descuide. Suplique ao Senhor, e ele o curará. 10 Evite as faltas, lave as mãos e purifique o coração de todo pecado. 11 Ofereça incenso e um memorial de flor de farinha, e faça gordas ofertas, conforme suas possibilidades. 12 Depois, consulte o médico, pois também ele foi criado pelo Senhor. Não o afaste, porque você precisa dele. 13 Há casos em que a cura depende só dele. 14 Ele também suplica ao Senhor, a fim de que lhe conceda aliviar a doença e curar seus pacientes. 15 Quem peca contra o seu Criador, que caia nas mãos do médico!
Refletindo o texto de ( Eclo 10,10 )
Rei: Nos tempos antigos, os reis eram considerados possuidores de forças particulares; julgava-se que eles estavam em constante relação com os deuses. O rei aparecia por vezes como deus visível , como seu filho ou seu representante. Segundo a tradição dos sumérios, a realeza provinha do céu. A função do soberano estava unida ‘a de sacerdote, como nos reis – sacerdotes da Mesopotâmia antiga. O culto da realeza teve o seu pleno desenvolvimento na época helenista, e alcançou o seu máximo esplendor no império romano. Diversamente dos soberanos do Egito e da Mesopotâmia antiga, o rei de Israel nunca foi o centro do seu povo; esta posição era ocupada somente por Javé, o verdadeiro rei do seu povo (cf. SL 149,2-3; Is. 33,22). Depois de uma tentativa fracassada (cf. Jz 9), com Saul (1030-1010 a.C.) começa o regime dos reis consolidado por Davi (1010-970 a.C.). O poder de Saul está limitado ao comando militar; mesmo nisso encontra oposição (1Sm. 8,7); Davi é ao princípio rei de Judá, e depois também rei de Israel 2Sm 5,1-3); assim também seu filho Salomão (1Rs 1,35), ‘a morte do qual (930 a.C.) o reino se divide em duas monarquias: o reino de Israel e o reino de Judá (cf. 1Rs 12,1-24). No reino de Israel não se impôs uma dinastia única, ao posto que no de Judá sempre se aceitou a descendência de Davi (cf. 2Rs 11,13-20). O poder real encontra a sua convalidação na eleição divina (cf 1Rs 2,15; 1Cr 28,4-5); com a unção, o rei é adotado por Javé (2Sm 7,14), e torna-se intocável ( cf 1Sm 24,7), enquanto delegado de Javé (cf SL 2; 18; 72; 110): não é divinizado, como nas monarquias orientais. Cuida de modo especial do Templo (cf 1Cr 22-29), e do culto (2Rs 23); é considerado libertador (2Rs 13,5), justiceiro dos pobres (SL72,4.12), pastor do povo (2Sm 5,2). Jesus é chamado rei (Mt 2,2; 27,42; Jô 1,49; 12,15; 18,33. 37; 19, 14-15.19; Ap 1,5), mas recusa o poder (cf Mt 4,9; Jô 6,15); os crente participam da sua realeza (1Pd 2,9; ap 1,6).
Eclo 38, 1: (1-15) a saúde faz parte do projeto de Deus, pois ele deseja a vida. O médico deve colocar sua ciência e habilidade a serviço da cura e da vida, para que todos tenham saúde.
Bíblia cf. (www.wikipedia.org)
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Nota: Se procura a visão judaica da Bíblia, consulte Tanakh.
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A palavra grega Bíblia, em plural, deriva do grego bíblos ou bíblion (βίβλιον) que significa "rolo" ou "livro". Bíblion, no caso nominativo plural, assume a forma bíblia, significando "livros". No latim medieval, biblìa é usado como uma palavra singular — uma colecção de livros ou "a Bíblia". Foi São Jerónimo, tradutor da Vulgata Latina, que chamou pela primeira vez ao conjunto dos livros do Antigo Testamento e Novo Testamento de "Biblioteca Divina". A Bíblia é uma coleção de livros catalogados, considerados por diversas religiões cristãs como divinamente inspirados. É sinónimo de "Escrituras Sagradas" e "Palavra de Deus".
Os livros bíblicos considerados canônicos pela Igreja Católica Apostólica Romana são ao todo 73 livros, sendo 46 livros do antigo testamento e 27 do Novo. A Bíblia Católica contém 7 livros a mais no Antigo Testamento do que outras traduções bíblicas usadas pelas religiões cristãs não-católicas e pelo Judaísmo. Esses livros são chamados pela Igreja Católica de deuterocanónicos ou livros do "segundo Cânon". A lista dos livros deuterocanónicos é a seguinte: Tobias, Judite, I Macabeus, II Macabeus, Sabedoria, Eclesiástico (Ben Sira ou Sirácida) e Baruque. Além disso, ela possui alguns trechos a mais em alguns livros protocanônicos (ou livros do "primeiro Cânon") de Ester e Daniel. Outras denominações religiosas consideraram estes livros deuterocanônicos como apócrifos, ou seja, livros ou escritos que carecem de inspiração divina, reconhecendo, porém, o valor histórico dos livros dos Macabeus.
Índice
[esconder]
• 1 Conceitos sobre a Bíblia
• 2 Os idiomas originais
• 3 Inspirado por Deus
• 4 A interpretação bíblica
• 5 Sua estrutura interna
o 5.1 Testamento — origem do termo
o 5.2 Livros do Antigo Testamento
5.2.1 Livros Protocanônicos
5.2.1.1 Pentateuco
5.2.1.2 Históricos
5.2.1.3 Poéticos e Sapienciais
5.2.1.4 Proféticos
5.2.2 Livros Deuterocanônicos
o 5.3 Livros do Novo Testamento
5.3.1 Evangelhos
5.3.2 Livro Histórico
5.3.3 Cartas Paulinas
5.3.4 Cartas Gerais
5.3.5 Livro profético
• 6 Versões e traduções bíblicas
o 6.1 A Bíblia em português
• 7 Bibliografia
• 8 Ver também
• 9 Ligações externas
[editar] Conceitos sobre a Bíblia
A Bíblia é um livro muito antigo. Ela é o resultado de longa experiência religiosa do povo de Israel. É o registro de várias pessoas, em diversos lugares, em contextos diversos. Foi escrita ao longo de um período de 1600 anos por cerca de 40 homens das mais diversas profissões, origens culturais e classes sociais.
Os cristãos acreditam que estes homens escreveram a Bíblia inspirados por Deus e por isso consideram a Bíblia como a Escritura Sagrada. No entanto, nem todos os seguidores da Bíblia a interpretam de forma literal, e muitos consideram que muitos dos textos da Bíblia são metafóricos ou que são textos datados que faziam sentido no tempo em que foram escritos, mas foram perdendo seu sentido dentro do contexto da atualidade.
Para o cristianismo tradicional, a Bíblia é a Palavra de Deus, portanto ela é mais do que apenas um bom livro, é a vontade de Deus escrita para a humanidade. Para esses cristãos nela se encontram, acima de tudo, as respostas para os problemas da humanidade e a base para princípios e normas de moral.
Os agnósticos vêem a Bíblia como um livro comum, com importância histórica e que reflete a cultura do povo que os escreveu. Os não crentes recusam qualquer origem Divina para a Bíblia e a consideram como de pouca ou de nenhuma importância na vida moderna, ainda que na generalidade se reconheça a sua importância na formação da civilização ocidental (apesar de a Bíblia ter origem no Médio Oriente).
A comunidade científica tem defendido a Bíblia como um importante documento histórico, narrado na perspectiva de um povo e na sua fé religiosa. Muito da sua narrativa foi de máxima importância para a investigação e descobertas arqueológicas dos últimos séculos. Mas os dados existentes são permanentemente cruzados com outros documentos contemporâneos, uma vez que, a história religiosa do povo de Israel singra em função da soberania de seu povo que se diz o "escolhido" de Deus e, inclusive, manifesta essa atitude nos seus registros.
Independente da perspectiva que um determinado grupo tem da Bíblia, o que mais chama a atenção neste livro é a sua influência em toda história da sociedade ocidental e mesmo mundial, face ao entendimento dela nações nasceram (Estados Unidos da América etc.), povos foram destruídos (Incas, Maias, etc), o calendário foi alterado (Calendário Gregoriano), entre outros fatos que ainda nos dias de hoje alteram e formatam nosso tempo. Sendo também o livro mais lido, mais pesquisado e mais publicado em toda história da humanidade, boa parte das línguas e dialetos existentes já foram alcançados por suas traduções. Por sua inegável influência no mundo ocidental, cada grupo religioso oferece a sua interpretação, muitas vezes, sem a utilização da Hermenêutica.
[editar] Os idiomas originais
Foram utilizados três idiomas diferentes na escrita dos diversos livros da Bíblia: o hebraico, o grego e o aramaico. Em hebraico consonantal foi escrito todo o Antigo Testamento, com excepção dos livros chamados deuterocanónicos, e de alguns capítulos do livro de Daniel, que foram redigidos em aramaico. Em grego comum, além dos já referidos livros deuterocanónicos do Antigo Testamento, foram escritos práticamente todos os livros do Novo Testamento. Segundo a tradição cristã, o Evangelho de Mateus teria sido primeiramente escrito em hebraico, visto que a forma de escrever visava alcançar os judeus.
O hebraico utilizado na Bíblia não é todo igual. Encontramos em alguns livros o hebraico clássico (por ex. livros de Samuel e Reis), em outros um hebraico mais rudimentar e em outros ainda, nomeadamente os últimos a serem escritos, um hebraico elaborado, com termos novos e influência de outras línguas circunvizinhas. O grego do Novo Testamento, apesar das diferenças de estilo entre os livros, corresponde ao chamado grego koiné (isto é, o grego "comum" ou "vulgar", por oposição ao grego clássico), o segundo idioma mais falado no Império Romano.
[editar] Inspirado por Deus
O apóstolo Paulo afirma que "toda a Escritura é inspirada por Deus" [literalmente, "soprada por Deus", que é a tradução da palavra grega θεοπνευστος, theopneustos] (II Timóteo 3:16). Na ocasião, os livros que hoje compõem a Bíblia não estavam todos escritos e a Bíblia não havia sido compilada, entretanto muitos cristãos crêem que Paulo se referia à Bíblia que seria posteriormente canonizada. O apóstolo Pedro diz que "nenhuma profecia foi proferida pela vontade dos homens. Inspirados pelo Espírito Santo é que homens falaram em nome de Deus." (II Pedro 1:21 MC) Veja também os artigos Cânon Bíblico e Apócrifos.
Os cristãos crêem que a Bíblia foi escrita por homens sob Inspiração Divina, mas essa afirmação é considerada subjetiva na perspectiva de uma pessoa não cristã ou não religiosa. A interpretação dos textos bíblicos, mesmo usando o mesmo Texto-Padrão, varia de religião para religião. Verifica-se que a compreensão e entendimento a respeito de alguns assuntos pode variar de teólogo para teólogo, e mesmo de um crente para outro dependendo do idealismo e da filosofia religiosa defendida, entretanto, quanto aos fatos e às narrações históricas, existe uma unidade.
A Fé dos leitores religiosos da Bíblia baseia-se na premissa de que "Deus está na Bíblia e Ele não fica em silêncio", como declara repetidamente o renomeado teólogo presbiteriano e filósofo, o Pastor Francis Schaeffer, dando a entender que a Bíblia constitui uma carta de Deus para os homens. Para os cristãos, o Espírito Santo de Deus atuou de uma forma única e sobrenatural sobre os escritores. Seguindo este raciocínio, Deus é o Verdadeiro Autor da Bíblia, e não os seus escritores, por si mesmos. Segundo este pensamento Deus usou as suas personalidades e talentos individuais, para registrar por escrito os seus pensamentos e a revelação progressiva dos seus propósitos em suas palavras. Para os crentes, a sua postura diante da Bíblia determinará o seu destino eterno.
[editar] A interpretação bíblica
Diferente das outras mitologias, os assuntos narrados na Bíblia são geralmente ligados a datas, a personagens ou a acontecimentos históricos (de facto, vários cientistas têm reconhecido a existência de personagens e locais narrados na Bíblia, que até há poucos anos eram desconhecidos ou considerados fictícios), apesar de não confirmarem os fatos nela narrados, por outro lado, comprovando que aconteceram de outras formas.
Os judeus acreditam que todo o Velho Testamento foi inspirado por Deus e, por isso, constitui não apenas parte da Palavra Divina, mas a própria palavra. Os Cristãos, por sua vez, incorporam a tal entendimento todos os livros do Novo Testamento. Os ateus e agnósticos possuem concepção inteiramente diferente, descrendo por completo dos ensinamentos religiosos. Tal descrença ocorre face ao entendimento de que existem personagens cuja real existência e/ou atos praticados são por eles considerados fantásticos ou exagerados, tais como os relatos de Adão e Eva, da narrativa da sociedade humana ante-diluviana, da Arca de Noé, o Dilúvio, Jonas engolido por um "Grande peixe", etc.
A hermenêutica, uma ciência que trata da interpretação dos textos, tem sido utilizada pelos teólogos para se conseguir entender os textos bíblicos. Entre as regras principais desta ciência encontramos:
1. A Bíblia - colecção de livros religiosos - se interpreta por si mesma, revelando toda ela uma doutrina interna;
2. O texto deve ser interpretado no seu contexto e nunca isoladamente;
3. Deve-se buscar a intenção do escritor, e não interpretar a intenção do autor;
4. A análise do idioma original (hebraico, aramaico, grego comum) é importante para se captar o melhor sentido do termo ou as suas possíveis variantes;
5. O intérprete jamais pode esquecer os fatos históricos relacionados com o texto ou contexto, bem como as contribuições dadas pela geografia, geologia, arqueologia, antropologia, cronologia, biologia...
[editar] Sua estrutura interna
A Bíblia é um conjunto de pequenos livros ou uma biblioteca. Foi escrita ao longo de um período de cerca de 1 500 anos por 40 homens das mais diversas profissões, origens culturais e classes sociais, segundo a tradição judaico cristã. No entanto, exegetas cristãos divergem cada vez mais sobre a autoria e a datação das obras. A sua divisão em capítulos e versículos que conhecemos hoje surgiu em momentos diferentes da história. A primeira divisão (em capítulos) credita-se a autoria ao arcebispo Stephen Langton da Cantuária, no século XIII, que fez as marcações dos mesmos através de uma seqüência numérica em algarismos romanos nas margens dos manuscritos. A divisão em versículos foi realizada em 1551 numa edição em grego do Novo Testamento pelo humanista e impressor Robert Stephanus.
[editar] Testamento — origem do termo
Este vocábulo não se encontra na Bíblia como designação de uma de suas partes.
A palavra portuguesa testamento corresponde à palavra hebraica berith — aliança, pacto, contrato, e designa aquela aliança que Deus fez com o povo de Israel no Monte Sinai (Êxodo 24:1-8; 34:10-28). Sendo esta aliança quebrada pela infidelidade do povo, Deus prometeu uma nova aliança (Jer. 31:31-34) que deveria ser ratificada com o sangue de Cristo (Mat. 26:28). Os escritores neotestamentários denominam a primeira aliança de antiga (Heb. 8:13), contrapondo-lhe a nova (II Cor. 3:6, 14).
Os tradutores da Septuaginta traduziram berith para diatheke, embora não haja perfeita correspondência entre as palavras, já que berith designa aliança (compromisso bilateral) e diatheke tem o sentido de "última disposição dos próprios bens", "testamento" (compromisso unilateral).
As respectivas expressões "antiga aliança" e "nova aliança" passaram a designar a coleção dos escritos que contém os documentos respectivamente da primeira e da segunda aliança.
O termo testamento veio até nós através do latim quando a primeira versão latina do Velho Testamento grego traduziu diatheke por testamentum. São Jerônimo revisando esta versão latina manteve a palavra testamentum, eqüivalendo ao hebraico berith — aliança, concerto, quando a palavra como já foi visto não tinha essa significação no grego. Afirmam alguns pesquisadores que a palavra grega para "contrato", "aliança" deveria ser suntheke, por traduzir melhor o hebraico berith.
As denominações "Antigo Testamento" e "Novo Testamento", para as duas coleções dos livros sagrados, começaram a ser usadas no final do II século A.D., quando os evangelhos e outros escritos apostólicos foram considerados como Escrituras.
[editar] Livros do Antigo Testamento
Ver artigo principal: Antigo Testamento
• O Antigo Testamento é composto de 46 livros: 39 conhecidos como protocanônicos e 7 conhecidos como deuterocanônicos. Os livros deuterocanônicos fazem parte apenas da Bíblia Católica.
[editar] Livros Protocanônicos
[editar] Pentateuco
Ver artigo principal: Pentateuco
Gênesis - Êxodo - Levítico - Números - Deuteronômio
[editar] Históricos
Josué - Juízes - Rute - I Samuel - II Samuel - I Reis - II Reis - I Crônicas - II Crônicas - Esdras - Neemias - Ester
[editar] Poéticos e Sapienciais
Jó - Salmos - Provérbios - Eclesiastes (ou Coélet) - Cântico dos Cânticos de Salomão
[editar] Proféticos
Profetas Maiores
A designação “Maiores” não se trata porém da relevância histórica destes personagens na história de Israel, mas tão somente ao tamanho de seus livros, maiores se comparados aos livros dos Profetas “Menores”.
Isaías - Jeremias - Lamentações de Jeremias - Ezequiel - Daniel
Profetas Menores
Como referido acima, a designação “Menores” não se trata da relevância histórica destes personagens na história de Israel, mas tão somente ao tamanho de seus livros.
Oséias - Joel - Amós - Obadias - Jonas - Miquéias - Naum - Habacuque - Sofonias - Ageu - Zacarias - Malaquias
[editar] Livros Deuterocanônicos
Ver artigo principal: Livros deuterocanônicos
Tobias - Judite - I Macabeus - II Macabeus - Baruque - Sabedoria - Eclesiástico (ou Ben Sira) - e alguns acréscimos ao texto dos livros Protocanônicos: Adições em Ester (Ester 10:4 a 11:1 ou a 16:24) e Adições em Daniel (Daniel 3:24-90; Cap. 13 e 14)
Os livros deuterocanônicos (ou apócrifos) foram, supostamente, escritos entre Malaquias e Mateus, numa época em que segundo o historiador judeu Flávio Josefo, a Revelação Divina havia cessado porque a sucessão dos profetas era inexistente ou imprecisa. O parecer de Josefo não é aceito pelos cristãos católicos e ortodoxos, porque Jesus afirma que durou até João Batista (cf. Lc 16,16; Mt 11,13).
No período entre o séc. III e o séc. I a.C. ocorre a Diáspora judaica helenística, numa época em que os judeus já estavam, em partes, dispersos pelo mundo. Uma colônia judaica destaca-se esta se localiza em Alexandria no Egito, onde se falava muito a língua grega. A Bíblia foi então traduzida do hebraico para o grego. Alguns escritos recentes foram-lhe acrescentados sem que os judeus de Jerusalém os reconhecessem como inspirados. Somente no final do séc. I d.C. foi fixado o cânon (= medida) hebraico, portanto numa época em que a diferenciação entre judaísmo e cristianismo já era bem acentuada. E os escritos acrescentados não foram aceitos no cânon hebraico.
Quando Jerônimo traduziu a famosa Vulgata, no início do Século V, incluiu os deuterocanônicos, e a Igreja Católica admitiu-os como inspirados da mesma forma que os outros livros. No século XVI, com o surgimento da Reforma Protestante, é novamente colocada em dúvida a canonicidade dos deuterocanônicos pelo fato de não fazerem parte da Bíblia hebraica primitiva. No Concílio de Trento, em 8 de abril de 1546, no Decretum de libris sacris et de traditionibus recipiendis (DH 1501), a Igreja Católica novamente os confirmou como partes integrantes da Bíblia Católica, mas desde então foram considerados apócrifos no Protestantismo e no século XVII deixaram de fazer parte das Bíblias protestantes.
[editar] Livros do Novo Testamento
Ver artigo principal: Novo Testamento
• O Novo Testamento é composto de 27 livros.
[editar] Evangelhos
Ver artigo principal: Evangelho
Mateus, Marcos, Lucas e João.
[editar] Livro Histórico
Atos dos Apóstolos (abrev. Atos)
[editar] Cartas Paulinas
Romanos - I Coríntios - II Coríntios - Gálatas - Efésios - Filipenses - Colossenses - I Tessalonicenses - II Tessalonicenses - I Timóteo - II Timóteo - Tito - Filémon
[editar] Cartas Gerais
Hebreus - Tiago - I Pedro - II Pedro - I João - II João - III João - Judas
[editar] Livro profético
Apocalipse ou Revelação
[editar] Versões e traduções bíblicas
Livro do Gênesis, Bíblia em Tamil de 1723
Apesar da antiguidade dos livros bíblicos, os manuscritos mais antigos que possuímos datam a maior parte do III e IV Século d.C.. Tais manuscritos são o resultado do trabalho de copistas (escribas) que, durante séculos, foram fazendo cópias dos textos, de modo a serem transmitidos às gerações seguintes. Transmitido por um trabalho desta natureza o texto bíblico, como é óbvio, está sujeito a erros e modificações, involuntários ou voluntários, dos copistas, o que se traduz na coexistência, para um mesmo trecho bíblico, de várias versões que, embora não afectem grandemente o conteúdo, suscitam diversas leituras e interpretações dum mesmo texto. O trabalho desenvolvido por especialistas que se dedicam a comparar as diversas versões e a seleccioná-las, denomina-se Crítica Textual. E o resultado de seu trabalho são os Textos-Padrão.
A grande fonte hebraica para o Antigo Testamento é o chamado Texto Massorético. Trata-se do texto hebraico fixado ao longo dos séculos por escolas de copistas, chamados Massoretas, que tinham como particularidade um escrúpulo rigoroso na fidelidade da cópia ao original. O trabalho dos massoretas, de cópia e também de vocalização do texto hebraico (que não tem vogais, e que, por esse motivo, ao tornar-se língua morta, necessitou de as indicar por meio de sinais), prolongou-se até ao Século VIII d.C.. Pela grande seriedade deste trabalho, e por ter sido feito ao longo de séculos, o Texto Massorético (sigla TM) é considerado a fonte mais autorizada para o texto hebraico bíblico original.
No entanto, outras versões do Antigo Testamento têm importância, e permitem suprir as deficiências do Texto Massorético. É o caso do Pentateuco Samaritano (os samaritanos eram uma comunidade étnica e religiosa separada dos judeus, que tinham culto e templo próprios, e que só aceitavam como livros sagrados os do Pentateuco), e principalmente a Septuaginta Grega (sigla LXX).
A Versão dos Setenta ou Septuaginta Grega, designa a tradução grega do Antigo Testamento, elaborada entre os séculos IV e II a.C., feita em Alexandria, no Egipto. O seu nome deve-se à lenda que referia ter sido essa tradução um resultado milagroso do trabalho de 70 eruditos judeus, e que pretende exprimir que não só o texto, mas também a tradução, fora inspirada por Deus. A Septuaginta Grega é a mais antiga versão do Antigo Testamento que conhecemos. A sua grande importância provém também do facto de ter sido essa a versão da Bíblia utilizada entre os cristãos, desde o início, e a que é citada na grande parte do Novo Testamento.
Da Septuaginta Grega fazem parte, além da Bíblia Hebraica, os Livros Deuterocanónicos (aceites como canónicos apenas pela Igreja Católica), e alguns escritos apócrifos (não aceites como inspirados por Deus por nenhuma das religiões cristãs ocidentais).
Encontram-se 4 mil manuscritos em grego do Novo Testamento, que apresentam variantes. Diferentemente do Antigo Testamento, não há para o Novo Testamento uma versão a que se possa chamar, por assim dizer, normativa. Há contudo alguns manuscritos mais importantes, pelas sua antiguidade ou credibilidade, e que são o alicerce da Crítica Textual.
Uma outra versão com importância é a chamada Vulgata Latina, ou seja, a tradução latim por São Jerónimo, em 404 d.C., e que foi utilizada durante muitos séculos pelas Igrejas Cristãs do Ocidente como a versão bíblica autorizada.
De acordo com o Scripture Language Report, a Bíblia já foi traduzida para 2 403 línguas diferentes, sendo o livro mais traduzido do mundo.
[editar] A Bíblia em português
Os primeiros registros da tradução de trechos da Bíblia para o português remontam ao final do século XIII, por Dom Dinis. Mas a primeira Bíblia completa em língua portuguesa foi publicada somente em 1753, na tradução do pastor João Ferreira de Almeida (1628 -1691).
O pastor, missionário e tradutor João Ferreira de Almeida foi o principal tradutor da Bíblia para a língua portuguesa. Ele já conhecia a Vulgata, já que seu tio era padre. Após converter-se ao protestantismo aos 14 anos, Almeida partiu para a Batávia. Aos 16 anos traduziu um resumo dos evangelhos do espanhol para o português, que nunca chegou a ser publicado. Em Malaca traduziu partes do Novo Testamento também do espanhol.
Aos 17, traduziu o Novo Testamento do latim, da versão de Theodore Beza, além de ter se apoiado nas versões italiana, francesa e espanhola.
Aos 35 anos, iniciou a tradução diretamente dos originais, embora seja um mistério como ele aprendeu os idiomas originais. É certo que ele usou como base o Texto Massorético para o Antigo Testamento, o Textus Receptus, editado em 1633 pelos irmãos Elzevir, e alguma tradução da época, como a Reina-Valera. A tradução do Novo Testamento ficou pronta em 1676.
O texto foi enviado para a Holanda para revisão. O processo de revisão durou 5 anos, sendo publicado em 1681, e teve mais de mil erros. A razão é que os revisores holandeses queriam harmonizar a tradução com a versão holandesa publicada em 1637. A Companhia das Índias Orientais ordenou que se recolhesse e destruísse os exemplares defeituosos. Os que foram salvos foram corrigidos e utilizados em igrejas protestantes no Oriente, sendo que um deles está exposto no Museu Britânico. Após sua morte foram detectados 1.119 erros de tradução.
Continente/Região Porções Testamentos Bíblias Total
África
223 301 159 683
Ásia
218 244 131 593
Europa
114 36 61 211
América do Norte
39 30 7 76
América Latina e Caribe
118 270 29 417
Oceania
148 234 38 420
Línguas Artificiais
2 0 1 3
Total 862 1175 426 2403
Fonte: A Bíblia no Brasil, edição nº 211, Sociedade Bíblica do Brasil
[editar] Bibliografia
• LIMA, Alessandro. O Cânon Bíblico - A Origem da Lista dos Livros Sagrados. São José dos Campos-SP: Editora COMDEUS, 2007.
• PASQUERO, Fedele. O Mundo da Bíblia, Autores Vários. São Paulo: Paulinas, 1986.
• ROST, Leonard. Introdução aos Livros Apócrifos e Pseudo-Epígrafos do Antigo Testamento. São Paulo: Paulinas, 1980.
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• Súmula Bíblica
• Índice da Doutrina Católica - Indicando o caminho da Verdade.
Obtido em "http://pt.wikipedia.org/wiki/B%C3%ADblia"
Categorias: Bíblia | Cristianismo | Doutrina Católica | Livros | Textos religiosos | Livros religiosos
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